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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Política ou preconceito?

Israel considera imoral o boicote contra produtos de seus assentamentos na Cisjordânia

13 de fevereiro de 2014
Jodi Rudoren* - The New York Times/O Estado de S.Paulo
Muitos termos foram usados em referência ao crescente movimento de boicote a produtos israelenses fabricados em assentamentos na Cisjordânia e, em alguns casos, a todas as empresas e instituições de Israel. Uma palavra que requer um exame mais profundo é "imoral", usada pelo premiê Binyamin Netanyahu, no início deste mês, quando se referiu a essa campanha.
Boicotes têm uma história admirável de instrumento político não violento. No século 18, cristãos britânicos recusaram-se a comprar açúcar produzido por escravos. Os negros passaram a caminhar em vez de se sentar no fundo dos ônibus, no sul dos EUA. O desinvestimento ajudou a derrubar o apartheid.
Mas, para muitos israelenses, o boicote que vem à mente é o que os nazistas promoveram contra empresas de judeus, nos anos 30, que se propagou da Alemanha para o resto da Europa e além. Não entrar num café porque você não gosta da maneira como o patrão trata seus empregados é um ato de desaprovação. Agir de tal forma porque o patrão é judeu - ou negro, mulher ou gay - é discriminação.
Netanyahu não se opõe a todos os boicotes. Pelo contrário: ele é um ótimo líder quando se trata de insistir em sanções econômicas para pressionar o Irã e seu programa nuclear. Sob a acusação de imoralidade, que o premiê não é o único a fazer, está a crença de que o movimento é instigado pelo antissemitismo, que o alvo definitivo não é a política israelense, mas o direito de Israel existir.
"Há 70 anos, você dizia: 'Elimine os judeus'. Agora a ideia é: 'Elimine o Estado judeu'", disse Malcom Hoelein, vice-presidente da Conferência de Presidentes de Organizações Judaicas Americanas. "A maneira politicamente correta de ser antissemita é não dizer 'odeio os judeus', mas dizer 'odeio Israel'." Para Hoenlein e Mark Regev, porta-vozes de Netanyahu, Israel foi escolhido injustamente, pois violações de direitos humanos em outras partes do mundo e ocupações de terra em outros Estados por outros grupos étnicos são ignoradas.
"É moralmente duvidoso exigir que o Estado judaico respeite um padrão que você não exige de outros", disse Regev. "Vocês estão boicotando algum outro lugar onde a soberania é disputada ou escolhendo a dedo o país contra o qual vão dirigir a sua revolta moral?"
Segundo Omar Barghouti, que ajudou a criar o movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), em 2005, os ativistas têm todo o direito de escolher suas causas e para onde direcionar sua energia. "(Netanyahu) pode dizer o que quiser, mas imoral? Resistir à sua política imoral jamais pode ser imoral. A questão fundamental é: você está boicotando um grupo de pessoas com base na sua identidade ou um ato, uma companhia, um negócio, do qual discorda?"
"Temos três razões", disse ele, citando os objetivos do movimento: pôr fim à ocupação; assegurar a igualdade a cidadãos palestinos de Israel e promover o direito de retorno dos refugiados palestinos. "Se eliminarmos as três razões, não haverá boicote."
Muitos líderes israelenses não concordam com isso. Um acordo de paz propiciaria uma suspensão apenas temporária da campanha de isolamento, particularmente por parte daqueles que acham que deve existir um Estado único binacional entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão.
Em parte essa é a razão pela qual Netanyahu e outros partidários insistem que o reconhecimento de Israel como Estado judeu deve estar inserido em qualquer acordo com os palestinos. Quanto ao boicote, alguns israelenses acham que a resposta adequada - e mesmo moral - é combater o fogo com fogo.
Com os supermercados europeus rotulando os produtos israelenses fabricados na Cisjordânia e os fundos de pensão europeus deixando de trabalhar com bancos que fazem negócios nos assentamentos, Dani Dayan, líder do conselho dos colonos judeus, sugeriu que a empresa aérea israelense El-Al deva comprar aviões Boeing e não mais Airbus. "Não deve ser um movimento unilateral. Até agora, Israel adotou um enfoque 'meteorológico' - falamos muito, mas não fizemos nada para mudar. Mas boicotes não são chuva, podemos questioná-los", disse.
*Jodi Rudoren é correspondente em Jerusalém. 
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,politica-ou-preconceito,1129716,0.htm

