quarta-feira, 28 de março de 2012

Fossas Marianas





A Fossa das Marianas é o local mais profundo de todos os oceanos. Com uma profundidade aproximada de 11.034 metros é um dos locais menos conhecidos do mundo.



Se o monte Everest fosse colocado no fundo das Marianas, ainda seriam necessários mais 2.150 metros para alcançar a superfície.

O relevo submarino, ao contrário do que pode parecer é muito acidentado. Os principais componentes deste relevo são: a plataforma continental, uma parte, ou extensão do continente que está sob o mar até o talude; o talude por sua vez, é a depressão entre o continente e o mar; as planícies abissais, grandes planícies submarinas; e as cordilheiras meso-oceânicas, ou dorsais oceânicas, imensas montanhas submersas resultantes do movimento das placas tectônicas. Este mesmo movimento, quando em sentido convergente dá origem a profundas fendas no assoalho oceânico, são as fossas abissais, como a Fossa das Marianas.


A Fossa das Marianas teria se formado há mais ou menos 6 e 9 milhões de anos atrás na região de encontro das placas tectônicas das Filipinas e do Pacífico, próximo a região das Ilhas Marianas.



http://www.infoescola.com/oceanografia/fossa-das-marianas/

James Cameron desce ao ponto mais fundo dos oceanos

27/03/2012
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO
CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA

Ao que parece, James Cameron desenvolveu um gosto especial pelo fundo do mar após fazer filmes como "O Segredo do Abismo" e "Titanic".

Mas, desta vez, ele foi mais longe: o cineasta americano usou um submarino especial para descer ao ponto mais profundo da Terra, a fossa das Marianas, no Pacífico.

O objetivo foi gravar imagens --ainda não divulgadas-- para futuros filmes e documentários, incluindo uma continuação do seu blockbuster "Avatar" (2009).

"Mal posso esperar para dividir com vocês o que estou vendo", tuitou Cameron quando terminou a descida.

Ainda não há detalhes sobre o que ele viu. Mas o cineasta adiantou na entrevista à imprensa concedida na segunda-feira que conseguiu enxergar algumas espécies e muita areia, "como um deserto". "Parecia outro planeta", disse.

Editoria de Arte/Folhapress

REMOTO

A depressão da fossa das Marianas fica a 11 quilômetros de profundidade, a leste das Filipinas.

O lugar é tão remoto --e custa tanto para ser explorado-- que ninguém arriscou investigar a área desde 1960, quando dois tripulantes do submersível Trieste, da Marinha americana, passaram 20 minutos lá no fundo.

Só que eles não conseguiram ver muita coisa, porque a areia fina levantada na descida deixou a água turva.

"Chegar lá é fácil. O difícil é ir e voltar. Até hoje só três pessoas fizeram isso, e as duas últimas o fizeram há 52 anos", disse a oceanógrafa Sylvia Earle, primeira pessoa a descer a 1.000 m de profundidade sem ajuda de submarinos, comemorando o feito do cineasta americano em Brasília.

"Espero que daqui a alguns anos o Brasil esteja equipado com uma frota de submarinos que permita explorar os mares profundos. O Brasil, com seu interesse por exploração de petróleo em águas profundas, pode ser um líder tecnológico nessa área."

O projeto de Cameron, batizado de "Deepsea Challenge" (Desafio do Mar Profundo), começou há sete anos. O patrocínio veio da "National Geographic" e da Rolex.

As gravações duraram seis horas e foram feitas por meio de câmaras de alta definição e 3D acopladas aos submersível de oito metros, que o cineasta ajudou a projetar.

Além das câmeras, claro, houve a necessidade de muita luz: o submersível tem 2,4 metros de lâmpadas de LED. Por causa da profundidade, a fossa das Marianas fica em escuridão permanente. "É bom ver a luz do Sol", escreveu Cameron quando voltou à superfície.

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1067782-james-cameron-desce-ao-ponto-mais-fundo-dos-oceanos.shtml

Outro desafio é a pressão no fundo da fossa: cerca de mil vezes maior do que a no nível do mar.

Para dar conta do mergulho, Cameron se preparou com corrida e ioga. "Tive uma sensação de isolamento. Você percebe o quão insignificante é num espaço tão grande e inexplorado."

James Cameron desce até o ponto mais profundo da Terra

27/03/2012
DA BBC BRASIL
A National Geographic divulgou imagens da expedição do diretor James Cameron a fossa das Marianas, o lugar mais profundo da crosta terrestre.

Cameron, 57, foi a primeira pessoa a viajar, sozinha, 11 quilômetros para dentro do oceano Pacífico para explorar a região.

A jornada no submarino Deepsea Challenger, desenhado pelo próprio Cameron, durou cerca de duas horas e meia.

De acordo com a National Geographic, ele permaneceu na depressão Challenger, o local mais fundo da fossa das Marianas, por 70 minutos.

O cineasta James Cameron no submarino Deepsea Challenger

O diretor dos filmes "Titanic" e "Avatar" descreveu a paisagem do local como "lunar" e "desolada".

"Meu sentimento foi de completo isolamento da humanidade, me senti como se em um dia eu tivesse ido para outro planeta e voltado."

Ele também descreveu os efeitos da enorme pressão dentro do submarino ao chegar ao fundo do oceano.

"A esfera em que eu estou realmente encolheu e a janela pela qual eu olho sofreu um empurrão para dentro, sob o peso de quase 8 toneladas por polegada quadrada.

Durante a expedição, Cameron recolheu amostras para pesquisas. As imagens produzidas serão usadas em um documentário em 3D.

http://www1.folha.uol.com.br/bbc/1067994-james-cameron-desce-ate-o-ponto-mais-profundo-da-terra.shtml

terça-feira, 27 de março de 2012

Sob investigação, Israel rompe com Conselho de Direitos da ONU

26/03/2012
DA REUTERS E FRANCE PRESSE, EM JERUSALÉM

Israel anunciou nesta segunda-feira o rompimento dos seus contatos com o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, que na semana passada decidiu investigar os assentamentos judaicos da Cisjordânia.

