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segunda-feira, 19 de maio de 2014

‘Não caia na água do Rio’, alerta capa do New York Times

19.maio.2014
Demétrio Vecchioli

 
Foto de Ana Carolina Fernandes para o NYT
Um dos mais influentes jornais do mundo, o The New York Times publica nesta segunda-feira, na sua capa, uma dura crítica ao Rio, que será sede da próxima Olimpíada e, em menos de um mês, começa a receber jogos da Copa do Mundo. A matéria tem o título: “Aviso para os velejadores olímpicos: não caiam na água do Rio” e aponta o dedo principalmente para a ineficácia governamental para organizar os Jogos de 2016.
A matéria, que aparece na capa da edição europeia e também na distribuída nos EUA, é assinada por Simon Romero (correspondente no Rio) e Christopher Clarey e ilustrada com a imagem acima, da fotógrafa Ana Carolina Fernandes. Uma imagem que retrata um Rio muito diferente daquele que aparece na propaganda oficial do Rio/2016. Infelizmente, um cenário que os velejadores vão encontrar já em agosto, quando acontecerá o primeiro evento teste dos Jogos, exatamente da vela.
“Nico Delle Karth, um velejador austríaco que está se preparando para 2016, disse que é o lugar mais sujo no qual ele já treinou”. Assim começa a reportagem, uma das mais duras publicadas pela grande imprensa internacional sobre os preparativos para a próxima Olimpíada. “Ele encontrou de tudo, desde pneus de carros até colchões. A água cheirava tão mal que ele sentia medo de colocar o pé nela para encostar seu barco na areia”, prossegue o NYT.
O jornal lembra que, enquanto corre para terminar seus estádios a um mês da Copa, o Brasil já sofre “críticas mordazes” pela preparação para os Jogos de 2016. A matéria cita as críticas recentes de dois dirigentes importantes: Francesco Ricci Bitti, presidente da Associação das Federações Internacionais, John D. Coates, vice-presidente do COI. Ambos lembraram dos atrasos nas obras: nem 10% do prometido está pronto.
“A Baía de Guanabara oferece o tipo de imagem de cartão postal que as autoridades do Rio querem mostrar como anfitriões dos Jogos de 2016, mas tornou-se o ponto central de reclamações, transformando águas poluídas do Rio em um símbolo de frustrações com os preparativos os Jogos”, escreve o jornal.
As críticas do NYT, extensas, passam pelo jogo de empurra-empurra entre governos municipal, estadual e federal sobre quem faz o que no Rio/2016, lembram que o velódromo do Pan foi desmontado para dar lugar a um 10 vezes mais caro, que o Engenhão está fechado e destacam que o problema da poluição não surgiu ontem.
A reportagem pode ser lida na íntegra no site do NYT.
http://blogs.estadao.com.br/olimpilulas/nao-encostem-na-agua-do-rio-alerta-o-new-york-times/

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Nuvem de poluição e poeira de areia cobre Londres e se espalha

Publicado em: 03/04/2014
Da Folhapress

Uma grande nuvem de poluição cobre nos últimos dias a cidade de Londres e se espalha por grande parte da Inglaterra. 
A situação, que pode prosseguir até sexta-feira, foi provocada pelas emissões locais, a contaminação industrial procedente do continente europeu e a poeira da areia do Saara, carregada pelos ventos do sudeste, segundo o ministério do Meio Ambiente. 
Apesar do clima ameno para a época do ano, com temperaturas de até 20 graus na capital, o ministério do Meio Ambiente recomendou às pessoas vulneráveis que evitem esforços intensos a céu aberto. 
Em 20 de fevereiro, a Comissão Europeia iniciou procedimentos jurídicos contra o Reino Unido por descumprir a obrigação de reduzir os níveis excessivos de dióxido de nitrogênio (NO2), um gás tóxico produzido principalmente pelos veículos. 
Nível de poluição 
Segundo o jornal britânico "Guardian", o nível de poluição chegou a 9 --em um ranking de 1 a 10 no qual 10 é o mais alto-- hoje de manhã na Grande Londres e leste da Inglaterra, segundo informações do Departamento de Meio-Ambiente, Comida e Agribusiness (Defra). Outras partes da Inglaterras terão taxas recorde de poluição do ar nesta quinta-feira, segundo o Defra. 
Pessoas com problemas de pulmão e cardíacos foram aconselhados a evitar atividades ao ar livre enquanto pessoas com olhos irritados, tosse e garganta seca devem limitar as saídas de casa. Algumas escolas de Londres proibiram as atividades a céu aberto.

http://www.jornaldooeste.com.br/exterior/nuvem-de-poluicao-e-poeira-de-areia-cobre-londres-e-se-espalha-73681/