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Sobre barreiras e muros em Israel

POR DIOGO BERCITO
15/01/14
                         Trecho da barreira de segurança entre Israel e um campo de refugiados palestinos. Crédito Ammar Awad/Reuters
Trecho da barreira de segurança entre Israel e um campo de refugiados palestinos. Crédito Ammar Awad/Reuters
Refiz, nas vésperas do Natal, o caminho bíblico de Maria entre Nazaré e Belém. Em uma reportagem (Leia abaixo) bastante criticada, inclusive pela diplomacia israelense, a edição natalina do jornal narrava os obstáculos nesse percurso, caso repetido hoje entre Israel e os territórios palestinos da Cisjordânia.
O texto não tinha objetivo político, a despeito do afirmado pelos críticos. Tampouco tomava posição de um ou de outro lado. Mas, de acordo com a observação de que a reportagem carecia de uma análise mais profunda sobre a razão de haver uma barreira física entre Israel e a Cisjordânia, convidei o capitão Roni Kaplan, porta-voz do Exército israelense, para um relato especial aqui no Orientalíssimo blog.
O texto abaixo, assinado pelo capitão, foi escrito em espanhol e traduzido por mim ao português com a autorização dele. Os interessados podem procurá-lo pelo Facebook (clique aqui) ou Twitter (aqui). Nenhuma ofensa pessoal ao capitão ou a mim serão publicadas nos comentários deste blog.
***
Para mim é um prazer receber este convite ao blog de Diogo Bercito, daFolha, único veículo escrito brasileiro que tem um jornalista fixo aqui no Oriente Médio, pelo que me consta.
Somente tendo como base um jornalismo sério e profissional é que se pode abordar os conflitos complexos que inundam o Oriente Médio e, em particular, o conflito israelense-palestino, que se encontra nestes meses em meio a um processo de paz mediado pelos americanos.
O objetivo destas linhas é oferecer ao leitor uma visão mais profunda das razões que levaram ao estabelecimento da barreira defensiva entre os territórios da Judeia e Samaria (Cisjordânia) e na zona oeste do Estado de Israel, em uma perspectiva de segurança e de direitos da população.
Para abordar o tema é importante ter em mente alguns axiomas básicos: 1) Israel é 400 vezes menor do que o Brasil. 2) Na zona de Tulkarem, ao norte de Tel Aviv, a distância entre o mar Mediterrâneo e a linha verde é somente de 13,8 quilômetros. 3) A faixa costeira de Israel, que está ao lado de Judeia e Samaria, é 20% do território nacional, em que vive 70% da população (140 milhões de pessoas, em termos de Brasil) e se produz 80% do PIB. Essa zona é o coração do país tanto do ponto de vista populacional quanto do produtivo.
Aproximadamente 3% da extensão da barreira defensiva está construída em forma de parede de concreto por duas razões: evitar que francoatiradores ataquem casas e veículos e diminuir possíveis danos causados por vandalismo. A Amazônia ocupa aproximadamente 20% do território brasileiro. Seria ilógico que alguém diga que o Brasil é uma selva; duplamente ilógico seria argumentar que a barreira defensiva é um muro.
