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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

É proibido proibir?

05/02/2013
João Pereira Coutinho


É um dos vícios do mundo moderno: a crença patética de que tudo é possível, tudo é permissível. Ou, como diziam os filhos do maio de 68, é proibido proibir.
Um caso ilustra esse vício com arrepiante precisão: as "barrigas de aluguel".
Li a excelente matéria de Patrícia Campos Mello publicada nesta Folha no domingo. E entendo a pergunta que anima o negócio: se um casal não pode ter filhos por infertilidade da mulher, por que não contratar os serviços de uma "mãe de aluguel", que terá o seu óvulo fecundado pelo espermatozoide do pai adotivo?

Na Índia, a pergunta virou turismo: só na cidade de Anand, conta a jornalista, nasce uma criança a cada três dias para "exportação". Os "clientes" costumam ser americanos, britânicos, japoneses, canadenses. Mas também há brasileiros na lista de espera. Que dizer do cortejo?

Começo pelas questões éticas básicas: será que um filho deve ser comprado (US$ 20 mil na Índia) como se compra uma mala Louis Vuitton ou um par de sapatos Manolo Blahnik?
E será legítimo, ó consciências progressistas, transformar as pobres do mundo em incubadoras dos filhos dos ricos? Não é preciso ter lido Kant para saber que os seres humanos devem ser tratados como um fim em si, não como um meio para.

Fato: o negócio é voluntário. Todas as partes participam dele com "autonomia", para usar ainda a linguagem kantiana. Mas o argumento da autonomia, mil perdões, não chega.
Se chegasse, nada impediria que um ser humano optasse autonomamente por ser escravo de outro. Vamos permitir o regresso da escravidão, mesmo que voluntária, desde que o escravo e o seu senhor exerçam os seus papéis autonomamente?

Não creio. Até porque falar em "autonomia" para gente em situação de pobreza extrema não passa de uma piada de mau gosto: a "mãe de aluguel" indiana e a mãe adotiva americana não habitam o mesmo planeta. A segunda escolhe comprar porque pode. A primeira praticamente é forçada a vender pela miséria da sua situação.
Na discussão das "barrigas de aluguel", parece que só os direitos das mães adotivas têm verdadeira força ética -o direito a serem felizes; o direito a terem filhos; o direito a comprá-los; e etc. etc.

Mas como responder aos direitos das "mães de aluguel"? Ou até dos "filhos comprados"? Será que essas duas entidades têm direitos, no sentido prosaico do termo?
Tempos atrás, quando em Portugal se debatia a "maternidade de substituição" (um processo semelhante às "barrigas de aluguel", mas sem dinheiro envolvido), lembro-me de formular algumas questões a respeito que se aplicam com maior força às "mães de aluguel" a aos "filhos comprados" de Anand.

Que direitos terá uma "mãe de aluguel" depois de entregar o filho biológico ao casal adotivo? Poderá visitar a criança? Será obrigada a afastar-se dela? Como? Por quê? Com que legitimidade?

E se, durante a gestação, a "mãe de aluguel" se recusar a entregar o filho porque desenvolveu uma ligação emocional com ele? Haverá forma de a coagir a cumprir o negócio? Em caso afirmativo, será isso tolerável? Será, no mínimo, decente?

Melhor ainda: o que acontece, para citar alguns casos que ficaram célebres nos Estados Unidos, quando o feto apresenta uma malformação uterina e a mãe adotiva pretender abortá-lo contra a vontade da "mãe de aluguel"? Pode? Não pode? Deve? Não deve?
Sem falar do próprio filho, aqui transformado em mero brinquedo sem rosto ou dignidade própria. Quais são as consequências para uma criança quando ela é separada precocemente da sua mãe biológica? Que impacto isso terá no seu desenvolvimento psicológico ou social? Alguém sabe? Alguém se interessa?

Aliás, como irá essa criança reagir quando, mais tarde, ela souber que foi o produto de uma "encomenda"? Será que deve saber? Será que não deve?
As perguntas não são apenas minhas. Elas encontram-se na vastíssima literatura ética sobre o assunto --e cada uma dessas perguntas foi motivada por um drama concreto, vivido por gente concreta, que entrou no negócio por acreditar que um filho é precisamente isso: um negócio.
Não é. Exceto para cabeças ocas que transformam qualquer desejo em "direito" --e qualquer "direito" em exploração dos mais pobres.

João Pereira Coutinho, escritor português, é doutor em Ciência Política. É colunista do "Correio da Manhã", o maior diário português. Reuniu seus artigos para o Brasil no livro "Avenida Paulista" (Record). Escreve às terças na versão impressa de "Ilustrada" e a cada duas semanas, às segundas, no site.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/1225654-e-proibido-proibir.shtml

Professor, este texto poderá ser trabalhado no Ensino Médio, com leitura e debate, também um trabalho interdisciplinar com outras disciplinas, como Biologia, Filosofia, História entre outras.

sábado, 14 de julho de 2012

INDIANAS LUTAM POR MAIS BANHEIROS

Por JIM YARDLEY


New York Times-      São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2012  


