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quinta-feira, 5 de junho de 2014

A geografia de valores da UE

DOMINIQUE, MOISI, PROJECT SYNDICATE - O ESTADO DE S.PAULO
03 Junho 2014 | 02h 03

Europa deveria ter uma compreensão melhor do que representam os seus próprios ideais

Confrontada com a reafirmação da Rússia de sua tradição imperial e dos métodos e reflexos enganosos do passado soviético, como a Europa deveria reagir? Deveria dar prioridade ao "valor da geografia" ou à "geografia de valores"? Os que optam pela primeira o fazem em nome do "realismo energético" de curto prazo, argumentando que ele é vital para chegar a um acordo com a Rússia porque a Europa não dispõe do gás e de petróleo dos EUA. Segundo esse raciocínio, os americanos poderiam viver sem a Rússia, mas a Europa não.
Além disso, para os realistas, o comportamento desafiador dos EUA diante de seus antigos e mais fiéis aliados - refletido nos recentes escândalos de vigilância que implicam a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) - desacreditou a própria ideia de uma "comunidade de valores". Se os EUA não respeitam mais os valores que professam, por que a União Europeia deveria perder a boa vontade do Kremlin em nome de defendê-los?
Esses realistas alegam também que, ao alinhar as posições da UE com as da Otan, a Europa escolheu precipitadamente humilhar a Rússia - um curso de ação inútil e perigoso. Chegou o momento, segundo eles, de uma política que concilie senso comum histórico e geográfico com necessidade de energia. O futuro da Europa está inexoravelmente ligado ao da Rússia, enquanto os EUA viraram as costas para a Europa por desinteresse, se não por desilusão.
A comemoração de um passado glorioso - o 70.º aniversário do Dia D - não pode ocultar o presente diminuído: embora a Europa possa tentar diversificar seus recursos energéticos, ela não pode prescindir da Rússia no futuro previsível.
Por que, questionam os realistas, deveríamos morrer por ucranianos que são ainda mais corruptos e muito menos civilizados do que os próprios russos? A Ucrânia teve sua chance como Estado independente e fracassou, vítima da venalidade de suas elites políticas. É hora de fechar esse parêntese infeliz.
Essa visão não é teórica. Ela pode ser encontrada, sob vários disfarces, em toda a UE, na direita e na esquerda, e em todas as profissões. A percepção de relativo declínio americano e da crescente perda de confiança da Europa em seus valores e modelo parecem legitimar uma posição que é construída, em muitos casos, sobre os restos do velho antiamericanismo.
Valores. O outro caminho, que enfatiza a geografia de valores, foi o escolhido pelos fundadores do projeto europeu e da Otan. Segundo essa visão, o não reconhecimento das pretensões imperiais de Vladimir Putin aumentaria o risco de a Europa ficar presa em uma forma não benevolente de dependência.
Para a Europa, ouvir o canto de sereia do Leste - uma melodia de complementaridade entre o poder estratégico da Rússia e o poder econômico da UE - seria o equivalente a pagar proteção à máfia. Como poderia um clube de democracias ser inteiramente dependente, para sua segurança, de uma potência autoritária que abertamente despreza seus sistemas políticos "fracos"?
Não é mera coincidência que esse discurso russo contra democracia, imigrantes e a homossexualidade encontre respaldo entre os partidos mais conservadores, extremistas e nacionalistas da UE. Por contraste, a força e a atratividade do modelo da UE dependem de sua natureza democrática. Os europeus que pararam de sonhar com a Europa, que consideram que a paz, a reconciliação e, sobretudo, a liberdade, estão garantidas, não percebem o que está em jogo.
Adotar uma "raison d'état de energia" que deixa a Europa dependente da Rússia por cerca de um terço de seus recursos energéticos seria suicídio. Existem alternativas. A Europa pode dizer não ao Kremlin e à Gazprom. Basta que tenha vontade para isso.
A única política possível que pode ser ao mesmo tempo realista e digna consiste numa combinação de firmeza e determinação de estabelecer limites para a Rússia de Putin. É precisamente porque os EUA não são mais o que eram (tendo feito demais com George W. Bush e de menos com Barack Obama) que a aliança com base em valores da Europa é mais indispensável do que nunca.
Prioridade. São esses valores que levaram à queda do Muro de Berlim e motivaram os manifestantes em Kiev a enfrentar o brutal inverno ucraniano na Praça Maidan. Da Ásia à África, as pessoas parecem ter uma compreensão muito melhor que os europeus do significado dos valores europeus. Basta ouvi-las exaltando a paz, a reconciliação e mesmo a relativa igualdade do continente (em comparação com os EUA). Para a UE, a escolha nunca foi mais clara. Se quiser sobreviver e prosperar, ela terá de colocar a geografia de valores em primeiro lugar. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK
É CONSULTOR DO INSTITUTO FRANCÊS DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS (IFRI) E
PROFESSOR DO INSTITUTO DE ESTUDOS POLÍTICOS DE PARIS (SCIENCES PO)
http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,a-geografia-de-valores-da-ue-imp-,1504561

