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sábado, 12 de outubro de 2013

A vertigem da retomada

                             (Arte ZH/Zero Hora)
Primeiros sinais de reação das potências mundiais pode aumentar disputa por investimento com os países emergentes e ter impacto na economia brasileira
Cinco anos depois da quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, que empurrou os Estados Unidos, a Europa e o restante do mundo para a maior crise financeira dos últimos 70 anos, começam a se consolidar sinais consistentes de reação.
Assim como tremeram à beira do abismo na época, agora países emergentesexperimentam a vertigem da recuperação alheia. Americanos e europeus começam a sair da recessão e, com isso, disputam investimentos com as economias mais promissoras do que desenvolvidas.
A tormenta começou em 2007, com problemas no mercado de hipotecas de alto risco, o chamado subprime. Mas ganhou dimensões globais com a quebra do banco de investimentos, dirigido pelo “Gorila” de Wall Street, Dick Fuld (veja quadro).
Luciano Coutinho, presidente do BNDES, avalia que a crise começa a dar sinais que está no fim da sua pior fase, de recessão e alto desemprego, mas sequelas como endividamento dos países e fragilização dos bancos apontam para um crescimento global mais lento no futuro. Brasil, Índia e Rússia já experimentam os efeitos do ganho de musculatura do dólar e seu efeito na inflação.
– Se pensássemos um cenário desses 10 anos atrás, teríamos uma crise muito grave. O que temos hoje é uma turbulência administrável, que vamos ultrapassar com aumento de juro e esforço do Banco Central para estabilizar o câmbio – afirma.

De fato, o Brasil se saiu bem da crise. Depois de um desempenho ruim em 2009, o país teve um avanço de 7,5% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. Mas a crise fez o governo a mudar a rota na política econômica. Até 2008, o país mantinha uma estratégia mais alinhada à das grandes economias. Com o mercado financeiro fragilizado, passou a dar estímulos adicionais ao consumo doméstico para impulsionar a produção. O resultado ruim no ano passado, entretanto, acendeu a luz vermelha para o endividamento das famílias, colocando a tática em xeque e forçando a busca de outras possibilidades.
Marcos Troyjo, diretor do BRICLab na Universidade Columbia, centro de estudos sobre Brasil, Rússia, Índia e China, avalia que os emergentes ainda têm de aprender a principal lição da crise:
– Para muitos, o capitalismo de Estado triunfou sobre o liberalismo na crise de 2008. O que deveria ser ferramenta excepcional pareceu assumir ares de verdade econômica. Exemplo disso é a política industrial brasileira de conteúdo local e o incentivo ao consumo, que atingiram seu limite. Os emergentes também estão tendo de se reinventar.
Ainda é difícil prever o tamanho do impacto da reação dos países ricos no Brasil. Mas se sabe que haverá. Professor de economia da UFRGS, Fernando Ferrari Filho ressalta que, apesar de a relação com os EUA ter importância decrescente na balança comercial – hoje cerca de 10% – turbulências serão inevitáveis. Para o também professor da UFRGS Marcelo Portugal, a agito só começou:
– Antes a taxa de juro americana girava em torno de 1% ou 1,65%. Agora, por volta 2,8%. A média histórica é 3,5%. A atração de recursos que hoje estão no Brasil para lá vai ficar mais forte – afirma.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Entenda as diferenças dos vários tipos de dólar

ANDERSON FIGO
DE SÃO PAULO - 23/09/2013
Consumidores que acompanham a cotação do dólar muitas vezes ficam confusos quando veem que, na prática, o preço da moeda americana cobrado em um pacote de viagem ao exterior, por exemplo, não corresponde à taxa vista nos jornais.
Isso acontece porque, no Brasil, a taxa de câmbio é flexível, o que significa que ela é negociada livremente por quem compra e quem vende.
O Banco Central divulga todos os dias uma média das taxas praticadas entre as instituições autorizadas a negociar dólares (bancos, corretoras e agências de turismo), conhecida como Ptax -que serve como referência.
O dólar comercial é usado no comércio exterior, enquanto, para fechar contratos no mercado financeiro, as empresas normalmente levam em conta o dólar à vista.
Editoria de Arte/Folhapress
Já o dólar turismo é aquele usado para emissão de passagens internacionais, pagamento de pacotes de viagens ao exterior e débitos em moeda estrangeira no cartão de crédito. "É o mais alto de todos, cerca de R$ 0,10 a R$ 0,15 acima dos demais", diz Fernando Bergallo, gerente de câmbio da corretora TOV.
"Estamos falando do dólar que não rege só o pagamento de uma viagem, mas também representa dinheiro vivo que o consumidor leva para fora para gastar."
Segundo Bergallo, o que encarece esse tipo de dólar é o custo que as instituições têm para manter as notas físicas, como transporte, custódia e seguro.
Também existe o dólar paralelo, que, como o próprio nome já diz, é o que circula em um meio não oficial, e o dólar a cabo.
ORIENTAÇÕES
As instituições podem cobrar taxas diferentes para o mesmo tipo de dólar. Como o câmbio é livre no país, os bancos e corretoras podem cobrar, por exemplo, uma taxa para a venda por telefone e outra para a venda em loja.
"Vale a pena pesquisar. Muitos comparam apenas os preços praticados por diferentes instituições", diz Guilherme Prado, especialista em câmbio da Fitta DTVM.
Também é essencial ficar atento às taxas. Quem compra dólar em papel paga 0,38% de IOF sobre o valor adquirido. A mesma taxa vale para quem carrega um cartão de débito. Já quem faz pagamentos no cartão de crédito arca com 6,38% de IOF.
Se a aquisição for feita em outra moeda, o valor será convertido em dólar e o cálculo do imposto será feito a partir dessa conversão.
A administradora do cartão vai cobrar a cotação vigente no dia do vencimento da fatura -e não no dia da compra-, podendo usar como referência o dólar comercial ou o turismo.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Defesa do Consumidor


Maria Inês Dolci


Recall de moedas mostra falta de controle de qualidade

CARO DINHEIRO


por Samy Dana


Mundo Econômico – 23 de dezembro

Panorama Mundo

Na última sexta-feira, o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, renunciou após ficar um um pouco mais de um ano no poder . O tecnocrata decidiu dar espaço para eleições no país.
Parte dos as analistas entendem essa medida um avanço pois o país precisa de mudanças , no entanto, a sinalização de Silvio Berlusconi em voltar ao poder causou uma tensão.
Caso Berlusconi assuma, a economia européia pode ser abalada uma vez que ele já declarou a possibilidade de o país sair da zona do euro.

Ainda no mundo político, o Partido Liberal Democrático japonês ganhou as eleições do domingo passado e causou alvoroço no mercado. O futuro primeiro-ministro, Shinzo Abe, já declarou que a política monetária do país deve ser mais frouxa* e, inclusive, financiar gastos públicos por meio da emissão de moeda. O resultado foi uma desvalorização expressiva do Iene.
Por fim, para não perder o costume, ainda não houve acordo sobre o fiscal cliff* nos Estados Unidos. .

De positivo para o país do “Tio Sam”, há o crescimento do PIB do terceiro trimestre. Em taxa anualizada, a variação foi de 3,1%, acima da expectativa do mercado de 2,8%.
O mercado americano respondeu  de forma positiva a esses eventos com altas semanais. Porém, com a indecisão em relação ao fiscal cliff* e a renúncia de Mario Monti, as bolsas caíram na sexta-feira e mostraram que podem seguir essa tendência na semana que entra.

