Mostrando postagens com marcador Grã-Bretanha. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Grã-Bretanha. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Escócia rejeita em plebiscito separação do Reino Unido

19 setembro 2014
A Escócia votou para continuar como parte do Reino Unido, rejeitando a independência em plebiscito realizado na quinta-feira.
A apuração das urnas nas 32 regiões administrativas escocesas foi concluída na manhã desta sexta-feira. O "Não" (contra a independência) obteve 2.001.926 de votos, contra 1.617.989 do "Sim". Em percentuais, a vitória foi de 55,3% contra 44,7%.
O comparecimento às urnas foi alto, com participação de 84,59% dos eleitores registrados - o maior em um pleito no Reino Unido desde que as mulheres conquistaram o direito ao voto, em 1928.
O plebiscito encerrou dois anos de campanha e dá início a um processo de devolução de mais poderes à Escócia.
O primeiro-ministro, David Cameron, disse logo após o anúncio do resultado que o Reino Unido vai cumprir agora as promessas de dar mais poderes ao Parlamento escocês. Cameron, que sempre fez campanha contra a independência, se disse contente com o resultado.
Por sua vez, o líder do Executivo escocês, Alex Salmond, que liderou a campanha pela independência, disse nesta sexta-feira que irá apresentar sua renúncia ao cargo em novembro.
Antes, ele havia aceitado a derrota, pedido a união dos escoceses e que as promessas de devolução de maiores poderes ao Parlamento escocês fossem cumpridas.
Mais de 4 milhões de pessoas – ou 97% do eleitorado – se registraram para votar no plebiscito. Pela primeira vez, eleitores de 16 e 17 anos também puderam participar da votação.
Salmond disse que o plebiscito e o alto comparecimento são um "triunfo para o processo democrático" e prometeu que cumprirá sua promessa de respeitar o resultado e trabalhar pelo benefício da Escócia e o Reino Unido.
Ele também destacou que partes da comunidade alheias à política foram engajadas pela campanha e pediu a seus partidários que refletissem o que tinham alcançado. "Não acredito que nenhum de nós, não importa quando entramos na política, teria pensado que tal coisa seria verossímil ou possível", disse ele.
Salmond (AP)
Primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, pediu o cumprimento de promessas de maiores poderes
Escócia (Getty)
Partidários do "Não" reagem ao anúncio de resultados na Escócia em plebiscito que rejeitou independência
O político trabalhista e ex-ministro das Finanças britânico Alistair Darling, que liderou a campanha "Melhor Juntos" - contrária à independência -, disse que os escoceses "escolheram unidade ao invés de divisão e mudanças positivas ao invés de uma separação desnecessária".
"É um resultado importante para a Escócia e também para o Reino Unido como um todo", disse.
Segundo ele, o resultado "reafirma tudo o que temos em comum e os laços que nos unem" e disse: "Que eles nunca sejam quebrados".
Darling reconheceu que a campanha apontou para a necessidade de mudanças, e apontou para o alto comparecimento nas urnas, dizendo que pessoas alheias à política participaram do plebiscito em grandes números. "Ao comemorarmos, vamos também ouvir", disse ele.

15 horas de votação

Os eleitores tiveram de responder à pergunta: "A Escócia deve se tornar independente"?
Glasgow, a maior área administrativa da Escócia e a terceira maior cidade na Grã-Bretanha, votou a favor da separação - 194.779 contra 169.347. Dundee, West Dunbartonshire e North Lanarkshire também votaram pelo "Sim".
Mas a capital escocesa, Edimburgo, rejeitou independência - 194.638 votos contra 123.927. O "Não" também venceu em Aberdeen por uma margem de 20.000 votos. A rejeição à independência também teve ampla vantagem em muitas outras áreas.
Escócia (EPA)
Contagem de votos de plebiscito ocorreu durante a madrugada
Escócia (AP)
Celebrações foram realizadas em diversas cidades na Escócia com anúncio de resultados
Escócia (Getty)
Partidária da independência chora diante de resultado de plebiscito que rejeitou separação da Escócia
O plebiscito começou às 7h locais (3h de Brasília) de quinta-feira e durou 15 horas, terminando às 22h locais (18h de Brasília).
A votação transcorreu tranquilamente em boa parte do dia nas 5.579 seções eleitorais espalhadas por todo o território escocês.
Segundo a Comissão Eleitoral, responsável pela votação, as seções eleitorais permaneceram cheias durante o dia, mas não houve registro de longas filas.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