Em muita vezes, aqui em Israel, a gente pode chegar a viver com medo. Porque minha esposa e minhas filhas têm de subir ao ônibus em Jerusalém com medo de que uma bomba exploda? Desde que a barreira defensiva existe, o medo é menor, assim como a perda de vidas civis israelenses.
Entre 2000 e 2005, sem a barreira, morreram em Israel mais de mil civis em atentados suicidas, francoatiradores e outras formas de terrorismo. Mais de 6.000 israelenses foram feridos na mesma época. Estamos falando de civis assassinados enquanto tomam um café, desfrutam das férias em um hotel com a família ou dançam e bebem cerveja em uma discoteca de Tel Aviv. É claro que, para o terrorista, é bastante fácil chegar a esses lugares se não houve um controle.
Segundo os axiomas escritos acima, está claro que da Cisjordânia ao coração da vida civil israelenses há alguns minutos de direção ou um pouquinho de caminhada. Se o terrorista tiver a intenção e os meios para efetuar o atentado, é uma questão de decisão, e não mais, se vai executá-lo ou não. Como fazer, então, para nos defender de um terror que ameaça a população e arruína a rotina da vida, em um espaço tão pequeno?
A construção da barreira segue salvando vidas diariamente ao evitar atentados terroristas que não aparecem na imprensa. Mas a barreira não salva vidas por si só, mas faz parte de uma doutrina de defesa que inclui a Inteligência e as capacidades operacionais das Forças de Defesa de Israel para frustrar atentados terroristas antes que sejam executados.
A isso temos de adicionar as atividades das forças de segurança palestinas, que por interesse próprio lutam contra grupos terroristas como o Hamas, evitando que levem a cabo atentados que, ao longo prazo, prejudicariam o grau de governabilidade da própria Autoridade Palestina.
É claro que a barreira não é hermética. Nos últimos meses, houve váriosatentados nas mãos de terroristas que vivem na Cisjordânia, como os assassinatos a sangue frio dos soldados Tomer Jázan e Eden Atías e o artefato explosivo em um ônibus na cidade de Bat Yam há três semanas, que por sorte não deixou vítimas. Sem esta barreira, seria muito pior.
Esta barreira defensiva é um obstáculo para o terror, não é uma barreira para a paz. Nós a construímos de uma maneira em que possa ser movida facilmente, se necessário. Se não houvesse terrorismo, não haveria barreira.
Além disso, a localização pela qual passa a barreira está sujeita a constante revisão judicial por parte da Suprema Corte de Justiça. Palestinos ou israelenses estão em seu direito de dirigir-se à ela e solicitar a mudança. De fato, palestinos se dirigiram 168 vezes à Corte para pedir que a localização da barreira seja alterada. Em várias vezes a Corte decidiu em seu favor, ao custo de dezenas de milhões de dólares para o Estado de Israel.
Nas Forças de Defesa de Israel, estamos totalmente comprometidos com oprincípio da proporcionalidade, que se equilibra entre o direito da população palestina na região (à vida, ao respeito, à propriedade privada, à liberdade de culto e de costumes) e o direito à segurança da população israelense. Ambos os elementos determinam a localização exata de cada trecho da barreira.

