Mostrando postagens com marcador IDH. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador IDH. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Brasil avança uma posição e é 79º no ranking do desenvolvimento humano

24/07/2014

ONU calcula índice de 187 países com base em renda, educação e saúde.
No IDH 2013, Brasil está na faixa de países de desenvolvimento 'elevado'.
Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília

O Brasil avançou uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e passou do 80º lugar em 2012 para o 79º em 2013 no ranking das nações mais e menos desenvolvidas, que reúne 187 países.
Os dados constam da edição deste ano do Relatório de Desenvolvimento Humano, divulgado nesta quinta-feira (24) pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O IDH é um índice medido anualmente pela ONU com base em indicadores de renda, saúde e educação. O índice varia em uma escala de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais elevado é o IDH. O ranking divide os países em quatro categorias: os de índice de desenvolvimento "muito elevado", "elevado", "médio" e "baixo".

As Nações Unidas fizeram alterações no método de cálculo, o que modificou o índice do Brasil no IDH de 2012. Com a atualização dos cálculos, o país passou, naquele ano, da 85º posição para a 80º (leia mais abaixo a explicação sobre a metodologia).

De acordo com a metodologia atual, o Brasil registrou, em 2013, IDH de 0,744, ante 0,742 em 2012, o que inclui o país entre os de desenvolvimento "elevado".

Nas últimas três décadas, o país registrou crescimento de 36,4% no IDH, segundo a ONU – passou de 0,545 (desenvolvimento "baixo") em 1980 para 0,744 em 2013 (desenvolvimento "elevado)".

Em comparação com 2012, a maioria dos países se manteve estável no ranking de desenvolvimento de 2013. Das 187 nações das quais a ONU coleta dados, 38 países subiram, 114 mantiveram suas posições e 35 caíram.

A primeira colocação no ranking mundial permanece com a Noruega (0,944), seguida por Austrália (0,933), Suíça (0,917) e Suécia (0,915). Os Estados Unidos, que antes eram o terceiro país mais desenvolvido, caiu para a quinta posição, com 0,914. Os três piores colocados são os africanos Níger (0,337), Congo (0,338) e República Central da África (0,341).

De acordo com o representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o argentino Jorge Chediek, o Brasil avançou muito nos últimos 30 anos, mas tem um “passivo histórico” de pobreza e desigualdade grande, o que dificulta um crescimento maior no ranking de desenvolvimento.

“O Brasil, em termos de desenvolvimento humano, mostra uma melhora consistente da condição de vida das pessoas nos últimos 30 anos. A nível global foi um dos países que mais melhorou nos últimos 30 anos”, avaliou.

Segundo Chediek, o relatório das Nações Unidas traz mais de 20 referências ao Brasil e elogios a programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

“Da nossa perspectiva o programa Bolsa Família é muito bem desenhado. Tem sido um grande sucesso e temos promovido a adoção dele em outros países. Esses programas de transferência de renda promovem a resiliência [capacidade de recuperação]. É um piso e nós defendemos piso de proteção social”, disse.

No texto do relatório, as Nações Unidas enfatizam esforços do Brasil em promover inclusão social e aumentar a capacidade de consumo da população mais pobre.
“Uma forma de avaliar o progresso de uma nação é calcular o crescimento do consumo entre os 40% mais pobres. Por esse cálculo, a Bolívia, o Brasil e o Camboja têm se saído bem. Nos três países, o nível de consumo dos 40% mais pobres tem sido mais acelerado do que o da população como um todo”, diz o documento.
Em um dos indicadores que compõem o IDH, a renda nacional bruta per capita, o Brasil registrou US$ 14.275, ajustados pelo poder de compra. Em 2012, era de US$ 14.081.
A Argentina tem renda nacional bruta per capita de US$ 17.296 e o Uruguai, de US$ 18.108.
Em relação aos países emergentes com as maiores economias, que formam o chamado grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a renda nacional per capita do Brasil fica à frente da Índia (US$ 5.150), da China (US$ 11.477) e da África do Sul (US$ 11.788), mas fica atrás da Russia (US$ 22.167).
                                          Arte índice de desenvolvimento humano 2013 (Foto: Editoria de Arte / G1)
Desigualdade
De acordo com a coordenadora do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, Andreia Bolzon, apesar do progresso continuado, o Brasil é um país com grande desigualdade. Segundo ela, é na distribuição de renda que as diferenças se mostram mais acentuadas.