Panorama Brasil
No Brasil, o Ibovespa seguiu a mesma tendência: teve alta na semana, mas demonstrou tendência de queda na sexta-feira.
Enquanto isso,  a presidente Dilma Rousseff tenta pressionar o Legislativo para que a votação do orçamento de 2013 seja feita o mais rápido possível para que não haja problemas nos planos de investimento do governo.
Além disso, o governo brasileiro adiou a votação do veto presidencial sobre a decisão parlamentar sobre os royalties do Petróleo.
Foi decidido que os royalties de contratos já assinados e futuros seriam divididos entre todos os estados da nação. A presidente vetou a medida como forma de garantir o mercado internacional não veja o Brasil como um país que muda as regras do jogo durante o próprio jogo.
Em relação à inflação, o mais importante fato foi a divulgação do IPCA-15. O índice que serve como prévia da inflação oficial subiu 0,69% em dezembro, acima das expectativas do mercado de 0,66%.
Quanto aos juros, a semana foi marcado por leves altas na curva de juros, resultantes de maiores expectativas de inflação. No entanto, o nível dos juros continua historicamente baixo. Isso ocorreu devido a crença de que o Banco Central não irá combater a inflação por meio dos juros e sim com  outras medidas disponíveis, como o compulsório.
Enfim, o dólar fechou a semana em R$2,073 com leve depreciação. A variação ocorreu graças às intervenções do BC para impedir a valorização da moeda estrangeira.

Expectativas da Semana
Na próxima semana, as comuns altas de fim de ano da bolsa podem não ocorrer. Com o problema do fiscal cliff* norte-americano, o Ibovespa ameaça andar de lado.
Ao mesmo tempo, os juros devem continuar bem ancorados em valores historicamente baixos e as expectativas de inflação aumentando vagarosamente.
O dólar deve variar próximo aos valores de R$2,07 e R$2,08 enquanto o BC luta para manter um regime cambial praticamente fixo.

*Dicionário Economês-Português
Política monetária frouxa – Política monetária que possui como objetivo estimular a economia seja por meio de queda na taxa de juros, seja por meio de outras medidas como diminuição dos compulsórios ou compra de títulos públicos.
Fiscal cliff (abismo fiscal) – Aumento de impostos e corte de gastos governamentais automáticos previstos para ocorrerem no início de 2013 nos EUA. Se realmente ocorrer, o país pode entrar em outra recessão.

Samy Dana é Ph.D em Business, professor da FGV e escreve no caderno Mercado
Post em Parceria com a Consultoria Júnior em Economia (CJE) da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.
http://carodinheiro.blogfolha.uol.com.br/2012/12/23/mundo-economico-23-de-dezembro/

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Economias de China e Índia vão superar o G-7 em 2025


Relatório da OCDE aponta que a economia global passará por uma mudança radical na distribuição da produção 

09 de novembro de 2012 
Danielle Chaves, da Agência Estado
LONDRES - Com as políticas corretas a economia global poderá manter um nível de crescimento relativamente alto durante as próximas décadas, mas passará por uma mudança radical na distribuição da produção se tiver sucesso com isso, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Em um relatório sobre projeções para os eventos econômicos até 2060, a OCDE afirmou que a produção econômica global crescerá 3% anualmente durante os próximos 50 anos se os governos encontrarem meios de manter as pessoas trabalhando por mais tempo, resolverem as atuais dificuldades fiscais e reformarem suas economias para torná-las mais produtivas.
Com as taxas de crescimento dos países em desenvolvimento superando as dos países desenvolvidos, a OCDE acredita que a produção combinada da China e da Índia vai superar a produção combinada do G-7 em 2025. Até 2060 as economias da China e da Índia combinadas serão 50% maiores do que a do G-7 - no ano passado essa relação era de menos da metade. De fato a OCDE calcula que em 2060 o Produto Interno Bruto (PIB) dos dois países será maior do que o de todos os 34 membros da instituição.
A OCDE prevê que o PIB da China medido pela paridade do poder de compra será maior do que o da zona do euro já neste ano e excederá o dos EUA em "mais alguns anos". No entanto, a própria China deverá ser superada como a grande economia com o crescimento mais rápido por volta de 2020, à medida que sua população envelhecida for deixada para trás pela força de trabalho mais jovem da Índia e da Indonésia.
Mudanças demográficas provocarão a maioria dos eventos que a OCDE espera para os próximos 50 anos. Até 2030, uma população global mais velha estará poupando menos, com a consequência de que as taxas de juros serão mais altas e os investimentos serão menores, agindo como uma trava ao crescimento.
A OCDE destacou que encontrar um meio de manter a proporção de população ativa em relação à população total, mesmo com o envelhecimento previsto, será a chave para que se alcance um crescimento econômico de 3%. As informações são da Dow Jones.
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,economias-de-china-e-india-vao-superar-o-g-7-em-2025,134219,0.htm

terça-feira, 3 de julho de 2012

Exportações do agronegócio brasileiro batem recorde, com destaque a soja


Agência Brasil

O agronegócio brasileiro conseguiu, em maio, seu melhor resultado em exportações, com vendas de US$ 10,26 bilhões. O valor é 21,2% maior que o resultado de maio ano passado e supera o recorde anterior, que tinha sido conquistado em agosto de 2011, de US$ 9,84 bilhões. Com a redução de 14,1% nas importações, que ficaram em US$ 1,34 bilhão, o saldo comercial do setor fechou maio em US$ 8,92 bilhões.

No acumulado dos últimos 12 meses, as exportações brasileiras do agronegócio cresceram 17,9%, chegando a US$ 97,4 bilhões. As importações aumentaram 13,9% e fecharam em US$ 17,4 bilhões, resultando em saldo comercial, entre junho de 2011 e maio de 2012, de US$ 80 bilhões, de acordo com Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura.


Segundo relatório produzido pela secretaria, “o recorde das exportações do agronegócio em maio foi obtido, principalmente, em função da ampliação das exportações do complexo soja”, que aumentou suas vendas em US$ 1,52 bilhão e respondeu por cerca de 90% do incremento total das exportações do agronegócio, que foi US$ 1,79 bilhões. Sozinho, o complexo soja exportou US$ 4,9 bilhões, equivalente a 47,7% dos embarques feitos em maio.

O segundo setor que mais vendeu para o exterior foi o de carnes, com US$ 1,45 bilhão; seguido pelo complexo sucroalcooleiro (açúcar e etanol), com US$ 1,08 bilhão; produtos florestais, com US$ 771 milhões; e café, com US$ 495 milhões. Juntos, os cinco produtos mais vendidos tiveram participação de 84,7% no valor total das vendas do agronegócio. Os dois últimos apresentaram redução nas vendas em relação a maio de 2011, de 8,6% e 30,6%, respectivamente.

A China, maior comprador dos produtos do agronegócio brasileiro, aumentou suas compras em 57,8% na comparação de maio de 2011 com o mesmo mês deste ano, com US$ 3,4 bilhões em compras. Em seguida, mas com valores bem menores, aparecem os Países Baixos (US$ 537,6 milhões), Estados Unidos (US$ 530,8 milhões) e a Rússia (US$ 419,9 milhões).

Além da China, os países que mais se destacaram pelo aumento das importações de produtos do agronegócio brasileiro, no mês de maio, foram o Egito (189%), Vietnã (96,7%), a Venezuela (62,4%), Coreia do Sul (53,5%) e Argélia (53%).

quarta-feira, 7 de março de 2012

Brasil é líder em juros reais no mundo há 27 meses

07/03/2012
DE SÃO PAULO

A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de reduzir a taxa básica de juros do país, a Selic, em 0,75 p.p. (ponto percentual), para 9,75% ao ano, fez com que o Brasil completasse 27 meses na liderança do ranking dos países com maiores juros reais do planeta.

O país ocupa a primeira posição do ranking desde janeiro de 2010, quando ultrapassou o segundo colocado à época.

Segundo levantamento da corretora Cruzeiro do Sul, para que o Brasil deixasse a primeira colocação no ranking, seria necessário um corte de 1,75 ponto percentual na taxa Selic. Assim, o país chegaria a um juro real de 3,3%, ocupando a segunda posição, atrás da Rússia, com 3,4%.

O ranking é elaborado por Jason Vieira, analista internacional da Cruzeiro do Sul Corretora, com 40 das maiores economias do planeta. Da taxa básica, foi descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses.

Com a redução, os juros reais foram a 4,2% ao ano. Na segunda posição aparece a Rússia, com taxa real de 3,4%. "O destaque é a queda da China no ranking, devido à inflação mais alta e a elevação da Rússia devido ao movimento inverso", aponta Vieira

Enquanto o Brasil continua no topo da lista, mais da metade dos países citados, 22 no total, registram juro real negativo. Tanto que a taxa média geral dos 40 países analisados ficou em -0,7%. Os últimos lugares do ranking são ocupados por Cingapura (-4,6%), Hong Kong (-5,3) e Venezuela (-8,5%).