domingo, 4 de maio de 2014

UE pede investigação independente para apurar mortes em Odessa

Ao menos 42 pessoas morreram após manifestação no sul da Ucrânia

03 de maio de 2014
Reuters
A União Europeia requisitou neste sábado uma investigação independente para apurar a morte de pelo menos 42 pessoas no sul da Ucrânia depois que uma manifestação terminou com vários ativistas pró-Rússia mortos em um edifício incendiado.
O confronto nas ruas entre apoiadores e detratores da Rússia na cidade portuária de Odessa, às margens do Mar Negro, que terminou com uma explosão mortal em um prédio de sindicato, foi considerado de longe o mais grave incidente ocorrido na Ucrânia desde as revoltas de fevereiro que terminaram com o presidente pró-Rússia deixando o país.
A chefe de Relações Exteriores da UE, Catherine Aston, disse que a União Europeia está "profundamente triste com as diversas mortes e feridos nos eventos de ontem em Odessa".
"Os fatos que levaram a essa trágica perda de tantas vidas humanas devem agora ser apurados em uma investigação independente e que os responsáveis por esses crimes sejam levados à Justiça", afirmou em comunicado.
O Kremlin, que mobilizou dezenas de milhares de soldados na fronteira oriental da Ucrânia e defende o direito de invadir o país para proteger os ativistas pró-Rússia, afirmou que o governo de Kiev e seus aliados no Ocidente foram responsáveis pelas mortes.
Kiev, por sua vez, afirmou que a violência foi provocada por manifestantes estrangeiros enviados da Trandsniestria, uma região rebelde da Moldávia, onde Moscou mantém tropas militares.
(Por Adrian Croft) 
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,ue-pede-investigacao-independente-para-apurar-mortes-em-odessa,1161888,0.htm
  • Odessa
    Cidade na Ucrânia
  • Odessa é uma cidade costeira ucraniana situada às margens do Mar Negro. É a quarta maior cidade do país, contando com pouco mais de um milhão de habitantes. É o centro administrativo do Oblast de Odessa.Wikipédia
  • segunda-feira, 28 de abril de 2014