ENTENDA O PLEBISCITO SOBRE A INDEPENDÊNCIA DA ESCÓCIA

18/09/2014 00h00 - ATUALIZADA EM: 18/09/2014 00h04 - POR MARCELA BOURROUL E BARBARA BIGARELLI

POR QUE O PAÍS QUER SE SEPARAR DO REINO UNIDO E O QUE ELE TERÁ QUE RESOLVER CASO A POPULAÇÃO VOTE "SIM" PELA INDEPENDÊNCIA

Escoceses a favor do "sim" no último dia de campanha, em Glasgow (Foto: Getty Images)
ESCOCESES A FAVOR DO "SIM" NO ÚLTIMO DIA DE CAMPANHA, EM GLASGOW (FOTO: GETTY IMAGES)

Nesta quinta-feira (18/09), a Escócia decidirá se continuará parte do Reino Unido ou se será um país independente. A realização do plebiscito está definida desde 2012, quando o primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, entraram em um acordo para realizar a consulta à população.
O plebiscito já estava na pauta, mas a discussão esquentou mesmo quando o “sim” à independência começou a crescer nas pesquisas. No início de setembro, os votos contrários e a favor estavam tecnicamente empatados. A pesquisa mais recente mostra o “não” vencendo, mas por uma margem muito pequena.