domingo, 22 de setembro de 2013

Rio mais poluído do País, Tietê é também o mais rico e populoso

22 de setembro de 2013
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO , LUCAS DE ABREU MAIA, RODRIGO BURGARELLI - O Estado de S.Paulo
Comparado ao tamanho dos rios amazônicos, o Tietê é um regato. Nas estatísticas, porém, é uma catarata de superlativos. Estudo inédito doEstadão Dados mostra que o Tietê e seus afluentes formam a bacia hidrográfica mais populosa, mais rica e mais poluída do Brasil. É também a de maior desenvolvimento humano do País.
Barragem de Ponte Nova, em Salesópolis - Nilton Fukuda/EstadãoNilton Fukuda/Estadão
Barragem de Ponte Nova, em Salesópolis
A produção da bacia do Tietê soma R$ 1 trilhão por ano. A cada R$ 4 do PIB brasileiro em 2010, R$ 1 saiu do entorno do rio e de seus tributários. Às suas margens ou perto delas moram 30 milhões de pessoas, a maior população ribeirinha do País, com médias de 10,6 anos de estudo e 75,3 anos de vida.
O Rio Tietê - cujo dia é comemorado hoje - nasce acima dos mil metros de altitude, nas encostas da Serra do Mar, em Salesópolis, a leste da capital. Corre 1.136 quilômetros para o interior, por 73 municípios paulistas. Deságua no Rio Paraná, entre Itapura e Castilhos, 300 metros acima do nível do mar. São apenas 740 metros de desnível da nascente à foz, ou 1 metro de declive a cada quilômetro e meio de percurso, em média.
Mesmo assim, as quedas do Tietê são famosas desde antes dos bandeirantes. Uma das maiores cachoeiras era chamada pelos índios de utu-guaçu, ou salto grande. Acabou por batizar as cidades de Itu e Salto.
Para fugir desse trecho inicial tortuoso e cheio de corredeiras, a navegação rio abaixo entre os séculos 18 e 19 começava em Araritaguaba, atual Porto Feliz, com destino às minas de ouro de Cuiabá. Por só poderem ser feitas em parte do ano, no período de cheia do rio, as expedições eram chamadas de monções - como as navegações portuguesas pelo Índico.
As longas canoas eram escavadas em enormes troncos derrubados ao longo das margens do rio e seus afluentes, como o Piracicaba. Escavadas na madeira maciça, levavam mantimentos, ferramentas e escravos para as minas, e traziam ouro.
Hoje, a hidrovia Tietê-Paraná percorre 2,6 mil quilômetros e transporta 6 milhões de toneladas de cargas anualmente, entre insumos e grãos. Um comboio de seis barcaças carregadas tira 210 carretas das estradas, gastando um quarto do combustível e emitindo um terço da quantidade de carbono.
Na época das monções, as canoas demoravam semanas ou até meses para chegar ao Paraná. Entre outros motivos, porque tinham de ser carregadas por terra em varadouros como o do traiçoeiro salto do Avanhandava. O salto foi inundado nos anos 1980 pelo reservatório da usina de Nova Avanhandava.
Nenhum acidente natural resiste no trecho entre Conchas e a foz. Foi construída mais de uma dezena de barragens ao longo do maior rio paulista, para aproveitamento hidrelétrico. Em seu curso, o Tietê gera até 2 mil megawatts de energia.
Em Pereira Barreto, a cerca de 50 km da desembocadura, um canal desvia parte do Tietê para o Rio São José dos Dourados, que corre paralelo e na mesma direção. As águas canalizadas ao norte ajudam a girar as turbinas da hidrelétrica de Ilha Solteira, no Rio Paraná.
Desenvolvimento. O rio foi determinante na fundação da maior cidade do hemisfério sul e na ocupação do território ao seu redor. Nas últimas décadas o desenvolvimento se estendeu do alto ao baixo Tietê.
O IDH na sua bacia é 14% maior do que a média do Brasil. Porque a esperança de vida ao nascer é também mais alta: 75,3 anos. É bem diferente de 100 anos atrás, quando as margens e várzeas do Tietê eram evitadas pela população temerosa das enchentes e de doenças como a malária.
Na educação, a expectativa de anos de estudo na bacia do rio é 11% maior do que a média brasileira (9,5 anos). A desigualdade de renda é menor do que no resto do País. O índice de Gini ao longo do Tietê varia de 0,33 a 0,67 (quanto mais próximo de 1, mais desigual), mas, na média, esse valor é de apenas 0,44 - ou 27% menor do que a média do Brasil.
O desenvolvimento econômico e demográfico custou caro ao rio. A qualidade de suas águas, cristalinas em Salesópolis, torna-se apenas "boa" em Biritiba-Mirim, "razoável" em Mogi das Cruzes e "ruim" em Itaquaquecetuba.
Na confluência com o Rio Aricanduva, já em São Paulo, fica "péssima", e segue assim por mais 200 quilômetros, até o desemboque do Sorocaba, em Laranjal Paulista. A seguir vêm mais 130 quilômetros de água ruim. Ela só volta a ficar boa em Barra Bonita.
A degradação se deve ao despejo de efluentes industriais e de 595 bilhões de litros de esgoto doméstico não tratado todo ano no rio - 40% do total do Brasil. Só a capital é responsável por jogar 750 milhões de litros de esgoto em estado puro no Tietê diariamente.
Apesar disso, na maior parte de seu curso, o Tietê tem águas de boa qualidade. Em Araçatuba, ela vai parar nas torneiras. Em Penápolis, abriga clubes de pesca de pacus e tucunarés.
Nos últimos 30 quilômetros antes de chegar à foz, no Rio Paraná, as águas do Tietê voltam a ter a mesma excelência dos primeiros 40 quilômetros de seu curso. Com pouca ajuda, o rio mais poluído do Brasil se recupera e termina tão limpo quanto começou.

sábado, 27 de abril de 2013

Após 23 anos, Estado de SP adota padrão mais rígido de qualidade do ar


Mudança. Novos valores foram estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2005; número de dias em que a poluição oferece risco à saúde deve aumentar, assim como as exigências para empresas. Especialistas cobram mais políticas públicas

