Baixo nível escolar e maior renda 'seguram' brasileiros
Garimpeiros e trabalhadores que vivem do ouro preferem reconstruir a vida no Suriname, onde não pagam impostos e ganham mais dinheiro
(Felipe Recondo em Panamaribo)
Eles perderam tudo o que demoraram anos para conseguir, foram atacados, saqueados, as mulheres violentadas e todos expulsos do lugar que escolheram para viver. Mesmo assim, garimpeiros brasileiros e trabalhadores que viviam indiretamente da extração do ouro em Albina - a 150 quilômetros de Paramaribo, capital do país - preferem reconstruir a vida no Suriname. E a razão é primordialmente econômica.
Com o baixo nível de escolaridade, sem profissionalização e vindos de cidades com poucas oportunidades de emprego, geralmente no interior do Pará e Maranhão, esses garimpeiros ganhariam no Brasil um quinto do que recebem nos garimpos do Suriname. Dinheiro livre de qualquer tributação no país.
EXPULSOS
Para aqueles que vivem da extração do ouro, as explicações econômicas se somam às limitações impostas pelo governo brasileiro. Com o aumento da fiscalização dos órgãos ambientais e o fechamento de Serra Pelada (PA), garimpeiros brasileiros se viram obrigados a deixar o País.
Foi no início da década de 90 que o movimento em direção aos garimpos do Suriname, Guiana Francesa, Guiana e Venezuela se intensificou. Hoje, conforme estimativas do governo, há 18 mil brasileiros no Suriname, país com população de quase 500 mil pessoas. Somando os quatro países, seriam 80 mil brasileiros em busca de ouro.
"O Brasil tem muito ouro. Não tinha a necessidade de estarmos aqui. Mas o governo fechou o garimpo em que eu trabalhava. Perdi todas as máquinas, aí tive de vir pra cá", explica Carlos Gonçalves, garimpeiro há 28 anos, oito deles no Suriname, onde a polícia não reprime a atividade. Além disso, não é preciso visto: basta o passaporte.
Na Guiana Francesa, é preciso visto para entrar no país. De acordo com informações do governo brasileiro, o garimpeiro que busca trabalho em território francês está disposto a tudo, inclusive enfrentar a polícia. Quem vai para o Suriname, mesmo de forma irregular, encontra condições de organizar vilas de brasileiros e levar a família para a área de garimpo.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100104/not_imp490192,0.php
Análise de texto:
Leitura e debate sobre o assunto.
Relacionar as causas da "expulsão" desses brasileiros.
Mostrando postagens com marcador garimpeiros. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador garimpeiros. Mostrar todas as postagens
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
03/12/2009 - 07h43
PF investiga denúncia de ataques a índios por garimpeiros em Roraima
Publicidade
LUIZA BANDEIRA
da Agência Folha
A Polícia Federal investiga denúncias de ataques a tiros contra índios ianomâmis em Roraima por garimpeiros que atuam ilegalmente em uma terra indígena do Estado.
De acordo com os índios, o ataque aconteceu no último dia 22. Segundo Morsaniel Iramari, da Hutukara Associação Ianomâmi, indígenas da comunidade Hoyamoú haviam ido até o local confirmar a existência do garimpo, alertados pela intensa movimentação de aviões e pela constatação de furto de comida na aldeia.
Quando os cinco índios chegaram perto do garimpo, um cachorro que estava com os garimpeiros latiu, denunciando a presença deles. Nesse momento, dizem os indígenas, os garimpeiros atiraram. Os ianomâmis conseguiram fugir. Segundo índios, a pista de pouso no local é de difícil localização.
A Hutukara enviou uma carta à Funai (Fundação Nacional do Índio) e à PF denunciando a agressão. Em setembro, já havia emitido ofício sobre o aumento dos garimpos na região. Para Marcos Wesley de Oliveira, da Comissão Pró-Ianomâmi do ISA (Instituto Socioambiental), isso foi causado pela recente valorização do ouro e pela ausência de fiscalização.
A PF informou que está realizando buscas, mas que até agora encontrou apenas máquinas abandonadas. Porém, segundo Iramari, os policiais ainda não foram ao local do suposto ataque, o que deve acontecer hoje.
Thaís Dias Gonçalves, da Coordenação de Fiscalização de Terras Indígenas da Funai, disse que operação realizada pela PF e pelo Exército no local há dois meses constatou presença "mínima" de garimpo. Segundo ela, equipes do órgão sobrevoarão a área em janeiro para averiguar a situação.
Segundo Oliveira, a agressão por garimpeiros, se confirmada, marca a continuação de uma história de violência na relação entre os grupos. Ele afirma que, após a entrada dos garimpeiros, cerca de 15% da população ianomâmi morreu, devido a doenças e a conflitos. Também lembra que, em 1993, 16 ianomâmis foram mortos na região. Após o episódio, cinco garimpeiros foram condenados pelas mortes.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u660971.shtml
"Índio do Buraco", que vive sozinho em área da Funai, é alvo de tiros
Grupo indígena acusa PM de violência em ação de despejo
Milícia indígena pede aval do Ministério Público para usar armas
PF investiga denúncia de ataques a índios por garimpeiros em Roraima
Publicidade
LUIZA BANDEIRA
da Agência Folha
A Polícia Federal investiga denúncias de ataques a tiros contra índios ianomâmis em Roraima por garimpeiros que atuam ilegalmente em uma terra indígena do Estado.
De acordo com os índios, o ataque aconteceu no último dia 22. Segundo Morsaniel Iramari, da Hutukara Associação Ianomâmi, indígenas da comunidade Hoyamoú haviam ido até o local confirmar a existência do garimpo, alertados pela intensa movimentação de aviões e pela constatação de furto de comida na aldeia.
Quando os cinco índios chegaram perto do garimpo, um cachorro que estava com os garimpeiros latiu, denunciando a presença deles. Nesse momento, dizem os indígenas, os garimpeiros atiraram. Os ianomâmis conseguiram fugir. Segundo índios, a pista de pouso no local é de difícil localização.
A Hutukara enviou uma carta à Funai (Fundação Nacional do Índio) e à PF denunciando a agressão. Em setembro, já havia emitido ofício sobre o aumento dos garimpos na região. Para Marcos Wesley de Oliveira, da Comissão Pró-Ianomâmi do ISA (Instituto Socioambiental), isso foi causado pela recente valorização do ouro e pela ausência de fiscalização.
A PF informou que está realizando buscas, mas que até agora encontrou apenas máquinas abandonadas. Porém, segundo Iramari, os policiais ainda não foram ao local do suposto ataque, o que deve acontecer hoje.
Thaís Dias Gonçalves, da Coordenação de Fiscalização de Terras Indígenas da Funai, disse que operação realizada pela PF e pelo Exército no local há dois meses constatou presença "mínima" de garimpo. Segundo ela, equipes do órgão sobrevoarão a área em janeiro para averiguar a situação.
Segundo Oliveira, a agressão por garimpeiros, se confirmada, marca a continuação de uma história de violência na relação entre os grupos. Ele afirma que, após a entrada dos garimpeiros, cerca de 15% da população ianomâmi morreu, devido a doenças e a conflitos. Também lembra que, em 1993, 16 ianomâmis foram mortos na região. Após o episódio, cinco garimpeiros foram condenados pelas mortes.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u660971.shtml
"Índio do Buraco", que vive sozinho em área da Funai, é alvo de tiros
Grupo indígena acusa PM de violência em ação de despejo
Milícia indígena pede aval do Ministério Público para usar armas
Marcadores:
Análise de texto,
garimpeiros,
Índios
Assinar:
Postagens (Atom)