quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Quem é o dono das palavras?

19/01/13 
POR THAÍS NICOLETI


“Lutar com palavras/ é a luta mais vã. ” (Carlos Drummond de Andrade)

Na semana que passou, tomamos conhecimento de uma estranha iniciativa do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), que se articula para tomar posse de uma das mais antigas palavras da nossa língua. Entende o referido comitê que a palavra Olimpíada deva ter proibido – isso mesmo! – o seu uso em outras competições que não os Jogos Olímpicos, como as já célebres olimpíadas de matemática e de outras ciências.
O argumento em defesa de semelhante bizarria é o risco de que a palavra venha a ter algum uso “comercial”, perigo esse que, aparentemente, não houve até hoje, antes que a Olimpíada viesse parar no Brasil.
Se o argumento é mesmo esse, cabe perguntar por que interferir em competições de naturezaeducacional que, por assim se denominarem há tanto tempo, já foram parar até mesmo no dicionário.
Quem abrir o “Houaiss” no verbete “olimpíada” encontrará, depois da definição principal, em que se explica que o termo descrevia o período de quatro anos entre os Jogos Olímpicos na antiga Grécia, as seguintes acepções:  “competição (de algum esporte ou jogo) que se repete em épocas determinadas” Ex.: olimpíada de xadrez, olimpíadas escolares  e “competição em que se demonstra o conhecimento em uma área do saber” Ex.: olimpíada de matemática, olimpíada de química.
Os deuses do Olimpo talvez não estejam gostando muito dessa brincadeira, afinal as Olimpíadas surgiram para homenagear a Zeus, o principal deles. Se é que palavra tem dono, talvez seja melhor consultar os gregos. Depois da confusão em torno do termo “paraolímpico”, que, na marra, virou “paralímpico” no nome do comitê (Comitê Paralímpico Brasileiro), a turma volta a tratar de assunto que não é de seu domínio.

É bom lembrar que faz parte da normalidade linguística a movimentação das palavras por diferentes campos semânticos, o que só prova a sua vitalidade entre os usuários da língua.  Até mesmo uma marca registrada pode ter seu uso amplificado pelos falantes de um idioma. Vale aqui lembrar um caso muito conhecido: a popular lâmina de barbear chamada de “gilete” deve seu nome à marca registrada “Gillette”, que leva o nome do inventor do aparelho. Ninguém, que se saiba, processou ninguém por uso indevido da palavra, mesmo sendo a gilete em questão a do concorrente…
Marcas pioneiras costumam beneficiar-se dessa disseminação de seu nome. O caso do Danone é exemplar. Durante muito tempo, foi um verdadeiro sinônimo de iogurte industrializado. É o que ainda se dá com o Catupiry, que, embora seja uma marca, é percebido como um tipo muito particular de queijo.
Talvez nem todos saibam que “isopor” também veio de uma marca comercial. O produto em si é conhecido pela sigla em inglês EPS, que se traduz como poliestireno expandido.  Hoje, “isopor” já é título de música (da banda Pato Fu) e assim as palavras vão caminhando – e que ninguém vá inventar processos por aí!
Outro caso é o de “fórmica”, palavra também dicionarizada, cuja origem é uma marca comercial. “Bombril” não está nos dicionários, mas está na boca do povo – e, cá para nós, a empresa só tem a ganhar com isso.
“Jet ski” é outro caso semelhante.  Embora pertença à Kawasaki, a marca já foi parar em dois importantes dicionários brasileiros (“Houaiss” e “Aulete” – versão eletrônica) e em dicionários de inglês  (“Merriam-Webster” e “Longman”, por exemplo) como termo que identifica o referido veículo aquático e, entre nós, também o esporte praticado sobre ele. No ano passado, porém, em razão de um grave acidente ocorrido com uma motoaquática de outro fabricante, a companhia divulgou nota na imprensa em que afirmava estar o termo sendo usado de forma incorreta etc.
A tal “forma incorreta” está disseminada, muito mais que o termo comum “motoaquática”, e é bem provável que a maioria das pessoas não estivesse associando o veículo à Kawasaki. Diante da tragédia de uma garotinha atropelada e morta na praia por uma motoaquática desgovernada, a questão era definir regras para o uso desse tipo veículo e efetivar a fiscalização do seu cumprimento.
Em tempos de bonança, porém, as empresas não costumam reclamar ao verem suas marcas circulando sem cerimônia, transformadas em substantivos comuns.

Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa do Grupo Folha-UOL

http://thaisnicoleti.blogfolha.uol.com.br/

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Academias de ciência dos séculos 16 e 17 funcionavam como redes sociais


Nelas, pensadores e estudiosos compartilhavam não só trabalhos, mas também músicas, poemas e textos de teatro

Publicação: 28/01/2013
 (Reprodução de internet)

Quando Mark Zuckerberg criou, em 2004, o que viria a ser a maior rede social do mundo, muito do trabalho dependeu de complexos cálculos matemáticos que ele mesmo criou. O conceito do projeto, no entanto, pode não ter sido tão original assim. Um amplo trabalho de pesquisa sobre as academias de ciência italianas dos séculos 16 e 17, feito por instituições britânicas, mostra que alguns dos costumes do Facebook já eram moda entre grandes pensadores do movimento renascentista.

De acordo com as análises de materiais produzidos nessas academias, grandes mentes como Galileu Galilei, o pai da ciência, e Elena Cornaro Piscopia, a primeira doutora em filosofia do mundo, gostavam de compartilhar trabalhos, usar apelidos e registrar ilustrações com seus grupos de amigos. Um hábito não muito diferente dos internautas de hoje, que compartilham vídeos e fotos, expõem suas ideias em textos e adotam outros sobrenomes, seja por convicção política ou por brincadeira.


A relação entre as redes sociais e os cientistas foi apontada pela Royal Holloway University, de Londres. Em conjunto com a British Library e da Reading University, a instituição examinou publicações feitas por antigas academias de pensadores da Itália entre os anos de 1525 e 1700. A análise das obras mostrou que os estudiosos recebiam apelidos irônicos nessas organizações, que funcionavam como um canal de comunicação exclusivo — assim como era o Facebook no início, quando foi criado unicamente para o uso dos estudantes da Universidade de Harvard.

Acesse

Conheça mais sobre o trabalho das academias italianas no endereço italianacademies.org. Também confira as páginas da Academia Brasileira de Ciências, em facebook.com/abciencias, e da California Academy of Sciences, em facebook.com/calacademy.


http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/tecnologia/2013/01/28/interna_tecnologia,346301/academias-de-ciencia-dos-seculos-16-e-17-funcionavam-como-redes-sociais.shtml

Bactérias que podem influenciar no clima são descobertas na atmosfera


A troposfera, parte da atmosfera situada entre seis e dez quilômetros de altitude, contém microorganismos cujas bactérias que poderiam ter efeitos diversos na meteorologia

Publicação: 28/01/2013
Washington - A troposfera, parte da atmosfera situada entre seis e dez quilômetros de altitude, contém microorganismos cujas bactérias que poderiam ter efeitos diversos na meteorologia e no clima, revelou uma pesquisa publicada esta segunda-feira.

"Nós não esperávamos encontrar tantos microorganismos na troposfera, considerada um ambiente difícil para a vida", admitiu Kostas Kostantinidis, professor adjunto do Instituto de Engenharia da Géorgia (sudeste dos EUA), um dos principais autores deste estudo.

"Parece existir uma diversidade bem grande de espécies, mas nem todas sobrevivem à parte mais alta da troposfera", acrescentou.

Os cientistas ignoram ainda se estes microorganismos vivem permanentemente nesta área da atmosfera, talvez em partículas de carbono em suspensão, ou se eles ficam ali brevemente após ser transportadas pelos ventos da superfície do planeta.

Amostras foram coletadas em terra e nos oceanos, sobretudo no mar Caribe e em algumas partes do oceano Atlântico, durante e após a passagem dos furacões Earl e Karl pela região, em 2010.

Segundo os autores destes estudos, publicados na edição digital dos Anais da Academia Americana de Ciências (PNAS), um dos interesses desta descoberta é que estes microorganismos poderiam desempenhar um papel na formação de gelo nas nuvens, tendo neste caso um impacto na meteorologia e no clima.

Além disso, o deslocamento de bactérias pelo vento em longas distâncias poderia ser levado em conta no estudo de transmissão de doenças infecciosas nos seres vivos.

Algumas destas bactérias também seriam capazes de metabolizar os componentes de carbono onipresentes na atmosfera, provenientes sobretudo das emissões de dióxido de carbono (CO2), principal gás causador de efeito estufa.