A pesquisa da ONU traz um cálculo do IDH que “desconta” dos dados de saúde, educação e renda o nível de desigualdade do país. Pelo levantamento, o Brasil perderia 39,7% de seu IDH devido às desigualdades atuais na renda da população. Haveria ainda um desconto de 24,7% em função de diferenças de acesso à escolaridade. No total, o Brasil perderia 16 posições no ranking de desenvolvimento se fosse considerado o nível de desigualdade do país.
“O Brasil é um destaque entre outros países. É um dos países reconhecidos pela trajetória extremamente positiva. Mas o Brasil ainda é um país desigual, ainda que tenha diminuído com politicas de transferência de renda e formalização do emprego”, disse Jorge Chediek.
América do Sul e Brics
O Brasil está atrás de quatro países da América do Sul em nível de desenvolvimento humano – Chile (41º lugar), Argentina (49º), Uruguai (50º) e Venezuela (67º).  Entre outros vizinhos, fica na frente de Peru (82º) e Colômbia (98º).

De acordo com o levantamento das Nações Unidas, da América Latina, somente cinco países, entre os quais o Brasil, registraram melhora no índice de desenvolvimento humano na comparação com 2012. Outros nove pioraram e 19 mantiveram a posição.

Em relação aos Brics, o Brasil só perde no IDH para a Rússia, que registra 0,778 e é a 57ª colocada.
Escolaridade e expectativa de vida
Os dados de escolaridade no Brasil não mudaram em relação a 2012. A média de anos de estudo continua 7,2, a mesma desde 2010. O Brasil está abaixo da média da América Latina, que é de 7,9 anos.

A expectativa de anos de estudo também continua igual a 2010. De acordo com a ONU, uma criança de 6 anos que entrar agora na escola no Brasil deve continuar estudando por 15,2 anos.
De acordo com a coordenadora do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, Andreia Bolzon, apesar de os números permanecerem inalterados nos relatórios de 2012 e 2013, não é possível dizer que a educação no Brasil está “estagnada”.
Segundo ela, a ONU teve que usar dados de 2010 para a média de anos de estudo porque eram os números passíveis de serem comparados com a evolução dos demais países. Segundo ela, dados mais atuais revelam que o Brasil avançou para uma média de 7,6 anos de estudo.
A expectativa de vida do brasileiro teve ligeiro aumento no IDH 2013 – passou de 73,7 anos em 2012 para 73,9 anos em 2013. Entre 1980 e 2013, a expectativa de vida ao nascer aumentou 11,2 anos.
Metodologia
De acordo com a ONU, o Índice de Desenvolvimento Humano leva em conta três fatores: dados de saúde com base na expectativa de vida ao nascer; de educação, com informações sobre média de anos de estudo da população adulta e anos esperados de escolaridade para crianças; e renda nacional bruta, que identifica os recursos que ficaram no país.

O IDH de 2013 abrange 187 países, a mesma quantidade de 2012 e 2011. O índice foi criado pelas Nações Unidas para se contrapor ao critério de crescimento econômico como única forma de analisar o desenvolvimento de uma nação. Para o organismo, a educação e a qualidade de vida dos povos também devem ser usados para medir o desenvolvimento.
O relatório de 2013 do IDH trouxe algumas modificações de metodologia em relação ao estudo de 2012. Uma das alterações diz respeito aos valores máximos dos índices. Antes, eram iguais aos valores máximos observados nos países analisados. Agora, são fixados em 85 anos para a expectativa de vida, 15 anos para a média de anos de estudo, 18 anos para a expectativa de escolaridade e US$ 75 mil para a RNB per capita (média de renda da população de um país).
A abordagem anterior, de números máximos observados, foi criticada porque o IDH de um país acabava por depender dos resultados de outros países que tiveram valores utilizados como máximo. Outra mudança realizada diz respeito à forma como os indicadores de educação são agregados.
O cálculo geométrico dos dados usado anteriormente foi criticado sob o argumento de que um país desenvolvido "típico" tem um valor maior na expectativa de escolaridade do que a média de anos de estudo.
Ao agregar esses dois indicadores com a média geométrica, os países desenvolvidos acabavam “penalizados” por causa da diferença, ainda que estivessem melhorando o nível de ensino com mais crianças frequentando a escola em todos os níveis.
De acordo com a ONU, o uso da média aritmética fornece um tratamento igual para ambos os indicadores e garante resultado mais realista do IDH.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/07/brasil-avanca-uma-posicao-e-e-79-no-ranking-do-desenvolvimento-humano.html

