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quarta-feira, 21 de maio de 2014

China e Rússia assinam acordo histórico de gás natural

21/05/2014 

Gazprom vai fornecer 38 bilhões de metros cúbicos de gás em 30 anos.
Valor de acordo está estimado em US$ 400 bilhões.


Da EFE
O consórcio de gás russo Gazprom e a Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) assinaram nesta quarta-feira (21) um histórico acordo durante a visita do presidente russo, Vladimir Putin, a Xangai, informou a agência oficial chinesa "Xinhua".
Após quase uma década de negociações, o acordo foi assinado pela Gazprom e pela CNPC em cerimônia na presença de Putin e de seu colega chinês, Xi Jinping.
Em virtude do acordo, a Gazprom fornecerá 38 bilhões de metros cúbicos de gás natural anualmente à segunda maior economia a partir de 2018 e pelos 30 anos seguintes.
No ano passado, a China consumiu cerca de 170 bilhões de metros cúbicos de gás natural, procedente, sobretudo, da Ásia Central.
Por enquanto não foi divulgado o preço de venda, uma das principais causas da demora de negociações que começaram há quase dez anos, embora se estime que oscile ao redor dos US$ 400 bilhões.
Segundo os especialistas, a Gazprom buscava obter um preço de US$ 400 por 1.000 metros cúbicos de gás, com seus contratos na União Europeia (UE) como ponto de referência, enquanto a China oferecia entre US$ 350 e US$ 360 por essa quantidade, baseando-se em suas importações da Ásia Central.
De acordo com um memorando assinado por Pequim e Moscou em março de 2013, a Rússiafornecerá gás siberiano à China através de seu gasoduto oriental, ou seja, a mesma rota geográfica pela qual Moscou já exporta petróleo ao cinturão industrial do nordeste do país vizinho.
Pequim rejeitou o plano anterior de importar gás através da região nordeste de Xinjiang, já que, nesse caso, a Gazprom lhe exigia preços europeus.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/05/china-e-russia-assinam-acordo-historico-de-gas-natural.html
  1. Gazprom
    Empresa
  2. Gazprom é uma empresa de energia russa. É a maior empresa da Rússia e é a maior exportadora de gás natural do mundo o que lhe confere a décima quinta posição no ranking das maiores empresas mundiais. Wikipédia
  3. Preço das açõesGAZP (MCX) RUB146,58 +1,23 (+0,85%)
  4. Fundação1989
  5. https://www.google.com.br/search?q=Gazprom&oq=Gazprom&aqs=chrome..69i57j0l5.1874j0j8&sourceid=chrome&es_sm=0&ie=UTF-8

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Os 15 países que mais executaram presos em 2013

Pena de morte 27/03/2014

China é a campeã de mortes, mas não divulga oficialmente os seus números; ranking ainda tem Estados Unidos e Japão

O mapa da pena de morte

São Paulo - A Anistia Internacional divulgou hoje (27) o seu novo relatório sobre penas de morte e execuções no mundo em 2013.
Ao menos 778 pessoas condenadas à morte foram executadas, 15% a mais que em 2012, quando 682 morreram.
O número não é preciso, contudo. A China, que autoriza a pena de morte, não divulga seus números. Mas estima-se que sejam milhares de mortes.
Não são apenas países pobres e autoritários que aparecem na lista. Os Estados Unidos, por exemplo, estão em quinto lugar: executaram 39 presos e deram outras 80 sentenças de morte.
Outras nações não aparecem no ranking de execuções, mas em 2013 sentenciaram um número assustador de pessoas à morte: Afeganistão, com 174, e Bangladesh, com 220, por exemplo.
A Anistia Internacional ainda ressalta que os números tendem a ser muito maiores em países como Síria e Coreia do Norte, onde os casos não vêm à tona.
Veja a seguir os 15 países que mais executaram presos em 2013 e o número de novas sentenças dadas:

1. China

Número de presos executados: desconhecido (estima-se milhares)
Número de penas de morte dadas: desconhecido

2. Irã

Número de presos executados: 369
Número de penas de morte dadas: 91

3. Iraque

Número de presos executados: 169
Número de penas de morte dadas: 35

4. Arábia Saudita

Número de presos executados: 79
Número de penas de morte dadas: 6

5. Estados Unidos

Número de presos executados: 39
Número de penas de morte dadas: 80

6. Somália

Número de presos executados: 34
Número de penas de morte dadas: 117

7. Sudão

Número de presos executados: 21
Número de penas de morte dadas: 29

8. Iêmen

Número de presos executados: 13
Número de penas de morte dadas: 3

9. Japão

Número de presos executados: 8
Número de penas de morte dadas: 5

10. Vietnã

Número de presos executados: 7
Número de penas de morte dadas: 148

11. Taiwan

Número de presos executados: 6
Número de penas de morte dadas: 7

12. Indonésia

Número de presos executados: 5
Número de penas de morte dadas: 16

13. Kuwait

Número de presos executados: 5
Número de penas de morte dadas: 6

14. Sudão do Sul

Número de presos executados: 4
Número de penas de morte dadas: 16

15. Nigéria

Número de presos executados: 4
Número de penas de morte dadas: 141
http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/os-15-paises-que-mais-executaram-presos-em-2013#1

