sexta-feira, 26 de setembro de 2014

'Estado Islâmico' perde tanques, mas amplia cerco a cidade na fronteira turca

BBC
Crédito: AFP

Apesar de bombardeios americanos, "Estado Islâmico" avançou sobre cidade controlada por curdos
Apesar dos bombardeios americanos que destruíram parte de seus tanques, os militantes do grupo que se autodenomina "Estado Islâmico" ampliaram o cerco nesta sexta-feira à cidade síria de Kobane, perto da fronteira com a Turquia, onde entraram em confronto com forças curdas.
Os confrontos eram visíveis do território turco, onde alguns manifestantes chegaram a cruzar uma cerca na fronteira para defender a cidade.
Mais cedo, os Estados Unidos destruíram quatro tanques e danificaram outro na quarta noite de bombardeios na Síria.
Já o Parlamento britânico consentiu em realizar ataques aéreos contra o "Estado Islâmico" no Iraque, enquanto Bélgica e Dinamarca também anunciaram que vão participar da operação.
O Estado Islâmico domina atualmente grande parte do nordeste da Síria e, no início do ano, tomou o controle de grandes áreas no vizinho Iraque, incluindo a segunda maior cidade do país, Mossul.
Alguns líderes ocidentais, no entanto, ainda estão reticentes em bombardear a Síria, já que o governo de Bashar al-Assad não pediu ajuda internacional para combater o grupo radical islâmico, diferentemente do Iraque.
Na semana passada, militantes do "Estado Islâmico" avançaram sobre a cidade de Kobane, levando cerca de 140 mil pessoas a fugir em direção à Turquia.
No entanto, alguns dos refugiados, na tentativa de frear o avanço dos radicais, tentaram retornar à cidade. O governo turco reagiu e usou bombas e de gás e canhão de água para interrompê-los.
Segundo testemunhas, em meio ao confronto em Kobane, pelo menos duas bombas caíram em território turco.

Apoio britânico

Crédito: PA
David Cameron: ""Estado Islâmico" declarou guerra contra nós"
Após sete horas de debate, os parlamentares do Reino Unido votaram majoritariamente a favor dos ataques aéreos, e seis caças das Forças Aéreas britânicas podem ser usados no combate já neste fim de semana.
Segundo o primeiro-ministro britânico, David Cameron, o "Estado Islâmico declarou guerra contra o Reino Unido".
"Terroristas psicopatas estão tentando nos matar e nós temos de nos dar conta disso; queira ou não queira, eles já declararam guerra contra nós", afirmou na Câmara dos Comuns.
O governo da Dinamarca concordou em enviar sete caças F-16, enquanto parlamentares belgas afirmaram que colaborariam com a operação com seis jatos.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um apelo nesta semana para que mais países participem do combate contra o "Estado Islâmico", chamando-o de "rede de morte".
Mais de 40 países, incluindo muitos do Oriente Médio, já se ofereceram a se juntar à coalizão, afirmaram autoridades americanas.
Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff criticou o bombardeio dos Estados Unidos contra o "Estado Islâmico".