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1058492-brasil-e-lider-em-juros-reais-no-mundo-ha-27-meses.shtml

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Improviso fatal

COLUNA NO GLOBO - Enviado por Míriam Leitão -
5.2.2012

O Brasil continua improvisando nas políticas industrial e comercial. Ao tentar encontrar saídas de afogadilho para o déficit que apareceu na balança, e para o magro número da indústria em 2011, tudo o que se consegue no governo é repetir o cacoete: protecionismo, vantagens para lobbies e corporações. O Brasil precisa de uma política atualizada, modernizante.

Elevar barreiras, quebrar acordos, distribuir dinheiro barato e descontos nos impostos é o que se fazia no Brasil pequeno, fechado e pouco sofisticado dos anos 1970. Não é possível que quatro décadas depois só saiam dos ministérios de Brasília exatamente as mesmas propostas.

Moderno é entender a lógica da integração das cadeias produtivas pelos países para tirar maior proveito delas, apostar nas vocações, incentivar inovação, investir pesadamente em educação, retirar os obstáculos que reduzem a produtividade e competitividade da economia como um todo.

Na ameaça de romper o acordo automobilístico com o México, pelo crescente déficit na balança comercial setorial, ocorreu algo curioso. Normalmente, o governo atende a todos os pedidos das montadoras. Foi assim com a redução do IPI para os automóveis, a elevação do IPI para os carros importados por montadoras não instaladas no Brasil e os frequentes benefícios que são concedidos ao setor.

A indústria automobilística pressionou o governo pedindo vantagens para eles e barreiras para os concorrentes, exibindo para isso os números das importações de automóveis. Falso argumento, porque os maiores importadores são eles mesmos. Estabelecida a barreira e o princípio de que importar é prejuízo, o feitiço voltou-se contra eles mesmos. Agora, o governo quer barrar as importações de carros vindos do México, só que a indústria se organiza de forma integrada no mundo inteiro, distribuindo os modelos por países diferentes e importando de suas próprias fábricas.

A indústria soltou nota e esperneou, agora que o protecionismo que sempre pede volta-se contra suas próprias estratégias. A maioria dos carros importados é das próprias montadoras, como tantas vezes o governo foi alertado pelos que criticaram a elevação do IPI contra o carro importado. A medida foi formatada exatamente para barrar os carros que concorriam com os das montadoras brasileiras, mesmo que representassem uma fração dos que vêm de fora.

Aí fica provada a improvisação. Queriam tanto agradar à indústria automobilística que acabaram desagradando-a fortemente, e ela até soltou nota de protesto.

Luiz Carlos Mello, ex-presidente da Ford no Brasil, e coordenador do Centro de Estudos Automotivos (CEA), explica como a indústria se organizou:

— As empresas nos países são ramos de um mesmo tronco que obedecem à estratégia global das companhias, e isso não é decidido no Brasil. Por estratégia, as empresas decidiram produzir carros diferentes no Brasil, Argentina e México. No Brasil, especializaram-se em produzir carros pequenos e básicos e passaram a importar carros maiores que não são produzidos aqui.

Durante os primeiros anos a estratégia deu superávit para o Brasil no comércio com o México; no último ano virou um resultado negativo de US$ 1,7 bilhão em carros e autopeças. No comércio de derivados de petróleo o Brasil teve um déficit de US$ 10 bilhões. Com o superávit no petróleo bruto, o saldo negativo no setor como um todo cai para US$ 2,3 bilhões. Mas este, pelo visto, não incomoda o governo porque até agora não provocou rompantes de rompimentos de acordos, ou medidas punitivas para a empresa importadora.

O episódio mostra que falta a Brasília uma visão geral, integrada e estratégica de como atuar para enfrentar a perda crônica de competitividade da indústria brasileira, que resultou na fraca produção industrial de 2011 e no enorme déficit comercial da indústria. Distribuir pomadas e curativos a alguns setores não resolve o problema. Escolher campeões — empresas que recebem subsídios para comprar seus concorrentes e sustentar planos de expansão — além de arcaico é indecoroso.

Se o dólar sobe, a indústria suspende a reclamação, os números melhoram e o governo comemora. Quando o dólar cai, como agora, recomeça o choro das empresas, os improvisos do governo e a reabertura do balcão de favores. E é essa gangorra de maior ou menor favorecimento que o governo chama de política industrial.

É preciso, em qualquer taxa de câmbio, enfrentar os gargalos estruturais que atrapalham empresas de qualquer setor, da indústria, inclusive. O custo trabalhista torna onerosa a contratação em qualquer ramo empresarial porque o trabalho é muito tributado no Brasil. Os impostos são muitos, e o cumprimento das obrigações fiscais, um cipoal burocrático. A empresa é punida por pagar seus impostos e contratar trabalhadores. O incentivo é para sonegar e livrar-se da mão de obra através de algum artifício. A logística é deplorável num país que tem dimensões continentais. A agenda é antiga, conhecida e de difícil execução. Só que é a única saída e precisa ser iniciada em algum momento.

http://oglobo.globo.com/economia/miriam/

sábado, 9 de abril de 2011

As asas da Águia

Coluna no GLOBO

Enviado por Míriam Leitão e Alvaro Gribel - 9.4.2011

A economia americana pode crescer até 4% este ano, mas ainda respira com a ajuda de aparelhos: juros zero e gasto público. O desemprego caiu de 9,8% para 8,8% em cinco meses. A alta do petróleo tira renda das famílias e pode afetar o consumo. A alta da bolsa recupera patrimônio das famílias. A dívida pública ultrapassará o teto de US$ 14 trilhões, mas as empresas voltaram a ter lucro.

A briga política de 2012 foi oficializada com o lançamento da candidatura de Barack Obama, e isso elevou o impasse no Congresso americano. A economia pode ajudar Obama, dependendo da intensidade da recuperação. Os economistas têm projeções variadas para 2011. Quanto mais forte for a recuperação, mais chance tem Obama. O quadro político tem vantagens e desvantagens para o presidente. Os republicanos estão divididos, mas nas disputas por cadeiras no Senado em 2012 eles estão em situação confortável. Os democratas precisam defender 23 das 33 cadeiras em disputa. Os republicanos precisam ganhar apenas quatro para ter a maioria na Casa, e em cinco dos estados onde haverá eleição para o Senado, o candidato republicano John McCain ganhou na última eleição.

Bill Clinton deixou superávit orçamentário para George Bush, que entregou a Obama um megadéficit e a economia em frangalhos.
Só agora aparecem os primeiros sinais bons no mercado de trabalho. A taxa de desemprego nos EUA cai há cinco meses. Mas 8,8% ainda é alto. A duração média no emprego subiu, mas o percentual de pessoas que ficam desempregadas por mais de seis meses aumentou um pouco. Há contradições, mas o mercado de trabalho é o último a se normalizar numa crise. Primeiro, as empresas recuperam lucros e confiança, para depois voltar a contratar. O rendimento do trabalhador também está baixo: enquanto a renda média em 2005 era US$ 4,00 a hora, este ano caiu para US$ 2,07.

José Roberto Mendonça de Barros diz que nos Estados Unidos quando é para fazer um ajuste eles fazem. A legislação trabalhista é flexível. Os salários caíram fortemente. Mas agora o nível de emprego começa a se recuperar, ainda que alguns pensem que é lentamente:

— Se o ritmo de criação de vagas dos últimos três meses for mantido, de 160 mil postos, só daqui a seis anos os EUA voltarão a ter a taxa de desemprego que tinham antes da crise, na faixa de 5% a 6% — explicou a economista Monica de Bolle, da Galanto Consultoria.

A inflação em 12 meses ultrapassou a meta informal do Fed, de 2%. A alta do preço do petróleo fez com que o CPI, a inflação ao consumidor americano, ficasse por três meses acima de 0,5%. Esse aumento já está tirando renda das famílias porque lá o repasse ao preço na bomba é automático. O Bank of America reviu para baixo a projeção de crescimento do PIB do primeiro trimestre pelo aumento do preço do petróleo. As famílias gastam mais para abastecer os carros, deixando de consumir outros bens.