O rompimento, anunciado pela chancelaria de Israel, implica que os investigadores da ONU não poderão realizar seu trabalho pessoalmente no território israelense ou na Cisjordânia, que é um território palestino ocupado por Israel.

Hazem Bader/France Presse
Manifestante palestino confronta soldado israelense após aviso para ativistas não se aproximarem de assentamento judaico
Manifestante palestino confronta soldado israelense após aviso para ativistas não se aproximarem de assentamento

"Não estamos mais trabalhando com eles", disse o porta-voz Yigal Palmor. "Estávamos participando de reuniões, discussões, arranjando visitas a Israel. Tudo isso acabou."

A investigação internacional, solicitada pela Autoridade Palestina, foi aprovada na quinta-feira, e o único país do conselho a votar contra foram os Estados Unidos. Líderes israelenses disseram que o conselho age de forma hipócrita e tendenciosa contra Israel.

"Eles sistemática e serialmente tomam todo tipo de decisão e condenação contra Israel sem nem simbolicamente considerarem as nossas posições", queixou-se Palmor.

Segundo ele, Israel vai continuar cooperando com outros órgãos da ONU.

'ORGANISMO HIPÓCRITA'

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, criticou imediatamente "a hipocrisia" do Conselho de Direitos Humanos e o Ministério das Relações Exteriores chamou a decisão de "surrealista".

O chefe da diplomacia, Avigdor Lieberman, já havia dado a entender que Israel deixaria de cooperar com esta instância das Nações Unidas.

"Este organismo hipócrita não tem nada a ver com os direitos humanos. A tomada de partido e falta de objetividade são evidentes, e não temos nenhuma razão para cooperar com ele", afirmou Lieberman.

"Não seremos atores neste teatro do absurdo, já que 70% das decisões deste Conselho são hostis a Israel. Pretendemos pedir aos países livres, como Estados Unidos, que se retirem", disse.

Israel não integra o Conselho, mas tem o direito de expressão sob algumas condições. Não pode votar nem apresentar moções. A Autoridade Nacional Palestina do presidente Mahmoud Abbas recebeu como uma vitória a decisão do Conselho.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1067264-sob-investigacao-israel-rompe-com-conselho-de-direitos-da-onu.shtml

Annan assegura que Síria aceitou plano de mediação

27/03/2012
DA REUTERS, EM PEQUIM

O enviado especial conjunto da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, disse nesta terça-feira que o governo sírio aceitou uma proposta de paz da organização internacional para um cessar-fogo, mas que é preciso esforços para implementá-lo.

Em uma visita de dois dias a Pequim, Annan disse ao premiê chinês, Wen Jiabao, que enfrentou uma longa e difícil tarefa em sua missão de acabar com o conflito na Síria, mas que a cooperação global com a China e outros países foi a única maneira de fazê-lo.

"Indiquei que havia recebido uma resposta do governo sírio e que a tornaria pública hoje [terça-feira], que é [uma resposta] positiva, e esperamos trabalhar com eles para traduzi-la em ação", disse Annan a jornalistas em Pequim após reunião com Wen.

"Tenho um plano de seis pontos apoiado pelo Conselho de Segurança, que inclui questões de discussões políticas e retirada de armas pesadas e tropas de centros populacionais, acesso livre de assistência humanitária, libertação de prisioneiros, liberdade de circulação e permissão para entrada e saída de jornalistas", disse ele.
"Então teremos que ver como vamos avançar e implementar este acordo que eles aceitaram."

Lintao Zhang/Associated Press
O mediador da ONU e Liga Árabe para a questão síria, Kofi Annan, cumprimenta o premiê chinês Wen Jiabao em Pequim
O mediador da ONU e Liga Árabe para a questão síria, Kofi Annan, cumprimenta o premiê chinês Wen Jiabao em Pequim

Enquanto isso, tropas sírias avançaram para o norte do Líbano, destruindo edifícios de exploração e confrontando rebeldes sírios que haviam se refugiado lá, disseram moradores.

Annan pediu apoio de Pequim, de acordo com um relatório.

"E eu sei que você já tem sido útil, mas isso vai ser uma tarefa longa e difícil e tenho certeza de que juntos podemos fazer a diferença", disse Annan a Wen.
A viagem de Annan para a China acontece depois de uma visita à Rússia, onde pediu ao governo russo apoio para a sua missão de acabar com conflito na Síria.

Rússia e China blindaram o presidente sírio, Bashar Assad, da condenação do Conselho de Segurança da ONU ao vetar duas resoluções contra o derramamento de sangue, mas aprovaram uma declaração do conselho nesta semana endossando a missão de Annan.

Associated Press
























Garoto ao lado de carro danificado após ataque das forças sírias na cidade de Idlib
Garoto ao lado de carro danificado após ataque das forças sírias na cidade de Idlib

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1067755-annan-assegura-que-siria-aceitou-plano-de-mediacao.shtml

Brics omitem-se em indicação para Banco Mundial

27/03/2012
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A NOVA DÉLI

A presidente Dilma Rousseff chegou nesta terça-feira a Nova Déli para participar na quarta e na quinta da cúpula dos Brics, já sabendo que esse grupo das cinco grandes economias emergentes não lançará nem apoiará candidato à presidência do Banco Mundial.

O anúncio foi feito por Sudhir Vyas, secretário de Assuntos Econômicos do Ministério indiano de Relações Exteriores, e confirmado por delegados brasileiros à cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

O fato de não haver candidato comum ou apoio conjunto não significa que cada país do grupo não possa apoiar um dos três nomes já lançados. A África do Sul, por exemplo, fechou com a ministra nigeriana de Economia, Ngozi Okonjo-Iweala, que, aliás, tem o apoio de todos os países africanos.