Ataques americanos

Os últimos ataques dos Estados Unidos foram realizados por caças e drones.
Os tanques do "Estado Islâmico" foram destruídos na província de Deir al-Zour, conhecida pela produção de petróleo, informou o Departamento de Defesa dos Estados Unidos por meio de um comunicado.
Na mesma nota, o órgão americano afirmou que os ataques no Iraque destruíram nove veículos do grupo radical e danificou outros.
Crédito: Reuters
Estados Unidos bombardearam mais alvos do "Estado Islâmico" nesta sexta-feira
O Observatório Sírio para Direitos Humanos, uma ONG sediada no Reino Unido, que monitora o conflito na Síria, afirmou que o número de mortos ainda permanece desconhecido.
Os ataques aéreos vêm mirando instalações de petróleo sob o controle do "Estado Islâmico" tanto no Iraque quanto na Síria. O objetivo é reduzir a principal fonte de recursos financeiros do grupo.
Estimativas não oficiais apontam que o "Estado Islâmico" ganhe cerca de US$ 2 milhões (R$ 4,4 milhões) por dia apenas com as vendas de petróleo.
Nas últimas semanas, três reféns internacionais (dois americanos e um britânico) foram decapitados por militantes do grupo radical.
Na terça-feira (23), o chefe do departamento de anti-terrorismo da União Europeia, Gilles de Kerchove, disse, em entrevista à BBC, que cerca de 3 mil europeus se juntaram ao "Estado Islâmico" para combater a favor do grupo.
Ele alertou que os ataques aéreos aumentariam o risco de retaliação na Europa.
Mais cedo, o ministro do interior da Espanha, Jorge Fernández Díaz, afirmou que as polícias espanholas e marroquinas prenderam nove pessoas suspeitas de pertencer a um braço ligado ao "Estado Islâmico".
Um comunicado do ministério afirmou que os suspeitos pertenciam a um grupo sediado no enclave espanhol de Melilla, no Marrocos, no norte da África, e na cidade vizinha de Nador.
Um dos detidos tem nacionalidade espanhola; os outros são marroquinos, acrescentaram as autoridades.
No início dessa semana, o Conselho de Segurança (CS) da ONU adotou uma resolução forçando os países a evitar que seus cidadãos de se juntar a jihadistas no Iraque e na Síria.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/09/140926_estado_islamico_consolidado_lgb


Serra Leoa coloca mais 1 milhão de pessoas em quarentena contra o ebola

Ebola em Serra Leoa (AFP)
Segundo a OMS, a epidemia de ebola em Serra Leoa continua a se deteriorar.

O presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, ampliou a quarentena no país para incluir mais 1 milhão de pessoas numa tentativa de conter a epidemia de ebola.
As entradas e saídas nos distritos de Port Loko e Bombali, no norte, e Moyamba, no sul, estão proibidas. O mesmo já havia sido aplicado a outros dois distritos no leste do país desde agosto.
Com isso, mais de um terço dos 6,1 milhões de habitantes de Serra Leoa estão impedidos de se movimentar pelo país livremente.
Quase 600 pessoas já morreram por causa do ebola em Serra Leoa. O total de mortos chega a 2.917 na África, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Além de Serra Leoa, a Guiné e a Libéria estão entre os países mais afetados.

Urgência

O presidente americano, Barack Obama, disse que o mundo precisa agir mais rapidamente contra este surto do vírus no leste do continente.
"Ainda há uma lacuna muito grande entre onde estamos e onde deveríamos estar", disse Obama em um encontro na ONU.
O Banco Mundial anunciou que doará mais US$ 170 milhões (R$ 410 milhões) para o combate ao ebola. A instituição já havia doado US$ 230 milhões (R$ 555 milhões) com este objetivo.
Segundo o presidente do banco, Jim Yong Kim, uma "reação sem paralelo" é necessária "para prevenir a destruição do continente".
Em Serra Leoa, o governo já havia ordenado que ninguém saísse de suas casas por três dias, um prazo que terminou no domingo passado.
Neste tempo, mais de 1 milhão de residências foram inspecionadas e 130 novos casos de ebola foram descobertos, segundo as autoridades.
O presidente Koroma considerou a medida um sucesso, mas afirmou que ela expôs "áreas em que há grandes desafios", o motivo pelo qual outras áreas do país foram postas sob quarentena.
Apenas pessoas envolvidas em serviços essenciais podem entrar e circular nestes locais.