    Cronologia: a crise na Ucrânia

    (Atualizada dia 24/04) Após quatro meses de crise na Ucrânia, a população da Crimeia decidiu, em referendo, que o território seja anexado à Rússia. Em Kiev, a nova elite política considerou a votação ilegal e insiste que Moscou deve respeitar a soberania da Ucrânia.
    Os protestos de rua na Ucrânia, liderados pela oposição, começaram em novembro, quando o então presidente Viktor Yanukovich desistiu de um pacto comercial com a União Europeia e optou por estreitar os laços com a Rússia.
    Em 21 de fevereiro, Yanukovich faz um acordo com a oposição e é deposto do cargo. O Parlamento do país aprova a restituição da Constituição de 2004 e a anistia para as pessoas envolvidas nos protestos contra o governo.
    Leia os fatos marcantes da crise desde novembro:
    - 21 de novembro de 2013: Oposição convoca atos contra a decisão do governo de não assinar um acordo com a União Europeia e reforçar as relações com a Rússia (Veja o especial sobre as raízes do conflito)
    - 24 de novembro de 2013: Uma grande manifestação ocorre em Kiev com o lema “Ucrânia é Europa”
    - 1 de dezembro de 2013: Após várias manifestações, milhares de opositores tomam a Praça da Independência e pedem o fim do governo Yanukovich
    - 8 de dezembro de 2013: “Marcha do milhão” em Kiev: manifestantes bloqueiam bairros e derrubam a estátua de Lenin
    - 22 de dezembro de 2013: Oposição política e cidadã cria a União Popular “Maidán” (nome da praça da independência) e exige eleições antecipadas e uma reforma constitucional
    - 15 de janeiro de 2014: Oposição bloqueia a entrada do Parlamento
    - 19 a 22 de janeiro de 2014: Protestos contra leis repressivas, contra a liberdade de expressão, aumentam
    - 24 de janeiro de 2014: Prefeito de Kiev Alexander Popov é destituído
    - 26 de janeiro de 2014: Manifestações se alastram por todo o país
    - 28 de janeiro de 2014: O primeiro-ministro Mykola Azarov renuncia e o Parlamento aprova uma lei que anistia os detidos durante os protestos
    - 31 de janeiro de 2014: Exército pressiona Yanukovich a adotar medidas urgentes para estabilizar o país
    - 6 de fevereiro de 2014: O Parlamento concorda em discutir um projeto de reforma constitucional que retome a Carta Magna de 2004, abolida por Yanukovich
    - 16 de fevereiro de 2014: Fim da ocupação da Prefeitura de Kiev e outras sedes administrativas após dois meses e meio de exigências para a libertação de detidos em manifestações
    - 17 de fevereiro de 2014: Entra em vigor a lei de anistia, que beneficia os presos durante manifestações
    - 18 de fevereiro de 2014: Novos confrontos entre manifestantes e policiais começam em Kiev e deixam mais de 10 mortos, no primeiro episódio de violência em três semanas
    - 21 de fevereiro de 2014: Os confrontos na Ucrânia deixam ao menos 77 mortos. Yanukovich e a oposição assinam um acordo para encerrar a crise política no país.
    - 22 de fevereiro de 2014: Yanukovich foge quando opositores tomam o Parlamento em Kiev
    - 27 de fevereiro de 2014: Parlamento ucraniano elege político pró-Europa como novo primeiro-ministro. No mesmo dia, separatistas tomam prédios do governo na Crimeia.
    - 28 de fevereiro de 2014: Yanukovich aparece na Rússia, diz que não fugiu de Kiev e continuará lutando pela paz na Ucrânia.
    - 1 de março de 2014: Exército ucraniano fica em estado de alerta após Senado russo autorizar o uso de força pelas forças do governo de Putin na Ucrânia.
    - 6 de março de 2014: Parlamento da Crimeia aprova anexação do território à Rússia e convoca referendo para o dia 16. União Europeia e EUA impõem sanções a cidadãos russos por apoio ao referendo.
    - 12 de março de 2014: Obama se reúne com o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, e reitera apoio ao país na “manutenção de sua integridade territorial e de sua soberania.”
    - 14 de março de 2014: Tentativa de acordo entre EUA e Rússia sobre a Crimeia fracassa após reunião de John Kerry e Sergei Lavrov.
    - 16 de março de 2014: Em referendo na Crimeia, 96,77% dos eleitores optaram pela anexação da região à Rússia.
    - 17 de março de 2014: Putin assina decreto reconhecendo a Crimeia como um “Estado soberano e independente”. EUA e UE aplicam sanções a autoridades russas e ucranianas como retaliação ao referendo.
    - 18 de março de 2014: Putin fala ao Parlamento russo e formaliza pedido por anexação da Crimeia. ”A Crimeia sempre foi e é parte da Rússia”, disse o presidente russo.
    - 7 de abril de 2014: Manifestantes pró-Rússia ocuparam prédios públicos em Donetsk, no leste da Ucrânia, e proclamaram a região uma república soberana. Um referendo de adesão à Rússia foi convocado para o dia 11 de maio.
    - 10 de abril de 2014: Presidente interino da Ucrânia promete anistiar ativistas pró-Rússia que entregarem as armas e desocuparem prédios tomados em cidades do leste ucraniano.
    - 17 de abril de 2014: Diplomatas da Rússia, Ucrânia, EUA, e União Europeia chegam a um acordo que prevê o desarme de grupos armados ilegais, a desocupação de edifícios em cidades do leste ucraniano e a anistia a insurgentes pró-Rússia.
    - 18 de abril de 2014: Separatistas pró-Rússia rejeitam acordo alcançando em Genebra e dizem que não foram representados na decisão.
    - 20 de abril de 2014:  Tiroteio em um posto de controle perto da cidade ucraniana Slaviansk, controlada por separatistas pró-Rússia, deixa três mortos.
    - 21 de abril de 2014: Vice-presidente dos EUA, Joe Biden, chega em Kiev e oferece ajuda ao governo ucraniano contra as ações de insurgentes pró-Rússia.
    - 22 de abril de 2014: EUA anunciam o envio de tropas para a Polônia e Países Bálticos para realizarem exercícios militares, mostrando o compromisso de Washington com os aliados da Otan.
    - 24 de abril de 2014: Operação ucraniana contra separatistas pró-Rússia deixa cinco mortos em Slaviansk; Rússia reage e inicia exercícios militares perto da fronteira com a Ucrânia.
    Operários colocam a bandeira russa e trocam o letreiro do Parlamento da Crimeia após anexação à RússiaTHOMAS PETER/ REUTERS
    http://blogs.estadao.com.br/radar-global/cronologia-os-protestos-na-ucrania/