Os outros dois candidatos são o ex-ministro colombiano José Antonio Ocampo e o norte-americano de origem coreana, Jim Yong Kim, lançado diretamente pelo presidente Barack Obama. Pela tradição do Banco desde a sua criação em 1944, a presidência cabe a um indicado dos Estados Unidos, assim como o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional é escolhido pela Europa.

A ministra da Nigéria Ngozi Okonjo Iweala, indicada pelos países africanos, e o acadêmico e ativista Jim Yong Kim, apoiado pelos americanos

Os Brics já haviam se omitido na escolha do sucessor do francês Dominique Strauss-Khan no FMI, depois que este foi abatido por um escândalo de natureza sexual.

Omitem-se de novo agora, depois que Robert Zoellick anunciou seu afastamento, embora o objetivo inicial do grupo fosse exatamente o de modificar o gerenciamento do sistema econômico-financeiro mundial, a cargo do Banco Mundial e do FMI.

MÉRITO

A embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, principal negociadora brasileira nos BRICS, não acha que seja exatamente uma omissão. "Não se trata de um problema de nomes, mas de mudar a maneira de escolher os líderes dessas instituições. Deveria ser por mérito e não por critério geográfico", diz.

Mas, em conversas informais, diplomatas brasileiros deram a entender que acabará prevalecendo, também no Banco Mundial, o critério tradicional - e geográfico, com a eleição de Yong Kim. "Se algum país quiser que o presidente Barack Obama perca a eleição votará em outro candidato", brincou um deles com a Folha.com.

É uma alusão ao óbvio fato de que, se os Estados Unidos perderem, com Obama na presidência, um posto que ocupam há 67 anos, será um vexame tão formidável que ele não será reeleito.

CRISE EUROPEIA

A discussão econômica da cúpula acabará centrada de novo na crise europeia. Os BRICS têm sido sondados para aumentar seu aporte ao Fundo Monetário Internacional, que, por sua vez, daria respaldo financeiro aos países europeus atolados em dívidas.

Mas, para que o aporte de fato ocorra, os Brics querem que, antes, os europeus definam o tamanho do que vem sendo chamado de "firewall"- um muro de proteção para evitar que o contágio da crise grega e portuguesa atinja os grandes países da zona euro, também com problemas, casos de Espanha e Itália.

A omissão dos Brics nos casos do FMI e do Banco Mundial revela claramente como ainda é incipiente a capacidade de coordenação entre os países-membros, que, além disso, têm divergências internas a resolver.

Prova-o outra das propostas para a cúpula, a de um acordo para a concessão de empréstimos em yuan, a moeda chinesa, para os parceiros do grupo.

Parece uma iniciativa simpática, mas "é importante lembrar que os empréstimos chineses vêm atados a condicionamentos", diz Samir Kapadia, pesquisador do Conselho Indiano de Relações Globais.

O Brasil já sentiu o peso dos condicionamentos: a Vale recebeu, em 2010, empréstimo chinês de US$ 1,23 bilhão para a construção de 12 cargueiros.

Aceitou que fossem fabricados na China, para ira do então presidente Lula, na esperança de que os chineses retribuíssem com a permissão para que os navios transportassem grandes quantidades de minério de ferro para a China.

A primeira tentativa fracassou, por pressão das concorrentes chinesas, uma delas a poderosa estatal Cosco.

O tema ainda está em negociações entre os dois governos.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1067746-brics-omitem-se-em-indicacao-para-banco-mundial.shtml

quarta-feira, 21 de março de 2012

Tremor no México destruiu edifícios e interrompeu atividades do Parlamento

21/03/2012
DA BBC BRASIL

Um terremoto de mais de 7,4 pontos de magnitude abalou o México na terça-feira, causando estragos em edifícios e residências na capital do país, Cidade do México e, de acordo com relatos, fazendo com que construções balançassem como se fossem ''trampolins''.

O tremor foi o mais forte a abalar o país desde o tremor de 8,1 pontos de 1985, que, na ocasião matou ao menos 10 mil pessoas, na capital mexicana.

O tremor obrigou moradores e funcionários de empresas a irem para as ruas, por questões de segurança. Até mesmo as atividades do Parlamento do país tiveram de ser interrompidas.

Ainda não se sabe a proporção exata do desastre desta terça-feira, mas o sentimento no país é de alívio, já que os estragos causados não parecem ser remotamente próximos ao da tragédia ocorrida nos anos 80.

http://www1.folha.uol.com.br/bbc/1064957-tremor-no-mexico-destrui-edificios-e-interrompeu-atividades-do-parlamento-veja.shtml

Irã pagou a Hamas para bloquear reconciliação com Fatah, diz porta-voz

21/03/2012
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

O Irã pagou ao grupo islâmico palestino Hamas para bloquear a reconciliação com o rival Fatah e manter uma base de resistência a Israel na faixa de Gaza.

A acusação foi feita pelo porta-voz do Fatah Ahmed Assaf, um mês após a assinatura de um acordo de reconciliação.

Segundo Assaf, na recente visita que fizeram a Teerã, os dois principais líderes do Hamas em Gaza, Mahmoud Al Zahar e Ismail Haniyeh, receberam ªmilhões de dólaresº do governo iraniano.

O Hamas negou a acusação e disse que o acordo não vingou porque o Fatah não cumpriu seus termos. A reconciliação alcançada em fevereiro elevou o racha interno no Hamas, com uma ala liderada por Haniyeh e Zahar se colocando fortemente contra.