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Países com melhor educação tendem a ser menos corruptos

30/12/2013


SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO


Os países com melhores índices de educação tendem a ter menores taxas de corrupção. É isso que mostra um cruzamento feito pela Folha entre os dados do Índice de Percepção de Corrupção Mundial e do Pisa, exame internacional que avalia estudantes de 15 e 16 anos em matemática, leitura e ciências (ensino médio).
Os dados mostram que os países menos corruptos estão no topo do Pisa. Um exemplo é Cingapura, que está entre os cinco países menos corruptos na análise da ONG Transparência Internacional e figura em 2º lugar na avaliação do Pisa em matemática, por exemplo.
O Brasil está em 58º lugar na mesma avaliação do Pisa (de matemática) e em 72º lugar na lista dos países corruptos.
"A relação é clara. Uma sociedade com melhores índices de educação cobra mais do governo", explica o promotor de Justiça em São Paulo Roberto Livianu. Ele é doutor em direito pela USP com uma tese sobre combate à corrupção e criador da campanha "Não Aceito Corrupção".
Para Rafael Alcadipani, especialista em organizações da FGV-SP, trata-se de "um círculo virtuoso positivo". "Com menos corrupção, sobram mais recursos para educação. E isso faz com que o país também se torne menos corrupto."
Uma exceção na análise é a China, que lidera as análises de matemática, leitura e ciências do Pisa, mas está em 80º lugar na classificação de países corruptos – posição pior do que a do Brasil.
"A China não é um país democrático. A sociedade nem tem instrumentos para cobrar o governo", diz Livianu.
O Pisa é um exame feito pela OCDE (organização dos países que ricos, que organiza a prova) a cada três anos em 65 países. Já a lista dos países corruptos é organizado anualmente pela ONG Transparência Internacional com base em dados de percepção de abusos de poder, acordos clandestinos e subornos nos setores públicos em 177 países.
O Brasil é o país em que os alunos mais avançaram no Pisa especificamente em matemática nos últimos nove anos (edições de 2003 a 2012).
Ainda assim, segue entre os piores do mundo atrás do Cazaquistão (140º no ranking de corrupção), do México e do Uruguai (ambos em 106º lugar no ranking de corrupção).
Somália, Coreia do Norte e Afeganistão estão entre os países mais corruptos da lista. Nenhum deles participa do Pisa.

Veja os 10 países mais transparentes x Posição no Pisa de ciências
1º Dinamarca - 27º lugar
1º Nova Zelândia - 18º lugar
3º Finlândia - 5º lugar
3º Suécia - 38º lugar
5º Noruega - 32º lugar
5º Cingapura - 3º lugar
7º Suíça - 19º lugar
8º Holanda - 14º lugar
9º Austrália - 17º lugar
9º Canadá - 11º lugar

China proíbe autoridades de fumar em público

30/12/2013
DA ASSOCIATED PRESS, EM BEIJING

A China, país com o maior número absoluto de fumantes no mundo, resolveu fazer uma nova tentativa para limitar o hábito: proibir autoridades de fumar em público.
Segundo a agência de notícias oficial Xinhua, autoridades não podem fumar em escolas, em hospitais, em eventos esportivos, no transporte público ou em qualquer outro lugar onde o fumo já seja proibido pelo Ministério da Saúde. Também não podem acender ou oferecer cigarros quando estão em atividades oficiais, e nem usar dinheiro público para comprar cigarros. Em gabinetes do governo ou do Partido Comunista, não se pode vender e nem anunciar produtos com tabaco.
Em 2011, o Ministério da Saúde chinês proibiu o fumo em locais públicos fechados, como hotéis e restaurantes, mas há pouca fiscalização. Especialistas dizem que as grandes receitas do monopólio estatal do tabaco atrapalham as medidas antifumo.
A nova proibição tem em sua mira os maus exemplos dados pelas próprias autoridades. O comunicado oficial, divulgado pela Xinhua, diz: "O fumo permanece sendo um fenômeno universal em locais públicos. Algumas autoridades fumam em locais públicos, o que não apenas causa danos ao ambiente e à saúde pública como também suja a imagem de líderes e gabinetes do governo e do partido, tendo influência negativa."
O país tem hoje 300 milhões de pessoas que fumam em sua população de 1,35 bilhão de habitantes. Esses 22% de fumantes formam um contingente maior do que a população inteira do Brasil, estimada pelo IBGE em pouco mais de 201 mil habitantes. Os fumantes chineses transformaram em fumaça 2,5 trilhões de cigarros em 2012, ou 8,4 por fumante, segundo a Associação Chinesa de Controle do Tabaco.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O acerto de contas

12/12/2013 

A corrupção é um fato corrosivo da vida. Especialmente a corrupção ao velho estilo. Mas uma coisa que é muito clara a respeito do Brasil é que a corrupção é completamente multipartidária e se estende muito além da classe política. Os corruptos, afinal, precisam daqueles que desejam alguma coisa do governo e que estão dispostos a pagar por ela.

