sexta-feira, 28 de junho de 2013

AS RESPOSTAS AS RUAS FORAM DESTAQUE DA SEMANA

Enviado por Míriam Leitão e Valéria Maniero - 
28.6.2013
As respostas às ruas – A primeira reação das autoridades aos protestos que tomaram as ruas do país foi a redução dos preços das passagens. Essa foi a primeira das conquistas. Mas não adianta também só suspender o aumento, é preciso explicar melhor como as tarifas são calculadas, ter mais transparência.
A mais importante das vitórias, até agora, foi a derrubada da PEC 37, que limitava o poder de investigação do Ministério Público. Se não fossem as manifestações, ela provavelmente teria sido aprovada na Câmara, porque tinha muita gente a favor.
Outras instituições também reagiram às manifestações: o Supremo, por exemplo, mandou prender o deputado Natan Donado, condenado a mais de 13 anos de prisão por formação de quadrilha e desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa de Rondônia. O Senado votou projeto que transforma a corrupção em crime hediondo, a Câmara aprovou projeto que destina 75% dos royalties do petróleo à educação e 15% para a saúde. É preciso entender melhor esse ponto porque a história é muito confusa.
A presidente Dilma, por sua vez, propôs um plebiscito para decidir se deve haver uma constituinte exclusiva para fazer a reforma política, mas no dia seguinte voltou atrás, após receber muitas críticas de todos os lados. Agora, o governo quer um plebiscito para orientar uma proposta de reforma política a ser feita pelo Congresso. A oposição teve a ideia do referendo, que também não é boa.
Reunida com os governadores, a presidente Dilma propôs um pacto fiscal, mas faltou dizer o que o governo federal pensa em fazer em relação às suas contas, que andam confusas. Na área de transporte, disse que investirá R$ 50 bi em mobilidade urbana; não explicou, porém, de onde viria esse dinheiro. Olhando o orçamento, em 12 anos, o país investiu apenas R$ 1,1 bi nessa área, 19% do que estava previsto, segundo cálculos do site Contas Abertas. A presidente anunciou ainda a desoneração do óleo diesel, que também não resolve.
A ida do ministro Mantega ao Congresso foi tensa. Ele disse que o superávit primário de 2,3% será alcançado.
BC mais pessimista – No relatório de inflação divulgado ontem, o BC revisou para pior suas previsões. A autoridade monetária acha que o PIB crescerá menos este ano, 2,7%, abaixo dos 3,1% estimados no relatório anterior, e a inflação ficará mais alta. Antes, estimava que o IPCA ficaria em 5,7% em 2013, mas agora já considera 6%.
Se o BC estiver certo, a inflação de 2013 será mais alta do que a de 2012 (5,84%), ao contrário do que se imaginava. E no ano que vem, o BC prevê que pode fechar em 5,4%, acima dos 5,3% previstos anteriormente. Ou seja, teria ficado acima do centro da meta (4,5%) em todo o governo da presidente Dilma. O BC considera que não voltará a esse patamar nem no primeiro trimestre de 2015.
IGP-M acelera – A inflação medida pelo IGP-M pulou para 0,75% em junho, depois de ter ficado estável em maio. A valorização do dólar pesou nos preços dos alimentos no atacado, que deixaram a deflação para trás e aumentaram 1%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 6,31%.
Contas pública piores – As receitas crescem a um ritmo de 7,3% , enquanto as despesas avançam em velocidade maior, 12,8%. Os gastos com pessoal e encargos sociais aumentaram 7%; as despesas de custeio, 23,5%; as da Previdência Social, 14%, mas os investimento, só 2,3%. É o que mostram os resultados do governo central divulgados esta semana referentes ao período de janeiro a maio deste ano. 
Mudança no IPI para linha branca e móveis – O ministro Guido Mantega divulgou ontem mudança na cobrança do IPI da linha branca e de móveis. Em alguns casos, terá aumento; em outros, ficará baixo, enquanto o de alguns subirão, mas não voltará aos níveis anteriores. O ruim é que o governo continua com essa política de varejo de reduções pontuais do IPI, em vez de pensar em uma medida mais ampla.
Bolsas caem e dólar sobe – Há muita dúvida sobre o cenário internacional. Na China, houve uma disparada do interbancário; o risco está relacionado ao aumento da inadimplência. O uso do crédito foi incentivado e agora, há boato de crise na China.
Na Europa, correntista também vai ajudar no socorro aos bancos - Agora é oficial. Os ministros de Finanças dos 27 países da zona do euro decidiram que os correntistas com mais de 100 mil euros na conta também vão pagar parte na conta, em caso de falência de bancos. As regras em vigor até 2018.
EUA cresceram menos no 1º trimestre – Com a revisão dos dados, soube-se que a economia americana cresceu 1,8% (taxa anualizada), e não 2,4%, como divulgado anteriormente. Apesar de ser um ritmo de crescimento menor, os analistas dizem que a economia americana está se recuperando.

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