Estes microorganismos foram coletados em amostras do ar levantadas por um jato, no âmbito de um programa de pesquisas da Nasa, destinado a estudar as massas de ar, em baixa e alta altitudes, vinculados com tempestades tropicais.

Filtros contendo estes microorganismos e partículas foram analisadas com técnicas de sequenciamento genético que permitiram identificá-los e calcular sua quantidade.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2013/01/28/interna_ciencia_saude,346497/bacterias-que-podem-influenciar-no-clima-sao-descobertas-na-atmosfera.shtml

Brasil ganha cada vez mais importância no estudo do Cosmos


Situação é confirmada com o aumento de convênios internacionais, cursos de formação e produção científica. Sociedade Astronômica Brasileira já tem 700 associados

Publicação: 28/01/2013 
Imagem tirada do telescópio Hubble mostra nuvem de gás se dissipando e dando origem a milhares de estrelas jovens (Nasa/AFP - 17/12/12
)
Imagem tirada do telescópio Hubble mostra nuvem de gás se dissipando e dando origem a milhares de estrelas jovens
Belo Horizonte — Quantos astrônomos você conhece? A astronomia não tem a popularidade de outras ciências, apesar de ser a mais antiga da humanidade, mas esse cenário está mudando. E mais rapidamente do que muita gente imagina. O número de pesquisadores filiados à Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) cresceu consideravelmente nos últimos anos, chegando a mais de 700 sócios. O Brasil é hoje referência na América do Sul e, por causa de convênios internacionais, está conquistando espaço no cenário mundial. Ensino e pesquisa andam lado a lado nesse progresso em que os investimentos crescem, apesar de haver vários aspectos a melhorar. Mas os especialistas ligados aos principais centros de astronomia comemoram os investimentos que têm sido feitos.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2013/01/28/interna_ciencia_saude,346303/brasil-ganha-cada-vez-mais-importancia-no-estudo-do-cosmos.shtml

domingo, 27 de janeiro de 2013

Educação


Entrevista: Alexandre Lopes

'Professores precisam parar com desculpas', diz brasileiro que concorre a prêmio de melhor docente dos EUA

À frente de turmas que misturam crianças com autismo, adotivas e imigrantes, ele afirma que, a despeito das condições adversas, missão do educador segue sendo a de desenvolver o potencial máximo dos alunos

Lecticia Maggi
Alexandre Lopes com uma de suas alunas da turma de educação inclusiva da escola Carol City Elementary
Alexandre Lopes com uma de suas alunas da turma de educação inclusiva da escola Carol City Elementary - Carla Guarilha
Em abril, o brasileiro Alexandre Lopes, de 44 anos, pode receber um aperto de mão do presidente Barack Obama. Ele é um dos quatro finalistas de um tradicional prêmio americano que desde 1952 aponta o melhor professor do ano no país. A premiação acontece na Casa Branca. Formado em produção editorial, Lopes deixou o Brasil em 1995. Nos Estados Unidos, trabalhou como comissário de bordo antes de se tornar professor do ensino infantil. Desde 2005, leciona em uma escola pública de Miami, na Flórida. Na unidade, é o primeiro especialista em educação inclusiva, método que prevê a integração de todos os estudantes a estabelecimentos regulares de ensino, a despeito de limitações físicas, intelectuais ou sociais. Lopes cuida de 25 alunos com idades entre 3 e 5 anos de idade, sendo que um terço deles tem autismo, distúrbio que afeta a capacidade de comunicação. Seu desafio é oferecer conhecimento a todas as crianças, considerando dificuldades e possibilidades de cada uma. "Meu dever como professor é fazer com que meu aluno chegue mais próximo de seu potencial máximo, seja ele qual for." Para cumprir a tarefa, o professor não descansa. Se quer apresentar dinossauros aos pequenos, leva bonecos dos bichos pré-históricos à sala de aula; se o desafio é explicar o significado da palavra "áspero", apresenta uma lixa. A fama de bom mestre se espalhou. No início do ano passado, o brasileiro foi escolhido pelos colegas o melhor professor da escola e, meses depois, o melhor docente da Flórida. Agora, ele tenta conquistar a América com o prêmio concedido pelo CCSSO, organização que reúne secretários estaduais de educação dos Estados Unidos. Na entrevista a seguir, Lopes conta como fez da profissão um exercício de dedicação, que inclui a investigação do potencial de cada criança e o desenvolvimento de estratégias quase personalizadas para driblar obstáculos. "Meu lema é: aquele que traz menos é sempre o que recebe mais", diz. "Situações adversas não podem servir de desculpa."
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/a-educacao-nao-pode-ter-desculpas

