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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

No interior filipino, falta ajuda

Assistência humanitária está presente só nas localidades litorâneas atingidas por tufão

20 de novembro de 2013
KEITH , BRADSHER , THE NEW YORK TIMES - O Estado de S.Paulo
A gora que um grande esforço de ajuda internacional começou tomar corpo em torno da cidade costeira de Tacloban, arrasada pelo tufão Haiyan, a situação é totalmente distinta alguns quilômetros para o interior, onde muitos feridos e doentes não receberam nenhuma assistência em mais de uma semana. Bem distante das áreas costeiras inundadas onde o maior número de mortes ocorreu, na ilha filipina de Leyte, o quadro é de completa devastação. Quilômetro após quilômetro ao longo das estradas para o interior, em especial no leste, praticamente todas as casas parecem que tiveram seus telhados arrancados por garras ferozes.
Coqueirais foram arrasados e vastos trechos dos cultivos tiveram suas árvores cortadas a cerca de cinco metros do chão. Troncos caídos esmagaram ou provocaram estragos em casas e choupanas.
Mas enquanto socorristas internacionais e funcionários do Departamento de Saúde das Filipinas vasculham bairros na região costeira, eles não são vistos no interior.
Médicos, prefeitos e vereadores de seis cidades e vilarejos do interior na Ilha de Leyte dizem que seus cidadãos não receberam tratamento nem suprimentos médicos - e nenhum alimento, água ou tendas do programa de ajuda internacional. Eles não receberam também nenhuma assistência médica do governo filipino; apesar de as administrações municipais terem recebido sacos de arroz, os alimentos não chegaram aos povoados.
Todos eles disseram que, com a exceção de algumas pessoas enviadas para hospitais em Tacloban com ferimentos claramente mortais, a maioria das pessoas com lacerações e outros ferimentos associados ao tufão foi mandada para casa com pouco ou nenhum cuidado. As áreas do interior, carecem de médicos e têm poucos (quando têm) antibióticos, antissépticos, gaze e outros suprimentos médicos.
Todos disseram também que estavam vendo um aumento na incidência de febres e diarreias, que atribuíram ao grande número de pessoas bebendo água contaminada e vivendo em casas destelhadas, que oferecem pouca proteção das chuvas pesadas e frequentes dos nove últimos dias.
Não há um único termômetro na aldeia de Macanip ou nessa região - e ninguém levou crianças a algum assistente de saúde e nenhuma ajuda chegou do governo filipino ou de qualquer grupo internacional desde o tufão, disse Raúl Artoza, um vereador local.
"Estamos simplesmente pondo folhas de árvore nas suas testas", afirmou uma moradora, Milagros Macanip. Outros habitantes expressaram surpresa quando souberam que dois grupos de assistência médica, um alemão e um belga, tinham aberto hospitais de campanha a apenas cinco quilômetros da cidade costeira de Palo.
A precariedade é tão grande que alguns pacientes têm sorte de ter recebido algum antibiótico por via oral por mais de uma semana, embora eles fossem do tipo barato, ao qual muitas bactérias são resistentes. Rosaura Diola, uma enfermeira que dirige a clínica principal no centro de Jaro, disse que havia racionado o remédio a apenas 3, dos 21 comprimidos que os pacientes precisavam para completar um ciclo de uma semana de antibióticos.
Era tamanha a carência de remédios após o tufão, que os pacientes precisavam improvisar para obter o restante dos comprimidos de que precisavam para completar os tratamentos, relatou ela.
A clínica realiza normalmente 70 partos por mês, mas perdeu o telhado no tufão. Seu andar superior está aberto e exposto às pesadas chuvas, embora o andar de baixo, muito úmido, ainda ofereça um abrigo parcial.
No começo da semana, quase todas as cidades e aldeias da região ainda estavam sem eletricidade. Em todas elas, os estoques de vacinas antitetânicas estavam baixos ou já não existiam e as poucas vacinas que ainda estavam sendo injetadas ficaram expostas ao calor por dez dias; as orientações farmacêuticas pedem que elas sejam mantidas frescas para terem seu poder de prevenção total, embora vacinas mornas sejam melhores do que nada.
Ricky Carandang, um porta-voz presidencial das Filipinas, disse que os carregamentos de ajuda tinham começado a chegar a todas as administrações locais da Ilha de Leyte e esses governos eram responsáveis pelo seu repasse aos governos dos povoados. Ele manifestou preocupação ao ser informado de que dirigentes de povoados em lugares como Macanip e Buenavista disseram que não haviam recebido nenhuma ajuda, nem mesmo alimentos, acrescentando: "Vamos considerar esses relatos e tomaremos as medidas apropriadas".
Cidades e povoados do interior tendem a ter menos habitantes e bem menos mortos do que as cidades costeiras atingidas pela tempestade. Catalina Agda, a prefeita de Tunga, uma cidade interiorana de 7 mil habitantes, disse que só havia uma morte relacionada ao tufão ali, causada pela queda de um coqueiro, e 75 feridos confirmados.
Santa Fé teve 10 mortes confirmadas e Jaro teve 13, segundo autoridades locais.
Mas os danos extremos às residências, combinados com uma tendência dos moradores do interior a não ir a uma clínica quando estão feridos ou doentes por saber da limitação dos suprimentos médicos disponíveis, aumenta a probabilidade de ferimentos e doenças serem mais generalizados em áreas do interior do que alguém no litoral percebe, segundo autoridades locais.
Após as autoridades locais em Santa Fé serem informadas da ajuda disponível na vizinha Palo, a ambulância foi transportar Doyola, uma garota de 9 anos, e outra pessoa, para ajudar. Mas o destino delas ainda era um mistério no começo da semana. Com o toque de recolher em Tacloban, autoridades médicas no hospital disseram que não tinham registro de sua chegada à cidade. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO - É JORNALISTA