25 de abril de 2013
CAIO DO VALLE - O Estado de S.Paulo
Com novo sistema, deve aumentar o número de dias em que a qualidade do ar em SP será inedequada - Clayton Souza/Estadão
Clayton Souza/Estadão
Com novo sistema, deve aumentar o número de dias em que a qualidade do ar em SP será inedequada
Os padrões de qualidade do ar ficaram mais rígidos em São Paulo. Um decreto publicado ontem pelo governo do Estado reduz os índices considerados adequados para oito tipos de poluentes atmosféricos, entre eles o monóxido de carbono, os materiais particulados e o ozônio. É a primeira mudança feita no padrão desde 1990.
Os valores adotados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) foram estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2005. Antes, eram usados critérios do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). São Paulo foi o primeiro Estado do mundo a discutir a adoção dos novos padrões, em 2010. Para se ter uma ideia, o padrão é mais rígido do que o previsto para ser adotado pela União Europeia até 2015.
Com o novo sistema, deve aumentar o número de dias em que a qualidade do ar no Estado será considerada inadequada - em 2012, a poluição por ozônio bateu recorde na Região Metropolitana. Também serão ampliadas as exigências para empresas que buscam licenças ambientais. Para os dias mais poluídos, estão mantidas as várias restrições já possíveis, incluindo limitação de aulas de educação física, do tráfego de veículos de carga, da redução da atividade industrial e da ampliação do rodízio de veículos.
A norma estabelece três níveis de gravidade: atenção, alerta e emergência. Cada patamar tem de estar associado a condições desfavoráveis à dispersão dos poluentes nas últimas 24 horas. A Cetesb declara o estado de atenção; o secretário do Meio Ambiente, o de alerta; o governador, o de emergência.
A expectativa agora é de que o poder público também comece a adotar políticas para diminuir a emissão dos poluentes. Segundo Carlos Eduardo Komatsu, gerente do Departamento de Qualidade Ambiental da Cetesb, os níveis foram estabelecidos com esse objetivo. Mas não há um prazo para que os parâmetros sejam atingidos, o que, segundo ambientalistas, pode tornar ineficazes os novos padrões.
Pedágio urbano. O texto publicado fala em estudos voltados à "restrição da circulação de veículos automotores", o que pode, na prática, virar um embrião para programas como o pedágio urbano, por exemplo. No entanto, na avaliação do ambientalista Maurício Waldman, pós-doutorado em Geociências pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), essa prática - similar ao rodízio adotado na capital - é paliativa. "É preciso, na verdade, repensar a mobilidade urbana, a forma como as pessoas vivem e a dependência do carro", afirma.
O professor Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), concorda. "Os remédios que temos adotado até agora para lidar com a poluição atmosférica, como a inspeção veicular, ajudam a controlar o problema só perifericamente, têm um papel menor." Para o médico, "a questão central é repensar o uso e a ocupação das vias".
Segundo ele, a cada ano, 4 mil pessoas morrem na capital paulista por causa dos efeitos nocivos da poluição.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

No Rio de Janeiro, um paraíso agoniza ao ser transformado em latrina


 27/12/2012 
Rio de Janeiro - A bela paisagem da Lagoa de Marapendi, a poucos passos do mar e das futuras instalações olímpicas do Rio-2016, contrasta com o cheiro nauseante de suas águas que, transformadas em ‘latrina’ pelos ricos condomínios vizinhos, causam a mortandade de toneladas de peixes.

Quem vive e trabalha às suas margens lembra da época dourada deste rico ecossistema, localizado em meio a edifícios da Barra da Tijuca, próximo de onde serão o Parque Olímpico e a Vila Olímpica para os Jogos de 2016.

"Eu vivi até 1985 da pesca na lagoa. Tinha muito robalo, camarão, corvina, pescada... Naquela época não havia muita pescaria em mar aberto porque a lagoa supria. Fomos para o mar aberto quando começou a dar problema porque vieram os grandes condomínios", relatou Sérgio Borel, 59 anos, pescador há 40.


No começo deste mês, quatro toneladas de peixes morreram na lagoa devido à contaminação associada aos 40ºC típicos do verão, explicou à AFP o biólogo Mario Moscatelli, em visita da AFP ao local.

Ecoturismo em uma latrina?

"Meu ganha-pão está na água. Quando falta oxigênio, morre peixe em tudo que é lado. Com isso, não consigo desenvolver nenhum tipo de projeto que viabilize a sustentabilidade da lagoa porque ninguém quer ficar passeando em cima de esgoto, com cheiro de peixe morto", revoltou-se Ricardo Herdy, dono da empresa Ecobalsas, que faz o transporte dos moradores da região.

Ricardo disse ter pensado em desistir do negócio, que inclui projetos sustentáveis como passeios educativos-ambientais e aulas de esportes aquáticos, devido à contaminação e à dificuldade da navegação na lagoa, cuja profundidade que chegou a 12 metros hoje, em alguns pontos, não passa de alguns centímetros.

"O sistema de lagoas da baixada de Jacarepaguá (da qual faz parte a Lagoa de Marapendi, na zona oeste do Rio de Janeiro) foi transformado numa latrina há 40, 50 anos", desabafou o biólogo Mario Moscartelli.

"Aqui você tem um patrimônio ambiental e econômico inutilizado devido ao esgoto", lamentou.

