terça-feira, 7 de maio de 2013

Relevo do Brasil


O relevo do Brasil é predominantemente plano. Os maiores elevações (até 3.000 m) são encontradas nas regiões Sul e Sudeste do país, na Mantiqueira e cadeias montanhosas da costa (Mata Atlântica).

O que é Relevo.

Muito se estuda o relevo dos continentes e países, mas afinal, o que é relevo? Relevo é a diferença entre as elevações máxima e mínima em uma área. Um mapa de relevo mostra a topografia da área. Basicamente o relevo representa  as variações na elevação de uma área de superfície da terra.

Mapa do Relevo do Brasil

O mapa de relevo do Brasil é uma representação do terreno brasileiro mostrando as variações de elevação presentes no território. Ao representar o terreno, a dimensão da elevação é normalmente aumentada proporcionalmente, o que facilita o reconhecimento visual das características do terreno nacional.
Mapa do Relevo do Brasil

Relevo do Brasil

Veja abaixo o mapa com a representação do relevo do Brasil.
Relevo do Brasil

Os fatores internos e externos do Relevo do Brasil

No Brasil, o tectonismo — pressão do magma em direção à crosta — ocorreu em eras geológicas remotas. Devido à predominância de formações geológicas antigas, admite-se que as manifestações tectónicas estejam muito diminuídas sob o território do nosso país.
Abalos sísmicos que eventualmente ocorrem em alguns pontos do litoral brasileiro são atribuídos à pressão exercida pela expansão da cordilheira submarina denominada Dorsal Meso-Atlântica.
Com relação à estrutura geológica, o território brasileiro apresenta-se dividido entre os escudos cristalinos (rochas metamórficas e magmáticas), que datam do Pré-Cambriano e correspondem a 36% do território brasileiro, e as bacias sedimentares, que sustentam 64% das formas de relevo do país.
O clima tipicamente quente e úmido do país condiciona os mecanismos externos de atuação do intemperismo e da erosão sobre as rochas cristalinas e sedimentares.
As regiões úmidas em geral são caracterizadas por formas de relevo suaves e arredondadas, de topos convexos, como os pães de açúcar e as meias-laranjas das zonas tropicais, típicas das serras elevadas do Sudeste brasileiro. As águas das chuvas, com enxurradas, além dos rios e cachoeiras, são as principais modeladoras desse relevo.
Já nas regiões áridas destacam-se as formas abruptas, por causa da desagregação mecânica do material rochoso e da ação torrencial das chuvas irregulares, características do clima semi-árido nordestino.
Além do clima, que comanda a maior parte dos fatores externos que atuam sobre o modelado terrestre, o Brasil possui uma densa rede hidrográfica, o que faz dos seus rios importantes agentes de erosão (em formas elevadas) e sedimentação (em planícies).

As classificações do Relevo Brasileiro

Relevo
Para compreender quaisquer formas de relevo, deve-se considerar a atuação conjunta de todos os fatores analisados — a influência interna representada pelo tectonismo e a atuação do clima nos diferentes tipos de rocha.
Além disso, é necessário observar a evolução do clima, ou seja, as drásticas alterações ocorridas ao longo do tempo geológico. Portanto, a análise do relevo atual envolve o estudo dos chamados paleoclimas, ou seja, os fatores climáticos passados, que contribuem para explicar o modelado do presente.
Classificar o relevo implica agrupar suas formas em compartimentos de acordo com a semelhança de características externas. Para que a classificação seja sa- tisfatória, todos os fatores devem ser igualmente valorizados. Até meados do século XX, isso não acontecia. As classificações do relevo brasileiro prendiam-se basicamente à estrutura geológica, de modo que muitas vezes as formas de relevo (unidades geomorfológicas) eram definidas de acordo com o tipo de rocha. Tornaram-se comuns, por exemplo, denominações como planaltos cristalinos planaltos sedimentares.