O acordo prevê um governo de união sob o comando do premiê Mahmoud Abbas, do Fatah, um nome que não é aceito pelos dois dirigentes.

Considerado um dos principais pontos fracos dos palestinos, a disputa entre o secular Fatah e o islâmico Hamas se arrasta há cinco anos, apesar das inúmeras tentativas de fazer as pazes.

Em 2007, após curta e sangrenta guerra civil, o Hamas expulsou o Fatah de Gaza e desde então controla o território, que vive sob bloqueio israelense.

Assaf disse que Teerã retomou recentemente a ajuda financeira ao Hamas, que havia ficado suspensa por seis meses em retaliação à recusa do grupo palestino de apoiar o regime sírio.

De acordo com o porta-voz, mesmo sem obter o apoio, o Irã decidiu retomar a ajuda para fortalecer o Hamas diante de Israel.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1064836-ira-pagou-a-hamas-para-bloquear-reconciliacao-com-fatah-diz-porta-voz.shtml

terça-feira, 20 de março de 2012

Projetos para desenvolver a energia solar começam a sair do papel

Dezoito projetos de pesquisa em energia solar, avaliados em R$ 400 milhões, começam a ser viabilizados pelo setor elétrico; painéis fotovoltaicos, que já atraem investimentos da indústria nacional, serão instalados em parques e estádios de futebol
19 de março de 2012
Fernando Scheller, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - As empresas do setor elétrico começam a tirar do papel os projetos de pesquisa e desenvolvimento que têm o objetivo de tornar a energia solar economicamente viável no País. No ano passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou 18 propostas, que totalizam cerca de R$ 400 milhões e buscam encontrar as tecnologias capazes de derrubar o preço da energia fotovoltaica um terço do cobrado atualmente.

As empresas têm prazo de três anos para apresentar resultados. Entre os projetos apresentados, os maiores investimentos individuais são os da Tractebel, avaliado em R$ 60 milhões, e o da Companhia Paranaense de Energia (Copel), de R$ 50 milhões. Para testar a viabilidade da energia solar, empresas deverão instalar painéis fotovoltaicos em locais conhecidos de São Paulo, como o Parque Villa-Lobos (projeto de R$ 13 milhões da Companhia Energética de São Paulo - Cesp) e o futuro estádio Itaquerão (investimento de R$ 24 milhões da AES Eletropaulo).

Na corrida para ganhar conhecimento e competitividade no setor, a Cesp e a Companhia Paulista Força e Luz (CPFL) estão trabalhando rapidamente para instalar seus painéis já nos próximos meses. A Cesp informa que a assinatura do contrato para o "plantel" de energia solar no Parque Villa-Lobos será assinado no mês que vem. A expectativa é que os testes comecem até o fim de 2012. Já a CPFL já iniciou o trabalho de seu projeto - que também consumirá R$ 13 milhões - e prevê a conclusão para o início do ano que vem.

Para economizar investimentos com linhas de transmissão, a CPFL decidiu construir seu projeto na Subestação Tanquinho, em Campinas (SP). Segundo o diretor de estratégia e inovação da CPFL Energia, Fernando Mano, a capacidade instalada é pequena, suficiente para abastecer 650 clientes com consumo de 200 KWh por mês. "Estamos buscando uma forma de aproveitar melhor a insolação do Brasil. E queremos ser pioneiros nesse segmento", afirma Mano.

Como a ideia é testar tecnologias, a capacidade instalada dos 18 projetos apresentados à Aneel não será suficiente para dar qualquer relevância comercial à energia solar no País. Hoje, são oito projetos em operação no País, que tem relevância zero no total da eletricidade consumida no Brasil. Os oito projetos já em operação não envolvem as companhias elétricas, mas sim institutos de pesquisa, grandes grupos nacionais (caso da MPX, de Eike Batista) e multinacionais como a Dupont.

Preços. Hoje, o megawatt/hora de origem fotovoltaica custa pelo menos R$ 300, bem mais do que a mesma quantidade de energia proveniente de parques eólicos, vendida por cerca de R$ 100, e de usinas hidrelétricas, que fica um pouco abaixo deste patamar. Como ocorreu com a energia eólica nos últimos oito anos, a ideia é que o preço da energia de fonte solar seja reduzido a um terço do valor atual em poucos anos (leia quadro).

Um dos motivos para o atraso na energia solar é a relativa segurança energética do Brasil - um dos poucos testes a essa tranquilidade foi o apagão de 2001. Segundo Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a pressão por fontes alternativas é maior na Europa, por exemplo. "Lá, eles dependem de petróleo e gás importados, que têm um impacto econômico grande, ou então do carvão, que é muito poluente", explica.

No entanto, há empresas que já fazem investimentos apostando no crescimento do setor. A Tecnometal, metalúrgica que fatura R$ 350 milhões por ano, já iniciou a produção de placas fotovoltaicas - mercado que terá de disputar com pesos-pesados internacionais, como a alemã Siemens. Segundo Bruno Topel, responsável por projetos especiais na empresa, a Tecnometal será fornecedora em pelo menos cinco dos projetos de pesquisa aprovados pela Aneel.

O executivo admite que os gastos se baseiam apenas na "fé no futuro" do setor. "Ainda estamos no dia um do ano zero da energia solar no Brasil", afirma Topel. Ele ressalta que a empresa está preparada para fornecer um sistema de placas totalmente produzido no Brasil. E diz que a aposta da Aneel na energia solar vem para validar sua crença pessoal no setor. "Venho trabalhando nisso há 30 anos. Pelo menos agora sei que não sou louco."

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,projetos-para-desenvolver-a-energia-solar-comecam-a-sair-do-papel,106565,0.htm

quarta-feira, 14 de março de 2012

População paulista está envelhecendo, aponta pesquisa da Seade

Agência Brasil

Publicação: 14/03/2012

São Paulo - A população paulista está envelhecendo, segundo a pesquisa SP Demográfico, que foi divulgada nesta quarta-feira (14/3) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). O levantamento foi elaborado com base em informações de 2010 dos cartórios de Registro Civil e da Secretaria Estadual de Saúde.