MUMBAI, Índia - Homens e mulheres nesta metrópole com cerca de 20 milhões de habitantes, a maior cidade da Índia, parecem unidos por ao menos uma miséria em comum: gente demais dividindo banheiros de menos.
Mas há uma diferença -ao contrário dos homens, as mulheres com frequência precisam pagar para urinar. Por isso, há meses ativistas como Minu Gandhi mobilizam a cidade argumentando que essa disparidade é uma forma de discriminação e pedindo às mulheres que lutem por um direito que a maioria nunca pensou que existisse: o direito ao xixi.
"Sentimos que esse é um direito civil básico, um direito humano", disse Gandhi.
Dados recentes do censo mostram que mais de metade dos lares indianos não tem banheiro, índice que na verdade piorou na última década, por causa da expansão das favelas e de outras formas precárias de moradia urbana, apesar do crescimento econômico da Índia.
Nas aldeias, homens e mulheres costumam urinar ao ar livre, nos campos. Mas elas às vezes enfrentam insultos e até violência sexual. Muitas camponesas urinam em pequenos grupos, antes do alvorecer, para se protegerem do assédio.
Em Mumbai (ex-Bombaim), milhões de pessoas dependem de sanitários públicos, geralmente escuros e sujos. A prefeitura oferece 5.993 banheiros públicos masculinos e apenas 3.536 femininos. Os homens têm à disposição ainda 2.466 mictórios. Em Nova Déli, um estudo de 2009 apontou um desequilíbrio ainda maior, com 1.534 banheiros públicos masculinos e 132 femininos.
Quase sempre, um zelador homem cuida desses banheiros, cobrando ingresso. A pequena corrupção é disseminada na Índia e os banheiros públicos não são exceção: os homens precisam pagar para usar o banheiro, mas os mictórios são gratuitos (porque esses lugares, geralmente uma parede com uma vala de drenagem, não precisam de água). Já as mulheres regularmente têm de pagar para urinar, apesar de regulamentos em contrário.
"Mesmo que você diga que está só urinando, eles dizem: 'Como vamos saber?'", disse Yagna Parmar, outra ativista envolvida na campanha.
Na favela Shivaji Nagar, pelo menos 350 mil pessoas -ou talvez até o dobro disso- vivem ao lado de um dos maiores lixões da cidade. O número exato de banheiros públicos é desconhecido, mas estima-se que não haja mais do que um para cada 300 pessoas. As mulheres precisam adaptar seu cotidiano a isso e muitas vão ao banheiro bem cedo para evitar filas e olhares indiscretos. Elas evitam beber muita água. E andam com trocados.
Um miniescândalo pipocou em Nova Déli no mês passado por causa dos cerca de US$ 54 mil gastos pela Comissão de Planejamento da Índia para reformas em seus banheiros.
A campanha começou no ano passado, numa reunião de ativistas de todo o Estado de Maharashtra, onde fica Mumbai. "Inicialmente, isso foi considerado um pouco frívolo", disse Mumtaz Sheikh, uma das organizadoras. "Mas dissemos às pessoas: 'Não, essa é uma questão importante e queremos trabalhar nela'."
As mulheres constituem atualmente quase metade da força de trabalho da cidade, mas muitas delas labutam em locais sem acesso a um banheiro. As ativistas já reuniram mais de 50 mil adesões em um abaixo-assinado para que o governo local pare de cobrar das usuárias que vão urinar, construa mais banheiros, mantenha-os limpos, ofereça papel e lata de lixo e contrate zeladoras mulheres.
A médica e pesquisadora Kamaxi Bhati vinculou a situação dos banheiros em Mumbai diretamente aos problemas de saúde femininos, especialmente à alta incidência de infecções de bexiga e do trato urinário. Bhati disse que beber água é vital para evitar tais infecções, mas que muitas mulheres tentam reduzir seu consumo para limitar as idas ao banheiro. Não beber água suficiente é ainda mais perigoso em Mumbai, onde as temperaturas podem chegar a cerca de 40°C.
"É responsabilidade do governo oferecer banheiros", disse ela. "Suponha que meu filho esteja com diarreia. O que eu faço se não puder pagar?"
As autoridades aceitaram divulgar estatísticas sobre o número de banheiros públicos na cidade, mas não quiseram comentar o assunto.
A tarifa dos banheiros pode ser considerada simbólica, entre 2 e 5 rupias (US$ 0,04 a US$ 0,09). Mas a linha de pobreza é tão baixa que o governo recentemente definiu como pobres urbanos aqueles que vivem com menos de 29 rupias por dia.
"É caro para mim", disse Shubhangi Gamre. Ela mora em Shivaji Nagar e ganha cerca de US$ 27 por mês trabalhando numa pequena drogaria. "Isso ameaça nosso dinheiro da comida. Como podemos pagar tudo?"
No mês passado, ativistas se reuniram com autoridades municipais que lhes apresentaram planos para a construção de centenas de banheiros públicos femininos na cidade toda. Alguns legisladores locais agora prometem construir banheiros para mulheres em cada um dos seus distritos.
"É claro que é uma sensação boa", disse Supriya Sonar, integrante da campanha, dizendo que o grupo do direito ao xixi está sendo pressionando para que mulheres sejam contratadas nos projetos propostos. "Nosso trabalho real começa agora."

Sruthi Gottipati colaborou com reportagem

sábado, 16 de janeiro de 2010

HAITI


Haiti, uma história de paradoxos e excessos
(Régis Bonvicino, especial para o Último Segundo)

Cedido pela Espanha à França em 1697, quando se chamava Saint-Domingue, suas terras – há muito inférteis – tornaram-no uma das mais ricas colônias das Américas. Produzia um dos melhores açúcares do mundo, batendo, no século XVIII, o Brasil em exportações nesse campo.

Hoje, sua renda per capita é muito menor do que a do bairro de Higienópolis, em São Paulo: em média, um haitiano vive com dois reais ao dia. Como lembra Juan Jesús Aznárez, o Haiti é exemplo vivo da Lei do engenheiro aeroespacial americano (Edward) Murphy: qualquer situação, por pior que seja, está sujeita a agravamentos.

O que transformou o Haiti no país mais pobre das Américas? O processo ininterrupto de “colonização” (usurpação), que não se findou, paradoxalmente, com sua independência, inovadora e sui generis, em 1804, a segunda do continente (a primeira foi a dos Estados Unidos, em 1776) e a primeira liderada exclusivamente por negros, que conquistaram sua liberdade, em 1794 – ao contrário dos negros brasileiros, que foram “alforriados” quase cem anos depois.

O Haiti, disputado pela Espanha e França, antes de sua independência, não teve ao menos os benefícios secundários de uma colonização como a brasileira. Na verdade, sua independência política consistiu num abandono de território. As plantações de cana de açúcar francesas, que fizeram a riqueza de Paris, haviam esgotado o solo, quando Napoleão entregou a ilha à sua própria sorte.

A República negra sofreu boicotes desde seu início e tornou-se um “encrave negro”. O sismo do dia 12 de janeiro, 35 vezes mais forte do que a bomba atômica lançada sobre Hioshima no final da Segunda Guerra, deu-se, na verdade, quando Colombo chegou na ilha em 1492.

À deriva desde sua independência
As terras haitianas já eram parcialmente inférteis no começo do século 19. A jovem Revolução Industrial, àquela altura, substituía, passo a passo, o trabalho humano pela máquina, a agricultura e o artesanato pelo manufatura. Sem terras férteis, sem possibilidade para cultivar suas possíveis matérias primas, a república negra seguiu à deriva, de crise política em crise política.

O jovem capitalismo industrial, baseado igualmente na exploração dos escravos, radicalizou as relações de produções, adicionando a elas, então, o racismo e os conflitos raciais, um instrumento econômico, que perpetuou os negros como seres inferiores – mesmo depois de suas alforrias.

Os conflitos raciais entre brancos e mulatos e os negros (a maioria do país) inviabilizaram o Haiti. O país fechou-se em si mesmo, cumprindo sua vocação de ilha. Fechou-se nos conflitos raciais legados pelos colonizadores franceses e espanhóis, fechou-se no passado, em sua impotância, em sua psique tribal reprimida.

Sua localização geográfica não o ajuda: situa-se entre a Venezuela e os Estados Unidos, ao lado de Cuba. É um lugar de passagem. E, com a doutrina Monroe (de James Monroe, lançada em 1823, “A América é dos americanos”), tornou-se “propriedade” implícita dos Estados Unidos.



Uma viagem de avião de Porto Princípe a Miami não chega a três horas. Da segunda metade do século 19 ao começo do século 20, vinte governantes alternaram-se no poder e, dentre eles, 16 foram depostos e/ou assassinados.

No século 20, o Haiti experimentou uma sequência ainda mais alucinada de crises políticas, a confirmar que o colonizador não lhe deixou – como herança – os princípios iluministas da Revolução Francesa e tampouco um Estado de Direito, com Executivo, Judiciário e Legislativo, mesmo que incipientes, legando-o apenas a deterioção do passado tribal africano, que talvez lhe desse alguma unidade.

Em 1902, houve um guerra civil. De 1902 a 1908, a ditadura de Nord Alexis. De 1915 a 1934 foi ocupado pelos Estados Unidos (a mando inicial de seu presidente Woodrow Wilson), sob o pretexto de que seu governo não havia pago uma dívida contraída junto ao City Bank e ainda que as corporações estadunidenses, lá instaladas, estavam sob risco, impondo-se a pacificação das cidades e, sobretudo, para revogar o artigo da Constituição que proibía a venda de cana de açúcar aos estrangeiros. A riqueza do Haiti (o acúçar) foi o germe de sua destruição, à mingua de uma sociedade civil minimamente organizada.

Tortura e vodu
Os civis ocupam o poder de 1934 a 1957, como sempre, de crise em crise. Em 1957, François Duvalier – o Papa Doc – elegeu-se presidente e, com o apoio dos americanos, sob o signo da Guerra Fria e da Revolução cubana de 1958, declarou-se presidente vitalício em 1964.