sábado, 19 de janeiro de 2013

Falhas técnicas obrigam Brasil a adiar lançamento de satélite com a China

18 de janeiro de 2013 

HERTON ESCOBAR - O Estado de S.Paulo
O lançamento do satélite sino-brasileiro CBERS-3, previsto para ocorrer entre novembro e dezembro de 2012, foi remarcado para maio ou junho deste ano, por causa de problemas técnicos na parte brasileira do projeto. "Este é o nosso novo cronograma", disse ontem ao Estado o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Leonel Perondi, respondendo a uma série de dúvidas e especulações sobre o atraso no lançamento.
O satélite, desenvolvido em parceria pelo Brasil e a China, é peça fundamental do Programa Espacial Brasileiro. O custo do projeto é da ordem de US$ 125 milhões para cada país.
O problema está em uma série de pequenos conversores de energia comprados pelo Brasil em 2007 de uma empresa norte-americana chamada Modular Devices Incorporated (MDI), por cerca de US$ 2,5 milhões. Vários desses conversores apresentaram falhas nos testes finais que antecedem o lançamento na China, apesar de terem passado por todos os testes anteriores de qualidade realizados pelo Inpe e pelas empresas nacionais contratadas para o projeto no Brasil.
O fato foi divulgado em novembro pelo Jornal do SindCT, do Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial, mas o Inpe não havia se pronunciado oficialmente sobre o caso até agora.
Segundo Perondi, uma avaliação técnica iniciada pelo Inpe em junho de 2012 concluiu que havia defeitos intrínsecos nos conversores da MDI - que já vinham apresentando problemas há algum tempo. Em agosto, uma equipe do instituto foi até a sede da empresa, nos EUA, para discutir a situação, levando cerca de 20 conversores (de um lote de 300) que tinham apresentado falhas. Em setembro, segundo Perondi, a empresa enviou um comunicado ao Inpe reconhecendo que havia defeitos de fabricação em 12 peças analisadas.
Concluiu-se, porém, que nem todas as peças estava comprometidas. Segundo Perondi, os conversores com problemas foram substituídos por outros do mesmo lote e submetidos a uma nova bateria de testes. "Retestamos tudo e, a princípio, não há mais nenhuma anomalia no satélite", afirma Perondi. Apesar disso, optou-se por trazer alguns componentes de volta ao Brasil para mais verificações.
A decisão de reagendar o lançamento foi tomada em 20 de novembro. "Temos de ser extremamente rigorosos nesse processo; nada pode ir ao espaço com dúvidas", diz Perondi. "Pode demorar mais, pode custar mais, mas não pode haver falhas."
A data de lançamento ainda poderá sofrer alterações. "O cronograma é móvel, vai sendo revisto à medida que fazemos os testes", afirma Perondi.
Outra opção seria reprojetar o sistema elétrico do satélite para operar com outro modelo de conversor, mas isso atrasaria o lançamento do satélite em no mínimo dois anos, segundo fontes ouvidas pelo Estado.
Embutidos. Os conversores, de um tipo chamado DC/DC, têm a função de adequar a voltagem da corrente elétrica do satélite às necessidades de cada um de seus subsistemas internos. Cada conversor pesa cerca de 500 gramas e há vários deles (44 no total) embutidos nos componentes brasileiros. "Não é algo trivial de ser substituído", disse Perondi.
Os componentes chineses, por sua vez, utilizam conversores externos, maiores e mais pesados, que operam com uma voltagem fixa predeterminada - fabricados por uma empresa brasileira.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,falhas-tecnicas-obrigam-brasil-a-adiar-lancamento-de-satelite-com-a-china-,985666,0.htm

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Países em desenvolvimento estão cada vez mais expostos ao mercúrio, diz ONU


De acordo com o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, "o mercúrio se mantém como um grande desafio global, regional e nacional"

Publicação: 10/01/2013
Nairóbi - Comunidades de países em desenvolvimento estão enfrentando maiores riscos sanitários e ambientais vinculados à exposição ao mercúrio, alertou nesta quinta-feira (10/1) o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas.