O mercado imobiliário continua deprimido, sob qualquer ponto de vista: venda de casas novas; de casas usadas; preço de imóveis; autorização para construções; estoque de residências. Segundo o Bank of America, o preço nacional de imóveis está 30% menor que o pico de 2006.

O déficit público americano deve bater em 11% este ano e isso quer dizer que a dívida pública, que fechou 2010 em 95,7% do PIB, ficará ainda maior. Para o economista José Francisco de Lima Gonçalves, do Banco Fator, rolar essa dívida será pesado, se o Banco Central tiver que subir juros.

— Uma coisa é rolar US$ 14 trilhões com juros zero. Outra coisa é rolar esse estoque de dívida com juros de 1%. É um gasto considerável até mesmo para o governo americano, principalmente em um contexto de recuperação — afirmou.

Há boas notícias das bolsas. O índice Dow Jones registra alta de 89% em pouco mais de dois anos. Ou seja, quase dobrou. Segundo Monica de Bolle, essa melhora reflete a forte recuperação das empresas, mas também é fruto da alta liquidez mundial. De Bolle acredita que o setor financeiro é um ponto positivo, porque voltou a ter lucros fortes, após a crise sistêmica de 2008:

— As empresas estão muito bem. O setor bancário também dá sinais consideráveis de melhora, com lucros que começaram a partir do suporte do governo. A rentabilidade dos bancos aumentou muito e os dados de crédito estão muito bons. As exportações também cresceram por causa do dólar mais fraco.

Como as famílias sempre pouparam bastante no mercado de ações, a alta da bolsa recuperou patrimônio que parecia perdido, elevando a sensação de segurança que pode afetar positivamente o consumo.

Mas conversar com vários economistas é ver ângulos diferentes da maior economia do planeta. O economista André Sacconato, diretor de pesquisas da Brasil Investimentos & Negócios, explica que os sinais ainda são contraditórios e por isso as projeções de crescimento estão oscilando entre 2,7% a 4% este ano.

— Há muita disparidade entre as análises dos economistas. A economia americana vai ter que se recuperar sem o mercado imobiliário e também, em algum momento, sem os incentivos do governo porque o déficit já está muito alto — afirmou.

O crescimento da economia dos Estados Unidos interessa a todos. O baque desta vez foi mais forte, mas há sinais de que o tradicional dinamismo da economia, a capacidade de se levantar depois da queda através da inovação, alta tecnologia, mercado de trabalho flexível estão voltando. Se o melhor cenário acontecer ao longo dos próximos 17 meses, o presidente Barack Obama tem chances de mais um mandato. Política e economia, aqui como lá, andando juntas


http://oglobo.globo.com/economia/miriam/

Professor você pode trabalhar:
- Análise de texto: leitura, interpretação e debate.
- Fazer um pararelo com a atual situação econômica do Brasil.
- Desenvolver um trabalho de pesquisa sobre a economia estadunidense.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cepal prevê crescimento de 7,6% no Brasil e 5,2% na América Latina

Marcia Carmo
de Buenos Aires para a BBC Brasil



A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) prevê que a economia do Brasil deve crescer 7,6% neste ano e influenciar a expansão da economia da região, que deve ter um crescimento de 5,2% em 2010.

Os dados foram divulgados pelo órgão da ONU nesta quarta-feira, em Santiago, no Chile. De acordo com a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, o crescimento regional "será mais alto do que o previsto" - em especial, na América do Sul.

"As maiores taxas de crescimento em 2010 observam-se na América do Sul, encabeçadas pela economia de maior tamanho, o Brasil, que crescerá 7,6%, seguido por Uruguai (7%), Paraguai (7,0%), Argentina (6,8%) e Peru (6,7%)", afirmou.

Oficialmente, o Ministério da Fazenda estima uma expansão de 6,5% para a economia brasileira, mas o próprio ministro Guido Mantega já chegou a falar em um crescimento de 7%.

Na última segunda-feira, o boletim Focus - divulgado semanalmente pelo Banco Central com base em consultas ao mercado - registrou a previsão de um crescimento de 7,2% do PIB do Brasil em 2010.

Resultados

Alicia Bárcena observou que os países da América Latina apresentam neste ano resultados diferentes em suas economias.

Segundo ela, os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) registram resultados melhores pela "maior capacidade de adotar políticas públicas". Segundo a Cepal, os quatro membros do bloco devem crescer acima dos 6%.

Bárcena ressaltou ainda que a expansão está ligada também aos países que, como o Brasil, têm forte mercado interno e alta participação nas exportações para a Ásia.

Outros países da região terão taxas de crescimento mais modestos, como Bolívia (4,5%), Chile (4,3%) e México (4,1%). Os menores patamares foram previstos para Colômbia (3,7%), Equador e Honduras (2,5%), Nicarágua e Guatemala (2%).

Os dois países com previsão de crescimento negativo são Venezuela (-3%) e Haiti (-8,5%).

A Cepal afirma que a situação econômica do Haiti foi afetada pelo terremoto que arrasou o país em janeiro passado. No caso do Chile, atingido por um terremoto em fevereiro, a previsão de crescimento também foi reduzida, mas em menor escala.

De acordo com o organismo, o maior nível de atividade econômica regional teve uma repercussão positiva sobre o emprego. Isso permitirá uma redução do desemprego na região, que deve ficar em aproximadamente 7,8% em 2010 - uma redução em comparação à taxa observada em 2009 (8,2%).

Para 2011, a Cepal prevê um crescimento menor na região, de 3,8%, devido a "incertezas que persistem na economia internacional, sobretudo na Europa".

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/07/100721_cepal_mc_rc.shtml

terça-feira, 13 de julho de 2010

Brasil deve eliminar miséria até 2016, diz Ipea

13 de julho de 2010

De acordo com estudo divulgado pelo instituto, pobreza será reduzida a 4% da população

Alexandre Rodrigues, da Agência Estado

RIO - O Brasil eliminará a miséria e reduzirá a pobreza a apenas 4% da população até 2016. É o que projeta estudo divulgado nesta terça-feira, 13, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O trabalho mostra que, entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de brasileiros saíram da condição de pobreza absoluta (caracterizada por renda domiciliar mensal per capita de até meio salário mínimo). Já no caso da pobreza extrema (renda per capita de até um quarto do salário mínimo), o contingente que deixou essa condição no mesmo período foi de 12,1 milhões de pessoas.


Os números representaram uma queda de 33,6% na taxa de pobreza absoluta, que ficou em 28,8% da população em 2008. Já a proporção de miseráveis, estimada em 10,5% da população em 2008, reduziu quase 50% em relação a 1995. A velocidade dessa queda da pobreza desde a estabilidade econômica proporcionada pelo Plano Real e a aceleração desse ritmo identificada pelo Ipea no governo Lula (2003-2008) permitiram aos autores do trabalho projetar a redução a zero da pobreza extrema no País em quatro anos, além de uma queda vertiginosa da chamada pobreza absoluta

O trabalho "Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil" foi publicado no número 58 da publicação Comunicados do Ipea.

Distribuição

Embora os índices de pobreza no Brasil tenham experimentado queda mais acelerada nos últimos anos, a melhoria das condições econômicas da população desde o Plano Real não teve uma distribuição uniforme entre as regiões do País.

Enquanto a taxa de pobreza absoluta caiu 33,6% entre 1995 e 2008 em todo o País, a redução foi de apenas 12,7% na região Centro-Oeste. Já a queda da taxa de pobreza extrema, cuja média nacional reduziu 49,8% no período, foi reduzida em apenas 22,8% na Região Norte. Já a Região Sul teve resultados bem acima da média nacional nos dois casos: queda de 47,1% da pobreza absoluta e 59,6% da extrema.

Segundo o Ipea, os dados mostram que a redução da pobreza não tem uma relação direta apenas com o crescimento econômico. A região Centro-Oeste, que teve a menor queda na proporção de brasileiros com renda per capita abaixo de meio salário mínimo (pobreza absoluta), registrou no período estudado a melhor média do País de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) por habitante: média de crescimento anual de 5,3%.