Contaminação clandestina

"O esgoto lançado na Lagoa de Marapendi vem de condomínios e loteamentos, sobretudo de classes média e alta, que não tratam completamente seu esgoto antes de lançar a água na lagoa", explicou o biólogo, chamando atenção para o fato de no local não haver favelas, que costumam sofrer com a falta de saneamento.

Segundo a Companhia Estadual de Águas e Esgoto (CEDAE), o esgoto chega à lagoa por ligações clandestinas, pois até 2007, quando não havia rede oficial de coleta e tratamento na região, os condomínios tratavam seus dejetos em estações próprias.

Atualmente, embora um decreto estadual obrigue os moradores a se ligar à rede existente, que abrange 60% dos imóveis da baixada de Jacarepaguá, muitos resistiriam a se conectar, mesmo estando expostos a ações judiciais.

"Onde a rede está completa há a exigência do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) para que os condomínios se liguem, mas existe, sim, uma resistência para se ligar à rede porque os condomínios precisam fazer obras de adequação, o que representa um custo", admitiu Marilene Ramos, presidente do instituto, encarregado de ações ambientais no estado.

"Quando o condomínio não se liga, a CEDAE informa ao Inea, a quem cabe aplicar multas e inclusive medidas como a ‘rolha ecológica’ (tamponamento das saídas irregulares de esgoto), bem como mover ações por crime ambiental, nas quais o síndico pode ser responsabilizado", acrescentou Marilene.

A consequência dos lançamentos clandestinos é o assoreamento da Lagoa, que prejudica a navegação, e a baixa oxigenação da água, que mata os peixes e afeta outros animais que vivem na região, como aves, a capivara e o jacaré do papo amarelo, que apesar de dar nome à baixada de Jacarepaguá (lagoa rasa dos jacarés em tupi guarani), está sendo expulso pela poluição.

Um problema com solução

Os governos municipal, estadual e federal assumiram o compromisso de recuperar o complexo lagunar de Jacarepaguá, que se estende por 13 km e é composto pelas lagoas da Tijuca, Jacarepaguá, Camorim e Marapendi, além dos canais da Joatinga e de Marapendi, como parte dos encargos para a cidade do Rio sediar os Jogos de 2016.

As obras preveem, entre outras intervenções, a dragagem de sedimentos poluídos no fundo das lagoas em um volume que daria para encher sete estádios do Maracanã, além da construção de quatro unidades de tratamento (UTRs) em rios da região.

A dragagem, a cargo do governo do estado, é estimada em R$ 600 milhões, e as obras têm previsão para começar em fevereiro de 2013, com duração de 24 meses. A construção das UTRs, de responsabilidade da prefeitura, está avaliada em cerca de R$ 140 milhões com conclusão prevista para 2016, mas as obras não têm data para começar porque o projeto está em fase de captação de recursos.

"Não tenho dúvida de que (a situação na lagoa de Marapendi) tem jeito. Não recuperam porque não querem", afirmou Moscatelli, destacando que em três anos é possível recuperar o local, porque há tecnologia, dinheiro e vontade política com a proximidade dos Jogos.

"Eu tenho fé que essas lagoas vão ser despoluídas. Ainda vou voltar a pegar meus camarões na lagoa", disse, esperançoso, o pescador Sérgio Borel.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2012/12/27/interna_brasil,341303/no-rio-de-janeiro-um-paraiso-agoniza-ao-ser-transformado-em-latrina.shtml

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Nuvem amarelada cobre cidade chinesa e causa preocupação

11/06/2012 DA FRANCE PRESSE, EM PEQUIM Nuvem amarela cobre cidade chinesa de Wuhan e causa preocupação

 A cidade chinesa de Wuhan amanheceu nesta segunda-feira coberta por uma espessa nuvem amarelada, que provocou inúmeros rumores e preocupações entre os habitantes. "Estamos muito preocupados, pois não sabemos do que se trata", disse por telefone Li Yunzhong, um habitante de Wuhan, principal aglomeração da China central, com 9 milhões de habitantes. "As autoridades locais se comprometeram a dar uma posição a respeito assim que possível. Aconselharam que as pessoas fiquem em casa, fechem as janelas e limitem o uso do ar condicionado", afirma o consulado-geral da França em Wuhan em seu site. Na internet, circulam nesta segunda-feira vários rumores sobre a origem da nuvem. Alguns falam da hipótese de uma poluição provocada pela explosão em um complexo químico situado a nordeste de Wuhan. No entanto, tais informações não foram confirmadas de imediato. A questão da poluição atmosférica é cada vez mais grave nas grandes cidades chinesas, cujas autoridades são acusadas de subestimar a gravidade do problema.   


http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1103013-nuvem-amarelada-cobre-cidade-chinesa-e-causa-preocupacao.shtml    


 Professor, essa matéria pode ilustrar sua aula sobre Poluição atmosférica.

domingo, 27 de novembro de 2011

Poluição crônica avança sobre praias badaladas de SP

27/11/2011
DE SÃO PAULO

Praias badaladas do litoral entre Santos e Rio estão se tornando vítimas do esgoto levado pelos rios, informa reportagem de Eduardo Geraque publicada na edição deste domingo da Folha.

Famosas por serem "points" de surfistas e público descolado, praias como Itamambuca, em Ubatuba, Tabatinga, em Caraguatatuba, têm recebido classificação ruim da Cetesb (Companhia Ambiental de SP) em alguns trechos.