O estudo constatou que houve 601.561 nascimentos em 2010 em todo o estado e 263.517 mortes. A diferença entre os dois dados, que resulta no crescimento natural ou vegetativo da população paulista, foi de 338.044 pessoas, o menor valor absoluto registrado em São Paulo desde 1980, quando o número se aproximava de 550 mil.

“Percebemos que, nos últimos dez anos, o número de nascimentos vem diminuindo de forma acentuada, passando de quase 700 mil, em 1980, para em torno de 600 mil em 2010. E os óbitos vêm aumentando de forma contínua, refletindo um certo envelhecimento da população”, disse Antonio Benedito Marangone Camargo, demógrafo da Fundação Seade, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo Camargo, o envelhecimento da população não é um fenômeno tipicamente paulista e ocorre em todo o país. “É um processo amplo que vem atingindo o país como um todo e deve se acelerar nos próximos anos”, disse, ressaltando que isso implica em um replanejamento das políticas públicas, principalmente nas questões relacionadas com a Previdência, já que haverá mais gente precisando do benefício do que contribuindo. Além disso, segundo ele, o transporte público precisará ser adaptado e a saúde vai demandar serviços mais especializados.

Camargo disse que o processo de envelhecimento da população paulista é ainda mais acelerado do que o ocorreu nos países desenvolvidos. “Nos países desenvolvidos, o processo foi muito mais lento: a natalidade e a mortalidade foram mudando lentamente. No Brasil, a fecundidade e a mortalidade mudaram muito rapidamente. Por isso é que o processo de envelhecimento é também mais acelerado”, explicou.

De acordo com ele, atualmente as mulheres brasileiras têm, em média, dois filhos, enquanto que, há 40 anos, a média era de seis filhos. “Em 50 anos, o número médio de filhos caiu de seis para dois. E o que mais acelera o envelhecimento é a queda da fecundidade”, ressaltou.

A pesquisa também constatou redução na mortalidade infantil e entre os jovens nos últimos anos. A queda da mortalidade infantil, segundo ele, deve-se principalmente aos avanços no saneamento básico e no atendimento médico. Já entre os jovens, a diminuição no número de óbitos está relacionada à redução dos homicídios.

Entre as principais causas de morte em São Paulo, em 2010, estão as doenças do aparelho circulatório, que responde por cerca de 30% dos óbitos, as neoplasias (17,6%) e as doenças do aparelho respiratório (12,2%).

Mas o dado mais curioso sobre as causas de morte, segundo Camargo, está na redução das mortes por causas externas, que passou de 14,1%, em 2000, para 9,5%, em 2010. “O estado de São Paulo esteve entre os quatro maiores do Brasil [entre os estados com maior número de mortes por causas externas] e agora está entre os menores. Esse é o fato mais marcante dessa década”, declarou o demógrafo.

Outros dados observados pela pesquisa foram o crescimento no número de partos por cesáreas e de casamentos. Apesar das campanhas que estimulam o parto natural, o número de cesáreas cresceu, passando a responder por mais de 60% do total de nascimentos ocorridos em todo o estado e a mais de 80% em regiões como São José do Rio Preto e Barretos. “Até o início da década, os partos naturais ainda superavam as cesáreas. Mas desde 2002, as cesáreas já se tornaram a maior parte”, disse Camargo.

Quanto aos casamentos, foram registrados 252.312 em 2010, o segundo maior volume dos últimos 30 anos, abaixo apenas dos 255.641 casamentos que ocorreram em 2008. “O que está mais aumentando são os recasamentos, pessoas que já eram casadas, se separam e voltam a se casar. Houve um aumento muito grande no número de casamentos entre divorciados”, declarou.

terça-feira, 13 de março de 2012

O Dia da Mulher no Irã

08/03/12
POR SAMY ADGHIRNI

O Dia da Mulher existe no Irã, mas a data difere do 8 de março celebrado no Ocidente. Aqui a festa ocorre no quinto mês do calendário islâmico lunar, para coincidir com o aniversário de nascimento de Fatima Zahra, filha do profeta Maomé. Em 2012, a data equivalente no calendário gregoriano será entre o fim de abril e o início de maio.

Algumas iranianas rejeitam a data islâmica e comemoram no mesmo dia que nos países ocidentais, obviamente sem sair da esfera privada. Críticos e críticas dizem que a celebração oficial das autoridades de Teerã é inócua, já que o Dia da Mulher é celebrado ao mesmo tempo que o Dia das Mães. Isso prova, na visão antirregime, que os clérigos no poder só conseguem enxergar a mulher como dona de casa e reprodutora. É fato que a mulher iraniana hoje não tem os mesmos direitos que em outros lugares, mas a realidade do dia a dia é cheia de nuances.

Na época da monarquia secular do xá Mohamed Reza Pahlevi, lá pelos anos 60 e 70, o Irã era um dos países mais ocidentalizados do Oriente Médio. Mulheres não enfrentavam nenhuma restrição para se vestir e frequentavam bares onde bebida alcoólica era liberada. Poligamia, casamento adolescente e segregação na escola eram combatidos pela monarquia. O uso do véu chegou a ser proibido, o que enfureceu inclusive mulheres nas camadas mais conservadoras. Foi na época do xá que as iranianas alcançaram pela primeira vez cargos importantes no governo.

Mas a repressão política era implacável, mais acirrada do que hoje na opinião de muitos iranianos. O regime tinha naquela época a polícia política tida como a mais cruel e sanguinária do mundo: a Savak, treinada pela CIA. Apesar das inúmeras restrições impostas pelo atual governo de Teerã, hoje em dia ninguém tem medo de falar publicamente mal dos líderes políticos, o que era impensável nos tempos da Savak.