Por outro lado, o Sul reduziu a pobreza em maior proporção, mesmo tendo registrado o menor ritmo de crescimento do PIB por habitante entre as regiões: 2,3% anuais. "O crescimento econômico, ainda que indispensável, não se mostra suficiente para elevar o padrão de vida de todos os brasileiros. A experiência recente do País permite observar que as regiões com maior expansão econômica não foram necessariamente as que mais reduziram a pobreza e a desigualdade", diz o estudo do Ipea, que sugere a combinação entre crescimento e políticas públicas voltadas para o combate à pobreza.

De acordo com as projeções do Ipea com base no ritmo da redução da pobreza no governo Lula (2003-2008), o Paraná poderá se tornar o primeiro estado brasileiro a erradicar a pobreza absoluta já em 2013. A mesma condição já poderia ser alcançada no ano seguinte por São Paulo. Em 2015, a pobreza estaria eliminada no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal.

Já entre os Estados em que o desafio é maior para que a média nacional da taxa de pobreza absoluta fique em 4% da população em 2016, como projeta o estudo, estão Alagoas, Maranhão, Pernambuco, Paraíba e Piauí. Nestes estados, a taxa de pobreza absoluta ainda estava acima de 50% da população em 2008.

Já a condição de pobreza extrema, que caracteriza a miséria de famílias com rendimento per capita abaixo de um quarto de salário mínimo, será eliminada em todo o País até 2016, segundo o Ipea. No entanto, o estudo prevê que os Estados de Santa Catarina e Paraná superarão essa condição já em 2012. No ano seguinte, atingiriam o mesmo objetivo Goiás, Espírito Santo e Minas Gerais. Em 2014, a miséria seria eliminada em Estados como São Paulo e Mato Grosso.

"Mas para que essa projeção se torne realidade, os Estados terão de apresentar ritmos diferenciados de redução da miséria, uma vez que registram enorme assimetrias taxas atuais de pobrezas extremas, como se pode observar entre Alagoas (32,3%) e Santa Catarina (2,8%)", diz um trecho do estudo.

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+brasil,brasil-deve-eliminar-miseria-ate-2016--diz-ipea,not_27206,0.htm

quinta-feira, 3 de junho de 2010

China se torna maior mercado para celulose brasileira

País asiático produz 90 milhões de toneladas de papel por ano e quer se tornar um dos líderes mundiais do setor

Cláudia Trevisan, de O Estado de S. Paulo

XANGAI - Depois de se transformar no maior destino das exportações brasileiras de minério de ferro e soja, a China assumiu o primeiro lugar nas vendas de outra commodity, a celulose, com 34% dos embarques no primeiro quadrimestre deste ano. O porcentual é o dobro da participação que o país asiático tinha nas exportações do produto até o ano passado, quando sua demanda deu um salto de 135%, para 1,5 milhão de toneladas, uma participação de 33% no total.

Elizabeth de Carvalhaes, presidente da Associação Brasileira de Papel e Celulose (Bracelpa), disse que os chineses começaram a aumentar suas compras no começo do ano passado, quando o preço internacional caiu em razão da crise mundial. Em junho de 2009 a cotação ficou em menos de US$ 400 a tonelada, comparada a US$ 840 do ano anterior. Atualmente já está em torno de US$ 920.

Segundo ela, a demanda chinesa assumiu natureza "estrutural" no segundo semestre, quando o país anunciou a instalação das três maiores máquinas de papel do mundo, uma das quais com capacidade de fabricar 1 milhão de tonelada por ano.

Em 2009, o Brasil respondeu por 50% das importações de celulose da China, que anualmente produz 90 milhões de toneladas de papel e quer se tornar um dos líderes mundiais do setor.

Para atender ao aumento da demanda chinesa e de outros países emergentes, as indústrias brasileiras de celulose planejam investir US$ 22 bilhões no período 2010-2016, o que poderá levar o Brasil da quarta para a terceira posição no ranking global, à frente da China.

O CEO da Suzano Papel e Celulose, Antonio Maciel Neto, disse anteontem em Xangai que a empresa investiu R$ 8 bilhões em duas novas fábricas, no Maranhão e no Piauí, que terão 50% de sua produção destinada à China.

A companhia produz 1,7 milhão de toneladas de celulose por ano e vai elevar o volume para 4,3 milhões de tonelas quando as duas plantas estiverem em operação, no fim de 2014. "A produção de papel na China cresce 4 milhões de toneladas por ano, o que é quase metade da produção total do Brasil, de 10 milhões de toneladas de papel", disse Maciel depois de encontro do Conselho Empresarial Brasil-China. Atualmente, 35% do que a Suzano produz de celulose é destinado à China.

Com os investimentos previstos para o período 2010-2016, Carvalhaes estima que a produção brasileira de papel poderá subir para 14 milhões de toneladas. A presidente da Bracelpa lembrou que o Brasil tem a maior floresta plantada do mundo, com 7 milhões de hectares, certificada por organismos internacionais.

Carvalhaes afirma que a produção brasileira atende à crescente exigência chinesa de usar processos industriais sustentáveis, em resposta à pressão internacional. "A China joga na atmosfera 12 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, o que faz com que o crescimento do país custe muito à humanidade em termos ambientais".

Além de ser certificada, a floresta plantada brasileira é formada basicamente por eucalipto, que é a árvore que mais absorve carbono, diz Carvalhaes. "Os 7 milhões de hectares de floresta retiram da atmosfera 1 bilhão de toneladas de carbono por ano", declarou.

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,china-se-torna-maior-mercado-para-celulose-brasileira,not_21275,0.htm

domingo, 21 de fevereiro de 2010

SUDÃO


Sudão é o maior país da África e localiza-se no centro-leste do continente. Seu território divide-se em duas regiões bem distintas: uma área desértica ao norte e uma área de savanas e florestas tropicais ao sul.



O islã predomina no Norte, enquanto tradições tribais (animismo) e o cristianismo prevalecem no Sul.

História

Conflitos entre o Egito, o Sudão, a Etiópia e a Grã-Bretanha deram origem a um domínio anglo-egípcio na região em 1899. Tal domínio sobreviveu às duas Guerras Mundiais e adentrou na década de 50, quando o crescente sentimento nacionalista levou o Sudão à sua completa independência em 1956.

Após obter sua autonomia, o país foi devastado por uma guerra civil que começou em 1983 e dura, de certa forma, até hoje. O estopim foi a introdução da sharia (lei islâmica) em todo o território sudanês.

Isso desagradou o sul do país, habitado por cristãos e animistas, que se revoltou contra o norte, de maioria muçulmana, e procura a separação do restante do país.

O governo, localizado no norte, não aceita a separação, uma vez que as riquezas naturais do país, como o petróleo, se encontram no sul do Sudão.

O conflito entre o norte e o sul já causou a morte de 1,5 milhão de pessoas.

Diálogos entre os rebeldes e o governo levaram a um acordo de paz em janeiro de 2005. O acordo dava ao sul do Sudão uma autonomia de seis anos. Terminado esse prazo, será realizado um referendo sobre a independência da região (em 2010 ou 2011).

Darfur

A dinâmica do conflito em Darfur, oeste do país, se tornou mais complexo durante 2007, quando facções militares e rebeldes proliferaram. Diálogos de paz, realizados na Líbia, foram embaraçados por grupos chaves, que se recusavam a participar. Segundo a ONU, essa é a pior crise do mundo.

Pobreza

O Sudão é um dos países mais pobres do mundo e os cristãos são os que se encontram em pior situação. Os combatentes desalojam a população civil, roubam os rebanhos e incendeiam vilarejos. Além disso, terras férteis estão improdutivas em função da constante movimentação da população que foge das áreas de conflito.

Apesar dos esforços realizados pelo Programa de Alimentação Mundial das Nações Unidas, pouca ajuda chega aos refugiados famintos. Tal situação é explicada em parte pela atitude constante do governo de Cartum de reter as remessas humanitárias como retaliação aos ataques das forças rebeldes. Além disso, muitas tropas rebeldes acabam distribuindo os alimentos para seus próprios soldados, contribuindo para o desvio dos alimentos.