Praia de Itamambuca, no norte de Ubatuba; canto direito será avaliado pelo quarto ano como ruim pela Cetesb

Praia de Itamambuca, no norte de Ubatuba; canto direito será avaliado pelo quarto ano como ruim pela Cetesb


A principal fonte de contaminação é o esgoto jogado em rios, que podem levar banhistas a desenvolver de diarreia a hepatite.

As prefeituras das cidades litorâneas afirmam que a tendência em relação à qualidade da água é de melhora, mas que investem em saneamento e fiscalizam irregularidades.

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1012797-poluicao-cronica-avanca-sobre-praias-badaladas-de-sp.shtml

sábado, 20 de agosto de 2011

Estudo culpa esgoto por desaparecimento de coral no Caribe

18/08/2011
DA FRANCE PRESSE

A bactéria causadora de uma enfermidade que está acabando com um tipo de coral ameaçado de extinção do Caribe é proveniente das águas poluídas de uma rede de esgotos, mostra um estudo publicado nos Estados Unidos na quarta-feira.

O coral, chamado de chifre-de-veado, vive nas águas do sul da Flórida e do arquipélago das Bahamas e chegou a ser a espécie mais numerosa no Caribe, mas tem desaparecido por conta de uma enfermidade causada pela bactéria Serratia Marcescens, que é encontrada em fezes humanas e de animais.

Até agora não se sabia com certeza que tipo de bactéria estava afetando o coral, mas os cientistas analisaram a bactéria de uma planta de águas residuais em Key West, na Flórida, e a compararam com amostras fecais de animais e aves locais para chegar à conclusão.

Os cientistas descobriram que a bactéria que causava a morte dos corais era do mesmo tipo encontrado nas redes de esgoto.

"A boa notícia é que podemos resolver este problema através do tratamento de esgoto", disse o co-autor do informe, James Porter, da Universidade de Geórgia.

O estudo, publicado na revista científica "PLoS One", assegura que toda a área do sul da Flórida está modernizando a rede de esgoto, o que deverá impedir que a bactéria chegue ao oceano aberto.

Segundo a Noaa (Administração Nacional dos Oceanos e a Atmosfera dos Estados Unidos), as enfermidades, a contaminação, os depredadores, o aquecimento das águas e as tormentas têm contribuído para uma diminuição da população de corais entre 75% e 95% desde 1980.


http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/961593-estudo-culpa-esgoto-por-desaparecimento-de-coral-no-caribe.shtml

quarta-feira, 16 de março de 2011

Grandes cidades nem sempre são as mais poluentes, diz estudo

26/01/2011
DA FRANCE PRESSE

Grandes cidades como Nova York, Londres e Xangai emitem menos poluição per capita na atmosfera do que lugares como Denver e Roterdã, informa estudo divulgado na terça-feira.

Pesquisadores examinaram dados de cem cidades em 33 países, em busca de pistas sobre quais metrópoles seriam as maiores poluidoras e por que, de acordo com estudo publicado na revista especializada "Environment and Urbanization".

Enquanto cidades do mundo todo foram apontadas como culpadas por cerca de 71% das emissões causadoras do efeito estufa, cidadãos urbanos que substituíram os carros por transporte público ajudaram a diminuir as emissões per capita em algumas cidades.


Emissões per capita da capital francesa são de 5,2 toneladas de carbono equivalente; menor que de Denver (EUA)

Por exemplo, as emissões per capita da cidade de Denver, no oeste dos Estados Unidos, somam aproximadamente o dobro das emissões de Nova York, onde vivem 8 milhões de pessoas e na qual há um sistema de metrô amplamente utilizado.

"Isso pode ser atribuído ao fato de a grande densidade demográfica de Nova York pedir um uso menor do automóvel para a locomoção", informa o estudo.

As emissões per capita de Denver (21,5 toneladas de carbono equivalente) foram até mesmo superiores às de Xangai (11,2 toneladas), Paris (5,2) e Atenas (10,4).

As cidades chinesas são consideradas separadamente, porque têm emissões médias bem superiores ao país como um todo. Pequim, por exemplo, emite 10,1 toneladas de carbono equivalente, enquanto a China emite 3,4 toneladas.

"Isso reflete a grande dependência de combustíveis fósseis para a produção de eletricidade, uma base industrial significante em muitas cidades e uma população rural relativamente grande e pobre", informa o estudo.

Com base nas emissões de gases causadores do efeito estufa pelo PIB, pesquisadores descobriram que "cidadãos de Tóquio são 5,6 vezes mais eficientes que os canadenses".

A cidade de Roterdã, na Holanda, teve uma nota ruim por conta de seu porto e por ter uma indústria forte.

"O fato de Roterdã ter um índice de emissão per capita de 29,8 toneladas de carbono equivalente versus 12,67 para a Holanda reflete o forte impacto do porto da cidade, que atrai indústrias, assim como no abastecimento de navios", afirma o estudo.

"Esse índice é similar para as cidades com aeroportos muito movimentados e enfatiza a necessidade de ver as emissões das cidades de forma cautelosa."

O estudo também aponta outras tendências, como as cidades de climas frios terem emissões maiores, e países pobres e de renda média terem emissões per capita inferiores aos países desenvolvidos.

Quando os pesquisadores olharam as cidades asiáticas, latino-americanas e africanas, descobriram emissões menores por pessoa.