Aqueles que se beneficiam dessas redes clandestinas de comissões, acordos especiais e favores políticos não são a vasta maioria da população brasileira. Os brasileiros comuns sofrem as consequências desses desvios na forma de edifícios precariamente construídos, transporte excessivamente caro e serviços públicos deficientes. E muitos brasileiros, especialmente os mais jovens, estão completamente cheios desse processo todo.

O índice mundial de percepção de corrupção para 2013, publicado na semana passada pela Transparência Internacional, compara abusos de poder, acordos clandestinos e subornos nos setores públicos de 177 países; o índice 0 indica um país altamente corrupto, e o índice 100 revela um país completamente íntegro. Nessa escala, o Brasil ocupa o 72º lugar, junto com a África do Sul.

Os outros países que integram os Brics se saem bem pior do que o Brasil. A China está em 80º lugar, a Índia em 94º e a Rússia em 127º.

Os países menos corruptos são a Dinamarca e a Nova Zelândia. A última posição do ranking, o 175º lugar, é dividida por Afeganistão, Coreia do Norte e Somália. O Brasil conseguiu pelo menos subir um posto em relação ao ranking de 2012.

Joe Leahy, do "Financial Times", reportou de São Paulo, nesta semana, sobre o Platinum Partners, um fundo de hedge de Nova York que está investindo em tentativas de recuperar os bilhões de dólares roubados no Brasil como resultado de fraudes.

No ano passado, um tribunal de Nova Jersey ordenou a restituição de US$ 10,5 milhões de contas vinculadas a Paulo Maluf, no que pode ter sido o primeiro sucesso brasileiro na recuperação internacional de dinheiro desviado por fraudes.

Penetrar as complicadas estruturas de companhias de fachada usadas para as fraudes pode ter custos judiciais elevados. Mas o advogado canadense Martin Kenney disse a Leahy que seu escritório estava a ponto de recuperar R$ 900 milhões em um caso brasileiro.
Será irônico se a lei, com seu alcance internacional, vier, por fim, a ser o instrumento da queda dos corruptos, algo que os políticos brasileiros, de todos os partidos, singularmente fracassaram em realizar.
Kenneth Maxwell é historiador britânico graduado em Cambridge (Reino Unido) com doutorado em Princeton (EUA).

Tradução de PAULO MIGLIACCI

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Irã e potências ocidentais ainda tentam chegar a acordo nuclear em Genebra

Diplomata iraniano diz que é necessário recuperar confiança perdida em negociação anterior

21 de novembro de 2013
O Estado de S. Paulo
GENEBRA  - O grupo das potências nucleares 5+1 (EUA, China, Rússia, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha) e o Irã ainda tentam diminuir as divergências para um acordo preliminar sobre o programa nuclear do país persa nas negociações que ocorrem nesta quinta-feira, 21, em Genebra, na Suíça. O vice-chanceler iraniano Abbas Araghchi e a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton discutem um rascunho que agrade ambas as partes.
Segundo o diplomata iraniano, os dois ainda discutiriam detalhes que impedem uma solução para o impasse noite adentro.
"Esperamos que o Ocidente tenha uma posição conjunta sobre o rascunho", disse Araghchi à iraniana Press TV. " Estamos tentando reconstruir a confiança perdida em rodadas anteriores de negociação. E conseguimos recuperar parte dessa confiança. Mas aparar as divergências é um trabalho difícil".
Na semana passada, a desconfiança da diplomacia francesa em relação ao reator de plutônio de Arak impediu um acordo. Os EUA e seus aliados europeus estariam dispostos a amenizar parte das sanções que congelam bens do regime iraniano em troca de uma paralisação no programa nuclear, como parte de um acordo preliminar.
Os iranianos querem, no entanto, um reconhecimento ao seu direito de enriquecer urânio, uma concessão que os países ocidentais ainda hesitam em fazer. / AP