Papa Doc implantou uma ditadura feroz, baseada no terror dos “tontons macoutes” (bichos-papões) e – ressignificando a origem africana – no vodu. Sua principal obra foi exterminar o pouco de sociedade civil que ainda havia no país e também a Igreja Católica que, àquela altura, ensaiva os primeiros passos da teologia da libertação na América Latina.

Papa Doc, um Napoleão de hospício e presídio, desflorestou o país na fronteira com a República Dominicana para ter os inimigos sob sua mira. Haitianos e dominicanos se odeiam, na ilha ou em Miami ou Nova Iorque, para onde inúmeros imigraram. O terremoto é fruto também de política predatória – crônica – em relação ao meio ambiente. O país perdeu 98% de suas florestas. Nada se pode cobrar, entretanto: o país nunca existiu de fato.

François Duvalier foi sucedido pelo seu filho Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, em 1971. Baby Doc permaneceu no poder até 1986, três anos antes da Queda do Muro de Berlim. A França lhe deu asilo político.

A ditadura dos Doc fez o país regredir 200 anos, deixando-o em estado colonial, agora, em plena terceira Revolução Industrial, e sem o acúçar, seu ouro branco. Leslie Manigat governou o Haiti de fevereiro a junho de 1988, depois de ele ser controlado pelo general Henri Namphy, de veia doquiana, por ano e meio como sucessor de Jean-Claude.

Seguiram-se golpes de Estado, liderados pelos doquistas até que o padre, de esquerda, Jean-Bertrand Aristide elegeu-se em 1990, renovando o sonho de 1804, o sonho da República negra dos ex-escravos Toussaint Louverture e Jacques Dessalines – país da independência.

As forças doquianas ou as forças que Doc encarnou – autoritárias – permaneciam vivas e Aristide foi deposto, em 1991, pelo general Raul Cedras – a ONU e a OEA, como sempre, impuseram “sanções econômicas” ao país. No fundo, os Estados Unidos e a Europa foram, ao longo do século 20, esvaziando qualquer possibilidade de nação para o Haiti e as sanções econômicas são prova disso.

A imigração tornou-se uma rotina, acentuada pela crise de Aritide/Cedras. O Conselho de Segurança da ONU decretou, em 1994, bloqueio total ao país. Uma Junta Militar empossou Émile Jonassaint, o que bastou para os americanos intesificarem as sanções. Em 1994, Aristide foi reempossado por uma força militar norte-americana. Em 2004, foi deposto.

Para controlar a situação tensa, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou o envio de uma força de mantenedores de paz, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). Liderada pelo Brasil, a força tem atualmente 7 mil homens, entre eles 1.266 brasileiros. Além desses neo-piratas abrigados em ONGs.

Sob o governo do Minustah, deu-se o terremoto físico, há tanto experimentado continuamente na vida social. Como observa Aznárez, com pertinência, a história do Haiti é excessiva, desde o chicote colonial francês até os dias de hoje.

Esse país, entretanto, legou à humanidade um pintor do nível de Hector Hyppolite (1894-1948), descoberto pelo poeta francês André Breton (1896-1966), líder do movimento surrealista, que morou na ilha em 1944, e poetas de primeira plana como Rene Depestre (n. 1926).

Depestre afirma, com pertinência, que os processos coloniais estão mais do que vivos. Ele acrescenta que houve uma espécie de descolonização “institucional” e uma das relações internacionais, em nível protocolar, sem descolonização das mentes e corações.

O Haiti é o produto mais cruel desses processos coloniais europeus (e americanos), sob a etiqueta “globalização”: ela não incluiu, como aduz Depestre, a totalidade dos valores das diversas civilizações e culturas, mas, ao contrário, impôs um padrão único, causando o yhadismo, o terorismo, a pobreza etc.

O Haiti é a vítima da hora. Ele, apesar da comoção mundial que provoca, será ainda palco de disputa geopolítica áspera, onde o que menos importa é sua população, confirmando a Lei de Murphy.

http://ultimosegundo.ig.com.br/opiniao/regis_bonvicino/2010/01/15/haiti+uma+historia+de+paradoxos+e+excessos+9322073.html
http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&um=1&q=HAITI+mapa&sa=N&start=18&ndsp=18

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

SURINAME


DADOS PRINCIPAIS:

Área: 163.265 km²
Capital: Paramaribo
População: 445 mil (estimativa 2007)
Nome Oficial: República do Suriname
Nacionalidade: surinamesa
Governo: República presidencialista
Divisão administrativa: 9 distritos


GEOGRAFIA:

Mapa do Suriname
Localização: norte da América do Sul
Cidades Principais: Paramaribo, Lelydorp, Nieuw Nickerie
Clima: equatorial

DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:

Composição da População: indianos (37%), eurafricanos (31%), javaneses (15%), afro-americanos (10%), ameríndios (3%), chineses (2%), outros (2%).
Idioma: holandês (oficial), hindustâni, javanês, inglês, francês, crioulo.
Religião: cristianismo (51,2%), hinduísmo (17,2%), islamismo (13,7%), sem religião e ateísmo (3,9%), novas religiões (5,9%), espiritismo (3,5%), outras (4,6%).

ECONOMIA:

PIB (Produto Interno Bruto): US$ 1,3 bilhão (2005)
Força de trabalho: 152 mil (2005)
Moeda: dólar surinamês
Principais atividades econômicas: produção de bauxita, agricultura e comércio.
http://www.suapesquisa.com/paises/suriname/
http://www.lldxt.nl/lldxt/pz_2005/images/Suriname-map.gif

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

CHINA

A China é um país autônomo, com leis e governo próprio, no entanto, para facilitar a administração do extenso território, o país é dividido em províncias, em outros países essa denominação pode mudar, como é o caso do Brasil e dos Estados Unidos que chamam de Estado, ou mesmo na Rússia que é denominado de República.

O território chinês é dividido em vinte três províncias, cinco regiões autônomas, quatro cidades administrativas e duas zonas administrativas.


DADOS PRINCIPAIS

ÁREA: 9.536.499 km²
CAPITAL: Pequim
POPULAÇÃO: 1,306 bilhão (estimativa 2005)
MOEDA: Iuan
NOME OFICIAL: REPÚBLICA POPULAR DA CHINA ( Zhonghua Renmin Gongheguo ).
NACIONALIDADE: chinesa
DATA NACIONAL: 1 e 2 de outubro (Dia da Pátria, Proclamação da República Popular da China).
LOCALIZAÇÃO: leste da Ásia
FUSO HORÁRIO: + 11 horas em relação à Brasília
CLIMA DA CHINA : de montanha (O e SO), árido frio (N, NO e centro), de monção (litoral S)
CIDADES DA CHINA (PRINCIPAIS): Xangai, Pequim (Beijing), Tianjin; Shenyang, Wuhan, Guangzou (Cantão).
REGIÃO ESPECIAL ADMINISTRATIVA: Hong Kong
COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO: chineses han 92%, grupos étnicos minoritários 7,5% (chuans, manchus, uigures, huis, yis, duias, tibetanos, mongóis, miaos, puyis, dongues, iaos, coreanos, bais, hanis, cazaques, dais, lis), outros 0,5% (dados de 1990).

IDIOMAS: mandarim (principal), dialetos regionais (principais: min, vu, cantonês).

RELIGIÃO: crenças populares 20,1%, budismo 8,5%, islamismo 1,4%, cristianismo 0,1%, sem filiação e ateísmo 63,9%, outras 6% (dados de 1980).

DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 136,1 hab./km2 (estimativa 2005)

CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO: 0,9% ao ano (1995 a 2000)

TAXA DE ANALFABETISMO: 15% (dados de 2005).

RENDA PER CAPITA: US$ 7.204 (estimativa 2005).

ECONOMIA DA CHINA :
Produtos Agrícolas: arroz, batata-doce, trigo, milho, soja, cana-de-açúcar, tabaco, algodão em pluma, batata, juta, legumes e verduras.
Pecuária: eqüinos, bovinos, búfalos, camelos, suínos, ovinos, caprinos, aves
Mineração: carvão, petróleo, chumbo, minério de ferro, enxofre, zinco, bauxita, asfalto natural, estanho, fosforito.
Indústria: têxtil (algodão), materiais de construção (cimento), siderúrgica (aço), equipamentos eletrônicos.

http://www.suapesquisa.com/paises/china/
http://www.brasilescola.com/china/
http://www.economiabr.defesabr.com/Fotos/China_Map.gif

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

CHINA ATUAL

História da China Antiga e China Atual

Informações sobre a China, população chinesa, economia da China atual.

A República Popular da China situa-se na parte leste da Ásia. A China, terceiro maior país do mundo depois da União Soviética e do Canadá, é limitada ao norte pela Mongólia e pela União Soviética, a leste pela União Soviética, Coréia do Norte, mar Amarelo e mar da China Oriental; ao sul pelo mar da China do Sul, pelo Vietnã do Norte, Laos, Birmânia, Índia, Butão, Silkim, Nepal e Paquistão Ocidental; a oeste pelo Afeganistão e União Soviética.
Dois terços da China são montanhosos ou semidesérticos. A sua parte oriental é formada por férteis planícies e deltas. Há ilhas, sendo que a maior delas é Hainan, na costa meridional. Os rios principais são: Amarelo, Amur e Yu.
A China tem uma área de 9.596.961 Km2 e uma população superior a 1.300.000.000 de habitantes. Sua capital é Pequim. São cidades principais: Xangai, Pequim, Tientsin, Luta, Shenyang, Cantão, Wuhan, Harbin, Sain. 94% dos chineses são han e 11% de chuangs.
A agricultura é a base da economia. Os chineses plantam arroz, trigo, cevada, soja, painço, algodão, chá e tabaco. Há também grandes reservas de carvão, ferro, cobre, chumbo e outros minerais.
A história da China tem mais de quatro mil anos. Ela teve uma das civilizações mais velhas do mundo e, durante a Idade Média, a ciência e as artes chinesas eram mais avançadas do que as européias. Os chineses in­ventaram o papel, a impressão, a pólvora, e tinham grande talento para a poesia, pintura, teatro e cerâmica. Depois, sua grandeza caiu, e por muitos anos sofreu a pobreza, as revoluções e as guerras.

Características da economia chinesa:

- A China entrou, a partir da década de 1990, na economia de mercado, ajustando-se ao mundo globalizado;
- A China é o maior produtor mundial de alimentos: 500 milhões de suínos, 450 milhões de toneladas de grãos;
- É o maior produtor mundial de milho e arroz;
- Agricultura mecanizada, gerando excelentes resultados de produtividade;
- Aumento nos investimentos na área de educação, principalmente técnica;
- Investimentos em infra-estrutura com a construção de rodovias, ferrovias, aeroportos e prédios públicos. Construção da hidrelétrica de Três Gargantas, a maior do mundo, gerando energia para as indústrias e habitantes;



- Investimentos nas áreas de mineração, principalmente de minério de ferro, carvão mineral e petróleo;
- Controle governamental dos salários e regras trabalhistas. Com estas medidas as empresas chinesas tem um custo reduzido com mão-de-obra (os salários são baixos), fazendo dos produtos chineses os mais baratos do mundo. Este fator explica, em parte, os altos índices de exportação deste país.
- Abertura da economia para a entrada do capital internacional. Muitas empresas multinacionais, também conhecidas como transnacionais, instalaram e continuam instalando filiais neste país, buscando baixos custos de produção, mão-de-obra abundante e mercado consumidor amplo.
- Incentivos governamentais e investimentos na produção de tecnologia.
- Participação no bloco econômico APEC (Asian Pacific Economic Cooperation), junto com Japão, Austrália, Rússia, Estados Unidos, Canadá, Chile e outros países;
- A China é um dos maiores importadores mundiais de matéria-prima.
- No primeiro trimestre de 2009, o PIB da China cresceu 6,1 %. Este dado significou o pior crescimento econômico da economia chinesa desde 1992. Demonstrou que, apesar do crescimento, a economia chinesa foi fortemente afetada pela crise mundial.

Problemas da China
Embora apresente todos estes dados de crescimento econômico, a China enfrenta algumas dificuldades.
-Grande parte da população ainda vive em situação de pobreza, principalmente no campo.
-A utilização em larga escala de combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo) tem gerado um grande nível de poluição do ar.
-No território chinês, 70 % dos rios estão contaminados, e o gelo do Himalaia derrete constantemente, enquanto que os desertos do norte ameaçam comunidades que totalizam 400 milhões de pessoas.
-Os salários, controlados pelo governo, coloca os operários chineses entre os que recebem uma das menores remunerações do mundo.

De 2002 a 2007, a cidade de Linfe, pertencente à província de Shanxi, foi considerada a cidade mais poluída do mundo. Linfe é umas das imagens negativas do crescimento econômico chinês, que se desenvolve longe das bases sustentáveis de produção.


Mesmo assim, o crescimento chinês apresenta um ritmo alucinante, podendo transformar este país, nas próximas décadas, na maior economia do mundo.


http://www.tg3.com.br/historiadachina/
http://engenhariacivil.wordpress.com/2007/05/25/barragem-de-three-gorge/
http://www.infoescola.com/geografia/poluicao-na-china/

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

África

Novo oceano pode estar se formando na África
A maior fenda da crosta terrestre vista em décadas, ou talvez em séculos, pode ser o início de um novo oceano, de acordo com dados recolhidos por satélite.
Geólogos dizem que a fenda de 60 km, aberta no ano passado, pode chegar a atingir o Mar Vermelho, isolando grande parte da Etiópia e Eritréia do resto da África.
Ela foi aberta por um terremoto em setembro e, segundo observações de cientistas publicadas na revista Nature, estaria crescendo com uma velocidade sem precedentes.
A fenda reflete movimentos subterrâneos, onde algumas das placas tectônicas que formam a África estão se distanciando gradualmente da placa Arábica, obrigando a crosta a se abrir.
À medida em que a fenda cresce, rochas derretidas são empurradas para a superfície, se solidificando e formando o piso de um eventual novo oceano.
Os cientistas calcularam que 2,5 km cúbicos de lava afloraram da fenda aberta na crostra terrestre, volume suficiente para encher um estádio de futebol de grande porte pelo menos duas mil vezes.
Tim Wright, da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, diz que, se o movimento continuar, a região conhecida como o Chifre da África vai se separar do resto do continente em cerca de um milhão de anos.
Ele afirma que, neste caso, a fenda "vai alcançar o Mar Vermelho e o oceano vai jorrar por ela".
Primeira vez
Wright integra uma equipe da Grã-Bretanha e Etiópia que vem monitorando a criação da nova bacia oceânica, um evento raro em terra firme.
Eles utilizam instrumentos sísmicos de ponta, medidores de campo e imagens de satélite da Agência Espacial Européia, Envisat, para a pesquisa.
"Obtivemos um mapa bastante preciso", diz ele.
"É a maior fenda que se abre desde os anos 1970 e, talvez, em centenas de anos."
"Esta é a primeira vez que podemos usar imagens de satélite para investigar o processo fundamental no momento em que ele acontece."
Os movimentos nas placas terrestres vêm acontecendo gradualmente nos últimos dois milhões de anos, mas de tempos em tempos, terremotos e erupções vulcânicas causam rupturas repentinas.
BBC Brasil
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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Venezuela

04/09/2009 - 15h29
Centenas protestam contra Chávez na Venezuela e Espanha
da Folha Online
Após um grupo de colombianos convocar uma "marcha global" contra a política externa do presidente venezuelano, Hugo Chávez, centenas de pessoas foram às ruas em Caracas (Venezuela), Madri e Barcelona (ambas na Espanha) para protestar contra políticas que "empobrecem, dividem e manipulam" os venezuelanos.