Há 46 passagens na barreira que permitem o movimento de um lado ao outro, além de 78 cruzamentos projetados para o uso pessoal para questões familiares ou de agricultura. Assim também foram construídos 14 caminhos alternativos para a população palestina de maneira a interferir minimamente em sua liberdade de movimento. Em 2013, palestinos passaram pela barreira para Israel em mais de 11 milhões de vezes. O custo total da barreira para o governo de Israel é de US$ 11 bilhões.

http://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/

Folha refaz trajeto que Maria teria percorrido antes do nascimento de Jesus

DIOGO BERCITO
ENVIADO ESPECIAL A BELÉM (CISJORDÂNIA)
25/12/2013

Crianças árabes posam, em Nazaré, para uma fotografia. Nas cabeças inquietas, um chapéu em forma de árvore natalina. Elas aproveitam o dia para passear pelo cenário que a tradição cristã atribui à infância de Jesus.
Mas a reportagem não as segue pelas ruelas pelas quais caminham cantando. A Folha está em Nazaré para fazer o caminho bíblico entre essa cidade e Belém. É o trajeto que a tradição estabelece para Maria, antes de Cristo nascer.
Mas Maria, se decidisse fazer a viagem atualmente, teria de lidar com os desafios contemporâneos, distintos daqueles da Antiguidade. Hoje, essa estrada inclui controles militares e um caminho que, em tempos de ocupação da Cisjordânia, é em todo volátil e imprevisível.
O trajeto tem cerca de 160 quilômetros pela estrada que vai por fora dos territórios palestinos, em Israel, tomando menos de duas horas. Mas a reportagem leva, por dentro da Cisjordânia, todo o dia para repetir esse difícil caminho, entre viagens e entrevistas.
O ditado, entre palestinos, diz que Jesus teria nascido no muro que separa Israel da Cisjordânia. Cartões natalinos mostram reis magos impedidos de ir à manjedoura.
PARTIDA
A viagem começa no tradicional mercado de artesanato de Nazaré. Mercadores reclamam da falta de organização e de divulgação, que fazem desta importante cidade histórica um destino turístico pouco visitado.
"No ano passado, a Prefeitura pagou pela viagem e pela acomodação", diz Margo Zeidan, que vende "tatriz", bordados palestinos. "Eles deveriam organizar melhor o Natal, para que essa não seja minha última participação."
A Maria inventada pela reportagem segue, depois de comprar um xale com detalhes de flores, para a periferia de Nazaré, onde toma uma xícara de chá com hortelã no restaurante Nostalgia.
A árvore de Natal, ali, é decorada com os nomes de vilarejos palestinos destruídos desde 1948, a data da criação do Estado de Israel.
"Se Maria viajasse hoje de Nazaré a Belém, ela veria os problemas pelos quais passamos", diz Sami Nsir, dono do estabelecimento. "Ela iria se sentir mal ao ver que as pessoas não se importam com a causa palestina."
Dali, a reportagem toma a estrada rumo a Belém. No trajeto, o carro é flanqueado pelas montanhas do vale de Marj Ibn Amr, inesperadamente verde após a neve.
       
Editoria de Arte/Folhapress
 
ORIENTAÇÃO
Maria talvez se perdesse por ali. Não há placas indicando a cidade palestina de Jenin, assim como não há transporte público regular.
Ela também correria o risco de ter de encerrar sua viagem. O carro encontra o posto de controle de Gilboa fechado. Em contato com as Forças de Defesa de Israel, a reportagem descobre que o acesso de veículos está impedido devido a um embate entre Exército e palestinos.
A alternativa é contornar a Cisjordânia e procurar uma entrada aberta. A Folha chega a Rihan, também fechada, exceto para colonos. Mas, com a identificação de imprensa, indisponível a Maria, os portões são abertos, após 15 minutos de negociação.
A Maria fictícia chega então à cidade de Nablus.
Lá, o padre Johny Abu Khalil, do patriarcado latino, reclama: "Estou de saco cheio das permissões natalinas".
Sua paróquia tem 220 católicos. Todo ano, ele negocia com a administração israelense para que possam viajar a Jerusalém para o Natal.
"Israel quer que Jerusalém vire um museu e que a Igreja do Santo Sepulcro, onde Jesus morreu, seja a melhor discoteca do país", reclama.
Khalil não acredita que Maria tentaria ir a Belém hoje. Para ele, ela se contentaria com Jerusalém, se obtivesse uma permissão de viagem.
Na estrada para Jerusalém, o Sol se põe contra o carro, enquanto o rádio toca clássicos libaneses dos anos 80. Há um controle militar na saída de Nablus e outro na entrada de Jerusalém. Palestinos mostram os documentos e as autorizações aos soldados.
MURO
A entrada em Belém é feita pelo muro que separa Israel da Cisjordânia, hoje um mural para pichações e grafites, incluindo clássicos do britânico Banksy, como o que mostra uma garota revistando um soldado israelense.
A barreira fez murchar a loja de Claire Anastas, que vende artesanato diante da parede de concreto. Turistas desistiram de vir, afirma.
"Se Maria entrasse aqui, talvez não conseguisse sair", diz. Ela vende presépios com um muro no meio, em protesto.
O trajeto está quase no fim. A pé, teria levado dez dias. George Rashmawi, que organiza o caminho para peregrinos, afirma que é necessário desviar de assentamentos na Cisjordânia para evitar problemas com as autoridades israelenses. "A viagem fica mais longa", afirma.
Em uma loja diante da Igreja da Natividade, onde se crê que Jesus nasceu, Nadia Hazbun reclama do muro.
"É difícil para os turistas passar pelo muro, então eles não vêm. Na Europa, viajam pelo continente sem passaporte. Aqui, precisam passar pelas barreiras militares."
Ela dá de presente ao repórter um cartão natalino. Um papai Noel dando uma voadora na muralha que separa Israel da Cisjordânia.
"Maria nunca viria de Nazaré até Belém", diz. "Ela se recusaria a ver nosso povo em campos de refugiados."
               