sábado, 9 de novembro de 2013

CHINA

Reformas não devem acontecer de uma hora para outra

09/11/2013
RAUL JUSTE LORES

DE WASHINGTON
  

Pouco depois de aparecer na lista da revista "Forbes" como o segundo homem mais rico da China, o empresário Huang Guangyu, então com 39 anos, foi preso, em novembro de 2008.
Antes disso, encarnava o milagre chinês: da lojinha de eletrônicos que abriu em Pequim em 1987 à criação da rede Gome, com 700 lojas de eletrônicos e eletrodomésticos, e uma fortuna avaliada em US$ 2,7 bilhões.
Os motivos de sua prisão não foram anunciados. Apenas 15 meses depois, em fevereiro de 2010, ele foi formalmente acusado de pagar propinas e de usar informação privilegiada.
Foi condenado a 14 anos de prisão e a pagar multas milionárias.
O humor chinês já apelidou listas como as da "Forbes" de sha zhu bang, ou "lista de porcos para o abate".
Em outra metáfora rural, cara aos chineses, algumas dessas prisões "matam os frangos para dar medo aos macacos". Quiseram assustar bichos maiores? Foi inveja? Ou apenas resultado das brigas políticas e econômicas das diferentes facções do Partido Comunista?
A insegurança jurídica é talvez a reforma urgente na China que ainda vai demorar para acontecer, em um país onde o sistema jurídico é apenas um braço do partido.
O empreendedor chinês vive o constante temor de que algum dia, inesperadamente, seu negócio ou ideia seja punido por alguém poderoso, sem que lhe seja oferecida a possibilidade de defesa.
Uma pesquisa do jornal chinês "Informação Econômica" ("Jingji Cankao") mostra que 46% dos empresários chineses ouvidos atribuem a vontade que sentem de sair do país ao que chamam de "alta ansiedade" em relação ao sentido de segurança.
ABERTURA
Nenhuma reforma na China será tão radical, em tempos de muitos testes antes de qualquer decisão.
A origem do capitalismo moderno no país deu-se de forma nada planejada e sem uma decisão tomada em Pequim -longe dos desígnios do pai da abertura do país, Deng Xiaoping.
Em 1979, quando ele empreendeu sua reforma, 90% da população chinesa morava no campo, trabalhando em cooperativas rurais. Só podia "vender" sua produção ao governo. Propriedade privada era proibida.
Mas os habitantes da cidade de Wenzhou, na província de Zhejiang, começaram a furar o comunismo -ilegalmente começaram a vender verduras e legumes da área rural na então diminuta área urbana, a criar empresas de fundo de quintal, a "lucrar" com seu trabalho.

Petar Kujundzic - 17.out.2013/Reuters
              Casal de idosos em triciclo nas ruas de Pequim; maior parte da população da China não tem aposentadoria

Casal de idosos em triciclo nas ruas de Pequim; maior parte da população da China não tem aposentadoria

O Partido Comunista local lucrava com o negócio também -e, nacionalmente, a liderança do partido estava ocupada demais com um país traumatizado pelos excessos da Revolução Cultural (1966-1976).
Nos anos 1980 e no início dos anos 1990, a cidade virou de "capital dos calçados" a "capital dos eletrônicos" -a pequena economia local descobriu as vantagens do empreendedorismo e da geografia, e quem começou a produzir tênis em fabriquetas de fundo de quintal em poucos anos estava produzindo para as grandes marcas globais.
Depois do fracasso de diversas campanhas radicais empreendidas por Mao Tsé-tung, que queria industrializar o país em três anos ou expurgar toda a "cultura feudal" em outros cinco, o Partido Comunista aprendeu a fazer reformas bastante graduais nas últimas décadas.
Assim como a flexibilização da política do filho único (que começou recentemente em Xangai) ou a cobrança de licenças para dirigir um automóvel, que custam mais que o carro (também na maior cidade chinesa), não se espera que o Partido Comunista faça de uma hora para outra monumentais ajustes de percurso.
Para virar o ABC do planeta e fabricar de brinquedos e calçados a automóveis e computadores, a China investiu pesado em sua infraestrutura: quase do zero, criou uma rede de portos, aeroportos, ferrovias, trens de alta velocidade e capacidade energética invisíveis nos anos 1980.
Em um país de poupadores, isso foi possível. Tanto investimento em infraestrutura também enriquecia governos locais, promovia crescimento e criava os milhões de empregos que a China precisa criar por ano para equilibrar o êxodo rural.
DESPERDÍCIO
Mas essa política também levou a obras faraônicas, desperdício e muita corrupção.
Ao contrário dos anos 1980, quando eram quase todos miseráveis e estavam no mesmo barco, hoje há muita gente poderosa no Partido Comunista com interesse zero em mudanças que certamente cortarão as fontes de sua riqueza.
Na última década algumas grandes reformas foram feitas, como o fim da cobrança de anuidade nas escolas públicas de ensino básico, aumento de investimentos na saúde no interior.
Mas ainda vai levar um bom tempo até que os chineses não se preocupem com o futuro (a maior parte da população não tem aposentadoria) e passem a gastar mais.
E promover o aumento do consumo doméstico, que cresce 14% ao ano, mas muito menos do que deveria (o consumo doméstico representa 35% do PIB; metade do que no Brasil ou nos Estados Unidos, onde se aproxima de 70%).
Ou fazer com que estatais riquíssimas aumentem o salário de seus funcionários ou com que prefeituras não despejem milhões para vender terrenos ao mercado imobiliário, sem falar de uma futura Previdência -porque os chineses só querem, mesmo, mais segurança.