"A maior parte das cidades na África, Ásia e América Latina tem emissões inferiores por pessoa. O desafio para elas é manter essas emissões baixas, apesar do crescimento de suas economias."

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/866228-grandes-cidades-nem-sempre-sao-as-mais-poluentes-diz-estudo.shtml

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Desastres ambientais agravam crise de água na China

03/08/2010
GUILLEM MARTINEZ PUJOL
DA EFE, EM PEQUIM

A sucessão de acidentes ambientais nas águas da China está agravando o problema de abastecimento no país, que sustenta 20% da população mundial com apenas 7% dos recursos hídricos disponíveis no planeta.

Com estes dados, segundo as Nações Unidas, cada cidadão chinês dispõe de 2.138 metros cúbicos de água por ano, quatro vezes menos que a média dos países desenvolvidos.

Por sua distribuição geográfica e os diferentes climas no país, a distribuição interna de água na China também não é equilibrada, com um norte árido e frequentemente semidesértico e um sul tropical e sujeito a chuvas de monção.
Trabalhadores chineses coletam lixo trazido pelas águas próximas à represa de Três Gargantas

O gigante asiático vive suas piores enchentes em 12 anos, que já deixaram mais de 1.500 mortos e desaparecidos no país, mas não pode garantir a provisão de água em todo seu território.

O governo chinês se mostra incapaz de ordenar seu mapa hidrográfico e realiza obras faraônicas, como a represa das Três Gargantas, no rio Yang-Tsé, ou o futuro Eixo de Desvio de Águas Sul-Norte, previsto para 2014, e vê uma proliferação, sem remédio, dos acidentes.

Nas últimas semanas, marés negras chegaram ao litoral, além de pragas de algas, que cobriram milhares de quilômetros quadrados e mataram toneladas de peixes, entre outros fatos.

A China é um dos países mais poluídos do mundo, devido em grande parte à acelerada industrialização vivida no país, cuja riqueza foi construída com uma exploração dos recursos com pouco controle e supervisão.

DOBRO

As últimas estatísticas oficiais apontam que os acidentes ambientais duplicaram em relação ao ano passado, com 102 incidentes apenas nos seis primeiros meses de 2010.

O Ministério de Proteção Ambiental chinês apresentou na semana passada os negativos resultados de um estudo oficial realizado este ano em milhares de amostras de águas da superfície do país.

Segundo a avaliação oficial, apenas 49,7% das águas estão aptas para o consumo e 26,4% são destinados à indústria, por não serem adequadas.

De fato, mais de 100 das 600 maiores cidades da China sofrem cortes regulares e outras 400 vivem problemas temporários de abastecimento dependendo da temporada.

A indústria pesada e a atividade agrícola, que abusa de pesticidas e adubos industriais, são as principais causas da deterioração da água, além das pobres medidas de aproveitamento, já que apenas 38% da água é tratada para poder ser reutilizada.

O Greenpeace estima que cerca de 100 milhões de chineses --um em cada 14-- realiza suas atividades cotidianas, como cozinhar, beber, tomar banho, com águas poluídas que afetam diretamente sua saúde.

Por sua vez, a Organização Mundial da Saúde (OMS) cifrou em 100 mil as mortes anuais que a China sofre por doenças diretamente ligadas à poluição da água.

Em 2007, o governo chinês assumiu que foram lançadas 30,3 milhões de toneladas métricas de resíduos nas águas do país, que deixaram 70% dos rios, lagos e reservas "gravemente contaminados", incluindo fontes importantes como os rios Yang-Tsé e Amarelo, além de lagos como o Taihu e o Chaohu, terceiro e quinto de maior capacidade, respectivamente.

"A crise ambiental, particularmente para a água, está chegando à China antes do esperado", reconheceu Pan Yue, vice-ministro de Proteção Ambiental.

O Banco Mundial (BM) elaborou um relatório no qual considerava que a poluição do ar e das águas na China são problemas com "consequências catastróficas para gerações futuras", que custam mais de US$ 100 bilhões anualmente, superiores a 5% de seu Produtor Interno Bruto (PIB).

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/776941-desastres-ambientais-agravam-crise-de-agua-na-china.shtml

terça-feira, 27 de julho de 2010

Israel estuda proibir batismos no rio Jordão devido à poluição


26/07/2010
ANA CÁRDENAS
DA EFE, EM JERUSALÉM

Por causa dos altos índices de poluição no caudaloso rio Jordão, quatro vezes acima do permitido, os batismos no local podem ser proibidos até a redução desses níveis.

O Ministério da Saúde israelense ordenou análises para determinar os níveis de bactérias presentes no Jordão e, enquanto se esperam pelos resultados, dará instruções para que se advirta os banhistas de que as águas estão contaminadas e que se proíba banhos no local, conforme a imprensa israelense.

Nesse rio fica o local conhecido como Qaser al-Yahud, perto da cidade cisjordaniana de Jericó, onde, como ensina a tradição cristã, São João batizou Jesus.

Milhares de fiéis vão a cada ano a esse ponto do rio para mergulhar em suas águas e reviver esse ato de fé.

A fim de potencializar o turismo religioso, o Ministério do Turismo investiu nos últimos meses US$ 2 milhões para dar melhores condições à margem ocidental da bíblica nesse ponto.