Muhesen Amren/Folhapress
A palestina Claire Anastas mostra presépio diante do muro que separa a Cisjordânia de Israel
A palestina Claire Anastas mostra presépio diante do muro que separa a Cisjordânia de Israel

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/12/1389878-folha-refaz-trajeto-que-maria-teria-percorrido-antes-do-nascimento-de-jesus.shtml

terça-feira, 27 de março de 2012

Sob investigação, Israel rompe com Conselho de Direitos da ONU

26/03/2012
DA REUTERS E FRANCE PRESSE, EM JERUSALÉM

Israel anunciou nesta segunda-feira o rompimento dos seus contatos com o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, que na semana passada decidiu investigar os assentamentos judaicos da Cisjordânia.

O rompimento, anunciado pela chancelaria de Israel, implica que os investigadores da ONU não poderão realizar seu trabalho pessoalmente no território israelense ou na Cisjordânia, que é um território palestino ocupado por Israel.

Hazem Bader/France Presse
Manifestante palestino confronta soldado israelense após aviso para ativistas não se aproximarem de assentamento judaico
Manifestante palestino confronta soldado israelense após aviso para ativistas não se aproximarem de assentamento

"Não estamos mais trabalhando com eles", disse o porta-voz Yigal Palmor. "Estávamos participando de reuniões, discussões, arranjando visitas a Israel. Tudo isso acabou."

A investigação internacional, solicitada pela Autoridade Palestina, foi aprovada na quinta-feira, e o único país do conselho a votar contra foram os Estados Unidos. Líderes israelenses disseram que o conselho age de forma hipócrita e tendenciosa contra Israel.

"Eles sistemática e serialmente tomam todo tipo de decisão e condenação contra Israel sem nem simbolicamente considerarem as nossas posições", queixou-se Palmor.

Segundo ele, Israel vai continuar cooperando com outros órgãos da ONU.

'ORGANISMO HIPÓCRITA'

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, criticou imediatamente "a hipocrisia" do Conselho de Direitos Humanos e o Ministério das Relações Exteriores chamou a decisão de "surrealista".

O chefe da diplomacia, Avigdor Lieberman, já havia dado a entender que Israel deixaria de cooperar com esta instância das Nações Unidas.

"Este organismo hipócrita não tem nada a ver com os direitos humanos. A tomada de partido e falta de objetividade são evidentes, e não temos nenhuma razão para cooperar com ele", afirmou Lieberman.

"Não seremos atores neste teatro do absurdo, já que 70% das decisões deste Conselho são hostis a Israel. Pretendemos pedir aos países livres, como Estados Unidos, que se retirem", disse.

Israel não integra o Conselho, mas tem o direito de expressão sob algumas condições. Não pode votar nem apresentar moções. A Autoridade Nacional Palestina do presidente Mahmoud Abbas recebeu como uma vitória a decisão do Conselho.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1067264-sob-investigacao-israel-rompe-com-conselho-de-direitos-da-onu.shtml