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Desigualdade

08/10/2013
Benjamin Steinbruch 

Em julho, muita gente se surpreendeu com os dados divulgados pelo Pnund (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Em duas décadas, entre 1991 e 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal no Brasil cresceu 47%. De uma média de 0,493 em 1991, considerada "muito baixa" para os padrões mundiais, o índice passou para 0,727 em 2010, considerada "alta".
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é calculado levando em conta três indicadores --longevidade, educação e renda da população-- e varia de zero a um. Quanto mais próximo de um, maior é o desenvolvimento. Com esse índice, o Brasil ainda está longe de se alinhar a países mais avançados em matéria de desenvolvimento humano, mas se coloca entre os 15 que mais conseguiram crescer nessa área.
Os dados e as análises feitas logo após a divulgação do Pnud mostram que a educação foi o quesito que mais melhorou no país nesses vinte anos, puxado por índices quantitativos, principalmente o aumento do número de crianças e jovens nas escolas. Entre 1991 e 2010, os brasileiros adultos com o ensino fundamental completo passaram de 30,1% para 54,9% da população. Entre as crianças de cinco a seis anos, a parcela daquelas que frequentavam a escola aumentou de 37,3% para 91,1%.
Sabemos das enormes deficiências de qualidade do ensino fundamental, principalmente nas escolas públicas, mas a discussão dessa questão não é objetivo deste artigo.
É claro que os programas sociais das duas últimas décadas e os investimentos em educação tiveram impacto importante para esse avanço no IDH. Não podem ser desprezados também os efeitos da vinculação obrigatória de gastos públicos em educação e saúde determinada pela Constituição de 1988, que completou 25 anos no sábado e é normalmente lembrada mais pelos desacertos que pelas qualidades.
Há, porém, outro fator importante, pouco citado, o do aumento da renda das populações mais pobres. Dados do Pnad (Programa Nacional por Amostra de Domicílios) publicados na semana passada mostram que essa tendência se mantém: em 2012, a renda dos 10% mais pobres cresceu 14%.
Algumas vezes defendi neste espaço, anos atrás, a necessidade de se elevar substancialmente o salário mínimo. O principal empecilho para esse aumento sempre foi o impacto que a medida teria para o setor público, principalmente para os cofres da Previdência. Mesmo sem que tenha sido encontrada uma fórmula para evitar esse impacto, o fato é que finalmente o salário mínimo teve uma forte elevação de seu valor real desde o início do século.
Quem acompanhou os dramáticos momentos da economia brasileira no início dos anos 1990 certamente se lembra: uma das ambições nacionais, reivindicação recorrente das entidades representativas dos trabalhadores, era a elevação do salário mínimo para o equivalente a US$ 100, valor incluído como promessa em alguns programas de governo de candidatos à Presidência.
Políticos que prometeram elevar o mínimo para US$ 100 ficariam corados se observassem o que ocorreu com esse salário nos últimos 13 anos. Desde 2001, o mínimo teve valorização de 290% em dólar, passando de US$ 77 para os aproximados US$ 300 atuais. Essa valorização ocorreu não apenas por efeitos cambiais, como o fortalecimento do real em relação ao dólar. Em reais, o aumento nos 13 anos foi de 349%, período em que a inflação brasileira acumulada atingiu 121%.
É certo que o aumento real do mínimo elevou o custo unitário do trabalho na economia, com impacto negativo na competitividade do país. Mas é certo também que teve extraordinário efeito para o consumo, melhorou a distribuição da renda e colaborou para o avanço dos índices de desenvolvimento humano.
A redução da desigualdade no país vem ocorrendo de forma sistemática. Em 2012, o índice Gini caiu para 0,498, pela primeira vez abaixo de 0,500 --esse indicador varia de zero a um e, quanto mais próximo de um, maior é a desigualdade.
Os ganhos reais do salário mínimo, portanto, a despeito de seus impactos nas contas da Previdência e na competitividade do país, precisam ser preservados.