"O mercúrio se mantém como um grande desafio global, regional e nacional em termos de ameaça à saúde humana e ao meio ambiente", afirmou o diretor do Pnuma, Achim Steiner.

Partes de África, Ásia e América do Sul poderiam ver um aumento das emissões de mercúrio no meio ambiente, referente sobretudo ao uso do metal pesado no garimpo em pequena escala e na queima de carvão para geração de eletricidade.

Esta exposição "representa uma ameaça direta para a saúde de 10 a 15 milhões de pessoas diretamente envolvidas na mineração do ouro em pequena escala, sobretudo em África, Ásia e América do Sul", informou o Pnuma.

O anúncio se antecipa a uma grande conferência sobre o mercúrio, a ser celebrada em Genebra na próxima semana, e que visa a concluir discussões sobre um tratado global para minimizar os riscos da exposição ao mercúrio.

Novos relatórios do Pnuma, que serão publicados na conferência de Genebra, dizem que as emissões de mercúrio decorrentes da mineração artesanal sozinha dobraram desde 2005, devido em parte em melhor informação e na elevação dos preços do ouro.

Steiner disse esta quinta-feira que um estudo realizado pelo Instituto Blacksmith, grupo com sede em Nova York que limpa locais contaminados, demonstra que um dispositivo de menos de US$ 10 pode ser usado para aprisionar 90% ou mais do mercúrio usado no garimpo.

As principais barreiras ao uso destes métodos mais seguros são condições sócio-econômicas e a baixa conscientização dos riscos vinculados ao mercúrio, destacou o Pnuma em um comunicado.
Os novos estudos da ONU representam o primeiro relatório global das emissões de mercúrio em rios e lagos.

"Nos últimos 100 anos, as emissões antrópicas fizeram a quantidade de mercúrio a cem metros de profundidade dobrar nos oceanos do mundo. Concentrações em águas mais profundas aumentaram 25%", acrescentou a agência, destacando que grande parte da exposição humana ao mercúrio se deve ao consumo de peixe contaminado.

O envenenamento por mercúrio afeta o sistema imunológico e pode levar a problemas, incluindo distúrbios psicológicos, perda dos dentes e problemas nos tratos digestivo, cardiovascular e respiratório.
Os informes também destacam um aumento nos níveis de mercúrio no Ártico, onde 200 toneladas da substância são depositadas todos os anos.

"Devido à rápida industrialização, a Ásia é o maior emissor regional de mercúrio e responde por menos da metade de todas as emissões globais", destacou o comunicado do Pnuma.

Os estudos também ressaltam emissões significativas no ambiente, vinculadas com áreas contaminadas e o desmatamento. As descobertas mostram que uma estimativa de 200 toneladas de mercúrio - anteriormente mantidas em solos - são liberadas em rios e lagos.

O Comitê de Negociação Internacional sobre o Mercúrio será celebrado entre 13 e 18 de janeiro em Genebra.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2013/01/10/interna_ciencia_saude,343475/paises-em-desenvolvimento-estao-cada-vez-mais-expostos-ao-mercurio-diz-onu.shtml

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Brasil fica atrás de México e Índia na capacidade de enfrentar problemas


Brasil ocupa um modesto 45º lugar no ranking de 139 países sobre os governos mais preparados para enfrentar riscos globais