    quinta-feira, 27 de março de 2014

    Assembleia-Geral da ONU considera referendo da Crimeia inválido

    Apenas 11 países votaram contra a decisão, que tem caráter simbólico; Brasil se absteve

    27 de março de 2014
    Militares ucranianos abandonam base na Crimeia após forças pró-Rússia tomarem o local (19/03)
    ANTON PEDKO/Efe





    NOVA YORK - A Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução nesta quinta-feira declarando que o referendo da Crimeia, realizado no começo deste mês e apoiado por Moscou sobre a secessão da Ucrânia e união com a Rússia, é inválido. Por ser não vinculante, a resolução tem apenas caráter simbólico.
    Na assembleia de 193 países, 100 votaram a favor, 11 contra e houve 58 abstenções, entre elas a do Brasil. Alguns países não participaram da votação. Diplomatas ocidentais disseram que o número de votos a favor foi mais alto do que o esperado.
    A favor da resolução aprovada hoje se pronunciaram Espanha e outros países da América Latina como o Chile, a Colômbia, a Costa Rica, a República Dominicana, a Guatemala, o Haiti, Honduras, o México, o Panamá e o Peru.
    Com a Rússia, também votaram contra: Armênia, Belarus, Bolívia, Coreia do Norte, Cuba, Nicarágua, Sudão, Síria, Venezuela e Zimbábue, enquanto emergentes como China, Índia e Brasil, além de outros latino-americanos como a Argentina, o Equador e o Uruguai se abstiveram.
    "Afirmamos nosso compromisso com a soberania, com a independência política, com a unidade e integridade territorial da Ucrânia a partir de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente", diz o texto da resolução, que pede ainda moderação às partes envolvidas na crise.
    Sem mencionar diretamente a Rússia, o texto pediu que membros da comunidade internacional desistam de ações que busquem romper a integridade territorial da Ucrânia.
    Discussões. "O que aconteceu no meu país é uma violação direta da Carta da ONU (...) e aconteceu no coração da Europa em pleno século XXI", disse o ministro ucraniano de Relações Exteriores interino, Andriy Deshchystsya, ao apresentar a resolução.
    O embaixador russo, Vitali Chrurkin, lembrou que a Crimeia aprovou por arrasadora maioria se reintegrar à Rússia. Na avaliação dele, Moscou não pode recusar o desejo de autodeterminação dos crimeios, uma vez que durante séculos a região fez parte da Rússia.
    "Em vez de um governo de união nacional apareceu um governo de vencedores, com um partido racista, antissemita e xenófobo", acrescentou o embaixador russo.
    A embaixadora americana, Samantha Power, destacou durante seu discurso que a resolução procura mostrar o compromisso com a soberania e integridade territorial da Ucrânia da comunidade internacional, que defende uma solução pacífica à crise.
    "As fronteiras não são meras sugestões", afirmou Power, que reconheceu que a Rússia tem interesses "legítimos" na Ucrânia e disse que o direito à livre autodeterminação é um valor a defender, mas pediu que não se reconheça o referendo da Crimeia. / REUTERS e EFE
    http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,assembleia-geral-da-onu-considera-referendo-da-crimeia-invalido,1145874,0.htm