Jovens iranianas conversam em rua de Teerã (Morteza Nikoubazl - 26.fev.12/Reuters)

A Savak não poupava as mulheres que participavam da oposição clandestina ao xá. Muitas foram presas, torturadas ou/e mortas. Mesmo assim, a ala feminina teve papel chave na revolta popular que varreu o regime do xá Reza Pahlevi, em fevereiro de 1979. Quando o aiatolá Ruhollah Khomeini voltou de seu exílio nos arredores de Paris para instaurar a República Islâmica, a expectativa era de que tudo no país iria melhorar. Mas muitas mulheres sentiram uma regressão nos seus direitos.

Usar o véu passou a ser obrigatório, assim como cobrir braços, ombros e pernas. Contato físico entre homens e mulheres foi vetado em locais públicos. Não pode apertar a mão, muito menos dar beijinho ou abraçar. Ônibus, escolas e até centros de votação têm espaços para cada gênero. Vários clérigos incentivaram a mulher a não trabalhar, mas Khomeini lhes garantiu esse direito. Mulheres foram banidas de estádios e atletas iranianas só podem competir se respeitarem as regras indumentárias, mesmo em campeonatos no exterior. Há praias para homens e outras, para mulheres. Eu só poderia frequentar a moderninha academia de ginástica e musculação perto da minha casa na parte de tarde, já que o acesso aos homens é proibido de manhã. Andar de bicicleta até hoje é um privilégio exclusivamente masculino. Assim como cantar e tocar instrumentos musicais.

Mas o quadro está longe de ser preto e branco, principalmente à luz da situação em outros países da região. No Irã as mulheres dirigem, trabalham e estudam sem nenhuma restrição. Aliás, nas universidades iranianas há mais estudantes mulheres do que homens (60%-40%). Na rua, mulheres batem boca com taxistas e vendedores sem qualquer constrangimento. Uma das mais acoloradas discussões que presenciei por aqui envolvia uma senhora que xingava horrores um policial de trânsito. Não há nenhum problema em se dirigir a uma mulher desconhecida para pedir informação. Dia desses andei num taxi dirigido por uma mulher. Elas estão também no Parlamento e em vários cargos de governo _geralmente secundários, verdade seja dita.

Na Arábia Saudita, as mulheres não podem dirigir nem experimentar roupa na loja. No secular Iêmen, é recomendado que os homens se abstenham de falar com mulheres que não sejam parentes. No Afeganistão, o uso da burca continua generalizado mesmo 11 anos após a queda do bárbaro regime taleban. Burca é o lenço que cobre o corpo todo, tapando inclusive os olhos, que só enxergam por meio de uma espécie de grade de tecido. No Irã as mulheres cobrem o cabelo, não o rosto. Jamais vi uma burca sequer por aqui. O apedrejamento de mulheres acusadas de adúlterio, raríssimas vezes aplicado, foi recentemente revogado das leis iranianas.

http://samyadghirni.blogfolha.uol.com.br/

O trânsito sem lei de Teerã

13/03/12
POR SAMY ADGHIRNI

Se você acha difícil dirigir em São Paulo, Salvador ou no Rio de Janeiro, é porque não conhece Teerã. O trânsito da capital iraniana dá vertigem de tão infernal. Isso se deve, na minha humilde leitura, a dois fatores fundamentais: anarquia generalizada e lentidão causada pelo desesperador excesso de veículos.

A circulação parece norteada por uma única regra: preferência para quem entrou primeiro. Como as faixas de circulação não existem, motoristas vão avançando nas ruas em função dos espaços que se criam na medida em que os veículos se deslocam. Se o motorista da frente estiver parado, o certo por aqui é jogar o volante para o lado onde couber a dianteira do meu carro.

A mesma regra vale para as preferências nos balões e retornos. Quem entrar primeiro tem prioridade, e fim de papo. O pisca-alerta quase sempre está desligado. Mesmo acionado, teria pouca utilidade diante das constantes manobras bruscas de uns e de outros. Quase todos os faróis têm painel eletrônico com contagem regressiva. Uns são respeitados e outros, ignorados sem culpa. As mãos de circulação são respeitadas apenas nas vias principais, onde o volume de carros é tamanho que ninguém se atreveria a navegar no contrafluxo. Mas quanto menor a via, maior o caos. As placas de sentido proibido parecem sevir apenas para enfeite. Pior mesmo são as motos, que circulam até nas calçadas e corredores de ônibus.

Bate-bocas são frequentes, mas só uma vez vi uma briga, dois homens trocando socos no meio de um cruzamento, com seus carros parados e com as portas abertas, atrapalhando todo mundo.

O que mais me impressiona é a quantidade relativamente baixa de acidentes e atropelamentos que presenciei nas ruas de Teerã. E olha que passo os dias batendo perna por aí.

Motoristas não respeitam a sinalização em Teerã (Vahid Salemi - 25.fev.12/AP)

A ruazinha Zinat Alley, onde moro, situada numa área residencial ao norte de Teerã, traduz em microescala o espírito que reina no trânsito de Teerã. A via é uma descida íngreme e muito estreita, pode onde mal passa um carro. Até hoje não entendi qual é a mão da Zinat Alley. Moradores estacionam de qualquer jeito nos dois lados da rua, que sequer tem acostamento. Imaginem o que acontece quando dois motoristas em sentido oposto se encontram na ladeira estreita sem mão definida. Se algum cavalheiro ao volante fizer a gentileza de recuar para dar preferência à moçoila que vem no sentido contrário, ele terá de suar frio para subir de ré a apertada ladeira _e rezar para que nenhum outro carro apareça no caminho. Em dias de neve, como ontem, surge o agravante do gelo no asfalto.