08 de janeiro de 2013 
Fernando Nakagawa, da Agência Estado - Agencia Estado
LONDRES - O Brasil ocupa um modesto 45º lugar no ranking de 139 países sobre os governos mais preparados para enfrentar riscos globais, como crise financeira, desastres naturais, mudanças climáticas e pandemias. A avaliação consta de pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) com mais de 14 mil líderes globais e divulgada nesta terça-feira, dia 8, em Londres.
Na pesquisa, o Fórum Econômico Mundial perguntou aos entrevistados sobre a eficiência de cada governo na gestão - monitoramento, preparação, reação e mitigação - dos principais riscos globais, como a crise financeira e desastres naturais. Com notas que variaram de 1 a 7, o Brasil recebeu avaliação de 4,16 pontos. No levantamento, a nota mais baixa é atribuída aos governos "não eficazes" na gestão de grandes riscos e, ao contrário, o número mais alto é para governos "eficazes".
O resultado do Brasil na pesquisa é pior do que o obtido por outros emergentes, como o Chile (10º lugar, nota 5,20), México (12º, nota 5,13), a Turquia (18º, nota 4,83), China (30º, nota 4,51) e Índia (38º, nota 4,31). O ranking é liderado por Cingapura, que teve nota 6,08 e possui, segundo os entrevistados, o governo mais preparado do mundo para os riscos globais. Em seguida, aparecem três países árabes: Catar, Omã e Emirados Árabes Unidos.
A primeira economia tradicional da lista é o Canadá, em 4º lugar e nota 5,41. Alemanha está em 17º, uma posição atrás do Casaquistão. Reino Unido figura em 20º e Estados Unidos, em 29º lugar.
Piores avaliações   Apesar de ter nota pior do que outros emergentes, o Brasil está à frente, embora não muito, de economias que estão no centro da atual crise: Portugal é 51º, Espanha ficou em 53º e Irlanda aparece em 65º. A lanterna da lista é ocupada por dois vizinhos: o 138º posto é da Argentina, com 2,08 pontos, e a Venezuela ocupa a última posição, com 1,68 ponto.
A pesquisa também questionou os entrevistados sobre o estágio de avanço de cada economia. Nesse quesito, o Brasil está "em transição" da fase 2 - economia marcada pelo desenvolvimento da produção e qualidade - para o estágio mais desenvolvido possível, a fase 3 - mercados orientados para a inovação com patamar mais elevado de renda. 
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia%20geral,brasil-fica-atras-de-mexico-e-india-na-capacidade-de-enfrentar-problemas,139957,0.htm

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A Dama de Ferro e a conta

POR BERNARDO MELLO FRANCO
28/12/12

Thatcher no dia da posse (Divulgação/Downing Street – 4.mai.1979)


O filho da primeira-ministra do Reino Unido sofre um acidente misterioso e desaparece em pleno rali Paris-Dakar. O sumiço mobiliza líderes mundiais e provoca o deslocamento de aviões e helicópteros militares de três países para o deserto do Saara. O suspense dura seis dias, até que o piloto é resgatado ileso e recebido com festa na terra da rainha.
Parece filme de James Bond, mas aconteceu de verdade, em 1982. Trinta anos depois, a história ganhou um novo capítulo. Com o filho Mark são e salvo, a poderosa Margaret Thatcher teve que reembolsar o Tesouro pela parte britânica da operação: 1.789 libras.
A história veio à tona nesta sexta-feira, nos documentos liberados pelo Arquivo Nacional em Londres. Os papéis, que incluem um lote sobre a Guerra das Malvinas, mostram que a Dama de Ferro quitou a dívida sem reclamar — e ainda pediu recibo do pagamento.
O caso de Thatcher, já antigo, é um pequeno exemplo dos anos-luz que ainda separam Brasil e Inglaterra no rigor com o uso do dinheiro do contribuinte. Com todos os seus defeitos, a política conservadora conhecia bem a diferença entre o público e o privado, uma distinção que ainda é pouco respeitada no nosso país. 
Em tempo. Meses depois do resgate, o Foreign Office ainda apresentaria mais uma conta à primeira-ministra: 15 libras e 16 centavos. Foi a taxa cobrada pelo aeroporto na Argélia para autorizar o pouso de um Hércules britânico envolvido na operação.

http://bernardomf.blogfolha.uol.com.br/2012/12/28/a-dama-e-a-conta/

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Confira a lista de países que não exigem visto de turistas brasileiros

02/01/2013

Alguns países não exigem visto para brasileiros visitarem os locais. Geralmente, o tempo máximo para turismo é de 90 dias. Países que fazem parte do Mercosul não exigem o Passaporte, basta apresentar o RG com foto recente.