A classificação de Aziz Ab’Saber (década de 1960)

A classificação do geógrafo Aziz Ab’Saber foi a primeira a romper de forma mais definitiva com a confusão existente entre estrutura geológica e relevo, O relevo, como vimos, modela-se a partir do contato das rochas com a atmosfera. Além disso, no Brasil a estrutura geológica é antiga, mas as atuais formas de relevo em geral foram esculpidas recentemente, no decurso da Era Cenozóica.
Observa-se pelo mapa da página seguinte que os compartimentos do relevo são divididos basicamente entre planaltos e planícies, caracterizados como superfícies expostas respectivamente a processos erosivos e de deposição. O mais significativo dessa classificação é o fato de as unidades receberem denominações regionais, e não geológicas, sem que se desconsidere a importância da litologia — o estudo das rochas — para a caracterização de cada uma delas.
Planaltos de origem sedimentar, como parte do planalto Central e o planalto do Maranhão—Piauí, apresentam muitas chapadas, pois o desgaste em área sedimentar vai expondo os vários estratos da rocha, mantendo-se sempre sua feição tabular. Já as elevadas altitudes do planalto das Guianas e das serras e planaltos do Leste Sudeste são explicadas não apenas pela intensa atividade tectônica passada, sobretudo para as serras do Sudeste, mas também pela presença de rochas cristalinas mais resistentes à erosão.
Portanto, essa classificação foi elaborada com base na estrutura geológica e na influência dos climas atuais sobre a atuação dos processos geomorfológicos.

A classificação de Jurandyr Ross (década de 1990)

