09/03/2010 - 15h19
Secretário dos EUA diz que país não quer guerra comercial com Brasil, afirma ministro
LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília
O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Gary Locke, disse nesta terça-feira que não interessa ao seu país entrar em uma guerra de comércio com o Brasil, segundo informou o ministro brasileiro Miguel Jorge (Desenvolvimento).
Jorge se reuniu com Locke na manhã de hoje e, mais tarde, os dois participaram de almoço com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e com empresários dos dois países.
De acordo com o ministro, Locke não trouxe nenhuma proposta de negociação em relação à retaliação que deverá ser aplicada pelo Brasil aos EUA por conta dos subsídios norte-americanos ao algodão. Segundo o ministro brasileiro, a visita do secretário já estava marcada e ele não é o responsável por esse tipo de negociação.
Apesar da falta de propostas, Jorge respondeu ao colega norte-americano que o Brasil também não quer uma guerra comercial.
"Também não interessa ao Brasil, não interessa aos dois países. Realmente o caminho é a negociação. O que fazemos é negociar e estamos prontos para negociar na hora em que formos chamados", completou.
O ministro disse ainda que o Brasil não vai voltar atrás na decisão de retaliar sem uma proposta efetiva dos EUA. Ontem, o governo publicou uma lista com produtos cuja importação será sobretaxada a partir de 7 de abril caso os dois países não cheguem a acordo.
"Você compensa prejuízos pagando prejuízos, e não com apelo. Nós não podemos abrir mão de uma taxação porque os EUA foram condenados pela OMC [Organização Mundial do Comércio]. Nós estamos aplicando um direito, absolutamente correto", afirmou.
Preços
Jorge afastou a possibilidade de aumento de preços por conta da taxação. Segundo ele, não haverá reflexo no preço do pãozinho a elevação do imposto sobre o trigo porque os EUA são pequenos fornecedores do produto para o Brasil.
"É pura e exclusivamente uma especulação em cima de uma medida que deveria ser absolutamente inócua em relação ao preço. Como também o algodão, há outros mercados que podem fornecer algodão para o Brasil, como China e Índia. Não há impacto de preços", completou.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u704427.shtml
Análise de texto:
Leitura e debate da matéria, abordando os prós e contras dessa guerra comercial entre Brasil e EUA.
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