Dados gerais

Capital
Cartum

Governo
República presidencialista, chefiada pelo presidente Omar Hassan Ahmad al-Bashir desde outubro de 1993

População
33.610.000

Área
2.505.813 km2

Localização
Centro-leste da África

Idiomas
O inglês e o árabe são os idiomas oficiais

Religião
Islamismo 70%, cristianismo 20%, tradições tribais 10%

Moeda
Dinar sudanês

Restrições
A Constituição é baseada na lei islâmica, mas não restringe as atividades cristãs. A oposição vem das comunidades e de grupos fundamentalistas

Economia
A economia sudanesa baseia-se na agricultura, sobretudo na exploração de cash crops como o algodão e o óleo de sésamo, em conjunto responsáveis por 40% das receitas de exportação do país. A região sul do Sudão é rica em petróleo, com reservas estimadas de 250 milhões de barris e potencial de capacidade de produção diária de 150 mil barris. A exploração desses recursos tem sido dificultada, todavia, pela falta de uma infra-estrutura de transporte adequada e, sobretudo, pelo longo conflito interno entre o Governo central e as províncias do sul do país.

O Produto Interno Bruto (PIB) sudanês, estimado em US$ 19,3 bilhões em 2004, apresentou um crescimento médio anual de 4,7% entre 1991 e 2001. Esse bom desempenho é atribuído à recuperação do setor agrícola, bem como ao aumento dos gastos governamentais e ao desenvolvimento do setor petrolífero. Em 2004, o crescimento foi estimado em 6,4%.

Calcula-se que o esforço de guerra tenha custado aos cofres públicos algo em torno de US$ 1 milhão por dia. No período de 1993-96, a taxa anual média de inflação foi de 88%, baixando para 65% em 1997, 17% em 1998 e 18% em 1999. Em 2003, chegou a 13%. A dívida externa total, segundo estimativa em 2004, seria de US$ 17,2 bilhões. O Sudão não vinha honrando os pagamentos de juros ou de principal, razão pela qual, no princípio de 1997, esteve prestes a ser expulso do FMI. Ulteriormente, chegou a um acordo pelo qual deve efetuar pagamentos mensais de US$ 4.5 milhões, além de adotar medidas para manter a inflação sob controle, acelerar o processo de privatização e atingir um equilíbrio fiscal (corte de despesas e aumento de receitas).

Em 2004, o comércio exterior global teria atingido a cifra de US$ 4,6 bilhões, com exportações de US$ 2 bilhões e importações de US$ 2,6 bilhões. Os principais produtos de exportação do Sudão são: combustíveis, óleos e ceras minerais; sementes e grãos; algodão; gomas e sucos vegetais; e peles. China, países do Oriente Médio (Arábia Saudita) e da Europa (Reino Unido) figuram entre os principais clientes e, ao mesmo tempo, como os maiores provedores. O Sudão importa variados artigos, sobretudo manufaturados, como caldeiras, máquinas e instrumentos mecânicos; veículos; aparelhos elétricos; obras de ferro e aço; e produtos farmacêuticos.


http://www.portasabertas.org.br/paises/perfil.asp?ID=155

http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&langpair=en%7Cpt&u=http://geography.about.com/od/sudanmaps/Sudan_Maps.htm

http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&langpair=en%7Cpt&u=http://www.arab.de/arabinfo/sudan.htm

http://www2.mre.gov.br/deaf/daf_3/sudao2.htm

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

GRÉCIA

12/02/2010 - 09h51
Recessão na Grécia piora no 4º tri e eleva risco sobre plano para dívida
da Reuters, em Atenas
da Folha Online

A economia da Grécia encolheu 0,8% no quarto trimestre, e dados oficiais nesta sexta-feira também mostraram revisões negativas para os outros três trimestres do ano passado, indicando o aprofundamento da recessão.

A contração do quarto trimestre foi maior que a prevista em uma pesquisa da Reuters, de 0,5%, e se segue a uma queda de 0,5% (dado revisado) no trimestre anterior --a agência nacional de estatísticas da Grécia tinha informado uma queda de 0,4% no terceiro trimestre.

PIB da zona do euro cai 4% em 2009; UE tem retração de 4,1%
BC europeu e Comissão Europeia juntarão forças para lidar com Grécia
PIB da França recua 2,2% em 2009, maior queda desde a 2ª Guerra Mundial
PIB da Alemanha fica estagnado no 4º tri; recessão é a maior desde a 2ª Guerra

A economia grega encolheu 2,6% em uma base anual, após uma queda anual revisada de 2,5% no último trimestre de 2009, que tinha sido inicialmente avaliada em 1,7%.

Economistas disseram que os dados sugerem que a Grécia encolheu cerca de 2% no ano passado como um todo, indicando problemas para o plano do governo grego de reduzir o seu deficit exorbitante e sair da crise de dívida.

"A previsão [de crescimento] do governo grego é muito otimista", disse Ben May, da Capital Economics. "Isso será outro fator que fará o ajuste fiscal que a Grécia está tentando alcançar muito difícil."

O governo socialista da Grécia prevê que a economia de 250 bilhões de euros do país voltará a crescer na segunda metade deste ano, depois de entrar na sua primeira recessão em 16 anos em 2009.

Ajuda

Em reunião realizada ontem, os países-membros da zona do euro se comprometeram a tomar medidas "decididas e coordenadas" para garantir a estabilidade financeira à região, caso seja necessário. A Grécia terá ainda sua situação monitorada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). A primeira avaliação do país após o início do acompanhamento está prevista para março.

O deficit da Grécia, de 12,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2009, está muito acima do limite de até 3% do PIB determinado pelas regras da zona do euro aos seus países-membros.

Hoje o BCE (Banco Central Europeu) informou que juntará forças com a Comissão Europeia, o órgão executivo da UE (União Europeia), para monitorar a Grécia e para redigir "medidas adicionais necessárias" para manter a estabilidade na zona do euro.

"Eu confirmo que o BCE irá trabalhar com a Comissão Europeia na monitoração da implementação das recomendações da Grécia e irá trabalhar com a Comissão Europeia nas propostas para as medidas adicionais necessárias", disse o presidente do BCE,

Jean-Claude Trichet, em comunicado. "Podem contar com nossa atenção permanente em relação a esse assunto."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u693212.shtml

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

SURINAME


DADOS PRINCIPAIS:

Área: 163.265 km²
Capital: Paramaribo
População: 445 mil (estimativa 2007)
Nome Oficial: República do Suriname
Nacionalidade: surinamesa
Governo: República presidencialista
Divisão administrativa: 9 distritos


GEOGRAFIA:

Mapa do Suriname
Localização: norte da América do Sul
Cidades Principais: Paramaribo, Lelydorp, Nieuw Nickerie
Clima: equatorial

DADOS CULTURAIS E SOCIAIS:

Composição da População: indianos (37%), eurafricanos (31%), javaneses (15%), afro-americanos (10%), ameríndios (3%), chineses (2%), outros (2%).
Idioma: holandês (oficial), hindustâni, javanês, inglês, francês, crioulo.
Religião: cristianismo (51,2%), hinduísmo (17,2%), islamismo (13,7%), sem religião e ateísmo (3,9%), novas religiões (5,9%), espiritismo (3,5%), outras (4,6%).

ECONOMIA:

PIB (Produto Interno Bruto): US$ 1,3 bilhão (2005)
Força de trabalho: 152 mil (2005)
Moeda: dólar surinamês
Principais atividades econômicas: produção de bauxita, agricultura e comércio.
http://www.suapesquisa.com/paises/suriname/
http://www.lldxt.nl/lldxt/pz_2005/images/Suriname-map.gif

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

CHINA

A China é um país autônomo, com leis e governo próprio, no entanto, para facilitar a administração do extenso território, o país é dividido em províncias, em outros países essa denominação pode mudar, como é o caso do Brasil e dos Estados Unidos que chamam de Estado, ou mesmo na Rússia que é denominado de República.

O território chinês é dividido em vinte três províncias, cinco regiões autônomas, quatro cidades administrativas e duas zonas administrativas.