Confira lista dos países que NÃO exigem visto dos brasileiros:

África do sul
 Eslovênia
 México
 Alemanha
 Espanha
 Mônaco
 Andorra
 Filipinas
 Namíbia
 Antilhas Francesas
 Finlândia
 Noruega
 Argentina
 França
 Nova Zelândia
 Áustria
 Grécia
 Panamá
 Bahamas 
 Guatemala
 Paraguai
 Barbados
 Guiana
 Peru
 Bélgica
 Honduras 
 Portugal
 Bolívia
 Holanda
 Reino Unido
 Bósnia
 Hong Kong
 República Tcheca
 Bulgária
 Hungria
 Rússia
 Chile
 Irlanda
 San Marino
 Colômbia
 Islândia
 Suécia
 Coréia do Sul
 Israel
 Suíça
 Costa Rica
 Itália 
 Suriname
 Croácia
 Liechtenstein
 Tailândia
 Dinamarca
 Luxemburgo
 Trinidad e Tobago
 Equador
 Malásia
 Tunísia 
 Eslováquia
 Marrocos
 Turquia 

 Uruguai
 Vaticano
 Venezuela



Fonte: Itamaraty

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/turismo/2013/01/02/interna_turismo,342095/confira-a-lista-de-paises-que-nao-exigem-visto-de-turistas-brasileiros.shtml

Maiores economias da Europa devem fechar 2012 com mais desempregados


Gabriel Bonis

02.01.2013

Ao menos oito das principais economias da Europa, com exceção da Alemanha e do Reino Unido, devem fechar 2012 com índices de desemprego maiores que os registrados no ano anterior. Mergulhada em uma crise que ainda não demonstra sinais de arrefecimento, a região também enfrenta a recessão da Zona do Euro, composta por 17 países da União Europeia.
Em novembro, a Eurostat, órgão de estatísticas da UE, confirmou que o bloco dos países na moeda única entrou em recessão pela segunda vez em três anos. A queda de 0,1% no terceiro trimestre de 2012 ocorreu por dois períodos consecutivos, caracterizando assim a recessão.
Os dados mais recentes da Eurostat, referentes ao mês de outubro, apontam um nível de desemprego em 10,7% na UE e 11,7% na Zona do Euro. Na comparação com o mesmo período de 2011, os dados eram 9,9% e 10,4%, respectivamente. Com isso, ao todo 25,9 milhões de pessoas estavam desempregadas no continente em outubro último, um aumento de 2,1 milhões na comparação com a mesma época do ano passado.
Índice de desemprego na Europa. Países em vermelho devem enfrentar recessão em 2012, segundo a Econominist Intelligence Unit. Imagem: Montagem sobre foto de Allstrak/WikiCommons
Grande parte dos países com maior peso econômico na Europa registraram aumento nos índices de desemprego em relação a outubro de 2011. Um sinal de que as medidas de austeridade e os pacotes de ajuda financeira da troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) ainda não conseguiram conter a crise.
Os locais que tiveram o maior aumento de pessoas desocupadas no período são a Grécia (18,4 para 26%, sem dados novos desde agosto), Espanha (22,7% para 26,2%), Portugal (13,7% para 16,3%), França (9,7% para 10,7%), Polônia (9,9% para 10,4%), Itália (8,8% para 11,1%), Suécia (7,5% para 8,1%, com dados de novembro) e Holanda (4,8% para 5,5%).
Segundo previsões da consultoria britânica Economist Intelligence Unit, também vão enfrentar recessão em 2012 Grécia (-6,8%), Espanha (-1,5%), Portugal (-3,3%), Itália (-2,2%) e Holanda (-1%).
http://www.cartacapital.com.br/economia/maiores-economias-da-europa-devem-fechar-2012-com-mais-desempregados/

A descida da Síria ao inferno


O custo humano, moral e estratégico da tragédia é alto demais para os EUA; Obama deve apoiar diretamente a oposição