Manifestante segura placa com frase "sem mais Chávez" em protesto contra o presidente Hugo Chávez em praça de Madri


"Chávez não quer gerar bem-estar mas oprimir e empobrecer o povo, levar a Venezuela ao confronto, prender os que se opõem, ideologizar a juventude. Usa o nome de nosso libertador, Simón Bolívar, como desculpa para sua revolução, manipulando seu legado histórico", disseram os manifestantes em um documento lido na ocasião, em uma avenida do leste de Caracas, capital venezuelana.
Vestidos de branco, levando bandeiras venezuelanas e conclamando "Não mais Chávez", os venezuelanos denunciaram o "desperdício" dos recursos do país, a "intransigência" do presidente e sua "intromissão" em assuntos de outros países.
"Esta é a maneira de demonstrar nossa rejeição às políticas interna e externa do presidente Chávez, para mostrar que queremos uma Venezuela diferente, livre e soberana", declarou Héctor Castillo, professor universitário.
Espanha
No centro de Madri, um grupo de cem pessoas se manifestou contra Chávez "pela liberdade de expressão e o respeito aos direitos humanos".
Outro grupo de cerca de cem pessoas se reuniu em Barcelona, na praça de Sant Jaume, com bandeiras da Venezuela e cartazes contra o que chamaram de ditadura na Venezuela.
Os manifestantes nas duas cidades gritavam slogans como "Não mais Chávez" e "Vá embora".
Marcha mundial
A previsão dos organizadores da "marcha mundial" contra o presidente disseram que os protestos estavam programados para cem cidades de 30 países.
O grupo "Marcha Mundial contra Chávez em 4 de Setembro", criado pelo colombiano Alejandro Gutiérrez, 28, economista e empresário, teve, em dez dias, 342.538 adesões no site de relacionamento Facebook.
Ao mesmo tempo, grupos de simpatizantes do presidente venezuelano anunciaram eventos para apoiá-lo em 50 países.
Com France Presse e Efe

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Saiba mais sobre o Afeganistão


O Afeganistão é um dos países mais pobres do mundo e tem vivido tamanha instabilidade nas últimas décadas, que sua economia e infra-estrutura estão em ruínas.
Um terço da população afegã deixou o país, abalado não só por guerras e conflitos internos, mas também por desastres naturais, como terremotos e secas.
Por sua posição estratégica, espremido entre o Oriente Médio, a Ásia Central e a Índia, ao longo da antiga "Rota da Seda", o Afeganistão foi disputado por vários países durante longo tempo; no século XIX, o país foi disputado tanto pela Rússia Imperial como pelo império britânico na Índia.
No final da década de 70, o Afeganistão se tornou um importante campo de batalha da Guerra Fria, depois que milhares de soldados soviéticos foram enviados ao país, em 1979, para garantir a permanência do regime pró-comunista. Isso resultou em um grande confronto, envolvendo os Estados Unidos e os vizinhos do Afeganistão.


População: 26 milhões

Renda per capita: não disponível

Capital: Cabul

Língua: pashtu e dari (persa)

Religião: Islamismo

Expectativa de Vida: 46 anos (homens), 45 anos (mulheres)

Moeda: 1 afegano = 100 puls

Exportação: frutas, castanhas, tapetes e lã

Domínio da internet: .af

DDI: 389


http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/000000_pafeganistao.shtml

AFEGANISTÃO

Conheça o que está em jogo nas eleições do Afeganistão
Folha OnLine
Mais de 15 milhões dos 33 milhões de cidadãos afegãos são esperados para participar das eleições presidencial e provinciais que acontecem nesta quinta-feira (20). Este é o segundo pleito ocorrido no país desde a invasão por parte das tropas internacionais lideradas pelos Estados Unidos e a deposição do grupo fundamentalista islâmico Taleban, em 2001. Estão em jogo a Presidência e as vagas nos Conselhos Provinciais de todas as 34 Províncias.
Todo candidato à Presidência deve ser cidadão exclusivamente afegão, filho de pais afegãos, muçulmano e com mais de 40 anos de idade. Ele não pode ser integrante ou comandante de milícias armadas.
Dos 41 candidatos registrados (incluindo duas mulheres), 36 chegaram às cédulas, porém a maior chance de vitória, segundo as mais recentes pesquisas de intenção de voto, é mesmo do presidente de Hamid Karzai, candidato à reeleição. Os seus principais concorrentes são o ex-chanceler Abdullah Abdullah e o deputado Ramazan Bashardost, da minoria étnica hazara.
Um candidato precisa de mais de 50% dos votos válidos para vencer em primeiro turno. Caso contrário, os dois primeiros participam do segundo turno. Neste ano, a data provisória para a realização de um eventual segundo turno é 1º de outubro próximo.
Nas eleições provinciais, concorrem, neste pleito, mais de 3.000 candidatos, dos quais cerca de 10% são mulheres.
O número de cadeiras disponível em cada Conselho Provincial varia conforme a população, sendo que o mínimo é de nove e o máximo, observado na capital Cabul, é de 29. Conforme a Lei Eleitoral afegã, ao menos 25% das vagas de cada Conselho Provincial são reservadas para mulheres. Caso não haja candidatas suficientes, essas vagas permanecem vazias.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009


IRÃ

Irã ou República Islâmica do Irã é um país localizado no Oriente Médio, um subcontinente da Ásia. O país possui uma área de 1 648 195 km², onde vivem cerca de 68 milhões de habitantes.
A topografia do país é constituída, basicamente, por planaltos, havendo uma cadeia de montanhas ao redor dos mesmos. Na parte central estão estabelecidos dois desertos, o Dasht-e-kavir e o Dasht-e-Lut. Ao norte, próximo ao Mar Cáspio, se encontram as montanhas Elburz, que abrigam vulcões em atividade. Essa área montanhosa possui o ponto mais elevado do país, o Monte Demavend, com 5.671 metros de altitude.
Assim como a maioria dos países do Oriente Médio, o Irã possui em seu território poucos recursos hídricos. Há basicamente três grandes rios, são eles: Karun, Atrak e Safid.
São identificados dois tipos de climas na região, o árido subtropical e o subtropical de altitude.
A economia iraniana está extremamente vinculada à produção de petróleo.
A exportação do país está ligada a produtos como tapetes, frutas secas e especiarias. Apesar das adversidades climáticas, a agricultura desempenha um importante papel na composição do PIB do país.
O Irã produz trigo, cevada, centeio, milho, sorgo, algodão, arroz, uvas, maçãs, peras, pêssegos e bananas. Na pecuária se destaca na criação de ovinos, caprinos e camelos.
Já na pesca, a atividade não tem sido explorada em todo seu potencial.
Dados gerais do país Nome: República Islâmica do Irã.
Gentílico: iraniano (a).
Capital: Teerã
Língua oficial: persa.
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): 0, 759 – médio.
Moeda: rial iraniano.