ESTUDO

Mas o projeto poderá parar se o Ministério da Saúde determinar que, como mostra estudo da ONG Amigos da Terra, uma das mais importantes de ambientalistas da região, entrar no rio representa um perigo à saúde. Deste modo, deve ordenar ao Ministério do Turismo que proíba os batismos na zona dos fiéis cristãos.

"Pedimos ao Ministério da Saúde simplesmente que aplique a lei" declarou recentemente Gidon Bromberg, diretor em Israel da ONG, que acrescentou de forma taxativa que "banhos nessa área do Jordão são insalubres".

Os estrangeiros que chegam à região seguindo rotas religiosas são uma das fontes turísticas mais importantes para Israel, que tenta desenvolver esse potencial.

Conforme cálculos do Ministério do Turismo, 100.000 pessoas visitam por ano Qaser Al-Yahud. Esse órgão está tentando encontrar uma solução com o Ministério da Saúde para permitir que as pessoas sigam fazendo as cerimônias batismais sem correr riscos.

Mas a solução não é singela, porque o Jordão está altamente contaminado e limpar suas águas não é tarefa fácil.

POLUIÇÃO ATIVA

"Enquanto Israel, Jordânia e a Autoridade Nacional Palestina não pararem de despejar poluição no rio e não proporcionarem fluxos de água limpa, banhar-se ali será perigoso", sentencia Bromberg.

Pelos dados divulgados pela pesquisa dos Amigos da Terra, a água do Jordão registra na zona de Qaser al-Yehud um nível de bactérias fecal-coliformes de 750, quando o limite permitido tanto em Israel quanto na União Europeia para locais de banho é de 200.

"Não nos opomos à abertura ao local para o turismo, nem que se façam batismos, mas não pode ser feito com a água nessas condições", explica Bromberg.

Segundo ele, se durante a cerimônia se tragar acidentalmente algo de água, o batizado "pode sofrer no melhor dos casos vômitos, infecção estomacal e gastroenterite e, no pior, pode contrair doenças graves como a pólio".

Também adverte que banhar-se na água poluída pode provocar infecções de pele, otites, e reações alérgicas e infecções a partir de pequenos cortes na pele.

TRADIÇÃO

O método habitual adotado pelos peregrinos cristãos para reviver o batismo de Jesus Cristo é mergulhar totalmente na água do Jordão, uma experiência que costumam fazer emocionados, acompanhados de párocos e cobertos simplesmente com uma túnica branca que leva impressa a imagem do rosto de Jesus.

A Amigos da Terra denunciou em maio que o Jordão, que nasce no mar da Galiléia e desemboca no mar Morto, serpenteando ao longo de 217 quilômetros, perdeu nos últimos anos 98% de seu caudal e poderia secar no próximo ano se os países contíguos não tomarem medidas.

Este rio, que tem um importante significado espiritual para as três principais religiões monoteístas, o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, também perdeu metade de sua biodiversidade.

De suas margens desapareceram lontras e corujas que não puderam suportar a salinidade e a ausência de água limpa, e muitas das árvores que ficavam na margem do curso d'água foram substituídas por juncos, mais resistentes à deterioração do ecossistema.

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/772649-israel-estuda-proibir-batismos-no-rio-jordao-devido-a-poluicao.shtml

sábado, 22 de maio de 2010

Problemas Ambientais no Planeta

Poluição
A poluição é geralmente conseqüência da atividade humana. É causada pela introdução de substâncias (ou de condições), que normalmente não estão no ambiente ou que nele existem em pequenas quantidades.

Poluente é o detrito introduzido num ecossistema não adaptado a ele, ou que não suporta as quantidades que são nele introduzidas. Dois exemplos de poluentes: o gás carbônico (CO2) e fezes humanas.

O CO2 das fogueiras do homem primitivo não era poluente, já que era facilmente reciclado pelas plantas. O mesmo gás, hoje produzido em quantidades muito maiores, é poluente e contribui para o agravamento do conhecido "efeito-estufa". Fezes humanas que são jogadas em pequena quantidade numa lagoa podem não ser poluentes, por serem facilmente decompostas por microorganismos da água. Em quantidades maiores, excedem a capacidade de reciclagem da lagoa e causam a morte da maioria dos organismos; neste caso, são poluentes.

Cidades sufocadas
O fenômeno conhecido como inversão térmica, bastante freqüente em cidades como São Paulo, traz sérios problemas de saúde à população. Ele é assim explicado: normalmente, as camadas inferiores de ar sobre uma cidade são mais quentes de que as superiores e tendem a subir, carregando as poeiras em suspensão. Os ventos carregam os poluentes para longe da cidade grande. No entanto, em certas épocas do ano, há fatores que favorecem o fato de camadas inferiores ficarem mais frias que as superiores.

O ar frio, mais denso, não sobe; por isso, não há circulação vertical e a concentração de poluentes aumenta. Se houver além disso falta de ventos, um denso "manto" de poluentes se mantém sobre a cidade por vários dias.

Poluição de água
O petróleo derramado nos mares prejudica a fotossíntese, por interferir na chegada de luz ao fitoplâncton. São assim afetadas as cadeias alimentares marinhas.

O acúmulo de certos detritos inertes, como poeiras e argilas, também interfere na transparência da água do mar, de rios e de lagoas e, portanto, compromete a realização da fotossíntese.

O despejo de esgoto no mar pode tornar as praias impróprias para o banho, transformando-as em fontes de contaminação por vírus e bactérias. Esgoto orgânico, doméstico ou industrial, lançado nas águas de rios ou lagoas, pode acabar "matando" o ecossistema.