domingo, 13 de outubro de 2013

Caos econômico é ameaça para Maduro em eleição

06 de outubro de 2013
LUIZ RAATZ - O Estado de S.Paulo
A dois meses das eleições municipais da Venezuela, tidas como um referendo de seu governo, o presidente Nicolás Maduro tenta mitigar os efeitos de uma grave crise econômica que elevou a inflação a 45% nos últimos 12 meses e fez o câmbio paralelo atingir quase sete vezes a cotação oficial. Além disso, as reservas em moeda estrangeira caíram 25% este ano e a escassez é de um em cada cinco produtos da cesta básica.
Maduro foi eleito em abril após morte de Chávez - APAP Maduro foi eleito em abril após morte de Chávez
Para controlar os efeitos desse cenário, o herdeiro político do presidente Hugo Chávez aposta em duas frentes. Uma econômica e a outra política. No fim de setembro, o líder bolivariano foi à China, onde fechou um acordo de cooperação de US$ 5 bilhões em bens de capital, financiamento direto e investimentos em troca de petróleo. Além disso, anunciou um acordo de importação de alimentos com a vizinha Colômbia no valor de US$ 600 milhões.
Na política monetária, o Banco Central Venezuelano (BCV) anunciou uma nova venda de títulos da dívida pública no valor de US$ 100 milhões por semana (pelo câmbio oficial) para captar mais dinheiro.
Na frente política, Maduro optou pelo confronto. Denunciou uma "guerra econômica" promovida por entidades patronais e empresários, aos quais acusou de agir "no limite da responsabilidade" e ameaçou punir meios de comunicação que noticiem a escassez de alimentos, estimada em 20% pelo BCV, sob a alegação de que isso "semeia o medo entre a população".
Analistas políticos e economistas venezuelanos, de ambos os lados do espectro político, concordam que a falta de dólares está no cerne da atual crise, mas dão pesos diferentes à gravidade da situação. "Maduro quer impedir que a crise de desabastecimento torne-se um tema da campanha porque a eleição municipal se converteu num plebiscito sobre seu governo", avalia o sociólogo Luís Vicente León, do Instituto Datanálisis. "Sua margem de manobra para melhorar a economia é muito restrita e ele teria de tomar decisões difíceis que poderiam afetar a campanha."
Também sociólogo, Oscar Reyes, consultor do canal estatal TVES, concorda que a eleição tornou-se um desafio para Maduro.
Na opinião dele, uma vitória do chavismo na prefeitura de Caracas constituirá um duro golpe para a oposição. "O governo deve ganhar o maior número de prefeituras e a oposição deve se sair bem em algumas cidades maiores. Mas se Ernesto Villegas (ex-ministro da Comunicação) derrotar Antonio Ledezma (atual prefeito de Caracas) será um grande triunfo contra a oposição. O objetivo principal de Maduro é estabilizar a economia e a oposição obviamente está interessada na desestabilização."
Economia. Para assegurar a vitória de Villegas, o chavismo tenta conter o desabastecimento a todo custo. "Estão gastando os últimos cartuchos", diz o economista Boris Ackerman, da Universidade Simón Bolívar. "A Venezuela vive uma tormenta econômica de alto risco. As medidas que o governo poderia tomar contra a escassez de dólares e a inflação, como aumento dos juros e no compulsório dos bancos, corte de subsídios da gasolina e desvalorização cambial seriam impopulares."
A consultoria Ecoanalítica estima que para uma estabilização do câmbio, o dólar, hoje fixo em 6,30 bolívares, deveria valer 12 bolívares. Sites com base fora da Venezuela que monitoram o dólar paralelo cotam a moeda americana em 42 bolívares.
"Existe uma grande distorção cambial em razão da escassez de divisas que fez disparar a cotação no mercado paralelo. Como os importadores não conseguem dólares do governo porque as reservas estão em baixa, adquirem a moeda mais cara no mercado paralelo e não podem repassar o custo em razão do controle de preços imposto pelo governo", explica a economista Jessica Grisanti, da Econanalítica.
O reflexo do controle de preços é o surgimento do mercado negro e do ágio sobre esses produtos. A falta de dólares, por seu lado, resulta do aumento dos gastos públicos em 2012, quando o então presidente Chávez se reelegeu para um mandato meses antes de morrer de câncer, e do comprometimento da produção da Petróleos de Venezuela (PDVSA) com acordos com China, Cuba, países do Caribe e gasolina subsidiada, uma vez que a estatal petrolífera é a principal fonte de divisas estrangeiras da Venezuela.
Chavistas acusam os empresários de simplesmente vender os dólares no câmbio negro em vez de usá-los para comprar os produtos e estimular o medo da escassez para inflar as vendas.
"Há uma campanha que levou as pessoas a se desesperarem por bens de primeira necessidade e isso se retroalimenta. Criou-se um hábito de consumo estranho, com centenas de pessoas na fila do mercado", diz Reyes. "As pessoas vão desesperadas para comprar e estocam alimentos (um comportamento que os venezuelanos qualificam de 'compras nervosas'). No mercado negro, o preço quadruplica."
Os acordos com China e Colômbia amenizariam a situação até a eleição de novembro.
"A situação já esteve mais grave. Há desabastecimento, mas alguns produtos que faltavam já voltaram às prateleiras", diz León. O economista Ángel García Banchs, da consultoria Econométrica, destaca que além dos alimentos importados da Colômbia os produtos comprados diretamente da China via acordo comercial também suprem a demanda por bens. "Ainda não está claro nesse acordo se os US$ 5 bilhões virão em espécie, em bens de capital, ou em investimento na produção. Mas isso pode ajudar a financiar as importações para aliviar a escassez", afirma.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Limite de uso anual dos recursos naturais no mundo já foi alcançado