    domingo, 9 de março de 2014

    Premiê ucraniano diz que não cederá 'um centímetro' de seu território à Rússia

    Anúncio ocorre depois que forças de segurança da Rússia e homens armados pró-Kremlin tomaram o controle da península da Crimeia no Mar Negro
    09 de março de 2014
    Agência Estado e Efe
    O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, prometeu no domingo, 9, que a Ucrânia não cederá nem "um centímetro" do seu território à Rússia. "Essa é nossa terra. Não daremos nem um centímetro dela. Por esta terra deram seu sangue nossos pais e avôs. A Rússia e seu presidente deveriam saber disso", disse Yatseniuk, ao discursar em um comício em Kiev perante a estátua do poeta e herói nacional ucraniano, Taras Sevchenko, no 200º aniversário de seu nascimento.
                                         - APAP
    O anúncio feito pelo premiê ocorre depois que forças de segurança da Rússia e homens armados pró-Kremlin tomaram o controle da península da Crimeia no Mar Negro.
    "Que o saibam a Rússia e seu presidente. Nossa resposta à Rússia só pode ser uma: unidade, convencimento, clareza de alvos e fé que vamos pelo bom caminho", acrescentou Yatseniuk.
    O chefe do governo interino ucraniano reconheceu que a Ucrânia está "perante o maior desafio para o país e para o povo em toda a história da independência" e se perguntou se serão "capazes de superar este desafio".
    "Nossa resposta só pode ser uma: sim, venceremos", porque, acrescentou: "Conosco está a verdade, está Deus, está a Ucrânia e está nosso grande Taras".
    Os participantes do comício guardaram um minuto de silêncio pela centena de pessoas mortas no centro de Kiev durante os graves distúrbios de fevereiro, que provocaram queda do governo do presidente Viktor Yanukovich.
    Enquanto isso, na cidade de Donetsk, povoada majoritariamente por pessoas de origem russa, acontecem hoje duas manifestações opostas, uma pró-russa e outra dos partidários da unidade territorial da Ucrânia, da qual participa o líder do partido Udar (Golpe), Vitali Klitschko, um dos dirigentes, junto com Yatseniuk, do levante que provocou a mudança de poder em Kiev.
    http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,premie-ucraniano-diz-que-nao-cedera-um-centimetro-de-seu-territorio-a-russia,1138871,0.htm

    quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

    Grupo invade sedes do governo na Crimeia e Ucrânia chama enviado russo

    Cerca de 50 homens entraram nos prédios e colocaram a bandeira da Rússia

    27 de fevereiro de 2014
    O Estado de S. Paulo
    (Atualizada às 09h40) SEVASTOPOL, CRIMEIA - Dezenas de homens armados tomaram nesta quinta-feira, 27, as sedes do Parlamento e do Governo da República Autônoma da Crimeia, no sul da Ucrânia, que passa por intensa turbulência política. Os edifícios foram invadidos por cerca de 50 homens uniformizados e sem distintivos, que levantaram a bandeira russa nos prédios, indicando que podem ser separatistas pró-Rússia.
                                      Manifestantes pró-Rússia foram até o Parlamento em Crimeia - Artur Shvarts/EfeArtur Shvarts/Efe
                                               Manifestantes pró-Rússia foram até o Parlamento em Crimeia
    O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia chamou o enviado russo em Kiev para consultas imediatas com Moscou depois da ocupação da sede do governo regional da Crimeia. Em um comunicado escrito e entregue ao enviado Andrei Vorobyov, o ministério solicitou que militares russos baseados no porto de Sevastopol, permaneçam na base.
    A Ucrânia colocou suas forças de segurança em alerta e pediu aos militares russos, alocados em bases na Crimeia e no Mar Negro, que não movimentem as tropas. "Será considerado uma agressão militar", afirmou Oleksandr Turchynov, presidente interino ucraniano.
    De acordo com a Reuters, um ativista pró-Rússia - chamado Maxim, que se negou a informar o sobrenome - afirmou que estava acampado junto a outros manifestantes do lado de fora do Parlamento de Simferopol, quando um grupo fortemente armado invadiu o prédio no início da manhã. Segundo ele, os homens vestiam coletes à prova de balas e carregavam lança-granadas e rifles.
    Maxim afirma que todos foram obrigados a deitar no chão. "Eles nos perguntaram quem éramos. Falamos que defendemos a língua russa e a Rússia. 'Não tenham medo, estamos com vocês', responderam. Eles não parecem com voluntários ou amadores: eram profissionais. Era claramente uma operação bem organizada", diz. O grupo não teria permitido que ninguém se aproximasse durante a ação e, ao tomar o prédio, expulsou seis policiais responsáveis pela segurança no local.
    O ministro interino do Interior, Arsen Avakov, confirmou na sua página do Facebook que as áreas em volta dos edifícios estão sendo isoladas pela polícia ucraniana. "Foram tomadas medidas para combater ações extremistas e não permitir que a situação se transforme em um confronto armado."
    Segundo agências de notícias russas, caças fazem a patrulha do espaço aéreo nas áreas de fronteira. De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, 150 mil soldados, 880 tanques, 90 aviões e 80 navios estão envolvidos no exercício militar. Embora neguem que a demonstração militar esteja relaciona à situação da Ucrânia, os russos questionam a legitimidade das novas autoridades ucranianas, acusando-as de não conseguir controlar os segmentos radicais.
    Confrontos. Na quarta-feira, cerca de 2 mil pessoas foram ao Parlamento de Simferopol para manifestar apoio ao movimento que destituiu Viktor Yanukovich, ex-presidente da Ucrânia. No entanto, manifestantes pró-Rússia, e contra o atual governo, também estavam no local e os dois grupos precisaram ser contidos por policiais.
    A Crimeia pertence à Ucrânia desde 1954, quando o líder soviético era Nikita Khrushchev. A região continua sendo a única do país onde a etnia russa é majoritária; parte da frota russa do mar Negro fica estacionada no porto de Sevastopol.
    Agora, a Crimeia é o último reduto importante de oposição à nova ordem política pós-Yanukovich. Os novos líderes do país manifestam preocupação com os sinais de separatismo na península./ REUTERS
    http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,grupo-invade-sedes-do-governo-na-crimeia-e-ucrania-chama-enviado-russo,1135309,0.htm
    https://www.google.com.br/search?q=mapa+da+ucrania&tbm=isch&imgil=2mGyognWWns6bM%253A%253Bhttps%253A%252F%252Fencrypted-tbn2.gstatic.com%252Fimages%253Fq%253Dtbn%253AANd9GcSvyrUh5QcdeINJxgNPbzeA6G6vqZ58bAXxWTW1d6vX1lPnnvJVOg%253B547%253B368%253BkOGD9f-fUSC8qM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fwww.novomilenio.inf.br%25252Fporto%25252Fmapas%25252Fnmucrani.htm&source=iu&usg=__2jysTq6uRWDlSadPK8bjX8JdJZE%3D&sa=X&ei=7ekPU6Nhh_GRB-WzgaAH&sqi=2&ved=0CDQQ9QEwBA&biw=1280&bih=699#facrc=_&imgdii=_&imgrc=2mGyognWWns6bM%253A%3BkOGD9f-fUSC8qM%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.novomilenio.inf.br%252Fporto%252Fmapas%252Fimages%252Fnmucrani.gif%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.novomilenio.inf.br%252Fporto%252Fmapas%252Fnmucrani.htm%3B547%3B368

