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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Arábia Saudita permite, pela 1ª vez, que mulheres exerçam a advocacia

07/10/2013

DA EFE

O Ministério da Justiça da Arábia Saudita deu autorização, pela primeira vez, para que quatro advogadas exercerçam a profissão no país, informou nesta segunda-feira o jornal estatal "Okaz".
Em declarações ao veículo, uma das advogadas, Bayan Zahran, explicou que, com a autorização governamental, elas poderão se registrar no Sindicato dos Advogados e terão direito a representar clientes nos tribunais e abrir seus próprios escritórios.
Uma fonte do Ministério da Justiça ressaltou em declarações ao jornal que com essa medida as mulheres poderão trabalhar em todos os tipos de casos judiciais.
Para facilitar seu trabalho, os tribunais aplicarão um sistema para identificar as advogadas mediante suas impressões digitais, a fim de que elas não precisem retirar o "niqab" (véu que cobre todo o rosto, menos os olhos) cada vez que forem a uma audiência.
Até hoje, as mulheres só eram autorizadas a trabalhar como consultoras legais, não podendo representar clientes.
Em abril, as autoridades permitiram a uma advogada assistir a algumas sessões de julgamentos.
A Arábia Saudita é governada por uma monarquia com poderes absolutos e nela rege uma estrita interpretação da sharia (lei islâmica), que impõe a segregação de sexos em espaços públicos.
As mulheres não podem dirigir nem viajar para o exterior sem um homem da família, entre muitas outras restrições.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Vereadora é impedida de assumir cargo no Irã por ser 'bonita demais'

15/08/2013
SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ
Uma jovem candidata a vereadora no interior do Irã foi impedida de assumir o cargo por ser "bonita demais", segundo a imprensa local.
Candidata em Qazvin (norte), Nina Siahkali Moradi, 27, obteve 10 mil votos na eleição ocorrida junto com o pleito presidencial, em junho.
O resultado a colocou na 14ª posição num ranking que qualificava os 13 primeiros entre 163 candidatos.
Com a desistência do primeiro colocado, Moradi entrou na lista dos vencedores. Mas conservadores barraram sua ida à prefeitura.
"Seus votos foram anulados por [causa de] suas credenciais", disse Reza Hossaini, do comitê local de monitoramento de eleições.
"Não queremos uma modelo desfilando na prefeitura", disse um clérigo local.
Seus adversários já a haviam acusado de manter comitê de campanha que atraía comportamentos incompatíveis com valores islâmicos.
Moradi conquistou apoio ao defender direitos da mulher e incentivos culturais.
O incidente contraria esforços do novo presidente iraniano, Hasan Rowhani, que acaba de nomear uma vice-presidente como parte da promessa de promover direitos da mulher.

Reprodução/Al Arabiya
Nina Siakhali Moradi, que foi impedida de assumir seu posto na Câmara de Qazvin
Nina Siakhali Moradi, que foi impedida de assumir seu posto na Câmara de Qazvin

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A desigualdade de gênero na China


A rápida urbanização não trará benefícios econômicos se o governo chinês desperdiçar o talento das mulheres


22 de maio de 2013

LETA HONG, FINCHER, THE NEW YORK TIMES, É ALUNA DO PROGRAMA DE DOUTORADO EM SOCIOLOGIA DA UNIVERSIDADE , TSINGHUA, EM PEQUIM, LETA HONG, O Estado de S.Paulo