A classificação elaborada pela equipe do geógrafo Jurandyr Ross aplica os estudos dos paleoclimas na delimitação das unidades morfológicas.
Os domínios morfoclimáticos
A paisagem natural é caracterizada pela integração dos diferentes elementos que a compõem: clima, relevo, estrutura geológica, hidrografia, solo e vegetação. O primeiro estudo a apoiar-se na relação existente entre a cobertura vegetal, o cli- ma e a forma de relevo para caracterizar a paisagem brasileira foi realizado pelo geógrafo Ab’Saber na década de 1970. Em sua descrição ele valorizou, muito mais do que em sua primeira classificação do relevo brasileiro, a interferência dos fatores climáticos no modelado. Daí sua nova elaboração ter sido designada como domínios morfoclimáticos (morfo, relativo à forma do relevo, e climático, relativo ao tipo de clima).
Apesar das inovações nos critérios de compartimentação do relevo brasileiro, a análise dos domínios continua sendo a melhor forma de compreender a relação dinâmica entre os diversos elementos naturais.
Domínio amazônico. Tradicionalmente, acreditava-se que a região amazônica fosse uma extensa planície, em que predominavam as terras baixas. Hoje se sabe, porém, que a planície corresponde a apenas 5% do que se supunha, pois as terras baixas também formam planaltos e extensas depressões.
Os numerosos rios do domínio amazônico atuam como importantes agentes de sedimentação e principalmente de erosão.
O elemento marcante desse domínio, contudo, é a floresta Amazônica, que apresenta grande variedade de espécies, entre as quais predominam os vegetais de folhas largas, denominadoslatifoliados.
A relação entre a floresta e a rede hidrográfica, sob a influência dos ventos alísios na zona de convergêngia intertropical, explica a umidade excessiva do domínio amazônico, típica do clima equatorial.
Os solos são pouco espessos e ácidos, e sua riqueza está na própria cobertura vegetal, que dá origem ao material orgânico decomposto. Por isso, o desmatamento constitui a principal ameaça ao equilíbrio natural da região.
Domínio do cerrado. Abrange a maior parte da porção central do país e é próprio de climas tropicais alternadamente úmidos e secos. A vegetação herbácea e arbustiva e as árvores pequenas de troncos e galhos retorcidos adaptam-se bem ao período de estiagem; nos locais mais úmidos, desenvolve-se o chamado cerradão, com árvores de grande porte; nas margens dos rios é comum a vegetação denominada mata-galeria.
O solo do cerrado é pobre e requer técnicas de correção da acidez (calagem) para o desenvolvimento da agricultura. Foi graças a essas técnicas que o cultivo de soja pôde avançar nos últimos anos por todo o Centro-Oeste. Segundo alguns estudiosos, é o solo, e não o tipo climático, o responsável pelas características da vegetação do cerrado.
Originalmente acreditava-se que nessa área predominassem os planaltos, com a presença de chapadas e chapadões. Na década de 1990, porém, descobriu-se que esse domínio apresenta uma grande diversidade geomorfológica. Além de planaltos residuais, há depressões, como a Sul-Amazônica e a do Araguaia- Tocantins, e os rios Araguaia e Tocantins formam uma extensa área de planície.
A rede hidrográfica é de baixa densidade, e os rios de maior destaque são afluentes das bacias hidrográficas amazônica e platina.
Domínio da caatinga. A presença de depressões na região já havia sido detectada desde os primeiros estudos desse domínio, mas desconhecia-se sua real extensão: a depressão sertaneja e a do São Francisco cobrem praticamente todo o semi-árido nordestino.
O relevo apresenta várias formações com modelado abrupto, uma vez que o calor é o agente intempérico mais atuante, resultado do clima quente e seco.
A caatinga é a formação vegetal predominante, adaptada ao clima seco e solos pouco profundos. Para reter a umidade durante os longos períodos de estiagem, essa vegetação arbustiva perde as folhas e adquire uma cor branco- acinzentada, o que explica sua denominação, de origem indígena (caa = mata; tinga = branca). E comum as plantas possuírem raízes profundas e longas à procura da água de infiltração.
A rede hidrográfica é formada principalmente por rios temporários, pois as chu- vas são irregulares e os solos quase sempre não permitem a formação de grandes lençóis freáticos.
Domínio dos mares de morros. Disposto sobre as encostas de planaltos. Em conseqúência da intensa devastação, a vegetaçao não constitui o principal aspecto desse domínio. A presença da floresta tropical úmida, mata de encosta ou mata atlântica, restringe-se hoje a pequenas áreas. Intercalados às formações florestais aparecem os campos de altitude.
A expressão mares de morros deve-se àforma de desgaste das rochas cristalinas. A ação das chuvas e a umidade típica do clima tropical litorâneo fazem da água o principal agente modelador, de modo que o relevo adquire formas arredondadas.
As principais características geomorfológicas da região são a planície litorânea e as serras elevadas, como a serra do Mar, a da Mantiqueira e a do Espinhaço. A origem dessas formas de relevo escarpadas está associada a falhas causadas por intensos movimentos tectônicos ocorridos em eras geológicas passadas.
As serras determinam o traçado da rede hidrográfica: rios de médio pequeno porte desembocam diretamente no mar, e rios mais expressivos, como o rio Grande, o Tietê e o Paranapanema, correm em direção ao Paraná, contribuindo para a configuração da bacia Platina.
Domínio das araucárias. Caracterizado pelas folhas pontiagudas, em forma de agulhas, o domínio das araucárias, ou das florestas aciculifoliadas(A denominação aciculifoliadas se refere à folhagem em forma de agulhas, típica dos pinheirais.), tem sido devastado para dar lugar ao extrativismo e à agropecuária em todos os estados do sul do país. As araucárias também são denominadas pinheiros-do-paraná.
Abrange planaltos e chapadas dispostos sobre os terrenos de rochas areníticas (sedimentares) e basálticas (magmáticas) e
formas de relevo escarpadas surgidas no contato com a depressão da borda leste do Paraná, as chamadas frentes de cuestas. As araucárias estão normalmente associadas a elevações e encostas.
A maior parte dos solos da região é de grande fertilidade, como o solo de terra roxa, originado da decomposição do basalto, no caso dos planaltos e chapadas da bacia do Paraná. Associadas à vegetação das araucárias, são encontradas imbuia e erva-mate.
As chuvas distribuídas ao longo de todo o ano abastecem os rios, afluentes do Páraná e Uruguai.
Domínio das pradarias. Corresponde ao extremo sul do país, na região da Cam- panha Gaücha, caracterizada também pela influência do clima subtropical.
As coxilhas, pequenas colinas arredondadas, típicas da depressão sul-rio- grandense, são recobertas por uma vegetação herbácea, com predomínio de gramíneas. As árvores são esparsas, e nas margens dos rios desenvolvem-se as matas-galerias.
A riqueza do solo, conhecido como solo de brunizens, formado a partir da decomposição de rochas ígneas e sedimentares, possibilita a prática agrícola, mas a principal atividade econômica da região é a pecuária mais ou menos extensiva.

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