    terça-feira, 10 de dezembro de 2013

    Os europeus empurram a Ucrânia para a Rússia

    Valores não tradicionais da União Europeia e sua intervenção na soberania de seus países criam resistência para a adesão ucraniana

    09 de dezembro de 2013

    O Estado de S.Paulo
    Tanto Rússia como Ucrânia consideram-se nações europeias e em ambas multidões defendem a adesão à União Europeia. Então, como a UE conseguiu que uma situação assim tão favorável se voltasse contra ela? Colocando as nações uma contra o outra e depois forçando a Ucrânia a escolher a Europa em detrimento da Rússia. Em vez de adotar uma estratégia que permitiria à Ucrânia se beneficiar dos seus vínculos com a Rússia, que poderia também servir para um estreitamento das relações entre Europa Ocidental e a Rússia, os negociadores europeus transformaram a associação com a UE num teste de lealdade.
    Primeiramente, rejeitaram a sugestão da Ucrânia - à qual a Rússia inicialmente não fez objeção - de que a adesão à UE seria compatível com seu ingresso na União Alfandegária, precursora de uma União Eurasiana que reuniria antigos Estados soviéticos. Em segundo lugar, em vez de ressaltar valores que exaltariam a identidade eslava europeia da Ucrânia, a UE fomentou ativamente a noção de que a adesão era uma "escolha cultural". Como a maioria dos ucranianos considera a Rússia seu vizinho mais amigo, surpreende sua resistência?
    Finalmente, os europeus cometeram o erro de ignorar diferenças nos valores religiosos e tradicionais. Parte importante da população cristã ucraniana temia que a UE impusesse um programa moral muito liberal ao sistema educacional e legal, incluindo valores não tradicionais, que muitos rejeitam. Porta-vozes da UE não se empenharam em aplacar tais temores e seu desdém sobre a questão criou uma bomba-relógio ameaçando os esforços de integração por toda a região. Em resumo, em vez de encarar essas negociações como uma parceria, a UE comportou-se mais como proprietária de um clube de golfe autorizando a Ucrânia a ser um caddy, mas jamais se tornar sócio. Não surpreende o fato de Yanukovich ter qualificado o processo como "humilhante" para seu país.
    A lição mais importante desse fracasso da UE é a necessidade urgente de mudar a mentalidade de confronto que impulsionou a iniciativa. A resposta à decisão da Ucrânia de adiar o acordo revela que essa iniciativa nada mais é do que uma tentativa de afastar a Rússia da Europa e empurrar as fronteiras da UE para o leste.
    Na verdade, essa falsa escolha aumenta o ímpeto no sentido da União Eurasiana - que respeita a herança cultural comum da era soviética, que ainda exerce uma atração importante em toda a região. Para estreitar ainda mais os vínculos, a Rússia já vem fornecendo uma assistência econômica à região muito maior do que qualquer medida que a UE estaria imaginando. Por outro lado, o objetivo final da União Europeia e da União Eurasiana é o mesmo: a formação de uma zona de livre comércio que se estenderá de Dublin a Vladivostok. A única diferença é que, devido ao seu porte, a União Eurasiana terá condições de negociar acordos com a União Europeia em condições muito mais vantajosas do que os Estados conseguiriam individualmente.
    Críticos da União Eurasiana oferecem dois argumentos: como a Rússia dominará essa união, se tornará a nova encarnação da antiga URSS; e os benefícios comerciais negociados entre antigos Estados soviéticos inevitavelmente levarão à estagnação. Como a maior economia da região, a Rússia sempre será a força motriz da União Eurasiana.
    Mas a noção de que a Rússia conseguirá recriar a URSS é ridícula. Primeiramente, a soberania é a pedra angular da União Eurasiana. E, de qualquer modo, as regras impostas pela União Europeia são muito mais intrusivas. Portanto, se algum grupo deve ser suspeito de ter aspirações que podem corroer a soberania é a União Europeia.
    O argumento da estagnação econômica também é equivocado porque compara a União Europeia com a Rússia - e não à União Eurasiana no seu conjunto. Além disso, a Rússia integra o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), grupo que deterá economias dominantes no mundo em 2050. Esses críticos estão sugerindo ser do interesse da Ucrânia descartar a oportunidade de acesso a essas potências emergentes apenas porque isso também deve ampliar a relação com a Rússia. Defensores da União Eurasiana também têm argumentos importantes.
    O contraste não poderia ser mais marcante. A União Europeia propõe o abandono de uma herança comum e a adoção de alternativas liberais impopulares. Propõe uma redução da autonomia legal e econômica nacional em troca da perspectiva efêmera de uma adesão, que ocorrerá daqui a décadas, e se ocorrer.
    A União Eurasiana propõe uma união em torno de uma herança comum existente. Propõe a criação de parcerias econômicas para expandir os mercados e criar novas indústrias globalmente competitivas. Finalmente, busca a integração na economia global com base na força de mercado coletiva.
    A questão delicada a ser respondida agora não é porque a Ucrânia não assinou o acordo de adesão à UE, mas, para começar, o que levou seus líderes a acharem que esta adesão seria uma boa ideia. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO - É PROFESSOR DE POLÍTICA DA UNIVERSIDADE DE RHODE ISLAND E PESQUISADOR DA  FULLBRIGHT NA UCRÂNIA