Nos últimos tempos, a mídia tem se deixado levar por uma onda de otimismo em relação à situação da mulher no mercado de trabalho chinês, insinuando que o mundo deveria tomar a China como um modelo de igualdade de gênero no trabalho. Os relatos positivos, porém, escondem o fato de as chinesas estarem perdendo terreno.
O censo de 2010 indica que 74% das mulheres em idade ativa estão incluídas na força de trabalho. É um porcentual comparável ao registrado nos EUA e na Austrália. Mas o índice inclui mulheres que trabalham no campo e, na China, quase metade da população ainda vive no meio rural. Nas cidades, a situação é diferente.
A taxa de emprego urbano entre as chinesas caiu para 60,8% em 2010, depois de ter declinado para o nível de 77,4%, 20 anos antes. A taxa de emprego urbano feminino em 2010 era 20 pontos mais baixa que a dos homens. A tendência é preocupante quando se tem em vista que uma das maiores prioridades da China é estimular o êxodo para as cidades, já que o aumento da população urbana é tido como fundamental para impulsionar a economia.
Estima-se que a taxa de urbanização alcance os 53% este ano e a imprensa estatal prevê que, até 2020, 60% do quase 1,4 bilhão de chineses estejam vivendo em cidades. No entanto, os supostos benefícios econômicos da urbanização não se concretizarão se, no processo, for desperdiçado o talento de metade da população do país - as mulheres.
O declínio na participação da força de trabalho feminina começou a se evidenciar nos anos 90, quando, o governo demitiu dezenas de milhões de funcionários públicos e o número de mulheres demitidas era desproporcionalmente maior do que o de homens. Nessa época, surgiu o movimento "Mulheres Voltem Para Casa", pedindo que elas abandonassem o emprego e abrissem vagas para homens. Ao longo dos anos, essas atitudes se enraizaram. Na China, a maioria ainda acredita no adágio que diz que "lugar de homem é na rua, lugar de mulher é em casa".
Uma diretora de arte de uma agência publicitária que entrevistei em Pequim foi uma profissional bem-sucedida até o momento em que, aos 33 anos, teve um filho. Ela achava que poderia deixar o emprego para cuidar do bebê sem que isso prejudicasse sua carreira. Estava errada. Agora, aos 37, não encontra trabalho. "Estou preocupada", disse.
Para piorar, desde 2007, o governo promove uma campanha que tem por alvo as "encalhadas", estigmatizando mulheres urbanas que, com escolaridade elevada e mais de 27 anos, continuam solteiras. A saraivada de insultos aumentou a pressão para que elas abandonem a faculdade e procurem se casar. Hoje, se uma chinesa começar uma pós-graduação, é provável que, ao concluir o mestrado, esteja com 25 anos. Segundo a agência oficial de notícias Xinhua, mulheres entre 25 e 27 anos se encaixam na categoria das "guerreiras encalhadas", aquelas que "ainda têm coragem de lutar para encontrar um marido".
Instabilidade. Se o governo quer interromper o declínio da participação feminina na força de trabalho urbana, precisa enfrentar o problema da desigualdade de gênero e pôr um fim à campanha contra as "encalhadas". As mudanças têm de começar de cima.
Antes de mais nada, os novos líderes chineses precisam firmar publicamente um compromisso com a elevação da condição feminina. É possível que a economia chinesa continue a crescer mesmo com o declínio da participação das mulheres na força de trabalho urbana, mas o resultado disso será uma desigualdade crescente e desestabilizadora.

domingo, 4 de novembro de 2012

Divisão do trabalho em casa tem avanços só da porta para fora


Em uma década, tempo gasto semanalmente por homens em afazeres domésticos cresceu só oito minutos

Linda Cruz cuida sozinha da casa e dos filhos. Cláudio Alencar reconhece que 99% do trabalho ficam com a mulher
Foto: Hans von Manteuffel / Agência O Globo
Linda Cruz cuida sozinha da casa e dos filhos. Cláudio Alencar reconhece que 99% do trabalho ficam com a mulher (Hans von Manteuffel / Agência O Globo)



RIO E RECIFE – “Antes de Cristo vir à Terra, a mulher já tinha essa missão”, com essa declaração o pernambucano Cláudio Alencar resume o que pensa sobre a divisão do trabalho doméstico. Ele reconhece, sem qualquer constrangimento, que deixa 99% dos serviços da casa para a mulher, Linda Cruz.
 Essa divisão desigual dos serviços do lar e do cuidado dos filhos permanece congelada no tempo. Pelos números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, os homens que trabalham dedicavam 10 horas semanais aos afazeres domésticos em 2001. Em 2011, faziam 10 horas e oito minutos. Enquanto as mulheres que trabalham destinavam 24 horas e quatro minutos no início da década passada. Em 2011, a atividade consumia 22 horas e 13 minutos.