Por Eduardo de Freitas - Graduado em Geografia - Equipe Brasil Escola

sábado, 25 de abril de 2009

PAÍSES DESENVOLVIDOS E PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS


O Desenvolvimento e o Subdesenvolvimento

Atualmente, os países do mundo desenvolvido têm sido chamados de países do Norte e os países do mundo subdesenvolvido, de países do Sul.
Essa classificação explica-se pela posição geográfica dos países no mundo.



O Mundo desenvolvido

Os países desenvolvidos são países que atingiram um elevado grau de industrialização e um elevado padrão de vida de suas populações. As principais características do mundo desenvolvido são:
a) alto nível de desenvolvimento científico e tecnológico;
b) possuem um estrutura industrial completa;
c) possuem as maiores empresas multinacionais e bancos internacionais;
d) exportam produtos industrializados, conhecimentos tecnológicos e capitais;
e) importam produtos primários;
f) possuem modernos meios de transporte e de comunicações;
g) praticam agropecuária intensiva;
h) a população urbana é maior que a população rural;
i) a população possui um padrão de vida elevado.

O Mundo subdesenvolvido

Países subdesenvolvidos são aqueles que apresentam forte dependência econômica em relação às nações desenvolvidas e mantêm grandes desigualdades sociais. As principais características do mundo subdesenvolvido são:
a) em geral, possuem poucas indústrias;
b) sofrem forte influência de multinacionais;
c) normalmente são exportadores de produtos primários;
d) são importadores de bens de produção, conhecimentos tecnológicos e de capitais;
e) possuem sistemas de transportes e meios de comunicação insuficientes;
f) a agropecuária é extensiva, com baixa produtividade;
g) as cidades têm crescimento muito rápido e possuem muitos bairros pobres e favelas;
h) as populações possuem um baixo padrão de vida.

Responda: (no caderno as quatro questões abaixo)
1-Como o mundo se subdividiu do ponto de vista político, econômico e social, após a II Guerra Mundial? Dê um exemplo de cada.
2-Como se caracteriza a nova ordem mundial?
3-Quais as características da ordem bipolar?
4-Explique o por quê da denominação países do Norte e países do Sul.

Assinale V ou F:
1. ( ) Após a II Guerra, de acordo com características políticas, econômicas e sociais, o mundo se dividiu em dois grandes conjuntos.
2. ( ) A crise do socialismo e o fim da URSS não mudaram a situação da divisão mundial entre os países.
3. ( ) Hoje o capitalismo passou a ser o único sistema sócio-econômico do mundo.
4. ( ) A nova ordem mundial caracteriza-se pela igualdade de desenvolvimento econômico e social e pela competição política entre os países.
5. ( ) A oposição entre o capitalismo e o socialismo é a principal característica da nova ordem mundial.
6. ( ) Os países subdesenvolvidos vêm sendo chamados de países do Sul.
7. ( ) A Austrália e a Nova Zelândia são conhecidos como países do Sul, apesar de se localizarem no hemisfério Norte.
8. ( ) Os paises subdesenvolvidos apresentam uma estrutura industrial completa.
9. ( ) As sedes das empresas multinacionais e dos bancos internacionais localizam-se nos países desenvolvidos.
10. ( ) Nos países desenvolvidos, as indústrias são predominantemente de bens de consumo.
11. ( ) A agropecuária nos países subdesenvolvidos é extensiva, com baixa produtividade.
12. ( ) O nível científico e tecnológico dos países desenvolvidos é muito alto.
Respostas:
VFFFFVFFVFVV

quinta-feira, 2 de abril de 2009

REINO UNIDO RETIRA TROPAS DO IRAQUE

Jornal Zero Hora 31/03/2009

Reino Unido inicia oficialmente retirada do Iraque

Dos 4,1 mil soldados britânicos no sul do país, 90% iniciarão seu retorno em 31 de maio


As tropas britânicas iniciam nesta terça-feira oficialmente sua retirada do Iraque, operação que será completada a partir de 31 de maio, quando o grosso do contingente militar do Reino Unido em Basra, no sul do país, começará a voltar para casa. O início da retirada será marcado por uma cerimônia em que o general britânico responsável pelas tropas de seu país na região, Andy Salmon, entregará o controle a um oficial americano, que dirigirá a partir de agora uma divisão multinacional. Em declarações à rede de TV BBC, o general Salmon se disse satisfeito com a tarefa desenvolvida pelas tropas britânicas desde a invasão do Iraque, em março de 2003. — Ajudamos a conseguir uma situação de segurança, estabelecemos as condições para um desenvolvimento social e econômico, e acho que podemos ir com a cabeça erguida — declarou o militar. O Reino Unido tem 4,1 mil soldados no sul do Iraque, 90% dos quais iniciarão seu retorno para casa em 31 de maio, data fixada pelo governo britânico para declarar concluídas as operações na região. Espera-se que em julho só permaneçam no Iraque 400 militares, em sua maioria dedicados a tarefas administrativas e ao treinamento das forças navais locais.
Uma vez terminada a retirada, o governo Gordon Brown se comprometeu a abrir uma investigação sobre os motivos que levaram o Reino Unido a apoiar o ex-presidente americano, George W. Bush, na decisão de invadir Iraque.
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Mundo&newsID=a2459585.xml

terça-feira, 31 de março de 2009

IRAQUE

O Iraque é um país do Oriente Médio, limitado a norte pela Turquia, a leste pelo Irão, a sul pelo Golfo Pérsico, pelo Kuwait e pela Arábia Saudita e a oeste pela Jordânia e pela Síria. Capital: Bagdá.
O território do atual Iraque foi o berço da civilização suméria por volta de 4000 a.C. Ao longo dos séculos foi cenário de civilizações urbanas como as da Acádia, Babilônia, Assíria e Caldéia. A região mesopotâmica situava-se na rota de várias migrações de povos e expedições de conquista como os: hititas, mitanis, persas, gregos, romanos e bizantinos.
Conquistada por persas, gregos e romanos a Mesopotâmia se torna o centro de um vasto império árabe no século VII. Um século depois, a "Dinastia dos Abbas" decidiu mudar a capital de Damasco para o leste, e o califa Mansur construiu a nova capital Bagdá, nas margens do Rio Tigre. Durante três séculos, a cidade das "Mil e uma Noites" foi o centro de uma nova cultura.
O Iraque moderno nasce em 1920, quando o Império Turco-Otomano é desmembrado depois da Primeira Guerra Mundial. Uma decisão da Liga das Nações põe o novo país sob a tutela do Reino Unido o que faz eclodir uma rebelião independentista.
O Iraque nasceu de uma costura mal-feita no fim da I Guerra. Os iraquianos são árabes em sua maioria, no norte há uma importante minoria curda (20%). A religião é majoritariamente islâmica, a maioria dos muçulmanos xiitas (62% da população) habita o sul do país. No centro, predominam os árabes sunitas, que compartilham sua opção religiosa com os curdos do norte (os sunitas totalizam 65% da população). O árabe é oficial e predominante, já no Curdistão, o árabe é ensinado como segunda língua depois do curdo.
Depois da invasão do Iraque e a queda do ex-regime, os americanos começaram empurrar o novo processo político no Iraque. Muitos partidos iraquianos, velhos e novos, começaram a disputa de poder em um país que passou mais de três décadas sob o poder de um partido único. Os partidos que eram considerados de oposição voltaram para o Iraque depois de muitos anos de exílio em vários países como Irã, Inglaterra e Estados Unidos.
A primeira eleição no Iraque foi realizada em 30 de Janeiro de 2005, dois anos depois da invasão, para escolher os 275 membro da Assembléia Nacional do Iraque.
Em 15 de outubro de 2005, cerca de 63% dos iraquianos votaram em decidir aceitar ou rejeitar a nova constituição. No dia 25 a nova constituição foi aprovada com a maioria de 78%. Porém, enquanto a nova constituição foi apoiada por os kurdos e os shiitas, foi rejeitada pelos sunitas árabes.
A eleição de 15 de Dezembro do mesmo ano foi realizada de acordo com a constituição para escolher o novo governo, o que acabou sendo considerada uma vitória política para o novo governo e para os americanos no processo do que eles chamam de (Democratizar o Iraque). Porém, a eleição foi controlada totalmente pelos três grupos étnicos (Shi’itas , Sunitas e Kurdos) o que acabou aprofundando as divisões entre eles. Isso criou uma ameaça para o novo e ainda frágil processo político especialmente com o uso da violência como uma forma de pressão no processo político.
O governo americano afirmou que a eleição seria o primeiro passo para ter um Iraque democrático. Porém, os acontecimentos depois desta data não mostrarem progresso. O novo governo não conseguiu até hoje controlar o pais, e as divisões no sistema político acabaram ficando cada vez mais criticas.
Hoje, o atual presidente do Iraque é Jalal Talabani, primeiro presidente eleito. Talibani é curdo e os curdos são 17 % da população iraquiana.
Visite o site abaixo, voce encontrará a matéria completa.
http://www.icarabe.org/curso/curso2/Aula%20Complementar_Khalid.pdf