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Supertufão nas Filipinas matou até 2.500, diz presidente

12/11/2013
DA REUTERS
O número de mortes provocadas pela passagem de um supertufão nas Filipinas é provavelmente de 2.000 ou 2.500, mas não o total relatado anteriormente de dez mil, afirmou o presidente do país, Benigno Aquino, em entrevista à CNN nesta terça-feira.
"Dez mil, eu acho, é muito", disse Aquino em entrevista publicada no site da emissora CNN na internet. A estimativa anterior, de dez mil mortos, veio de autoridades locais que talvez estivessem "muito perto" do centro da destruição para fazer uma estimativa precisa, disse.
"Houve um drama emocional envolvido nesta estimativa em particular", disse.
Aquino contou à CNN que o governo ainda está reunindo informações de várias áreas atingidas.
"Esperamos ser capazes de entrar em contato com cerca de 29 municípios que ainda temos que estabelecer seus números, especialmente de desaparecidos, mas até agora 2.000, cerca de 2.500, é o número que estamos trabalhando em relação às mortes", afirmou.
Sobreviventes são resgatados no aeroporto da cidade de Tacloban
Editoria de Arte/Folhapress


terça-feira, 23 de julho de 2013

Governo filipino pede para professoras muçulmanas trabalharem sem véu

Alunas muçulmanas ainda serão autorizados a usar o véu ou hijab nos campi, bem como roupas adequadas na aula de educação física

Publicação: 23/07/2013 
Manila, Filipinas - O governo das Filipinas, um país de maioria católica, pediu nesta terça-feira (23/7) que professoras muçulmanas retirem seus véus dentro das salas de aula, com o objetivo de melhorar as relações entre professores e alunos. O secretário de Educação do país, Armin Luistro, informou que a decisão foi tomada no âmbito de reformas para tornar as escolas mais sensíveis à religião.
De acordo com o governo ter professoras muçulmanas sem seus véus permite 'a identificação adequada das professoras pelos alunos, promovendo assim uma melhor relação professor-aluno' (Noel Celis/AFP)
De acordo com o governo ter professoras muçulmanas sem seus véus permite "a identificação adequada das professoras pelos alunos, promovendo assim uma melhor relação professor-aluno"

Alunas muçulmanas ainda serão autorizados a usar o véu ou hijab nos campi, bem como roupas adequadas na aula de educação física, de acordo com a ordem emitida pelo governo, cuja cópia foi obtida pela AFP. Já as professoras, embora sejam autorizadas a utilizar o véu fora da sala de aula, são instruídas a removê-lo durante as aulas, para que possam interagir melhor com os alunos. "Uma vez que a (professora) está na sala de aula, pede-se que ela retire o véu", informou a ordem.

Ter professoras muçulmanas sem seus véus permite "a identificação adequada das professoras por seus alunos, promovendo assim uma melhor relação professor-aluno", explicou. Ser capaz de ver os rostos das professoras também ajuda no ensino de línguas, no qual o movimento dos lábios desempenha um importante papel na hora de ensinar certas letras e sons, segundo a decisão.

O Gabinete de Assuntos Muçulmanos do governo informou que concordava com as medidas do Ministério da Educação, apesar de ainda não ter recebido uma cópia da ordem.