    terça-feira, 4 de junho de 2013

    Rio Danúbio

                                          rio DanúbioRio Danúbio em Ulm (Alemanha)

    O Danúbio é o segundo maior rio da Europa em comprimento (o maior é o rio Volga) com 3.020 km.

    Características e informações importantes:

    - A nascente do rio Danúbio fica na Floresta Negra (região sudoeste da Alemanha).
    - A foz fica no Mar Negro no delta do Danúbio (em território da Romênia).
    - Ele atravessa grande parte do continente europeu no sentido de oeste a leste.
    - O rio Danúbio é favorável à navegação em grande parte de seu trajeto. Além de seu potencial de navegação, serve para delimitar territórios, ou seja, usado como fronteira natural de dez países europeus: Alemanha, Áustria, Bulgária, Croácia, Hungria, Moldávia, Romênia, Sérvia, Eslováquia e Ucrânia. O rio corta importantes cidades europeias tais como Ulm, Ingolstadt, Ratisbona, Linz, Viena, Bratislava, Budapeste, Novi Sad, Belgrado, Ruse, Braila e Galati. 
    - Principais rios afluentes: Lech, Iller, Drava, Inn, Sava, Morava, Tisza, Prut, Timok, Arges e Traun.
    - Área da bacia (captação): 800.000 km²
    Vazão média do rio: 6.500 m³/s.
    - Altitude da nascente: 1.078 metros.

    Mapa político da bacia do rio Danúbio.

    Curiosidades:

    - Em alemão o rio Danúbio é chamado de Donau, em eslovaco de Dunaj, em húngaro de Duna e em croata de Dunav.
    - O Danúbio é o único rio da Europa que flui de oeste para leste.
    - Cerca de 83 milhões de habitantes (estimativa 2011) moram em cidades localizadas às margens do rio Danúbio.