A situação se torna mais injusta diante da presença da mulher no mercado de trabalho. Ela responde por 42% da força de trabalho ocupada do país e por 41% de toda a renda gerada pelas famílias. Uma presença indispensável, diante de um mercado de trabalho onde a mão de obra fica cada vez mais disputada no país presidido por uma mulher.
Somando-se as 22 horas do trabalho doméstico à jornada média de trabalho pago de 39 horas em São Paulo, pelos dados do Dieese, a mulher tem uma carga de 61 horas semanais. E a liberação da mulher desse trabalho requer, além da maior responsabilidade masculina no cuidado da casa e dos filhos, políticas públicas, segundo a socióloga da Unicamp, Elisabete Dória Bilac. Políticas como creches e instituições para cuidado de idosos, trabalho que a sociedade deixa em mãos exclusivamente femininas. No Brasil, somente 20,8% das crianças de 0 a 3 anos estão nessas instituições. Tatau Godinho, secretária nacional de Avaliação de Políticas e Autonomia Econômica da Secretaria de Políticas para as Mulheres, diz que o governo tem meta de construir 6 mil creches até 2014:
— Sabemos que a cobertura não é suficiente, mas cresceu muito.
Em 2004, a rede atendia 13,4% de crianças na faixa etária. Sobre os idosos, Tatau diz que começam a aparecer instituições de longa permanência de idosos e hospitais dia para suprir esse trabalho feminino.
— Nos meios de comunicação e, principalmente, nas propagandas, esse papel da mulher competente, que ganha bem e cuida de tudo da casa e dos filhos fica cada vez mais marcado — diz Tatau.
Para cumprir todos os papeis, Linda se desdobra, sem ajuda do marido:
— Faço força para chegar cedo, para dar conta do recado. A correria é muito grande, ando muito em casa e de noite sinto cansaço nas pernas, como se estivessem podres.
Ela não sabe quantas horas gasta trabalhando por dia, somados os serviços pagos e os domésticos:
— Nunca nem parei para fazer essa conta, nem quero — avisa.
E a sobrecarga tem reflexos na saúde da mulher. Ginecologista há 27 anos, Elisabete Dobao viu crescer os casos de depressão e síndrome do pânico.
— A mulher não freia nunca. Não há sistema que aguente. Não somos feitos para funcionar permanentemente. Acontecem alterações hormonais, piorando a TPM. Ela começa a ganhar peso, a memória fica fraca, aumenta a ansiedade. É uma cobrança muito grande. Ela tem que ser bonita, gostosa, sem celulite, sem estria, com cabelo arrumado, unha feita, pele sem mancha, ser supercompetente, ganhar bem, ter casa limpa e arrumada estilo “Caras” e filhos bem educados e que te amem. Uma verdadeira família margarina.
Licença-paternidade pode aumentar
A empresária Mônica Medina sabe bem como é isso. Já saiu de uma reunião de meia fina e salto alto direto para uma festa do Dia das Mães. A festa era uma gincana, na areia. Tudo pelo filho: arrancou os sapatos e passou a correr de tailleur. Mesmo com empregada, babá e motorista, a responsabilidade pelos filhos ficava mais para ela.
— Não dá para contar com os homens quarta-feira e domingo, porque há o futebol. O pior é levar horas arrumando as crianças para as festas infantis e, depois, eles é que são os heróis. Descansados, participavam mais das brincadeiras. E era assim com todos os casais com que convivíamos.
Hoje, separada e com os dois filhos criados, dedica mais tempo para o hobby de cozinhar:
— Antes meu hobby era dormir.
O objetivo de Linda é fazer o marido levar as crianças para a escola.
— Esse ano fechei questão e quem leva é o marido mesmo. Só faço isso quando ele está viajando — afirma.
Tatau, da secretaria da mulher, diz que é possível ampliar o papel do homem no cuidado dos filhos. A ampliação da licença-paternidade é um exemplo. Para Elisabete, da Unicamp, a mulher também precisa abrir mão do poder dentro de casa.
— Há uma dimensão do poder feminino no espaço privado. As decisões domésticas são da mulher.

http://oglobo.globo.com/economia/divisao-do-trabalho-em-casa-tem-avancos-so-da-porta-para-fora-6628065

sábado, 27 de outubro de 2012

Partidos são punidos por não respeitar cotas para mulheres


Em sessão realizada na quarta-feira, 24, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo decidiu punir o PMDB por não cumprir normas eleitorais destinadas a estimular a participação das mulheres nas eleições. No próximo semestre, o partido vai perder 10 minutos da propaganda partidária gratuita na TV e outros 8m45s no rádio.


De acordo com representação encaminhada ao TRE pela Procuradoria Regional Eleitoral, o partido não respeitou o capítulo da Lei dos Partidos Políticos que obriga destinar pelo menos 10% do tempo da propaganda gratuita para a promoção das candidaturas femininas. Se o erro persistir, o partido pode perder ainda mais tempo no caso de nova condenação.


O PMDB não foi o único partido que descumpriu a obrigação de manter uma cota para as mulheres. Anteriormente, a Procuradoria Regional já havia encaminhado representações contra o PT, PSDB, PV, PTB, PDT e PR. O TRE julgou todas elas procedentes.


O não cumprimento das cotas no horário gratuito é apenas uma parte dos problemas que as mulheres enfrentam. De acordo com o estudioso José Eustáquio Diniz Alves, elas são discriminadas pelos caciques políticos de quase todos os partidos.


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