DADOS PRINCIPAIS

ÁREA: 9.536.499 km²
CAPITAL: Pequim
POPULAÇÃO: 1,306 bilhão (estimativa 2005)
MOEDA: Iuan
NOME OFICIAL: REPÚBLICA POPULAR DA CHINA ( Zhonghua Renmin Gongheguo ).
NACIONALIDADE: chinesa
DATA NACIONAL: 1 e 2 de outubro (Dia da Pátria, Proclamação da República Popular da China).
LOCALIZAÇÃO: leste da Ásia
FUSO HORÁRIO: + 11 horas em relação à Brasília
CLIMA DA CHINA : de montanha (O e SO), árido frio (N, NO e centro), de monção (litoral S)
CIDADES DA CHINA (PRINCIPAIS): Xangai, Pequim (Beijing), Tianjin; Shenyang, Wuhan, Guangzou (Cantão).
REGIÃO ESPECIAL ADMINISTRATIVA: Hong Kong
COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO: chineses han 92%, grupos étnicos minoritários 7,5% (chuans, manchus, uigures, huis, yis, duias, tibetanos, mongóis, miaos, puyis, dongues, iaos, coreanos, bais, hanis, cazaques, dais, lis), outros 0,5% (dados de 1990).

IDIOMAS: mandarim (principal), dialetos regionais (principais: min, vu, cantonês).

RELIGIÃO: crenças populares 20,1%, budismo 8,5%, islamismo 1,4%, cristianismo 0,1%, sem filiação e ateísmo 63,9%, outras 6% (dados de 1980).

DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 136,1 hab./km2 (estimativa 2005)

CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO: 0,9% ao ano (1995 a 2000)

TAXA DE ANALFABETISMO: 15% (dados de 2005).

RENDA PER CAPITA: US$ 7.204 (estimativa 2005).

ECONOMIA DA CHINA :
Produtos Agrícolas: arroz, batata-doce, trigo, milho, soja, cana-de-açúcar, tabaco, algodão em pluma, batata, juta, legumes e verduras.
Pecuária: eqüinos, bovinos, búfalos, camelos, suínos, ovinos, caprinos, aves
Mineração: carvão, petróleo, chumbo, minério de ferro, enxofre, zinco, bauxita, asfalto natural, estanho, fosforito.
Indústria: têxtil (algodão), materiais de construção (cimento), siderúrgica (aço), equipamentos eletrônicos.

http://www.suapesquisa.com/paises/china/
http://www.brasilescola.com/china/
http://www.economiabr.defesabr.com/Fotos/China_Map.gif

quarta-feira, 5 de agosto de 2009


IRÃ

Irã ou República Islâmica do Irã é um país localizado no Oriente Médio, um subcontinente da Ásia. O país possui uma área de 1 648 195 km², onde vivem cerca de 68 milhões de habitantes.
A topografia do país é constituída, basicamente, por planaltos, havendo uma cadeia de montanhas ao redor dos mesmos. Na parte central estão estabelecidos dois desertos, o Dasht-e-kavir e o Dasht-e-Lut. Ao norte, próximo ao Mar Cáspio, se encontram as montanhas Elburz, que abrigam vulcões em atividade. Essa área montanhosa possui o ponto mais elevado do país, o Monte Demavend, com 5.671 metros de altitude.
Assim como a maioria dos países do Oriente Médio, o Irã possui em seu território poucos recursos hídricos. Há basicamente três grandes rios, são eles: Karun, Atrak e Safid.
São identificados dois tipos de climas na região, o árido subtropical e o subtropical de altitude.
A economia iraniana está extremamente vinculada à produção de petróleo.
A exportação do país está ligada a produtos como tapetes, frutas secas e especiarias. Apesar das adversidades climáticas, a agricultura desempenha um importante papel na composição do PIB do país.
O Irã produz trigo, cevada, centeio, milho, sorgo, algodão, arroz, uvas, maçãs, peras, pêssegos e bananas. Na pecuária se destaca na criação de ovinos, caprinos e camelos.
Já na pesca, a atividade não tem sido explorada em todo seu potencial.
Dados gerais do país Nome: República Islâmica do Irã.
Gentílico: iraniano (a).
Capital: Teerã
Língua oficial: persa.
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): 0, 759 – médio.
Moeda: rial iraniano.

Por Eduardo de Freitas - Graduado em Geografia - Equipe Brasil Escola

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Industrialização Brasileira

Conteúdo do 2º ano do Ensino Médio




INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL E DO MUNDO


As origens do processo de industrialização remontam ao século XVlll, quando na sua segunda metade, emergem na Inglaterra, grande potência daquele período, uma série de transformações de ordem econômica, política, social e técnica, que convencionou-se chamar de Revolução Industrial.
Hoje esse processo já é conhecido como 1ª Revolução Industrial, pois nos séculos XlX, e no XX, novas transformações geraram a emergência das 2ª e 3ª Revoluções Industriais.
As transformações de ordem espacial a partir da indústria foram enormes, podemos citar como exemplo as próprias mudanças ocorridas na Inglaterra do século XlX, onde a indústria associada a modernização do campo, gerou a expulsam de milhares de camponeses em direção das cidades, o que gerou a constituição de cidades industriais que nesse mesmo século ficaram conhecidas como cidades negras, em decorrência da poluição atmosférica gerada pelas indústrias. Além disso, ocorreu uma grande mudança nas relações sociais, as classes sociais do capitalismo ficaram mais claras, de um lado os donos dos meios de produção ( burguesia), que objetivavam em primeiro lugar lucros cada vez maiores, através da exploração da mão de obra dos trabalhadores que ganhavam salários miseráveis, e trabalhavam em condições precárias, esses por sua vez constituindo o chamado proletariado, (classe que vende sua força de trabalho em troca de um salário), que só vieram conseguir melhorias a partir do século XX, e isso fruto de muitas lutas, através de greves que forçaram os patrões e Estados a concederem benefícios a essa camada da sociedade.
O avanço da indústria, especialmente a partir do século XlX, deu-se em direção de outros países europeus como a França, a Bélgica, a Holanda, a Alemanha, a Itália, e de países fora da Europa, como os EUA na América e o Japão na Ásia, a grosso modo esses países viriam a ser no século vindouro, as potências que iriam dominar o mundo, em especial os EUA, que hoje sem sombra de dúvidas são a maior potência não apenas econômica, industrial, mas também militar do planeta.
A partir do século XX, especialmente após a 2ª Guerra Mundial, países do chamado terceiro mundo, também passaram por processos de industrialização, como é o caso do Brasil. Nesses países foi muito marcante a presença do Estado nacional no processo de industrialização, e das empresas multinacionais (empresas estrangeiras), que impulsionaram esse processo, e fizeram que alguns países da periferia do mundo hoje sejam potências industriais. Só que diferentemente do que ocorreu nos países do mundo desenvolvido, a industrialização não resultou necessariamente na melhoria de vida das populações, ou no desenvolvimento do país, pois esse processo nos países subdesenvolvidos se deu de forma dependente de capitais internacionais, o que gerou um aprofundamento da dependência externa, como o que é expresso através das dívidas externas, além do que, as indústrias que para cá vieram por já serem relativamente modernas não geraram o número de empregos necessários para absorver a mão de obra cada vez mais numerosa que vinha do campo para as cidades, isso fez com que ocorresse um processo de metropolização acelerado, que não foi acompanhado de implantação de infra- estrutura e da geração de empregos, o que gerou um dos maiores problemas dos países subdesenvolvidos hoje o inchaço das grandes cidades, com os problemas decorrentes do mesmo.

