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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Limite de uso anual dos recursos naturais no mundo já foi alcançado

O dado significa que a humanidade falha na tentativa de gerar crescimento econômico de forma sustentável
Publicação: 20/08/2013 
Poluição paira sobre Pequim: devido à enorme população e ao forte crescimento econômico, a China é o país com a maior pegada ecológica (Jason Lee/Reuters)
Poluição paira sobre Pequim: devido à enorme população e ao forte crescimento econômico, a China é o país com a maior pegada ecológica
A partir de hoje, a humanidade está em dívida com a natureza: o limite anual de consumo dos recursos naturais no mundo acaba de ser ultrapassado, de acordo com a Rede da Pegada Global (GFN, na sigla em inglês), instituição internacional parceira da organização WWF (World Wildlife Fund). Neste ano, 20 de agosto foi definido como o Dia da Sobrecarga da Terra. Ou seja, em menos de nove meses, o homem usou tudo o que a natureza poderia oferecer sem se prejudicar até 2014, o que significa mais devastação. Nesse cenário preocupante, que se repete a cada ano — em 2012, a data fixada foi 22 de agosto —, o Brasil aparece na lista de nações com crédito (gastam menos do que sua capacidade ecológica permite), mas especialistas alertam para a necessidade de mais consciência no país para manter a sustentabilidade.
A dívida que será acumulada até o fim do ano virá de diversas atividades que exploram o meio ambiente, como a redução dos estoques pesqueiros, o corte de árvores e a emissão de gás carbônico na atmosfera. Como consequência, os especialistas preveem mais desastres naturais e prejuízos financeiros. “À medida que utilizamos os recursos ecológicos, diminuímos a capacidade de regeneração, e isso influencia a economia. Por exemplo, quando pescamos mais peixes do que deveríamos, no ano seguinte, perdemos esse alimento”, explica Michael Becker, superintendente de Conservação do WWF-Brasil.
Becker afirma que o cenário mostrado pela pegada ecológica (área produtiva total que um país, pessoa ou comunidade precisa utilizar para manter seu estilo de vida) reforça a necessidade de uma maior preocupação com a maneira como os recursos têm sido usados. “Do mesmo modo que se utilizam-se na economia dados como o PIB e a inflação, também deveria ser mantido um índice que mostrasse os gastos com o meio ambiente, pois os outros números se sustentam nos recursos ecológicos, são sua base.”

terça-feira, 9 de julho de 2013

Garimpo na África frustra chineses

09/07/2013


DAN LEVIN
DO 'NEW YORK TIMES"


Mingliang, China

Para as pessoas do condado de Shanglin, o ouro é uma maldição.
Durante quase uma década, milhares de camponeses da região autônoma de Guangxi, no sul da China, fizeram dívidas antes de irem para Gana, o segundo maior país produtor de ouro da África.
Os chineses acharam o ouro, mas também problemas, como policiais corruptos e bandidos armados que campeavam pelos garimpos. Então, em junho, as autoridades ganenses declararam que os garimpos eram ilegais e prenderam mais de 200 garimpeiros chineses, acusando-os de poluírem as terras e de abusarem de trabalhadores locais. Incontáveis outros chineses fugiram de ataques de moradores armados com pistolas e facões.

Gilles Sabrie/The New York Times
Zhou Mao, com o neto, aguarda noticias do filho, que desapareceu em Gana após uma onda de repressão a garimpos
Zhou Mao, com o neto, aguarda noticias do filho, que desapareceu em Gana após uma onda de repressão a garimpos