Benjamin Steinbruch é empresário, diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, presidente do conselho de administração e 1º vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Escreve às terças, a cada duas semanas, no caderno 'Mercado'.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

São Caetano do Sul, em SP, continua na liderança de melhor IDHM do País

Cidade tem índice de 0,862; na comparação entre Unidades da Federação, o índice é liderado pelo Distrito Federal, com 0,824 e, em seguida, vêm São Paulo (0,783) e Santa Catarina (0,774)

29 de julho de 2013

Ricardo Della Coletta - Agência Estado
BRASÍLIA - A cidade paulista de São Caetano do Sul, na região do ABC, manteve a liderança no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), divulgado nesta segunda-feira, 29, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e com a Fundação João Pinheiro. A cidade atingiu IDHM de 0,862 e, nas duas últimas vezes em que o índice foi divulgado, em 1998 (referentes a dados de 1991) e em 2003 (com dados de 2000), São Caetano também aparece no topo da lista do País.
Publicado uma vez a cada dez anos, o indicador traz para o âmbito municipal o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) global, divulgado anualmente pelo PNUD e que mede o desenvolvimento humano dos países. O IDHM, que faz parte do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, é medido por uma escala que vai de zero a um - quanto mais próximo de um, melhor o desenvolvimento do local.
Nesta edição, o município com pior desempenho, por sua vez, foi Melgaço, no Pará, que tem 24,8 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atingindo IDHM de 0,418. Em 2003, ano em que o último IDHM foi publicado, o município com o pior quadro no Brasil foi Aroeiras do Itaim, no Piauí, com IDHM de 0,208. A paraense Melgaço registrava um IDHM, naquela época, de 0,260.
É importante ressaltar que houve alterações no cálculo do IDHM nesta edição, e que os pesquisadores, para comparação com as edições anteriores, recalcularam os valores com base na nova metodologia.
Com mais de 180 indicadores para os mais de 5.500 municípios do País, a atual edição do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil também permite uma análise das cidades mais bem colocadas por região. A capital do Tocantins, Palmas, por exemplo, atingiu IDHM de 0,788 e lidera o desenvolvimento humano na Região Norte.
No Nordeste, a ilha de Fernando de Noronha (IDHM de 0,788) é a mais bem colocada, enquanto a maranhense Fernando Falcão (0,443) ocupa o outro extremo da tabela. O ranking no Centro-Oeste é encabeçado por Brasília, com IDHM 0,824, enquanto a pior pontuação fica com Japorã (MS), com IDHM 0,526.
Os municípios das Regiões Sul e Sudeste com maior índice de desenvolvimento são Florianópolis (0,847) e São Caetano do Sul, respectivamente. A outra ponta da tabela é ocupada, nas duas regiões, pela paranaense Doutro Ulysses (0,546) e pela mineira São João das Missões (0,529).
A cidade que mais avançou no IDHM nos últimos 10 anos foi Mateiros, no Tocantins. Desde 2000, Mateiros conseguiu um avanço de 0,326 pontos no indicador, passando de 0,281 para 0,607 pontos.
Estados. Na comparação entre Unidades da Federação, o IDHM é liderado pelo Distrito Federal, com 0,824. Em seguida, vêm São Paulo (0,783) e Santa Catarina (0,774). Os Estados com o desempenho mais fraco são Alagoas (0,631) e Maranhão (0,639).