Fonte: Wikipedia

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

ÍNDIA

Sistema de castas da Índia
Por volta de 850 AC teve origem na Índia o malfadado sistema de castas, embora as opiniões dos especialistas a respeito da data exata do seu estabelecimento estejam divididas. Sabe-se que surgiu com os árias, e a partir daí começou a desenvolver-se e se enraizar na cultura do país...Um sistema que perpetua a crença na superioridade racial de determinadas "classes" de seres humanos sobre outras. - A aceitação da opressão de certas castas "nobres" sobre a maioria sofredora. - Este é o código sócio-religioso conhecido como "Sistema de Castas", fundamental no hinduísmo e que influencia toda a estrutura da sociedade na Índia. Apesar de a discriminação em função das castas, hoje, ser proibida pela constituição indiana, o sistema continua sendo observado, na prática, por mais de 80% da população do país, segundo sensos recentes.Sua origem parece proveniente da divisão entre o imigrante ária, de pele clara, e os nativos (dasya), denominados escravos (dasas), que se distinguiam pela pele escura. Os árias são descendentes dos povos brancos de famílias indoeuropéias. As primeiras referências históricas sobre a existência de castas se encontram em um livro sagrado dos hindus, chamado Manu, possivelmente escrito entre 600 e 250 AC. Define-se casta como grupo social hereditário, no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho, endógamo, pois ele só pode casar-se com pessoas do seu próprio grupo. Estão predeterminados também sua profissão, seus hábitos alimentares, o tipo de vestuário e etc., o que leva à formação de uma sociedade estática. Em outras palavras, não há como escapar, é simplesmente impossível, a alguém que tenha nascido numa situação de vida miserável, trabalhar para melhorar essas condições. Não pode haver aspiração ao crescimento ou ao progresso, seja profissional, social ou mesmo espiritual, e nem de espécie alguma.