Prioridade

Ebola na Libéria (EPA)
Quase 3 mil pessoas já morreram na África com o recente surto do vírus
Em um pronunciamento na televisão, o presidente reconheceu que esse bloqueio "gera muitas dificuldades" para as pessoas.
"Mas a vida de todos e a sobrevivência do país têm prioridade", afirmou Koroma.
Segundo a OMS, a situação em Serra Leoa continua a se deteriorar, com um grande aumento do número de novos casos na capital, Freetown, e em seus distritos vizinhos de Port Loko, Bombali e Moyamba, que agora estão sob quarentena.
Umaru Fofan, correspondente da BBC em Freetown, diz que Port Loko é onde operam duas das maiores empresas de mineração do país e que o bloqueio afetará esses negócios.
A OMS alerta que, apesar do envio de mais profissionais de saúde e da abertura de novos centros de tratamento nos países mais afetados, ainda há uma carência de 2 mil leitos para tratar pacientes em Serra Leoa e na Libéria.
A situação na Guiné parece ter se estabilizado, mas, com a confirmação de cem novos casos por semana ao longo das últimas cinco semanas, a situação ainda é muito preocupante.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/09/140926_ebola_quarentena_serra_leoa_rb


Escócia rejeita em plebiscito separação do Reino Unido

19 setembro 2014
A Escócia votou para continuar como parte do Reino Unido, rejeitando a independência em plebiscito realizado na quinta-feira.
A apuração das urnas nas 32 regiões administrativas escocesas foi concluída na manhã desta sexta-feira. O "Não" (contra a independência) obteve 2.001.926 de votos, contra 1.617.989 do "Sim". Em percentuais, a vitória foi de 55,3% contra 44,7%.
O comparecimento às urnas foi alto, com participação de 84,59% dos eleitores registrados - o maior em um pleito no Reino Unido desde que as mulheres conquistaram o direito ao voto, em 1928.
O plebiscito encerrou dois anos de campanha e dá início a um processo de devolução de mais poderes à Escócia.
O primeiro-ministro, David Cameron, disse logo após o anúncio do resultado que o Reino Unido vai cumprir agora as promessas de dar mais poderes ao Parlamento escocês. Cameron, que sempre fez campanha contra a independência, se disse contente com o resultado.
Por sua vez, o líder do Executivo escocês, Alex Salmond, que liderou a campanha pela independência, disse nesta sexta-feira que irá apresentar sua renúncia ao cargo em novembro.
Antes, ele havia aceitado a derrota, pedido a união dos escoceses e que as promessas de devolução de maiores poderes ao Parlamento escocês fossem cumpridas.
Mais de 4 milhões de pessoas – ou 97% do eleitorado – se registraram para votar no plebiscito. Pela primeira vez, eleitores de 16 e 17 anos também puderam participar da votação.
Salmond disse que o plebiscito e o alto comparecimento são um "triunfo para o processo democrático" e prometeu que cumprirá sua promessa de respeitar o resultado e trabalhar pelo benefício da Escócia e o Reino Unido.
Ele também destacou que partes da comunidade alheias à política foram engajadas pela campanha e pediu a seus partidários que refletissem o que tinham alcançado. "Não acredito que nenhum de nós, não importa quando entramos na política, teria pensado que tal coisa seria verossímil ou possível", disse ele.
Salmond (AP)
Primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, pediu o cumprimento de promessas de maiores poderes
Escócia (Getty)
Partidários do "Não" reagem ao anúncio de resultados na Escócia em plebiscito que rejeitou independência
O político trabalhista e ex-ministro das Finanças britânico Alistair Darling, que liderou a campanha "Melhor Juntos" - contrária à independência -, disse que os escoceses "escolheram unidade ao invés de divisão e mudanças positivas ao invés de uma separação desnecessária".
"É um resultado importante para a Escócia e também para o Reino Unido como um todo", disse.
Segundo ele, o resultado "reafirma tudo o que temos em comum e os laços que nos unem" e disse: "Que eles nunca sejam quebrados".
Darling reconheceu que a campanha apontou para a necessidade de mudanças, e apontou para o alto comparecimento nas urnas, dizendo que pessoas alheias à política participaram do plebiscito em grandes números. "Ao comemorarmos, vamos também ouvir", disse ele.