Após a onda repressiva, imagens de mortes violentas e de garimpos vandalizados começaram a aparecer nas redes sociais da China, alimentando a indignação nacional. Mas, aqui em Shanglin, um montanhoso condado de 470 mil habitantes em uma das mais pobres regiões da China, é o desespero com a ruína financeira que mais chama a atenção.
"Meu filho pode ter sido morto em Gana, mas se voltar estará morto do mesmo jeito", disse Shen Aiquan, 65, cuja família contraiu um empréstimo de 3 milhões de yuans (US$ 489 mil) para instalar um garimpo, embora ela não saiba exatamente quem seja o credor. Só resta a ela esperar pelo filho e pelos cobradores de dívidas, que inevitavelmente virão atrás dele.
A crise em Gana revelou os riscos de uma aposta econômica no exterior (avalizada pelo governo chinês) que contou com a participação de um incontável número de pessoas, que acabaram ficando ao deus-dará quando as coisas saíram errado.
Alguns dos problemas enfrentados pelos moradores daqui decorrem das práticas informais de crédito, comuns entre camponeses pobres. Sem o patrimônio físico que os bancos costumam exigir, muita gente se vale do "guanxi" -a garantia social que vincula empresas e relacionamentos pessoais na China- para conseguir empréstimos de parentes e amigos.
Os garimpeiros que estão pouco a pouco voltando para Shanglin, desde o início da onda de violência, garantem que não violaram nenhuma lei ganense. Wu Jian, 34, disse que fez questão de obter toda a papelada necessária em Gana, inclusive escrituras fundiárias e uma licença de mineração. "Os locais diziam que, enquanto tivéssemos dinheiro, poderíamos fazer o que quiséssemos", afirmou.
Em maio, ele fugiu, deixando para trás uma operação que, segundo ele, valia cerca de US$ 326 mil. O dinheiro, afirmou cabisbaixo, havia sido emprestado de parentes, amigos e agiotas.
A conexão de Shanglin com a extração de ouro na África é disseminada. "Todo mundo tem um parente ou um amigo em Gana", disse Lan Xiongwen, 45.
Quando parentes levaram o filho dele para os garimpos de Gana, há dois anos, a família de Lan investiu US$ 489 mil em escavadeiras, precisando para isso esgotar suas economias e contrair empréstimos bancários. Parecia uma jogada inteligente. Com 890 toneladas de ouro sendo exportadas anualmente para Shanglin, disse ele, os moradores achavam que seria só questão de tempo até realizarem seu sonho: depois de pagarem os empréstimos, eles construiriam uma casa e comprariam um carro.
Mas tudo o que a família de Lan ganhou foi para quitar as máquinas, que agora estão enferrujando em Gana.
Moradores como Lan dizem que se sentem traídos pelo governo chinês, que estaria se esquivando das suas responsabilidades após anos incentivando a corrida do ouro ganense.
As ações policiais e a violência ameaçam colocar de ponta-cabeça a estratégia da China para a África. Ela se baseia em importar matérias-primas necessárias para alimentar o crescimento econômico chinês em troca da venda de produtos chineses e de apoio financeiro do governo de Pequim para projetos importantes de infraestrutura. Segundo o governo chinês, o comércio bilateral entre China e Gana foi de US$ 5,43 bilhões no ano passado, um aumento de 56% em relação a 2011.
Enquanto diplomatas chineses trabalham para levar os garimpeiros embora, o governo da China se mostra ávido em deixar o episódio para trás. "Essa questão do garimpo ilegal é uma desarmonia nas relações bilaterais, mas devemos ter sempre em mente o quadro mais amplo", disse Qiu Xuejun, funcionário da chancelaria chinesa, numa recente entrevista coletiva em Acra, capital de Gana.
As pessoas daqui, no entanto, não estão em condições de simplesmente tocarem em frente. Numa fábrica, galinhas se empoleiram entre canos metálicos outrora usados para produzir bombas de água usadas nos garimpos. "Agora é tudo sucata", disse o dono da fábrica.
No seu celular, ele vai passando fotos de Gana. As imagens mostram garimpeiros chineses brutalizados, um deles morto com um tiro no rosto. O dono da fábrica não quis ser identificado, dizendo que as autoridades o alertaram a não conversar com jornalistas.
Ele disse que planeja voltar a criar porcos, como muitos dos seus vizinhos. "Não há outra coisa para fazer", disse.
Colaborou Mia Li

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Recursos naturais podem ter colapso em 40 anos, dizem especialistas

17/10/2011

Previsão foi divulgada nesta segunda durante conferência em Londres.
Por hora, três espécies de animais desaparecem do mundo, diz pesquisador.

Da Reuters

Uma previsão catastrófica do planeta Terra para os próximos 40 anos foi divulgada nesta segunda-feira (17) por especialistas da área de clima e saúde reunidos em uma conferência em Londres, no Reino Unido.

Segundo os pesquisadores, recursos naturais da Terra como comida, água e florestas, estão se esgotando em uma velocidade alarmante, causando fome, conflitos sociais, além da extinção de espécies.

Nos próximos anos, o aumento da fome devido à escassez de alimentos causará desnutrição, assim como a falta de água vai deteriorar a higiene pessoal. Foi citado ainda que a poluição deve enfraquecer o sistema imunológico dos humanos e a grande migração de pessoas fugindo de conflitos deverá propagar doenças infecciosas.

Tony McMichael, especialista em saúde da população da Universidade Nacional Australiana, afirmou que em 2050, somente a região denominada África Subsaariana seria responsável por aumentar em 70 milhões o número de mortes.

Outro ponto citado se refere ao aumento dos casos de malária entre 2025 e 2050 devido às alterações climáticas, que tornaria propícia a reprodução do mosquito transmissor da doença

"A mudança climática vai enfraquecer progressivamente o mecanismo de suporte de vida da Terra", disse McMichael.

Mãe cuida de filho no campo de refugiados de Dadaab, no Quênia  (Foto: Reuters)

Mãe cuida de filho no campo de refugiados de Dadaab, no Quênia. Seca já atinge o Chifre da África e provoca migração em massa para locais com socorro humanitário (Foto: Reuters)

Aumento populacional

De acordo com os especialistas, o aumento da população (estimada em 10 bilhões em 2050) vai pressionar ainda mais os recursos globais. Outra questão citada são os efeitos nos países ricos, principalmente nos da Europa.

“O excesso de consumo das nações ricas produziu uma dívida ecológica financeira. O maior risco para a saúde humana é devido ao aumento no uso de combustíveis fósseis, que poderão elevar o risco de doenças do coração, além de câncer”, afirmou Ian Roberts, professor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

Além disso, o Velho Continente estaria sob risco de ondas de calor, enchentes e mais doenças infecciosas para a região norte, disse Sari Kovats, uma das autoras do capítulo sobre a Europa no quinto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que será lançado entre 2013-2014.

Espécies em risco
De acordo com o Paul Pearce-Kelly, curador-sênior da Sociedade Zoológica de Londres, cerca de 37% das 6 mil espécies de anfíbios do mundo podem desaparecer até 2100. Os especialistas afirmam que na história do planeta ocorreram cinco extinções em massa, entretanto, atualmente a taxa de extinção é 10 mil vezes mais rápida do que em qualquer outro período registrado.

“Estamos perdendo três espécies por hora e isso antes dos principais efeitos da mudança do clima”, disse Hugh Montgomery, diretor do Instituto para Saúde Humana e Performance da University College London.

http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/10/recursos-naturais-podem-ter-colapso-em-40-anos-dizem-especialistas.html