O dado significa que a humanidade falha na tentativa de gerar crescimento econômico de forma sustentável
Publicação: 20/08/2013 
Poluição paira sobre Pequim: devido à enorme população e ao forte crescimento econômico, a China é o país com a maior pegada ecológica (Jason Lee/Reuters)
Poluição paira sobre Pequim: devido à enorme população e ao forte crescimento econômico, a China é o país com a maior pegada ecológica
A partir de hoje, a humanidade está em dívida com a natureza: o limite anual de consumo dos recursos naturais no mundo acaba de ser ultrapassado, de acordo com a Rede da Pegada Global (GFN, na sigla em inglês), instituição internacional parceira da organização WWF (World Wildlife Fund). Neste ano, 20 de agosto foi definido como o Dia da Sobrecarga da Terra. Ou seja, em menos de nove meses, o homem usou tudo o que a natureza poderia oferecer sem se prejudicar até 2014, o que significa mais devastação. Nesse cenário preocupante, que se repete a cada ano — em 2012, a data fixada foi 22 de agosto —, o Brasil aparece na lista de nações com crédito (gastam menos do que sua capacidade ecológica permite), mas especialistas alertam para a necessidade de mais consciência no país para manter a sustentabilidade.
A dívida que será acumulada até o fim do ano virá de diversas atividades que exploram o meio ambiente, como a redução dos estoques pesqueiros, o corte de árvores e a emissão de gás carbônico na atmosfera. Como consequência, os especialistas preveem mais desastres naturais e prejuízos financeiros. “À medida que utilizamos os recursos ecológicos, diminuímos a capacidade de regeneração, e isso influencia a economia. Por exemplo, quando pescamos mais peixes do que deveríamos, no ano seguinte, perdemos esse alimento”, explica Michael Becker, superintendente de Conservação do WWF-Brasil.
Becker afirma que o cenário mostrado pela pegada ecológica (área produtiva total que um país, pessoa ou comunidade precisa utilizar para manter seu estilo de vida) reforça a necessidade de uma maior preocupação com a maneira como os recursos têm sido usados. “Do mesmo modo que se utilizam-se na economia dados como o PIB e a inflação, também deveria ser mantido um índice que mostrasse os gastos com o meio ambiente, pois os outros números se sustentam nos recursos ecológicos, são sua base.”

sábado, 3 de agosto de 2013

Análise: Lua de mel do Brasil e demais Brics parece ter chegado ao fim

03/08/2013
NOURIEL ROUBINI
ESPECIAL PARA O PROJECT SYNDICATE

Nos últimos anos, muitos exageros foram proferidos sobre os países do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Diziam que logo estariam entre as maiores economias do mundo -e, no caso da China, a maior do mundo, talvez já em 2020.
Mas os Brics, como muitos outros países emergentes, vêm passando recentemente por uma rápida desaceleração. Qual é o problema deles?
Primeiro, a maioria deles estava superaquecida em 2010/2011, com crescimento acima de seu potencial e inflação em alta. Por isso, muitos BCs apertaram a política monetária em 2011, o que trouxe consequências para avanço em 2012 e continua a se fazer sentir neste ano.
Segundo, a ideia de que as economias emergentes podiam se desacoplar plenamente da debilidade econômica nos países ricos (como Europa e EUA) era absurda.
Terceiro, a maioria dos Brics e alguns outros países emergentes caminharam em direção a uma variante do capitalismo de Estado. Isso implica desaceleração nas reformas que elevam a produtividade e a participação do setor privado na economia, e um papel econômico mais forte para as estatais, bem como maior nacionalismo quanto aos recursos naturais e protecionismo comercial.
Essa abordagem pode ter funcionado em estágios anteriores de desenvolvimento e enquanto a crise global causava queda nos gastos privados, mas agora distorce a atividade econômica e deprime o potencial de crescimento.
Quarto, o superciclo das commodities que ajudou Brasil, Rússia, África do Sul pode realmente ter acabado.
É claro que algumas economias emergentes, mais bem administradas, continuarão a registrar rápido crescimento. Mas muitos deles podem encontrar uma espessa barreira, e seu crescimento e mercados financeiros sofrerão fortes abalos.
NOURIEL ROUBINI é presidente da Roubini Global Economics e professor de Economia na Escola Stern de Administração de Empresas, Universidade de Nova York.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/08/1321185-analise-lua-de-mel-do-brasil-e-demais-brics-parece-ter-chegado-ao-fim.shtml

terça-feira, 9 de julho de 2013

Garimpo na África frustra chineses

09/07/2013


DAN LEVIN
DO 'NEW YORK TIMES"


Mingliang, China

Para as pessoas do condado de Shanglin, o ouro é uma maldição.
Durante quase uma década, milhares de camponeses da região autônoma de Guangxi, no sul da China, fizeram dívidas antes de irem para Gana, o segundo maior país produtor de ouro da África.
Os chineses acharam o ouro, mas também problemas, como policiais corruptos e bandidos armados que campeavam pelos garimpos. Então, em junho, as autoridades ganenses declararam que os garimpos eram ilegais e prenderam mais de 200 garimpeiros chineses, acusando-os de poluírem as terras e de abusarem de trabalhadores locais. Incontáveis outros chineses fugiram de ataques de moradores armados com pistolas e facões.