A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

Pensar na origem da indústria no Brasil, tem que se incluir necessariamente, a economia cafeeira desenvolvida no pais durante o século XlX e boa parte do XX, pois ela foi quem deu as bases para o surgimento da indústria no país, que começou a ocorrer ainda na Segunda metade do século XlX. Dentre as contribuições da economia cafeeira para a industrialização, podemos mencionar:
a) Acumulação de capital necessário para o processo;
b) Criação de infra-estrutura;
c) Formação de mercado de consumo;
d) Mão de obra utilizada, especialmente os migrantes europeus não portugueses, como os italianos.
No início do século XX, a industrialização brasileira ainda era incipiente, era mais vantajoso investir no café, por exemplo, do que na indústria. Com a crise de 1929, o rumo da economia brasileira muda. Com a subida ao poder de Vargas, emerge o pensamento urbano industrial, na chamada era Vargas, o processo de industrialização é impulsionado, com base nas políticas de caráter keynesiano. O intervencionismo estatal na economia é cada vez maior, criam-se empresas estatais como CVRD, Petrobrás, Eletrobrás, etc., com o objetivo de industrializar o país.
No governo de JK, se dá a abertura ao capital internacional, representado pelas empresas multinacionais e pelos enormes empréstimos para o estabelecimento de infra estrutura e de grandes obras como a construção da capital federal no centro do país, no planalto central, Brasília.
Durante a ditadura militar, o Plano de metas de JK é continuado, grandes projetos são estabelecidos, a economia do país chega a tornar-se a oitava do mundo. Durante o chamado milagre brasileiro(1968-1973), a economia brasileira passa a ser uma das que mais cresce, essa festa toda só é parada em decorrência da Crise do petróleo, que se dá a partir de 1973.
A grande contradição desse crescimento se deve ao fato que, por um lado ele foi gerado pelo grande endividamento externo, e por outro através de grande repressão ( vide o AI 5), e arrocho salarial , sobre a classe trabalhadora brasileira, confirmando a tendência de Modernização conservadora da economia nacional.
A partir da década de 90, e da emergência das idéias neoliberais, o processo de industrialização do país toma novo rumo, com a privatização de grande parte das estatais e da abertura cada vez maior da economia do país ao capital internacional, além da retirada de direitos trabalhistas históricos.
Mudanças espaciais também são verificadas na distribuição atual das indústrias no país, pois desde o início da industrialização, a tendência foi de concentração espacial no Centro-sul, especialmente em São Paulo, isso fez com que esse estado se torna-se o grande centro da economia nacional e em decorrência disso recebesse os maiores fluxos migratórios, mas o que se verifica atualmente é que a tendência mundial atual de desconcentração industrial também tem se abalado sobre o Brasil, pois localidades do interior de São Paulo, do Sul do país e até mesmo estados nordestinos começam a receber plantas industriais que em outros tempos se dirigiriam sem sombra de dúvidas para a capital paulista. Esse processo se deve em especial a globalização da economia que tem acirrado a competição entre as empresas, que com isso buscam a redução dos custos de produção buscando produzir onde é mais barato. Esse processo todo tende a redesenhar não apenas o espaço industrial brasileiro, mas de várias áreas do mundo. O mais interessante no caso brasileiro, é que ele não tem enfraquecido o papel de São Paulo como cidade comandante da economia nacional, mas pelo contrário fortalece, pois o que se desconcentra é a produção e não a decisão.

terça-feira, 31 de março de 2009

CRISE ECONOMICA MUNDIAL

04/02/2009 - 14h15
Entenda como a crise financeira global afeta o Brasil

da Folha Online
A crise financeira que começou há mais de um ano nos Estados Unidos como uma crise no pagamento de hipotecas se alastrou pela economia e contaminou o sistema mundial. Diversos bancos americanos apresentaram perdas bilionárias, outros chegaram a quebrar. Na Europa também há vítimas.
O Brasil inicialmente não foi atingido em cheio pela crise --os bancos não possuíam papéis ligados às hipotecas de alto risco ("subprime") que originaram os problemas. Mas vários setores sofreram com a contração de crédito e, em seguida, pela queda das exportações e da demanda interna, que foi o "motor" do crescimento do país nos últimos dois anos. O resultado é o avanço do desemprego e a expectativa de desaceleração no crescimento econômico do país, embora espera-se que fique melhor do que o da maioria dos países desenvolvidos e emergentes.
As quebras e os problemas enfrentados por bancos americanos e europeus até então considerados importantes e sólidos geraram o que se chama de "crise de confiança". Num mundo de incertezas, o dinheiro para de circular --quem possui recursos sobrando não empresta, quem precisa de dinheiro para cobrir falta de caixa não encontra quem forneça. Isso fez cair e encarecer o crédito disponível. E numa economia globalizada, a falta de dinheiro em outro continente afeta empresas no mundo todo.
Com a circulação de dinheiro congelada e o consumo comprometido, o resultado esperado é a contração das economias, uma vez que todos passam a encontrar dificuldade em financiarem seus projetos. Justamente para injetar liquidez (dinheiro nos mercados) os Bancos Centrais fazem leilões de moeda e criam linhas especiais de bilhões de dólares.
No Brasil, esse foi o principal efeito da crise quando ela estourou: a dificuldade em se obter dinheiro. Grandes empresas que dependiam de financiamento externo passam a encontrar menos linhas de créditos disponíveis. Por consequência, com a dificuldade em captar no exterior, ficam comprometidos projetos de construção dessas empresas, que por sua vez gerariam empregos e renda ao país. E, quando captam no mercado interno, ajudam a reduzir ainda mais a capacidade de empréstimo dos bancos locais a quem já dependia habitualmente deles.
Para reduzir os efeitos da crise internacional, o BC (Banco Central) anunciou mudanças nos depósitos compulsórios das instituições financeiras. Por meio do depósito compulsório, o órgão obriga os bancos a depositar em uma conta no próprio BC parte dos recursos captados dos seus clientes nos depósitos à vista, a prazo ou poupança. Assim, quando reduz o compulsório, o BC libera aos bancos mais dinheiro para emprestar.
Na esteira da contração do crédito, outra consequência da crise é haver redução no consumo das famílias e do investimento das empresas, dois dos principais pilares de expansão da economia nos últimos anos. Eles cresceram justamente pela farta oferta de crédito. Com menos dinheiro, gasta-se menos, produz-se menos e o crescimento é menor. Também são afetadas as exportações do país, que devem cair porque os países compradores estão se desaquecendo e possuem menos dinheiro para comprar.
O próximo passo dos problemas causados pela crise no Brasil é o desemprego. A combinação das reduções do consumo interno, do crédito, das exportações e dos investimentos causa uma diminuição da demanda das empresas, que se veem obrigadas a rever seus quadros de funcionários.
Diversas empresas iniciaram no último bimestre do ano uma onda de férias coletivas e demissões que ainda prosseguem. O mês de dezembro deixou isso claro: segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o mês apresentou redução de 654.946 postos de trabalho --o maior volume para o mês desde 1999, o início da série histórica do dado divulgado pelo Ministério do Trabalho.
Os setores que mais sofrem com a queda da demanda, tanto no Brasil como no resto do mundo, são o automotivo, o imobiliário e o de bens de capital (ligado aos investimentos). Isso ocorre porque vendem produtos que dependem diretamente de financiamento, que está escasso.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção do setor automotivo, por exemplo, despencou quase 40% em dezembro na comparação com novembro, sendo determinante para que o resultado da indústria em geral naquele mês recuasse 12,4% --o pior resultado da série histórica, iniciada em 1991. Porém, caso a crise se agrave e aumente o número de demissões, os problemas podem se alastrar para outros setores.
O reflexo da crise se espelhará no desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Para 2009, as previsões dos analistas de mercado ouvidos pelo Banco Central na última pesquisa Focus é de crescimento de 1,8% --abaixo dos 3,2% esperados pelo próprio BC e dos 4% esperados pelo governo federal.
Outro reflexo visível da crise no mundo, e que teve especial repercussão no Brasil, foi a forte queda nos mercados acionários. Trata-se de um ciclo sem fim: com medo da crise financeira aumentar, os investidores tiram o dinheiro das Bolsas, consideradas investimentos de risco. Então, faltam recursos para as empresas investirem e a crise aumenta, o que faz os investidores tirarem mais dinheiro.
Ou seja, como a crise americana provoca justamente aversão ao risco, os investidores em ações preferem sair das Bolsas, sujeita a oscilações sempre, e aplicar em investimentos mais seguros. Além disso, os estrangeiros que aplicam em mercados emergentes, como o Brasil, vendem seus papéis para cobrir perdas lá fora. Com muita gente querendo vender, os preços dos papéis caem e os índices desvalorizam.
A queda no mercado acionário brasileiro é potencializado pela sua concentração em papéis de empresas que produzem commodities --cujos preços no mercado internacional despencaram devido ao esvaziamento feito pelos investidores e pela queda da demanda. Gigantes como a Vale e a Petrobras, por exemplo, respondem por quase metade da movimentação da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e sofreram desvalorizações acima da média do mercado, empurrando o Ibovespa para baixo.
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