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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Piketty por todo lado

18 de maio de 2014

Moisés Naím


Em janeiro de 2012 escrevi num artigo: "A desigualdade será o tema central de debates este ano. A desigualdade sempre existiu e não vai desaparecer, mas este ano ela dominará a agenda dos eleitores, dos que protestam nas ruas e dos políticos. Terá fim a coexistência pacífica com a desigualdade e a necessidade de lutar contra ela - e as promessas de que isso será feito serão as mais intensas e generalizadas desde o fim da Guerra Fria". 

Foi o que ocorreu. Denunciar o 1% da população muito rica ao passo que a vida de 99% dos indivíduos é cada vez mais precária tornou-se um slogan mundial. Em 2012 o número de artigos sobre a desigualdade econômica aumentou 25% em relação a 2011 (e 237% em relação a 2004). 

Muito mais importante foi o fato de o papa Francisco e Barack Obama se referirem a ela como o problema que define o nosso tempo. Como combatê-la é assunto de debate eleitoral em todo o mundo, incluindo países como o Brasil, onde a desigualdade diminui.

Agora, dois anos após meu prognóstico, chegou Thomas Piketty. Dizer que ele é um economista francês, autor de O Capital no Século 21, best seller mundial, é fazer-lhe injustiça. 

Piketty é muito mais do que isto. É um surpreendente fenômeno político, midiático e editorial. Sua tese é de que a desigualdade econômica é um efeito inevitável do capitalismo e se não for combatida continuará aumentando até chegar a níveis que acabarão por destruir a democracia e a estabilidade econômica. Segundo ele, a desigualdade cresce quando a taxa de remuneração do capital ("r") é maior que a do crescimento econômico ("g") ou, em sua famosa formulação, a desigualdade cresce quando "r" é maior que "g". 

O alcance do fenômeno Piketty vai além do que normalmente ocorre com ideias de acadêmicos. Por exemplo, um artigo de The New York Times sobre como escolher a área da cidade onde viver, recomendando que antes seja feita uma averiguação sobre o que os vizinhos leem. Para isso sugere que se vá à biblioteca do bairro para saber quais são os livros mais procurados. É um lugar mais tipo Piketty ou mais propenso a romances de mistério? Outro artigo sobre os espinhosos problemas que afetam casais quando a mulher ganha mais do que o marido termina explicando que a base do problema tem a ver com o "debate Pikety..." 

A inesperada popularidade dos livros acadêmicos de difícil leitura não é um fenômeno novo. Isso ocorreu, entre outros, com O Fim da História, de Francis Fukuyama, publicado em 1992, e com O Choque das Civilizações, de Samuel Huntington, de 2001. O improvável sucesso editorial de ambas as obras deve-se ao fato de que foram publicadas em momentos em que já havia um grande interesse no mundo pelos temas que abordavam. Fukuyama publicou seu livro pouco depois do colapso da União Soviética e a percepção generalizada era de que o comunismo fora derrotado. O prognóstico de que o futuro do mundo seria definido por ideias liberais - pelos mercados e a democracia - chegou no momento preciso. Uma década depois, Huntington teve a mesma sorte. Seu livro, cuja tese é de que os conflitos ideológicos serão substituídos por conflitos religiosos, foi lançado um mês antes dos ataques do 11 de Setembro. 

Agora chegou a vez de Piketty. 

Há uma década, quando o boom econômico estava no apogeu e o colapso financeiro ainda não havia deixado extremamente angustiadas as famílias nos EUA e na Europa, o interesse em entender por que a desigualdade é causada por "r maior que g" não era tão grande. Na América Latina e África, regiões com a pior distribuição de renda do planeta, o tema da desigualdade não é novo. 

O debate mundial difundiu-se quando a desigualdade se agravou nos EUA. A superpotência tem uma capacidade inigualável para exportar suas angústias e fazer com que o restante do mundo compartilhe delas. Neste caso, é boa notícia saber que o problema também é importante para aqueles que o têm tolerado passivamente há tempo demais. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO 


Moisés NaímÉ ESCRITOR VENEZUELANO E MEMBRO DO CARNEGIE ENDOWMENT EM WASHINGTON

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,piketty-por-todo-lado,1168174,0.htm

quarta-feira, 27 de maio de 2009

CAPITALISMO

Capitalismo é o sistema econômico que se caracteriza pela propriedade privada dos meios de produção e pela liberdade de iniciativa dos próprios cidadãos.

No sistema capitalista, as padarias, as fábricas, confecções, gráficas, papelarias etc., pertencem a empresários e não ao Estado (país). Nesse sistema, a produção e a distribuição das riquezas são regidas pelo mercado, no qual, em tese, os preços são determinados pelo livre jogo da oferta e da procura. O capitalista, proprietário de empresa, compra (salário) a força de trabalho de terceiros para produzir bens que, após serem vendidos, lhe permitem recuperar o capital investido e obter um excedente denominado lucro. No capitalismo, as classes não mais se relacionam pelo vínculo da servidão (período Feudal da Idade Média), mas pela posse ou carência de meios de produção e pela livre contratação do trabalho e/ou tabalhadores.
São chamados capitalistas os países cujo modo de produção dominante é o capitalista. Neles coexistem, no entanto, outros modos de produção e outras classes sociais, além de capitalistas e assalariados, como artesãos e pequenos agricultores. Nos países menos desenvolvidos, parte da atividade econômica assume formas pré-capitalistas, exemplificadas pelo regime da meia ou da terça, pelo qual o proprietário de terras entrega a exploração destas a parceiros em troca de uma parte da colheita.

É necessário lembrar que este sistema de produção, no transcorrer dos séculos, assumiu diversas fases, a primeira delas, é o capitalismo agrícola, que é o capital (ainda embrionário) no campo; a segunda, é o capitalismo mercantil (comercial), fundamentalmente a era do mercantilismo; a terceira, o capitalismo industrial (capitalismo propriamente dito) do século XVIII, com as grandes revoluções das invenções das máquinas; e, finalmente, é quando se tem o capitalismo financeiro (o ganho pelo movimento do capital financeiro), talvez sem o nível de especulação que exige hoje em dia.

São características clássicas do capitalismo:

Propriedade privada: consiste no sistema produtivo vinculado à propriedade individual.

Lucro: é o principal objetivo capitalista, proveniente do resultado da acumulação de capital.

Economia de mercado: livre iniciativa da regulação do mercado, sem ou pouca intervenção do estado. Esse processo ocorre por meio da oferta e da procura, que regula os preços e os estoques das mercadorias, o estado tem a responsabilidade de intervir somente em casos delicados e também na implantação de medidas que garantem a instabilidade econômica.

Divisão de classes: esse é um dos pontos mais polêmicos do capitalismo, é a distinção entre duas classes sociais, de um lado está uma minoria denominada de capitalistas ou donos dos meios de produção e de capitais, e do outro lado a maioria chamada proletários, que vende sua força de trabalho em troca de um salário que garanta saúde, alimentação, transporte, lazer, etc., no entanto, é nesse ponto que constitui a divisão das classes, uma vez que nem sempre o capitalista oferece uma remuneração que seja suficiente para sanar todas as necessidades básicas da maioria dos trabalhadores. Desse processo o capitalista adquiriu a mais-valia, que corresponde aos lucros oriundos do trabalho do proletário.

http://www.renascebrasil.com.br/f_capitalismo2.htm
http://www.eumed.net/cursecon/libreria/2004/lgs-ens/12.htm
http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/algumas-caracteristicas-capitalismo.htm