O assunto parece um pouco distante para os brasileiros, mas caso a independência se confirme ela poderá ter um grande impacto na política e economia mundial. A começar pela configuração do Reino Unido e da União Europeia. Entenda o contexto do plebiscito e o que pode mudar.
Histórico
A história da Escócia com a Inglaterra não é das mais pacíficas. O território de 78 mil quilômetros quadrados, menor do que o estado de Santa Catarina, foi palco de várias guerras, parte delas contra os ingleses.
Em 1707, no entanto, os dois países uniram-se pelo Act of Union. O fato de fazer parte do Reino Unido não impediu que a Escócia mantivesse sua cultura particular. Em relação à política, os escoceses sempre tiveram uma tendência mais à esquerda do que os ingleses. Atualmente, no Parlamento britânico, dos 59 escoceses, apenas um é conservador.
Segundo a professora do departamento de Relações Internacionais da PUC-SP, Natália Maria Félix de Souza, a guinada neoliberal que Margareth Thatcher impôs ao Reino Unido na década de 1980 incomodou os escoceses, assim como o conservadorismo de Cameron, atual primeiro-ministro.
Isto é, a Escócia em geral é a favor de um Estado forte, de uma ampla rede de segurança social e contra a austeridade fiscal que boa parte da Europa adotou após a crise de 2008.
Faz alguns anos que o país está brigando por mais autonomia. Em 1997, por exemplo, ele conseguiu restituir um Parlamento independente, que havia sido extinto 300 anos antes. Apesar de ter ganhado mais independência para decidir sobre algumas questões, a parte fiscal ainda é centralizada pelo Parlamento britânico – ou seja, a decisão sobre onde e quanto gastar é do Reino Unido, não da Escócia.
Quem está na briga
Os porta-vozes que ficaram mais em evidência foram Alex Salmond, líder do Partido Nacional Escocês e defensor do “sim”, e Alistair Darling, político defensor do “não”. Eles se enfrentaram em debates transmitidos pela televisão.
O Reino Unido não deseja a separação. Em um comunicado assinado por três líderes políticos britânicos, incluindo David Cameron, dizia-se: “Há muitas coisas que nos dividem - mas há uma coisa sobre a qual concordamos: o Reino Unido é melhor com todos juntos”. 
Caso a independência seja a opção dos escoceses, Cameron pode deixar o cargo. Para alguns analistas, ele poderia se ver obrigado a renunciar. O primeiro-ministro garante que isso não acontecerá. "Meu nome não está na cédula. O que está na cédula de votação é se a Escócia quer ficar no Reino Unido ou a Escócia quer se separar do Reino Unido", afirmou.
Economia
A maior polêmica sobre a separação envolve dinheiro. Os pró-independência afirmam que seria possível a Escócia se manter com a receita do petróleo do Mar do Norte. Os ganhos deixariam de ser divididos entre o Reino Unido. Segundo matéria publicada no Financial Times, a Escócia poderia  figurar entre as 35 maiores exportadoras de petróleo e uísque, por exemplo, e criar um sistema financeiro mais saudável.
Os críticos, por outro lado, dizem que seria muito arriscado depender de apenas uma grande fonte de renda cujas reservas são finitas. Além disso, o mercado de petróleo não é exatamente estável e o preço do produto varia conforme o cenário econômico e político. O Tesouro Britânico estima ainda que o custo para a Escócia se separar seria de 1,5 bilhão de libras, gasto que envolve estabelecer um novo governo federal, serviços públicos nacionais, agências regulatórias e representações diplomáticas. Estima-se que o Reino Unido perca pouco mais de 9% do PIB com a saída da Escócia.
Outra polêmica é em relação à moeda. Salmond insiste em manter a libra, mas com a separação do Reino Unido não haveria mais uma união monetária. Ou seja, como manter a moeda sem controle sobre a política monetária? E em caso de crise? Outra possibilidade, também cercada de dúvidas, seria a adoção do euro. Mas ainda não se sabe como ficaria uma Escócia independente na União Europeia (veja abaixo). Por fim, há a proposta de criar uma moeda própria.
Por conta dessa insegurança, o mercado financeiro reagiu. A libra esterlina se desvalorizou e algumas empresas ameaçaram se mudar para a Inglaterra caso a população vote pela independência.
Questões diplomáticas
Nesse campo, há três principais questões, segundo Natália de Souza. A primeira delas é a situação da Escócia na União Europeia. Os escoceses se baseiam no artigo 48 do tratado europeu para dizer que seria possível negociar sua manutenção. Já quem se opõe à independência afirma que eles teriam que se candidatar e passar por um processo normal - e longo - de adesão. Essa questão está em aberto.
Outra dúvida é em relação aos armamentos nucleares britânicos. Quatro submarinos ficam estacionados em uma base naval escocesa e Salmond já avisou que caso a Escócia se torne independente não vai mais mantê-los em seu território. Isso significaria custo e tempo para a Inglaterra construir outra base marítima e transferir os equipamentos.
Por fim, há a questão das fronteiras. A Escócia é um país com a população envelhecida que tende a incentivar a imigração. Se o país for rapidamente aceito na União Europeia e passar a fazer parte do Acordo de Schengen (convenção que permite a livre circulação de pessoas, do qual o Reino Unido não faz parte), pode ser que se crie um conflito com a Inglaterra.
E então?
De acordo com Natália, ainda é tudo muito incerto em relação ao que acontecerá se a Escócia se tornar independente nesta quinta-feira. No entanto, o país sairá ganhando não importa o que aconteça. Isso porque, em uma tentativa de controlar o avanço do “sim”, políticos britânicos se comprometeram a abrir novas negociações para ampliar a autonomia da Escócia. Se o “não” ganhar, é possível que haja avanços nas negociações entre as duas partes.
Se o “sim” vencer, a Escócia não acordará na sexta-feira com a obrigação de responder a todas essas dúvidas que pairam sobre a independência. Há um período de transição de cerca de um ano e meio previsto para acomodar essa mudança. A independência seria oficialmente declarada em 24 de março de 2016.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Grã-Bretanha tem plano de contingência para separação da Escócia

"Fizemos um planejamento básico de contingência", declarou Griffith-Jones à Comissão de Finanças do Parlamento
09/09/2014 | 08:31 | 
O órgão regulador do mercado financeiro da Grã-Bretanha (FCA) disse nesta terça-feira (9) que elaborou um "planejamento básico de contingência", para o caso de os escoceses votarem este mês pela independência da Escócia.