Filósofos de plantão dizem que o trânsito é maluco desse jeito porque os iranianos o utilizam para extravasar as várias restrições em suas vidas, transformando carros e ruas num espaço de liberdade individual sem limite.

Os iranianos de fato não parecem se incomodar com essa confusão surpreendentemente silenciosa, com pouquíssimo uso das buzinas.

O que incomoda mesmo são os engarrafamentos a toda hora e em todo lugar. Quando para a avenida Valiasr, a artéria que corta Teerã de sul a norte, motoristas simplesmente desligam o motor. Há vias expressas, viadutos e túneis, mas tudo fica impraticável a partir das 16h. Cansei de ficar preso no trânsito, sentado no banco do carona de algum taxista que insiste em puxar papo apesar de eu saber pouco mais de três frases em farsi. Para (tentar) relaxar nessas horas, costumo ficar olhando para as enevoadas montanhas Alborz que dominam Teerã. Quando o tempo permite, abro a janela do carro, sem me preocupar com assaltos ou arrastões, coisas inexistentes por estas bandas.

http://samyadghirni.blogfolha.uol.com.br/

Volta das sacolinhas não agrada moradores em Jundiaí, SP

13/03/2012

Decisão veio de um acordo entre MP, supermercado e Procon.
Para muita gente, a volta das sacolinhas não ajuda na conscientização.


As sacolinhas estão de volta à natureza. No começo do ano, um acordo entre os supermercados de todo o estado de São Paulo colocou fim a distribuição de graça das sacolinhas.

No lugar eram vendidas, à R$ 0,19, sacolas biodegradáveis, feitas à base de amido de milho, que não poluem o meio ambiente. Só que no dia 3 de fevereiro, o Ministério Público entendeu que o consumidor ainda não tinha criado o hábito de buscar alternativas para levar às compras pra casa, como mostra a reportagem do TEM Notícias.

Por isso era necessário um tempo até que todos se acostumassem. Então foi feito um termo de ajustamento de conduta entre supermercados, Ministério Público e Procon, onde as sacolinhas passaram novamente a ser entregues de graça, até o dia 4 de abril.

Só que em Jundiaí, no interior de São Paulo, essa decisão foi encarada como um retrocesso. Até por que, um ano antes de ter sido feito o acordo estadual, os supermercados da cidade, já haviam retirado de circulação as sacolinhas plásticas, feitas de petróleo.

Mais de 20 milhões delas deixavam de poluir o meio ambiente por mês. Para muita gente, com a volta das sacolinhas, parte do processo de conscientização veio parar no lixo.
Seja nos caminhões de lixo ou até mesmo pelas ruas, as sacolas plásticas continuam poluindo o meio ambiente. A distribuição de graça, novamente nos supermercados, tem deixado o consumidor confuso.

http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2012/03/volta-das-sacolinhas-nao-agrada-moradores-em-jundiai-sp.html

Idoso de 86 anos realiza sonho e cursa matemática na UFMS

13/03/2012

Aposentado obteve aprovação após fazer Exame Nacional do Ensino Médio.
Exemplo de idoso inspira colegas mais jovens a ter força de vontade.

Aposentado de 86 anos é calouro em curso de matemática da UFMS (Foto: Alexandre Cabral/TV Morena)
Aposentado de 86 anos é calouro em curso de matemática da UFMS (Foto: Alexandre Cabral/TV Morena)
Aos 86 anos e com força de vontade para encarar os estudos, o aposentado Bartolomeu Queiroz começou a cursar matemática na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul(UFMS). As aulas tiveram início na semana passada, no campus de Aquidauana, a 143 km deCampo Grande.

Durante a vida profissional, Queiroz foi pedreiro, carpinteiro, mestre de obras e motorista de caminhão. A dificuldade para conciliar trabalho e estudo e a necessidade de sustentar a família fizeram com que ele abandonasse a escola cinco vezes, ao longo da vida. “Parei de estudar porque eu fazia viagens com o caminhão e não tinha tempo”, disse. A volta aos estudos foi a realização de um sonho, segundo o aposentado.

Para conseguir a vaga na universidade, Queiroz cursou o Ensino de Jovens e Adultos (Enseja) em uma escola pública em frente à casa dele, em Anastácio, cidade vizinha a Aquidauana. Depois de obter o certificado, fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e conseguiu a aprovação para o ensino superior. O aposentado diz que escolheu a matemática pela facilidade que tem com números.


O acadêmico mais velho do primeiro semestre do curso de matemática é também inspiração para os mais jovens. Adão Freitas, de 17 anos, disse que admira a determinação do colega. "Muitos jovens da minha idade não têm a força de vontade do Bartolomeu", explica.
O aposentado conta que sempre incentivou seus 12 filhos a estudar, tanto que dez já têm formação em ensino superior. Ele busca preservar em si mesmo a dedicação transmitida aos descendentes. “Sempre estudo e todos os dias estou praticando, procuro saber cada vez mais”, disse Queiroz.

Os responsáveis por ensinar uma pessoa tão experiente na vida encararam uma missão. “Ter um aluno com uma idade tão avançada é um desafio para qualquer professor. Fazer compreender e saber a matéria é a vitória”, disse o coordenador do curso de matemática da UFMS, Jader Otavio Dalto.

http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2012/03/idoso-de-86-anos-realiza-sonho-e-cursa-matematica-na-ufms.html

O samurai moderno e com jeito brasileiro

O médico Jorge Kishikawa, de 48 anos, conquistou 10 mil discípulos com as técnicas dos guerreiros japoneses

10 de março de 2012
William Cardoso - O Estado de S. Paulo

Mistérios orientais, duelos com espadas e símbolos de luta. Tudo isso sempre fez parte da vida do médico Jorge Kishikawa, de 48 anos. Ele se guiou desde a infância pelos códigos de conduta do Japão antigo, terra de seus ancestrais, e se tornou o samurai moderno. Juntou, claro, com um pouco da flexibilidade do brasileiro, o que o ajudou a ser também enaltecido por seus mais de 10 mil discípulos.