IDHM do Brasil avança 47,5% em 20 anos, mas educação ainda é o maior desafio

Classificação do País passou de 'Muito Baixo' (0,493 em 1991) para 'Alto' (0,727) no índice divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento nesta segunda

29 de julho de 2013

Ricardo Della Coletta - Agência Estado
BRASÍLIA - O Índice do Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil, divulgado nesta segunda-feira, 29, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e com a Fundação João Pinheiro, revela um expressivo avanço do Brasil nos últimos 20 anos, mas também um quadro em que a educação se mantém como o principal desafio do País. Entre 1991 e 2010, o índice cresceu 47,5% no País, de 0,493 para 0,727. Inspirado no IDH global, publicado anualmente pelo PNUD, esse índice é composto por três variáveis e o desempenho de uma determinada localidade é melhor quanto mais próximo o indicador for do número um.
A classificação do IDHM do Brasil mudou de 'Muito Baixo' (0,493 em 1991) para 'Alto' (0,727). É considerado 'Muito Baixo' o IDHM inferior a 0,499, enquanto a pesquisa chama de 'Alto' o indicador que varia de 0,700 a 0,799. Publicado uma vez a cada dez anos, o indicador traz para o âmbito municipal o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) global, divulgado anualmente pelo PNUD e que mede o desenvolvimento humano dos países. O IDHM, que faz parte do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, é medido por uma escala que vai de zero a um - quanto mais próximo de um, melhor o desenvolvimento do local.
O subíndice educação, uma das variáveis que compõem o IDHM, é o que mais puxa para baixo o desempenho do País. Em 2010, a educação teve uma pontuação de 0,637, enquanto os subíndices renda (0,739) e longevidade (0,816) alcançaram níveis maiores.
Embora seja o componente com pior marcação, foi na educação que mais houve avanço nas duas últimas décadas, ressaltaram os pesquisadores. Em 1991, a educação tinha um IDHM 0,279, o que representa um salto de 128% se comparado à pontuação de 2010. "Saímos de um patamar muito baixo e isso mostra o esforço que o País fez na área", avaliou Marco Aurélio Costa, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), um dos parceiros na realização do estudo. "A gente ainda não está bem, o IDHM educação é o que menos contribuiu e onde temos os maiores desafios para superar", concluiu.
Longevidade. O componente da longevidade, por sua vez, que é calculado pela expectativa de vida da população ao nascer, é a área na qual o Brasil apresenta melhor pontuação. É o único componente que está na faixa classificada pela pesquisa como um IDHM 'Muito Alto', quando o índice ultrapassa 0,800. Desde 1991 como o subíndice mais bem avaliado, foi também na longevidade em que a variação ao longo dos últimos 20 anos foi menor. O IDHM Longevidade era de 0,662 em 1991, de 0,727 em 2000 e de 0,816, na atual edição.
Já a renda mensal per capita saltou 14,2% no período, o que corresponde a um ganho de R$ 346,31 em 20 anos. As três instituições que elaboram o Atlas - PNUD, Ipea e Fundação João Pinheiro - ressaltam que 73% dos municípios avançaram acima do crescimento da média nacional. No entanto, há 11% de municípios com IDHM Renda superior ao do Brasil, "evidenciando a concentração de renda do País".

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A ONU se derrama em elogios ao Irã

23/05/13 
POR SAMY ADGHIRNI - correspondente em Teerã.