Trabalhadores "dalits" - os párias da sociedade hindu
O sistema subjuga as castas mais baixas, principalmente as mulheres. É comum ver mulheres e crianças, mesmo as menores, trabalhando pesado em regime de trabalhos forçados, na construção civil, em limpeza de fossas, cemitérios, curtumes e todo tipo de trabalho considerado indigno ou degradante. Tudo porque nasceram na casta errada.Embora a palavra "casta" tenha sido introduzida pelos portugueses por volta do século XV dC, a principal característica do sistema surgiu no final do período védico. Dois termos antigos - "Varna" e "Jati" - são usados na Índia para definir o sistema de castas."Varna" quer dizer, literalmente "de cor". Por volta de 600 AC, este tornou-se o padrão de classificação da população na Índia. A pele clara dos arianos os distinguia dos primeiros habitantes do país, que tinham a pele escura. O "Varna" é uma divisão social hindu que divide em categorias a sociedade, sendo que originalmente eram apenas quatro: Brâmanes (sacerdotes, religiosos e nobres), os Xátrias (guerreiros), os Vaixias (camponeses e comerciantes) e os Sudras (escravos). À margem dessa estrutura social estão os "párias", os sem casta ou "intocáveis", hoje chamados "dalits", "haridchans" ou "haryans". Com o passar do tempo, tem havido centenas de subdivisões no sistema, que não param de se multiplicar.Jati - Existem milhares de diferentes grupos Jatis em toda Índia. Nenhum destes grupos se considera como igual a qualquer outro grupo, mas todos são partes de uma hierarquia local ou regional. Estes não são organizados em qualquer sentido institucional, e tradicionalmente não havia um registro formal do status da casta. Enquanto indivíduos, acham impossível mudar de casta ou subir na escala social, mas alguns grupos por vezes tentaram ganhar reconhecimento das castas mais altas pela adoção das práticas dos Brâmanes, como o vegetarianismo. Muitos costumam ser identificados com atividades particulares e as ocupações costumam ser hereditárias.Os "párias" ou "dalits" ('sem casta'), são totalmente relegados para fora da sofisticada sociedade hindu, chamados cruelmente de "intocáveis" porque não devem jamais ser tocados pelos membros das castas (isso os contaminaria). Recebem apenas os serviços considerados impuros ou imundos, geralmente associados com os mortos (humanos ou animais) ou com excrementos. Só lhes é permitido lidar com o lixo, com o esgoto, com amontoados de cadáveres e outros empregos que lhe mantém em constante contato com aquilo que o resto da sociedade indiana considera nojento e desagradável. Mas não são apenas as suas ocupações que são consideradas como coisas nojentas e que não devem ser feitas por alguém: os próprios párias são considerados individualmente sujos, e assim não podem manter contato físico com os "limpos" nem com as partes "puras" da sociedade. Vivem isolados. Ninguém pode interferir na sua vida social, pois os intocáveis são os últimos dos últimos, considerados menos que humanos.O membro de uma casta é definido simplesmente pelo nascimento. A crença ferrenha na reencarnação faz com que os hindus acreditem que os méritos conquistados nas vidas passadas é que determinam a casta em que o indivíduo nasce, por isso não há nenhum problema em se agir de acordo com o que consideram a "justiça divina". Não há perdão, não há crescimento espiritual possível nesta vida. Desobediência às regras das castas, tais como a recusa a um casamento arranjado, fazem com que o indivíduo seja desligado da casta em que nasceu. E como ele não pode, em hipótese alguma, fazer parte de uma outra casta, tecnicamente essa pessoa se torna um "sem casta" ou "pária", que, como visto, é o pior destino imaginável para qualquer cidadão indiano. Em muitos lugares, principalmente no interior, isto pode significar que essa pessoa não poderá continuar a trabalhar e a conviver em sociedade, mas se tornará para o resto da vida uma espécie de lixo humano que é impiedosamente desprezado por todos, de religiosos a agnósticos.A luta de Gandhi após a independência da Índia; a pressão exercida pela ONU e por inúmeros órgãos humanitários internacionais, as muitas leis que foram criadas como tentativas de eliminar ou ao menos amenizar a desumanidade do sistema de castas (ilegal desde 1947), tudo foi inútil diante da tradição firmemente arraigada por milênios, e o sistema subsiste. O sistema de castas é uma das bases do hinduísmo. - A religião se torna, então, um poderoso elemento social disciplinador e apaziguador: resignação é a palavra-chave na postura moral do indivíduo hindu.Para os intocáveis, só é permitido usar as roupas que acham nos corpos dos mortos. Nas suas casas, comem de louças quebradas. Eles sofrem restrições sociais extremas. Não podem rezar no mesmo templo, não podem beber da mesma corrente de água, porque poderiam polui-la. Nenhum intocável pode entrar no templo se houver a presença de alguém de uma casta superior - como os sacerdotes do templo, a casta mais elevada, nunca estão fora, os intocáveis na prática são barrados de entrar em templos ou outros lugares onde se pratica religião.Para se ter uma idéia da gravidade da situação, quando os tsunamis de Dezembro de 2004 tragaram a costa do Estado indiano de Tamil Nadu, imaginava-se que a tragédia e a morte agiriam como niveladoras sociais. Mas os esforços de reabilitação e o envio de ajuda econômica não conseguiram superar a discriminação sócio-racial que impera na Índia. As vítimas de Tamil Nadu, o Estado indiano mais devastado pelos tsunamis, esperaram ansiosos a ajuda do governo e de agências humanitárias para poderem reconstruir suas vidas, mas os intocáveis não receberam nada por parte das autoridades locais! Oficialmente, dez mil pessoas morreram, por absoluta falta de cuidados, nessa ocasião, e ninguém na Índia considerou isso chocante. "Não existe nenhum caminho até nossa aldeia. Ninguém vem nem procura vir aqui", relatou um "intocável" de um distrito de Tamil Nadu à agência de notícias internacional Interpress - MW Global, na época. Recentemente, em Junho de 2006, um repórter da revista Capricho publicou uma entrevista com um intocável. O entrevistado revelou que seu irmão, por ter invadido o quintal de um vizinho de casta Vaixia, foi castigado sendo amarrado numa árvore junto com seu pai: depois de uma tremenda surra, toda sua família foi obrigada a assistir enquanto o jovem era lentamente devorado por formigas selvagens."Paul Raj passou 21 anos sem ser abraçado por ninguém – nem pela própria família – pela simples razão de ter nascido numa casta que, na Índia, representa a escória da sociedade. Quando ele tinha 8 anos, encontrou seu irmão amarrado a uma árvore, com as pernas cobertas de formigas vermelhas. O garoto estava sendo punido por ter entrado no jardim de um vizinho. Paul estava com o pai, que se ajoelhou e, chorando, começou a pedir clemência. A reação do dono da casa foi bater no pai e manter o castigo.'A esposa do dono jogava açúcar na perna dele para atrair mais formigas e os filhos dela ficavam rindo em volta. Ficamos ali parados, vendo meu irmão ser comido vivo, sem fazer nada'. A cada 6 meses, ele conseguia encontrar seu pai por meia hora, e escondido. (...) Mas o dia mais emocionante da temporada de Paul em Londres foi quando a chefe do programa de estágio o abraçou. Foi o primeiro abraço que Paul recebeu na vida, e logo de alguém que nem era da sua família (ele e sua noiva Shilpa, por exemplo, apesar de estarem juntos há 6 anos, nunca se beijaram, nem na bochecha). "Quando percebi que estava sendo abraçado, não queria mais largar. Acabei caindo no choro.' - declarou o rapaz...". - Revista Capricho (Junho/2006)Isso foi há pouco mais de dois anos! Não estamos falando de ocorrências de três mil anos atrás, mas de coisas que acontecem no presente, hoje, agora.Alguns dados oficiais*: # A cada dia, três mulheres dalits são estrupadas (uma parte é depois queimada até a morte, como se a culpa pelo estupro fosse dela mesma);# A cada hora, em média, duas casas de dalits são queimadas;# A cada hora, dois dalits são assaltados;# 60 milhões de Dalits são explorados através de trabalhos forçados.# 66% dos dalits são analfabetos;# A taxa de mortalidade infantil dos dalits é perto de 10%;# 57% das crianças dalits de menos de quatro anos de idade estão muito abaixo do peso;# Na Índia de hoje existem 300 milhões de dalits;* Fonte: Organização Internacional Dalit Awakaning.As estimativas atuais apontam que existem em torno de 6.400 castas(!) na Índia de hoje. Cada uma funciona como um grupo separado em função das altas barreiras sociais. Percentualmente, as castas na Índia se classificam da seguinte forma: 1) Castas altas = 15,4% (brâmanes, casta sacerdotal); 2) Castas atrasadas = 56,6%; 3) Dalits = 18,1%; 4) Tribais ou Advasi = 9,5% (tribos suplementares que algumas vezes não são considerados parte da estrutura de castas, mas geralmente são influenciados pelo pensamento de casta); 5) Outros = 0,4% (não são considerados parte do sistema de castas - entre estes estão os cristãos sírios e os refugiados Afegãos, iranianos e outros).
Protesto recente de mulheres da Índia contra o sistema de castas
Concretamente, o Estado da Índia ainda se recusa a tomar providências para deter, na prática, com ações efetivas e punição aos frequentes crimes bárbaros e excessos cometidos, a observância do sistema de castas pela sua sociedade."Girdharilal Maurya (dalit de uma aldeia próxima) acumula pecados. Tem um mau karma: por que outra razão teria nascido numa casta intocável se não fosse para pagar pelas vidas passadas? Reparem, ele é um curtidor de peles: segundo o direito hindu, os trabalhadores dos curtumes tornam-se impuros, e as outras pessoas devem evitá-los e ultrajá-los. A sua indecorosa prosperidade é um pecado. Quem este intocável pensa que é para comprar um pequeno lote de terreno nos arredores da aldeia? Ainda por cima, atreveu-se a reclamar junto da polícia e das outras autoridades, exigindo servir-se do novo poço. Teve o que merecem os intocáveis: uma noite, quando Girdharilal saiu da cidade, 8 homens da casta superior 'rajput' foram à sua casa, derrubaram as vedações, roubaram o trator, espancaram a mulher e a filha e queimaram a casa." - Depoimento de um cidadão indiano para a National Geographic.

Girdharilal após ter recebido o castigo por ter se atrevido a comprar um pequeno lote de terra

* * *No "Sistema de Castas" não há compaixão, não há possibilidade de ascensão social nem melhora para o ser humano enquanto indivíduo, de espécie alguma. Não há amor ao próximo, se esse próximo pertencer a uma casta inferior ou se for um "intocável". Acredita-se piamente que os sofredores estejam naquela situação porque merecem aquilo. Além disso, crê-se que eles mesmos terão a oportunidade de conquistar melhores condições numa próxima vida, desde que cumpram bem o seu papel na vida presente. - Em outras palavras, se forem subservientes e aceitarem se submeter a todo tipo de humilhação e sofrimento infligido, sem soltar nenhum gemido. Se aceitarem ver suas filhas sendo estupradas e queimadas vivas. Se aceitarem tudo e se comportarem bem, como bons sacos de lixo que devem ser.Mas o mais triste é que os próprios oprimidos, em sua grande maioria, também acreditam no sistema, e assim, no geral, preferem se submeter a tudo. Um excelente exemplo de como um sistema de crenças equivocado é capaz de levar seres humanos e nações inteiras a comportamentos insanos, à tirania e e à crueldade extrema.

Fontes:OrePelaÍndia.ComAmorCósmico.Com