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A ONG internacional Médicos Sem Fronteiras começou a encerrar as operações humanitárias na Somália nesta quarta-feira (14) devido aos ataques à sua equipe no país, informou a organização.
A retirada do grupo é um revés para o governo que se esforça para convencer os somalis e os doadores estrangeiros de que a segurança está melhorando e que a insurgência islâmica estaria em declínio.
O presidente internacional da organização, Unni Karunakara, reconheceu que a retirada do grupo vai cortar ajuda médica a centenas de milhares de somalis.
"O encerramento de nossas atividades é um resultado direto de ataques a nossa equipe, em um ambiente onde os grupos armados e líderes civis cada vez mais apoiam ou toleram o assassinato, agressão e sequestro dos trabalhadores de ajuda humanitária", disse Karunakara em Nairóbi, capital do Quênia.
O governo do país, que luta por transformações após duas décadas de conflitos, e fornece alguns poucos serviços públicos, como saúde e educação, ainda não se manifestou.
O anúncio acontece cerca de dois meses após a libertação de duas colaboradoras espanholas da organização, que passaram quase dois anos em cativeiro após terem sido sequestradas por somalis no Quênia.
No início de 2012, o Médicos Sem Fronteiras encerrou as atividades de dois grandes centros médicos na capital do país, Mogadício, depois que dois funcionários estrangeiros foram mortos por um ex-colega no coração da cidade, que é controlada pelo governo.
Outros 14 membros da organização já foram mortos desde 1991, quando a guerra civil eclodiu no país. A organização sempre negociou com grupos armados e autoridades de todos os lados e até mesmo recorreu a contratação de guardas armados, algo que não faz em qualquer outro país", disse Karunakara. "Mas chegamos no limite", acrescentou.
Thomas Mukoya /Reuters | ||
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Presidente dos Médicos Sem Fronteiras, Unni Karunakara, em entrevista no Quênia nesta quarta-feira (14) |
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