terça-feira, 3 de julho de 2012

Não há uma volta ao passado no México, diz Peña Nieto

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
02/07/2012


O presidente eleito do México, Enrique Peña Nieto, descartou nesta segunda-feira que a sua vitória seja o retorno ao passado por pertencer ao PRI (Partido Revolucionário Institucional), que governou o país de 1929 a 2000. Ele também prometeu resultados rápidos para a diminuição da violência causada pelo tráfico de drogas.


"Não há uma volta ao passado. Esse PRI que chega ao governo mostrou sua convicção democrática", disse, acusando os candidatos adversários de criar "um sentimento antipriista" com acusações que o vinculavam a políticos corruptos e membros históricos da agremiação.

O novo mandatário prometeu manter a estratégia de confronto ao narcotráfico adotada pelo atual presidente, Felipe Calderón, e dar prioridade à captura dos líderes dos cartéis da droga, além de aumentar a cooperação com os Estados Unidos para diminuir a onda de violência, que deixou mais de 50 mil mortos em seis anos.

"É claro que a sociedade espera resultados imediatos em curto prazo, com uma diminuição dos índices de criminalidade e dos sequestros. Não devemos chegar e mudar tudo o que fizeram, pelo contrário, acho que existem ações impulsionadas por este governo em segurança que se devem manter".

No entanto, ressaltou que a colaboração de Washington se dará com o uso de informações de inteligência e com "respeito estrito" à soberania do país.

Peña Nieto afirmou que pretende anunciar sua equipe de transição após o resultado oficial de sua vitória, na próxima quarta (4), e começará a trabalhar para a cooperação com o Congresso nacional. O novo presidente disse ter interesse de trabalhar com todos os partidos políticos, apesar de ter maioria nas casas legislativas.

O mandatário eleito recebeu cumprimentos dos vizinhos Guatemala, Costa Rica, Nicarágua e Estados Unidos, de países da Europa, como Reino Unido, Espanha e França.

Também enviaram felicitações da chefe de diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, e do candidato à Presidência da Venezuela, Henrique Capriles, e do presidente colombiano, Juan Manuel Santos.

PROTESTO

Apesar da revelação do resultado, o movimento Yo Soy 132, de estudantes contrários a Peña Nieto, fizeram nesta segunda um protesto na Cidade do México contra anormalidades, delitos eleitorais e violência ocorridos durante o processo eleitoral, segundo o grupo.

"É muito curioso ver que as declarações oficiais falam de uma eleição em que não tivemos referência para nada, uma eleição transparente, tranquila, em paz, ordenada", ironizou Antonio Attolini, porta-voz do movimento, que discorda das declarações do Instituto Federal Eleitoral.

O órgão que organiza as eleições afirmou que o pleito ocorreu sem incidentes maiores, apesar dos atrasos na instalação das urnas. Além das demoras, o grupo registrou irregularidades, como queimas de urnas, e disse que não é possível encobrir a realidade violenta do país.

O grupo caminhou por ruas do centro da Cidade do México pedindo a resolução das irregularidades e em repúdio à vitória de Peña Nieto. Lideranças ligadas ao novo presidente acusam o grupo de ser um agitador político.

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