Gilles Sabrie/The New York Times
Zhou Mao, com o neto, aguarda noticias do filho, que desapareceu em Gana após uma onda de repressão a garimpos
Zhou Mao, com o neto, aguarda noticias do filho, que desapareceu em Gana após uma onda de repressão a garimpos

Após a onda repressiva, imagens de mortes violentas e de garimpos vandalizados começaram a aparecer nas redes sociais da China, alimentando a indignação nacional. Mas, aqui em Shanglin, um montanhoso condado de 470 mil habitantes em uma das mais pobres regiões da China, é o desespero com a ruína financeira que mais chama a atenção.
"Meu filho pode ter sido morto em Gana, mas se voltar estará morto do mesmo jeito", disse Shen Aiquan, 65, cuja família contraiu um empréstimo de 3 milhões de yuans (US$ 489 mil) para instalar um garimpo, embora ela não saiba exatamente quem seja o credor. Só resta a ela esperar pelo filho e pelos cobradores de dívidas, que inevitavelmente virão atrás dele.
A crise em Gana revelou os riscos de uma aposta econômica no exterior (avalizada pelo governo chinês) que contou com a participação de um incontável número de pessoas, que acabaram ficando ao deus-dará quando as coisas saíram errado.
Alguns dos problemas enfrentados pelos moradores daqui decorrem das práticas informais de crédito, comuns entre camponeses pobres. Sem o patrimônio físico que os bancos costumam exigir, muita gente se vale do "guanxi" -a garantia social que vincula empresas e relacionamentos pessoais na China- para conseguir empréstimos de parentes e amigos.
Os garimpeiros que estão pouco a pouco voltando para Shanglin, desde o início da onda de violência, garantem que não violaram nenhuma lei ganense. Wu Jian, 34, disse que fez questão de obter toda a papelada necessária em Gana, inclusive escrituras fundiárias e uma licença de mineração. "Os locais diziam que, enquanto tivéssemos dinheiro, poderíamos fazer o que quiséssemos", afirmou.
Em maio, ele fugiu, deixando para trás uma operação que, segundo ele, valia cerca de US$ 326 mil. O dinheiro, afirmou cabisbaixo, havia sido emprestado de parentes, amigos e agiotas.
A conexão de Shanglin com a extração de ouro na África é disseminada. "Todo mundo tem um parente ou um amigo em Gana", disse Lan Xiongwen, 45.
Quando parentes levaram o filho dele para os garimpos de Gana, há dois anos, a família de Lan investiu US$ 489 mil em escavadeiras, precisando para isso esgotar suas economias e contrair empréstimos bancários. Parecia uma jogada inteligente. Com 890 toneladas de ouro sendo exportadas anualmente para Shanglin, disse ele, os moradores achavam que seria só questão de tempo até realizarem seu sonho: depois de pagarem os empréstimos, eles construiriam uma casa e comprariam um carro.
Mas tudo o que a família de Lan ganhou foi para quitar as máquinas, que agora estão enferrujando em Gana.
Moradores como Lan dizem que se sentem traídos pelo governo chinês, que estaria se esquivando das suas responsabilidades após anos incentivando a corrida do ouro ganense.
As ações policiais e a violência ameaçam colocar de ponta-cabeça a estratégia da China para a África. Ela se baseia em importar matérias-primas necessárias para alimentar o crescimento econômico chinês em troca da venda de produtos chineses e de apoio financeiro do governo de Pequim para projetos importantes de infraestrutura. Segundo o governo chinês, o comércio bilateral entre China e Gana foi de US$ 5,43 bilhões no ano passado, um aumento de 56% em relação a 2011.
Enquanto diplomatas chineses trabalham para levar os garimpeiros embora, o governo da China se mostra ávido em deixar o episódio para trás. "Essa questão do garimpo ilegal é uma desarmonia nas relações bilaterais, mas devemos ter sempre em mente o quadro mais amplo", disse Qiu Xuejun, funcionário da chancelaria chinesa, numa recente entrevista coletiva em Acra, capital de Gana.
As pessoas daqui, no entanto, não estão em condições de simplesmente tocarem em frente. Numa fábrica, galinhas se empoleiram entre canos metálicos outrora usados para produzir bombas de água usadas nos garimpos. "Agora é tudo sucata", disse o dono da fábrica.
No seu celular, ele vai passando fotos de Gana. As imagens mostram garimpeiros chineses brutalizados, um deles morto com um tiro no rosto. O dono da fábrica não quis ser identificado, dizendo que as autoridades o alertaram a não conversar com jornalistas.
Ele disse que planeja voltar a criar porcos, como muitos dos seus vizinhos. "Não há outra coisa para fazer", disse.
Colaborou Mia Li

quinta-feira, 27 de junho de 2013

China e Coreia do Sul decidem pressionar Norte sobre questão nuclear

Presidentes Xi Jinping e Park Geun-hye se mostram empenhados em apoiar sanções econômicas mais rigorosas