15 horas de votação

Os eleitores tiveram de responder à pergunta: "A Escócia deve se tornar independente"?
Glasgow, a maior área administrativa da Escócia e a terceira maior cidade na Grã-Bretanha, votou a favor da separação - 194.779 contra 169.347. Dundee, West Dunbartonshire e North Lanarkshire também votaram pelo "Sim".
Mas a capital escocesa, Edimburgo, rejeitou independência - 194.638 votos contra 123.927. O "Não" também venceu em Aberdeen por uma margem de 20.000 votos. A rejeição à independência também teve ampla vantagem em muitas outras áreas.
Escócia (EPA)
Contagem de votos de plebiscito ocorreu durante a madrugada
Escócia (AP)
Celebrações foram realizadas em diversas cidades na Escócia com anúncio de resultados
Escócia (Getty)
Partidária da independência chora diante de resultado de plebiscito que rejeitou separação da Escócia
O plebiscito começou às 7h locais (3h de Brasília) de quinta-feira e durou 15 horas, terminando às 22h locais (18h de Brasília).
A votação transcorreu tranquilamente em boa parte do dia nas 5.579 seções eleitorais espalhadas por todo o território escocês.
Segundo a Comissão Eleitoral, responsável pela votação, as seções eleitorais permaneceram cheias durante o dia, mas não houve registro de longas filas.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

ENTENDA O PLEBISCITO SOBRE A INDEPENDÊNCIA DA ESCÓCIA

18/09/2014 00h00 - ATUALIZADA EM: 18/09/2014 00h04 - POR MARCELA BOURROUL E BARBARA BIGARELLI

POR QUE O PAÍS QUER SE SEPARAR DO REINO UNIDO E O QUE ELE TERÁ QUE RESOLVER CASO A POPULAÇÃO VOTE "SIM" PELA INDEPENDÊNCIA

Escoceses a favor do "sim" no último dia de campanha, em Glasgow (Foto: Getty Images)
ESCOCESES A FAVOR DO "SIM" NO ÚLTIMO DIA DE CAMPANHA, EM GLASGOW (FOTO: GETTY IMAGES)

Nesta quinta-feira (18/09), a Escócia decidirá se continuará parte do Reino Unido ou se será um país independente. A realização do plebiscito está definida desde 2012, quando o primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, entraram em um acordo para realizar a consulta à população.
O plebiscito já estava na pauta, mas a discussão esquentou mesmo quando o “sim” à independência começou a crescer nas pesquisas. No início de setembro, os votos contrários e a favor estavam tecnicamente empatados. A pesquisa mais recente mostra o “não” vencendo, mas por uma margem muito pequena.