O Irã acumula vasto histórico de denúncias por repressão moral, tortura, perseguição política e outras graves violações de direitos humanos. Mas em termos de desenvolvimento social e humano, a república islâmica é um modelo. Quem diz isso é a ONU.
O último relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP), divulgado no mês passado, mostra que as condições de vida da maioria dos iranianos deu um salto qualitativo gigantesco após a revolução popular que varreu do poder a ditadura pró-Ocidente do xá Mohamed Reza Pahlevi, em 1979.
O ponto de partida desta avaliação é o IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, estabelecido pela ONU a partir dos anos 90 com o objetivo de incluir outros fatores além da simples economia para medir o padrão de vida médio de um país. O índice é obtido a partir de um cálculo que leva em conta expectativa de vida, educação (alfabetização + escolarização) e renda. A escala vai de 0 a 1. Quanto mais alto, melhor. Há muitas críticas contra a metodologia, mas o IDH foi amplamente abraçado como um indicador pertinente e respeitado. Uma olhada no ranking basta para perceber que a coisa faz sentido. A Noruega tem o melhor IDH e o Níger, o pior.
Irã (76ª posição) e Brasil (85ª) ficam no mesmo grupo de países com IDH “alto”. Abaixo dos “muito alto” e acima dos “médio” e “baixo”.
Não só a república islâmica está na frente da gente, como também teve um aumento duas vezes mais rápido que a média mundial. O IDH iraniano cresceu 67% entre 1980 e 2012, o equivalente a 1,60% ao ano. O resto do mundo evoluiu a uma média de 0,69% ao ano. A progressão do Irã supera até mesmo a média dos países no topo do ranking, que tiveram alta de 0,73% ao ano.
“Do ponto de vista do desenvolvimento humano [no período de 1980 a 2012], as políticas de intervenção do Irã foram tanto significativas quanto apropriadas para produzirem a melhora no IDH”, disse o chefe representante da ONU no Irã, Gary Lewis, ao apresentar o relatório a uma plateia de diplomatas estrangeiros. Também presente, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, era pura felicidade. “Não é o governo iraniano que está dizendo isso, é um órgão externo”, deleitou-se.
Lewis compartilhou uma penca de dados favoráveis ao regime iraniano. Ele disse que a taxa de morte de mulheres em decorrência de parto no Irã é de 21 para cada 100 mil nascimentos. Nos outros países do grupo “IDH alto”, esse número aumenta para 47. No Brasil, o número de óbitos alcança a vergonhosa marca de 56.
O percentual de mulheres com educação secundária ou superior no Irã é amplamente maior que o número no Brasil _62,1% contra 50,5%. Mas as brasileiras levam a melhor em matéria de representação no Parlamento (9,6% contra 3,1%) e na categoria “igualdade de gênero”, onde o Brasil está em 85º no ranking mundial, enquanto o Irã está na posição 107.
Um amigo correspondente ocidental a serviço de um jornalão internacional, que está há mais tempo que eu no Irã, resumiu a situação da seguinte forma: “esses caras do regime podem ser criticados por um milhão de razões legítimas, mas se tem uma coisa que eles conseguiram, é dar condições de vida decentes para o povo”.
Programas sociais e subsídios movidos a petrodólares garantem um freio contra o tipo de miséria em larga escala que se vê em países como Índia e Egito. Iranianos não só têm acesso a universidades com razoável nível de ensino como também cultivam a ideia de que é feio não ter curso superior. Hospitais públicos repletos de médicos com especialização no exterior fornecem um serviço digno. A infraestrutura do país, de estradas a redes de telecomunicação, opera em condições aceitáveis. A violência urbana é mínima. Os iranianos compõem, em grande parte, uma sociedade de classe média.
Obviamente, o Irã está longe de ser um mar de rosas. Quando fui cobrir um terremoto que deixou centenas de mortos na remota Província do Azerbaijão Ocidental, no ano passado, vi camponeses miseráveis que viviam feito animais em casas de terra. O poder de compra da já mencionada classe média está ruindo por causa de um misto de sanções econômicas internacionais contra o programa nuclear e populismo desenfreado da era Ahmadinejad. As ruas de Teerã começam a ter alguns pedintes. O que muda em relação a vários países é a escala do problema.
Dito isso tudo, muitos iranianos com quem converso não se enxergam como integrantes de uma sociedade relativamente privilegiada, inclusive gente com boa situação financeira. Se dizem infelizes com o ambiente e sonham em se mudar para outro país. IDH não é tudo na vida.

PS: link para o relatório da ONU sobre o desenvolvimento humano no Irã.

http://www.undp.org.ir/doccenter/hdr2013/IR%20of%20Iran%20Extract%20in%20HDR%202013%20ENGpdf