27 de junho de 2013
O Estado de S. Paulo
PEQUIM - O presidente chinês, Xi Jinping, recebeu nesta quinta-feira, 27, sua homóloga sul-coreana, Park Geun-hye, considerada uma "velha amiga da China", e concordou em pressionar a Coreia do Norte a aceitar novas negociações sobre a questão nuclear.
Park e Xi Jinping decidem pressionar Coreia do Norte - Wangzhao/EfeWangzhao/Efe   
 Park e Xi Jinping decidem pressionar Coreia do Norte
Os dois assumiram seus cargos neste ano e se mostram empenhados em conter o programa nuclear norte-coreano, inclusive apoiando sanções econômicas mais rigorosas contra o país, tradicional aliado de Pequim. "Os dois líderes partilharam uma visão comum sobre a desnuclearização da Coreia do Norte, a manutenção da paz e da estabilidade na península da Coreia e a resolução das questões por meio do diálogo e das negociações", disse a Presidência sul-coreana em nota.
A China apoiou o Norte na Guerra da Coreia (1950-53) e depois prestou, durante décadas, uma vital ajuda econômica e diplomática ao país. Mas Pequim nos últimos anos vem adotando uma postura mais rígida contra o regime de Pyongyang, que já fez três testes com armas nucleares desde 2006.
O governo chinês adotou várias sanções contra o Norte para forçar o país a negociar, incluindo, neste ano, restrições à atividade de bancos norte-coreanos na China. Em abril, Xi disse em um fórum internacional que nenhum país "deve ter o poder de atirar a região e até o mundo todo no caos por causa de ganhos egoístas". Ele não citou nominalmente a Coreia do Norte, mas a declaração foi feita no momento de maior tensão na região em várias décadas, quando Pyongyang fazia ameaças diárias de ataques contra a Coreia do Sul e os EUA.
Do ponto de vista comercial, a China tem muito mais a ganhar aproximando-se da Coreia do Sul, com a qual tem um comércio bilateral anual de US$ 215 bilhões. Com a Coreia do Norte, o comércio é de apenas US$ 6 bilhões por ano./ REUTERS



sexta-feira, 31 de maio de 2013

França diz que vai proibir cigarro eletrônico em locais públicos

31/05/2013
DA AFP, EM PARIS

A França vai proibir o uso do cigarro eletrônico nos locais públicos e por menores de 18 anos, informou o governo francês nesta sexta-feira, o Dia Mundial Sem Tabaco.
Por ocasião deste dia, a OMS (Organização Mundial de Saúde) encoraja a proibição da publicidade, da promoção e do patrocínio do tabaco, estimando que o tabagismo provoque a morte prematura de 6 milhões de pessoas por ano.
"Queremos aplicar ao cigarro eletrônico as mesmas medidas aplicadas ao tabaco", declarou a ministra da Saúde, Marisol Touraine, à rádio France Info.
A publicidade e o patrocínio das produtoras de tabaco estão proibidos na França e, desde novembro de 2006, é ilegal fumar em locais públicos. Depois dessa proibição ocorreu a popularização do cigarro eletrônico, que funciona com pilhas.
Ao ser aspirado pelo consumidor, o cigarro eletrônico dispersa vapor de nicotina e propilenoglicol nos pulmões (líquido utilizado como refrigerante ou anticongelante).
Kenzo Tribouillard/AFP
Pessoa fuma cigarro eletrônico, em Paris; equipamento será proibido em locais públicos e para menores de 18
Pessoa fuma cigarro eletrônico, em Paris; equipamento será proibido em locais públicos e para menores de 18
O produto, inventado na China, é vendido em vários países como uma solução menos nociva para os fumantes do que os cigarros tradicionais e como um artifício para ajudar quem quer parar com o vício.
No entanto, alguns dizem que seu uso não põe fim ao hábito de fumar.
De acordo com os fabricantes, meio milhão de franceses utilizam a versão eletrônica do cigarro. Em março do ano passado, Touraine anunciou que havia pedido uma investigação sobre o cigarro eletrônico para avaliar os "benefícios" e "riscos" desse produto.
Em maio de 2011, a Agência Francesa de Segurança Sanitária e Produtos de Saúde (Afssaps, na sigla em francês) recomendou que o produto, que só está disponível em sites especializados na internet, não seja utilizado.
RÚSSIA
Na Rússia, uma lei que proíbe o fumo em locais públicos entra em vigor neste sábado (1º). Para poder fumar, será preciso distanciar-se pelo menos 15 metros de aeroportos, estações ferroviárias ou de metrô.
Por enquanto, não estão previstas multas para quem desrespeitar a nova norma, pois ainda não foram adotadas as emedas que vão modificar o código administrativo.