O assunto parece um pouco distante para os brasileiros, mas caso a independência se confirme ela poderá ter um grande impacto na política e economia mundial. A começar pela configuração do Reino Unido e da União Europeia. Entenda o contexto do plebiscito e o que pode mudar.
Histórico
A história da Escócia com a Inglaterra não é das mais pacíficas. O território de 78 mil quilômetros quadrados, menor do que o estado de Santa Catarina, foi palco de várias guerras, parte delas contra os ingleses.
Em 1707, no entanto, os dois países uniram-se pelo Act of Union. O fato de fazer parte do Reino Unido não impediu que a Escócia mantivesse sua cultura particular. Em relação à política, os escoceses sempre tiveram uma tendência mais à esquerda do que os ingleses. Atualmente, no Parlamento britânico, dos 59 escoceses, apenas um é conservador.
Segundo a professora do departamento de Relações Internacionais da PUC-SP, Natália Maria Félix de Souza, a guinada neoliberal que Margareth Thatcher impôs ao Reino Unido na década de 1980 incomodou os escoceses, assim como o conservadorismo de Cameron, atual primeiro-ministro.
Isto é, a Escócia em geral é a favor de um Estado forte, de uma ampla rede de segurança social e contra a austeridade fiscal que boa parte da Europa adotou após a crise de 2008.
Faz alguns anos que o país está brigando por mais autonomia. Em 1997, por exemplo, ele conseguiu restituir um Parlamento independente, que havia sido extinto 300 anos antes. Apesar de ter ganhado mais independência para decidir sobre algumas questões, a parte fiscal ainda é centralizada pelo Parlamento britânico – ou seja, a decisão sobre onde e quanto gastar é do Reino Unido, não da Escócia.
Quem está na briga
Os porta-vozes que ficaram mais em evidência foram Alex Salmond, líder do Partido Nacional Escocês e defensor do “sim”, e Alistair Darling, político defensor do “não”. Eles se enfrentaram em debates transmitidos pela televisão.
O Reino Unido não deseja a separação. Em um comunicado assinado por três líderes políticos britânicos, incluindo David Cameron, dizia-se: “Há muitas coisas que nos dividem - mas há uma coisa sobre a qual concordamos: o Reino Unido é melhor com todos juntos”. 
Caso a independência seja a opção dos escoceses, Cameron pode deixar o cargo. Para alguns analistas, ele poderia se ver obrigado a renunciar. O primeiro-ministro garante que isso não acontecerá. "Meu nome não está na cédula. O que está na cédula de votação é se a Escócia quer ficar no Reino Unido ou a Escócia quer se separar do Reino Unido", afirmou.
Economia
A maior polêmica sobre a separação envolve dinheiro. Os pró-independência afirmam que seria possível a Escócia se manter com a receita do petróleo do Mar do Norte. Os ganhos deixariam de ser divididos entre o Reino Unido. Segundo matéria publicada no Financial Times, a Escócia poderia  figurar entre as 35 maiores exportadoras de petróleo e uísque, por exemplo, e criar um sistema financeiro mais saudável.
Os críticos, por outro lado, dizem que seria muito arriscado depender de apenas uma grande fonte de renda cujas reservas são finitas. Além disso, o mercado de petróleo não é exatamente estável e o preço do produto varia conforme o cenário econômico e político. O Tesouro Britânico estima ainda que o custo para a Escócia se separar seria de 1,5 bilhão de libras, gasto que envolve estabelecer um novo governo federal, serviços públicos nacionais, agências regulatórias e representações diplomáticas. Estima-se que o Reino Unido perca pouco mais de 9% do PIB com a saída da Escócia.
Outra polêmica é em relação à moeda. Salmond insiste em manter a libra, mas com a separação do Reino Unido não haveria mais uma união monetária. Ou seja, como manter a moeda sem controle sobre a política monetária? E em caso de crise? Outra possibilidade, também cercada de dúvidas, seria a adoção do euro. Mas ainda não se sabe como ficaria uma Escócia independente na União Europeia (veja abaixo). Por fim, há a proposta de criar uma moeda própria.
Por conta dessa insegurança, o mercado financeiro reagiu. A libra esterlina se desvalorizou e algumas empresas ameaçaram se mudar para a Inglaterra caso a população vote pela independência.
Questões diplomáticas
Nesse campo, há três principais questões, segundo Natália de Souza. A primeira delas é a situação da Escócia na União Europeia. Os escoceses se baseiam no artigo 48 do tratado europeu para dizer que seria possível negociar sua manutenção. Já quem se opõe à independência afirma que eles teriam que se candidatar e passar por um processo normal - e longo - de adesão. Essa questão está em aberto.
Outra dúvida é em relação aos armamentos nucleares britânicos. Quatro submarinos ficam estacionados em uma base naval escocesa e Salmond já avisou que caso a Escócia se torne independente não vai mais mantê-los em seu território. Isso significaria custo e tempo para a Inglaterra construir outra base marítima e transferir os equipamentos.
Por fim, há a questão das fronteiras. A Escócia é um país com a população envelhecida que tende a incentivar a imigração. Se o país for rapidamente aceito na União Europeia e passar a fazer parte do Acordo de Schengen (convenção que permite a livre circulação de pessoas, do qual o Reino Unido não faz parte), pode ser que se crie um conflito com a Inglaterra.
E então?
De acordo com Natália, ainda é tudo muito incerto em relação ao que acontecerá se a Escócia se tornar independente nesta quinta-feira. No entanto, o país sairá ganhando não importa o que aconteça. Isso porque, em uma tentativa de controlar o avanço do “sim”, políticos britânicos se comprometeram a abrir novas negociações para ampliar a autonomia da Escócia. Se o “não” ganhar, é possível que haja avanços nas negociações entre as duas partes.
Se o “sim” vencer, a Escócia não acordará na sexta-feira com a obrigação de responder a todas essas dúvidas que pairam sobre a independência. Há um período de transição de cerca de um ano e meio previsto para acomodar essa mudança. A independência seria oficialmente declarada em 24 de março de 2016.