A água quente usada em usinas atômicas, quando lançada nos rios ou nos mares, diminui a solubilidade do O2 na água; isso afeta os organismos sensíveis à diminuição do oxigênio.

O despejo de substâncias não-biodegradáveis, como detergentes, não sofre ataque dos decompositores e permanecem muito tempo nos ecossistemas. Formam montanhas de espuma em rios poluídos.

Sais de chumbo, de níquel, de cádmio, de zinco ou de mercúrio despejados pelas indústrias propagam-se pelas cadeias alimentares aquáticas, intoxicando os organismos e, eventualmente, o homem.

Chuva ácida
A chuva ácida é uma das principais conseqüências da poluição do ar. As queimas de carvão ou de derivados de petróleo liberam resíduos gasosos, como óxidos de nitrogênio e de enxofre. A reação dessas substâncias com a água forma ácido nítrico e ácido sulfúrico, presentes nas precipitações de chuva ácida.

Os poluentes do ar são carregados pelos ventos e viajam milhares de quilômetros; assim, as chuvas ácidas podem cair a grandes distâncias das fontes poluidoras, prejudicando outros países.

O solo se empobrece e a vegetação fica comprometida. A acidificação prejudica os organismos em rios e lagoas, comprometendo a pesca. Monumentos de mármore são corroídos, aos poucos, pela chuva ácida.

Desmatamento e extinção de espécies
Desmatar leva à destruição dos ecossistemas e à extinção das espécies que neles vivem. A ciência identificou até hoje cerca de 1,4 milhões de espécies biológicas. Desconfia-se que devam existir 30 milhões ainda por identificar, a maior parte delas em regiões como as florestas tropicais úmidas. Calcula-se que desaparecem 100 espécies a cada dia, por causa do desmatamento.

Planeta superlotado
A cada segundo, nascem três novos habitantes em nosso planeta. Hoje, existem 6 bilhões de habitantes. A população humana está crescendo em 100 milhões de pessoas por ano, o que significa mais um bilhão de pessoas para a próxima década. 90% desses nascimentos ocorrerão nos países subdesenvolvidos. Até o ano 2150, estima-se que chegaremos a quase o dobro da população atual.

O crescimento das populações humanas aumenta terrivelmente a gravidade dos problemas que a Terra já enfrenta. Eis alguns deles:

Maior necessidade de energia - Por enquanto, gerar energia leva a um aumento da poluição (queima de combustíveis como petróleo ou carvão), ou a destruição de ecossistemas (construção de hidrelétricas), ou ainda a riscos de contaminação por radiação (usinas atômicas). Métodos menos poluentes, como energia solar, poderão talvez resolver o problema.
Mais bocas para nutrir - Implicando maior produção de alimento e, portanto, necessidade crescente de terras agriculturáveis, às custas de mais desmatamento. Hoje, o planeta perde um hectare de solo aproveitável para a agricultura a cada 8 segundos. Buscar um aumento na eficiência da produção de alimentos, através de maior mecanização da agricultura, levaria à degradação maior do solo. Além disso, a utilização intensiva de adubos e pesticidas aumentaria a poluição do solo e dos lençóis de água.
Maior pressão de consumo - Gera maior demanda de recursos naturais não-retornáveis, como os metais e o petróleo. Além do esgotamento precoce desses recursos, mais resíduos serão produzidos, intensificando a poluição: o homem poderá afogar-se no seu próprio lixo!
Buraco na camada de ozônio
Os raios ultravioleta, presentes na luz solar, causam mutações nos seres vivos, modificando suas moléculas de DNA. No homem, o excesso de ultravioleta pode causar câncer de pele. A camada de gás ozônio (O3), existente na estratosfera, é um eficiente filtro de ultravioleta. O ozônio forma-se pela exposição de moléculas de oxigênio (O2) à radiação solar ou às descargas elétricas.

Detectou-se nos últimos anos, durante o inverno, um grande "buraco" na camada de ozônio, logo acima do Pólo Sul; este buraco tem aumentado a cada ano, chegando à extensão da América do Norte. Foi verificado que a camada de ozônio está também diminuindo de espessura acima do Pólo Norte. Acredita-se que os maiores responsáveis por esta destruição sejam gases chamados CFC (clorofluorcarbonos).

Estas substâncias são usadas como gases de refrigeração, em aerossóis (spray) e como matérias-primas para a produção de isopor. Os CFC se decompõem nas altas camadas da atmosfera e acabam por destruir as moléculas de ozônio, prejudicando assim a filtração da radiação ultravioleta.

"Um provérbio indígena questiona se somente quando for cortada a última árvore, pescado o último peixe, poluído o último rio, é que as pessoas vão perceber que não podem comer dinheiro".

ECO 92 - Carta da Terra
"A paz, o desenvolvimento e a proteção do meio ambiente são interdependentes e inseparáveis".

Há uma ligação íntima entre os três fatores: a Política, a Economia e a Ecologia, que devem caminhar juntos. Não pode haver paz no planeta e nem proteção ao meio ambiente, se a pobreza continuar existindo em tantas regiões. Os países ricos consomem os recursos naturais de forma exagerada; por isso, são os que mais poluem. Cabe a eles uma parcela importante nos esforços para se conseguir um desenvolvimento sustentado, pelas tecnologias de que dispõem e pelos recursos financeiros que deverão investir.