Casado, pai de três filhos, o samurai paulistano é o criador do Instituto Cultural Niten, que desde 1993 ensina a arte da luta com espadas e a filosofia de vida dos guerreiros japoneses. “Nasci no lugar certo, no tempo certo, e por isso posso ajudar as pessoas”, diz, a respeito do Brasil e sua receptividade aos ensinamentos. E tudo deu tão certo que 24 de abril, data de aniversário de Kishikawa, se tornou o Dia do Samurai na capital paulista, em Campinas, Ribeirão Preto, Piracicaba e nos Estados do Paraná e Amazonas.
Não foi por acaso. Multicampeão de kendo (luta derivada dos combates entre guerreiros japoneses), Kishikawa também serviu nas Forças Armadas brasileiras como oficial médico – foi tenente. Ele diz que o contato com o mundo militar é um de seus pilares.

Com base em conhecimentos adquiridos no Japão com descendentes dos últimos samurais, ele criou o método KIR, que em português é a sigla para “Recuperação Intensiva Através da Espada”. São técnicas que incentivam o indivíduo a ter “tranquilidade, controle, disciplina e autoconfiança”.

Kishikawa ressalta, no entanto, que, se fosse apenas um mestre “durão”, não teria sucesso. E resume: “A felicidade é, depois de um treinamento, tomar uma cerveja com os alunos. Faz parte. É sempre bom.”

Corporativo. Foco e persistência nas batalhas. Essas também foram algumas das qualidades que, segundo Kishikawa, tornaram seus ensinamentos tão atraentes para o mundo corporativo. “As empresas querem samurais”, diz. Não por acaso, ele já foi chamado inúmeras vezes para conceder palestras em multinacionais. Tem entre seus alunos executivos e vendedores. “O homem moderno carrega os problemas. É preciso cortá-los com a espada.”

Também orienta jovens interessados em passar no vestibular, utilizando para isso a disciplina aprendida na arte da luta com espadas. Ele próprio passou em alguns dos exames mais concorridos do País, como os da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), Faculdade Getúlio Vargas e Escola Paulista de Medicina – atual Unifesp. Optou pela última, onde se formou médico.

Seguir o Bushido, o código de ética e conduta dos samurais, é parte fundamental dos ensinamentos. Kishikawa diz que os grandes inimigos da espada são as fraquezas humanas, como a preguiça, a ambição desenfreada e as tentações em geral. Ele vê oportunidade nos momentos críticos. “Você tem de comprar a dificuldade, porque é ela quem te leva adiante.”

Para o samurai moderno, o excesso de facilidades pode ser prejudicial na formação do caráter do indivíduo. “A nossa juventude hoje ateia fogo a índios e mendigos porque já não sabe o que é a dor. Por isso, muitos jovens não têm compaixão, uma das virtudes dos samurais”, acredita.

O Instituto Niten colabora com obras de caridade em todo o Brasil e desenvolve trabalhos sociais com alunos da rede pública de ensino, que recebem bolsas para conhecer os mistérios dos guerreiros japoneses.

Esporte. As lutas modernas, como o MMA (artes marciais mistas, em português), também despertam a curiosidade do samurai. “Não tenho muito tempo para assistir mas, quando vejo, acho interessante, porque consigo relacionar com algumas técnicas da espada.”

O samurai paulistano também nadava e corria, mas isso não supria suas necessidades. Ele buscava desenvolvimento além do prazer físico, e diz ter encontrado isso na luta. “O combate é mais emocionante. Você bate, leva e descobre estratégias importantes.”

Para ele, a existência é uma eterna batalha, e os insucessos tanto no dojo (local de luta) quanto fora dele têm geralmente o mesmo motivo. “A derrota na vida é como no combate. Mais do que falhas da técnica, ela decorre da fraqueza espiritual.”

Intensidade. O estudante de Filosofia e microempresário Cristiano José da Silva, de 29 anos, estava procurando foco mental, e diz ter encontrado com Kishikawa. “Talvez um dos ensinamentos mais importantes seja o de agir com intensidade, dedicação, sem que sejamos desagregadores. Eles ensina a agir com sentimento.”

O respeito é compartilhado por Wenzel Böhm, de 38 anos, senpai (mestre) e um dos escudeiros de Kishikawa, de quem se aproximou há mais de 15 anos. “Não foi apenas pelo fascínio pela cultura japonesa, mas também pela conexão com os ensinamentos dos antigos. O sensei (Kishikawa) é esse elo.”

O resumo da filosofia de vida de Kishikawa está no Shin Hagakure (novas folhas ocultas), em alusão ao livro Hagakure, de Yamamoto Tsunetomo (1659-1719), samurai que relatou feitos heroicos e códigos de comportamento em uma época decadente de valores.

A primeira edição do livro de Kishikawa teve a apresentação do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Na ampliada, foi a vez de a budista Monja Coen elogiar o trabalho. Nas dedicatórias, o samurai paulistano deseja senki (o espírito guerreiro), “seja nos dias de guerra, seja nos minutos de paz”. Ele conhece bem a proporção das coisas.

ONDE
O Instituto Cultural Niten está em 16 estados, em todas as regiões do Brasil, e também na Argentina, Chile, Uruguai e México. Os interessados na técnica samurai podem fazer uma aula experimental. Basta estar vestido com camiseta e calça moletom. Informações:http://www.niten.org.br/.

http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,o-samurai-moderno-e-com-jeito-brasileiro,846768,0.htm