02 de janeiro de 2013
O Estado de S.Paulo
O ano de 2012 chegou ao fim e a Síria continua sua descida ao inferno. Pelo menos 40 mil pessoas - provavelmente muitas mais - perderam a vida no conflito e milhões de cidadãos foram obrigados a abandonar suas casas. Nos últimos 12 meses, o ditador Bashar Assad fez recurso, persistentemente, de um enorme poder de fogo com suas forças militares em resposta aos protestos que o povo sírio começara de maneira pacífica. Usando inicialmente, em fevereiro, tanques e artilharia pesada, o regime sírio promoveu ao longo do verão uma escalada nos ataques, com o uso de helicópteros, caças e, nas últimas semanas, mísseis Scud contra a própria população.
O mundo não conseguiu deter essa carnificina. O presidente Barack Obama declarou que o limite - a chamada "linha vermelha" - seria a utilização de armas químicas por Assad. Entretanto, para muitos sírios a linha vermelha fixada pelos Estados Unidos constituiu um sinal verde para o regime de Damasco usar todo seu arsenal de guerra e massacrar o povo impunemente. Muitas dessas armas continuam sendo fornecidas diretamente pelo Irã.
Apesar das advertências feitas pelos EUA, recentemente Assad deu os primeiros passos na preparação de armas químicas para usá-las contra seu povo. Pelo que já conhecemos do regime Assad - e considerando que ele promoveu uma escalada sistemática nesse conflito, com todas as outras armas dos seus arsenais - alguém acredita que esse homem é incapaz de usar armas químicas?
A descida da Síria ao inferno representa uma crescente ameaça para seus vizinhos. Turquia, Líbano, Iraque, Jordânia e Israel defrontam-se com um crescente risco de instabilidade. Quanto mais essa guerra se prolongar, maior o risco de que possa provocar um conflito sectário de dimensões muito mais amplas.
Há meses, nós insistimos que cabe aos EUA, juntamente com nossos aliados na Europa e no Oriente Médio, tomar medidas mais drásticas para deter a matança na Síria e prestar ajuda às forças moderadas da oposição. Especificamente, é preciso fornecer diretamente armas a determinados grupos rebeldes e estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre parte da Síria.
Nenhuma das duas medidas exigiria que os EUA enviassem tropas para as zonas de conflito, tampouco que agissem sozinhos. Os principais aliados deixaram clara, reiteradas vezes, sua esperança numa liderança americana mais firme e sua frustração pelo fato de os EUA não optarem por uma ação mais contundente.
O mais perturbador é ver as condições humanas na Síria rapidamente se agravarem. Enquanto rejeita os apelos para o fornecimento de armas ou o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea, o governo Obama enfatiza sua promessa de ajuda humanitária ao povo sírio. Entretanto, tememos que esses esforços também estejam fracassando.
Segundo representantes e especialistas americanos e europeus, 70% da assistência externa que está sendo enviada à Síria acaba sendo direcionada para áreas controladas pelo regime. Pessoas que estiveram recentemente em Alepo contaram que não viram nenhum sinal da ajuda americana naquela cidade, tampouco os habitantes tinham informações sobre a assistência americana. Consequentemente, no norte da Síria, controlado pela oposição, as pessoas estão morrendo de fome, de frio e de doenças em razão da escassez de alimentos, combustíveis e remédios.
Auxílio. O fato de a assistência humanitária americana não estar chegando ao povo sírio não só agravou a crise humana, como também criou oportunidades para grupos radicais oferecerem auxílio e, com isso, conseguirem maior apoio do povo sírio.
Para muitos, os extremistas parecem os únicos a se preocupar em ajudar os sírios na fuga. Ao mesmo tempo, os moderados da oposição síria são desacreditados e menosprezados diante da nossa falta de auxílio - incluindo a recém-criada Coalizão Nacional Síria, que integra grupos anti-Assad, foi possibilitada em parte pela diplomacia americana.
Embora as recentes deserções do regime e os revezes no campo de batalha indiquem que Assad já não consegue manter o poder, esse conflito poderá durar mais tempo, a um custo terrível e cada vez mais elevado para a população síria, para os vizinhos e para os interesses e o prestígio dos EUA. Não é tarde demais para evitar uma calamidade estratégica e moral no país, mas para isso é imprescindível uma liderança americana corajosa e decisiva que deve vir do presidente Obama.
Os EUA precisam, juntamente com seus aliados, canalizar a assistência diretamente ao conselho de oposição para que seja distribuída nas áreas que se encontram nas mãos dos rebeldes. Precisamos fornecer armamento e outros tipos de assistência ao comando militar da oposição. E devemos impor uma zona de exclusão aérea em algumas regiões do país, incluindo o uso de baterias de mísseis Patriot americanos na rota para a Turquia, com o objetivo de proteger o povo no norte da Síria dos ataques aéreos de Assad.
Se persistirmos no atual caminho, os futuros historiadores poderão considerar o massacre de civis inocentes e o consequente risco para os interesses nacionais e a moral dos EUA um vergonhoso fracasso da liderança do nosso país e um dos capítulos mais negros da nossa história. Essa deve ser uma preocupação para todos nós, enquanto oramos pela paz e pela boa vontade nesta época do ano. 
 TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-descida-da--siria-ao-inferno-,979702,0.htm