terça-feira, 2 de outubro de 2012

Jornalistas Assassinados: Brasil é o quarto do mundo em 2012


02.outubro.2012 12:01:27

 Num ano que está batendo todos os recordes de décadas em relação ao número de jornalistas assassinados, o Brasil aparece na quarta posição como lugar mais perigoso do mundo para trabalhar como repórter em 2012. A situação se contrasta com a iniciativa diplomática do Itamaraty de ter apoiado há apenas uma semana uma resolução no Conselho de Direitos Humanos da ONU defendendo uma maior proteção a jornalistas e a liberdade de imprensa.

Os números divulgados hoje são da ong suíça “Campanha por um Emblema de Imprensa” (PEC), entidade que defende nos fóruns da ONU uma maior proteção a jornalistas em locais de guerra e em situações de violência. A entidade realiza um levantamento sobre os casos de assassinatos, ameaças e prisões de jornalistas pelo mundo, justamente para alertar governos sobre a situação vivida pelos meios de comunicação.
Com sete mortes acumuladas em 2012, o Brasil aparece como um dos quatro países com maior índice de mortalidade de jornalistas. Contando apenas países que não estão em guerra e que vivem regimes de democracia, o Brasil seria o segundo mais violento do planeta.
A primeira posição é da Síria, com 32 jornalistas assassinados em 2012 num conflito que já fez mais de 1 milhão de pessoas deixarem suas casas e mais de 30 mil mortos. O segundo lugar é ocupada pela Somália, país em que o governo central praticamente só controla a capital. Nesse país africano, foram 16 mortes nos nove primeiros meses do ano.
O México é a primeira democracia consolidada na lista dos países mais perigosos do mundo, com dez assassinatos de jornalistas no ano.
O Brasil vem logo atras, com sete mortes e empatado com o Paquistão, país que vive as consequências tanto da guerra contra o terrorismo no Afeganistão quanto a disputa por regiões ao norte com a Índia.
Em 2012, apenas de não estar em guerra, um número maior de jornalistas morreu no Brasil que no Iraque e Afeganistão juntos. Para a entidade, o que surpreende no caso brasileiro é o fato de que o País é uma democracia consolidada e não está em guerra.
Na ONU, o Itamaraty também vem adotando uma postura de apoio à defesa aos jornalistas. Mas a entidade alerta que isso não tem se traduzido em ação concreta no País.
No total, 110 jornalistas já perderam a vida em 2012, num dos anos mais sangrentos para os meios de comunicação em pelo menos 30 anos. Em apenas nove meses, já há mais mortos que todo o ano de 2011, quando 107 jornalistas perderam suas vidas trabalhando.
“Esse é um dos anos mais violentos de que se tem notícia para a imprensa”, constatou o secretário-geral da entidade, Blaise Lempen. Contando apenas os nove primeiros meses do ano, o incremento é de 36%.
Num total, 25 países registraram assassinatos de jornalistas neste ano, entre eles Honduras, Filipinas e Nigéria. O Oriente Médio foi a região mais perigosa do mundo, com 36 mortes. Em segundo lugar veio a América Latina, com 29 mortes e superando a África. Em 2012, nenhum jornalista morreu na Europa.

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