Mas no caso de a Escócia se separar do Reino Unido, os parlamentares em Edimburgo terão de decidir como seu mercado financeiro será regulado, disse o presidente da Autoridade da Conduta Financeira, John Griffith-Jones.
"Fizemos um planejamento básico de contingência", declarou Griffith-Jones à Comissão de Finanças do Parlamento.
Faltando nove dias para o referendo sobre a independência da Escócia, as campanhas pró e contra estão disputando palmo a palmo o apoio dos eleitores, mas uma pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo instituto TNS mostrou um aumento no apoio à separação. Uma outra pesquisa publicada no domingo pelo Sunday Times posicionava pela primeira vez o campo pró-independência na frente.
Os planos da FCA incluem "certificar-se de que as linhas telefônicas estejam devidamente operadas para quando as pessoas ligarem ... certificar-nos de que temos uma posição quanto a que conselho seria apropriado dar no dia, quando os consumidores perguntam o que deveriam fazer", afirmou Griffith-Jones.
Entrar nos detalhes provavelmente "vai ser complicado", acrescentou.
http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?id=1497414

Elizabeth II pede que escoceses pensem 'cuidadosamente' sobre voto de independência

Monarca tem evitado fazer comentários públicos sobre o referendo, embora seja favorável à união do país ao Reino Unido

Rainha Elizabeth II visita ao set de filmagens da série de televisão 'Game of Thrones' em Belfast, na Irlanda do Norte
Rainha Elizabeth II visita ao set de filmagens da série de televisão 'Game of Thrones' em Belfast, na Irlanda do Norte(Phil Noble/Reuters/Reuters)

A rainha Elizabeth II quebrou seu silêncio em relação ao referendo da Escócia sobre a independência do Reino Unido, dizendo neste domingo que ela espera que escoceses pensem muito cuidadosamente sobre o futuro.
A monarca, que saiu de um culto pela manhã em uma igreja em Crathie, perto de sua propriedade na Escócia, respondeu a um comentário de um simpatizante.
"Eu espero que as pessoas pensem muito cuidadosamente sobre o futuro", afirmou o jornal The Times, relatando a fala da rainha.
Um voto pela independência na próxima quinta-feira poderia dividir o reino e, embora Elizabeth seja favorável à união, ela tem sido extremamente cuidadosa para evitar fazer comentários públicos sobre o referendo.
"Isso é totalmente imparcial e reforça o ponto de que este é um assunto para o povo da Escócia", disse uma fonte do Palácio de Buckingham.
"A rainha é constitucionalmente imparcial, acima da política e sempre disse que esta é uma questão para o povo da Escócia", disse a fonte.
Seja qual for o resultado da votação de quinta-feira, Elizabeth ainda poderia ser rainha da Escócia, uma vez que a maioria dos escoceses faz questão de mantê-la como chefe de Estado, mesmo que votem pela independência.
A mãe de Elizabeth era escocesa e ela passou a maior parte de sua infância lá. Sua irmã Margaret nasceu lá. O país também é o destino de verão favorito da rainha e de seu marido Philip.
(Com agência Reuters)
http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/rainha-pede-que-escoceses-pensem-cuidadosamente-sobre-voto-de-independencia

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Irã e potências ocidentais ainda tentam chegar a acordo nuclear em Genebra

Diplomata iraniano diz que é necessário recuperar confiança perdida em negociação anterior

21 de novembro de 2013
O Estado de S. Paulo
GENEBRA  - O grupo das potências nucleares 5+1 (EUA, China, Rússia, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha) e o Irã ainda tentam diminuir as divergências para um acordo preliminar sobre o programa nuclear do país persa nas negociações que ocorrem nesta quinta-feira, 21, em Genebra, na Suíça. O vice-chanceler iraniano Abbas Araghchi e a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton discutem um rascunho que agrade ambas as partes.
Segundo o diplomata iraniano, os dois ainda discutiriam detalhes que impedem uma solução para o impasse noite adentro.
"Esperamos que o Ocidente tenha uma posição conjunta sobre o rascunho", disse Araghchi à iraniana Press TV. " Estamos tentando reconstruir a confiança perdida em rodadas anteriores de negociação. E conseguimos recuperar parte dessa confiança. Mas aparar as divergências é um trabalho difícil".
Na semana passada, a desconfiança da diplomacia francesa em relação ao reator de plutônio de Arak impediu um acordo. Os EUA e seus aliados europeus estariam dispostos a amenizar parte das sanções que congelam bens do regime iraniano em troca de uma paralisação no programa nuclear, como parte de um acordo preliminar.
Os iranianos querem, no entanto, um reconhecimento ao seu direito de enriquecer urânio, uma concessão que os países ocidentais ainda hesitam em fazer. / AP