Taxa de analfabetismo caiu no Brasil em 2013, diz IBGE

O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,taxa-de-analfabetismo-recua-aponta-ibge,1561862O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,taxa-de-analfabetismo-recua-aponta-ibge,1561862

Índice de analfabetos acima de 15 anos diminuiu de 8,7% em 2012 para 8,3% no ano passado

REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA BRASIL
18/09/2014 
A taxa de analfabetismo das pessoas acima de 15 anos no Brasil voltou a cair em 2013. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o país registrou cerca de 13 milhões de analfabetos nesta faixa etária no ano passado, o que corresponde a 8,3% da população. O resultado é 0,4 ponto percentual abaixo do registrado em 2012 (8,7%). A taxa de analfabetismo funcional, que reúne as pessoas com até quatro anos de estudo, também caiu, de 18,3% para 17,8%. A Pnad foi divulgada hoje (18) pelo IBGE.
Editora Globo (Foto: Editora Globo)
O resultado de 2012 manteve-se praticamente estável, com alta de 0,1 ponto percentual em relação a 2011, quando foi registrado 8,6% de analfabetos. Desde 2004, ano em que a abrangência da Pnad incluiu pela primeira vez as populações rurais de toda a Região Norte, houve queda de 3,2 pontos percentuais, de 11,5% para 8,3%. Em números absolutos, de 2012 para 2013 houve redução de 297,7 mil analfabetos no país.
De acordo com o IBGE, a maioria de analfabetos era mulheres, com 50,6%, realidade que se repete nas regiões Sudeste (56,2%), Sul (55,6%) e Centro-Oeste (50,5%). No Norte e no Nordeste, os homens representam a maioria dos analfabetos, com 53,2% e 52,1%. Apesar disso, a taxa de analfabetismo é superior entre os homens, com 8,6% contra 8,1% das mulheres. Na divisão por região e sexo, os homens nordestinos têm a taxa mais alta, de 18,2%, enquanto as mulheres da Região Sul têm a menor, de 3,9%.
Ao considerar a idade, a pesquisa mostra que pessoas com mais de 60 anos são mais frequentemente analfabetas que as mais jovens. Entre quem possui menos de 30 anos, a taxa de analfabetismo em 2013 chegou a 3%, enquanto na população com mais de 60, ela foi de 23,9% da população. Entre quem tinha de 40 a 59 anos, o analfabetismo atingia 9,2%.
Todos os grupos etários tiveram redução da taxa entre 2012 e 2013, e, com uma queda de 0,2 ponto percentual, a menor porcentagem registrada foi a dos jovens entre 15 e 19 anos, com 1%. Para Maria Lucia Vieira, gerente da pesquisa, a diferença na taxa de analfabetismo entre as idades se deve a uma dificuldade maior de atingir pessoas mais velhas com programas de alfabetização.
Regionalmente, o Nordeste continua a ser a região com a maior taxa de analfabetismo entre os maiores de 15 anos, mas foi também o local onde ela mais caiu, de 17,4% em 2012 para 16,6% em 2013. De acordo com a Pnad, mais da metade (53,6%) dos analfabetos do Brasil estão nos estados nordestinos.
Editora Globo (Foto: Editora Globo)

A PNAD é realizada desde 1967 e traz informações sobre população, migração, educação, trabalho, rendimento e domicílios para Brasil, grandes regiões, estados e regiões metropolitanas. Confira outros resultados:
Trabalho infantil
O Brasil registrou queda de 12,3% no número de trabalhadores entre 5 e 17 anos de idade entre 2012 e 2013. Restam 3,1 milhões de trabalhadores nesta faixa etária, após a saída de 438 mil crianças e adolescentes dessa condição. A maioria das crianças e dos adolescentes era do sexo masculino.
De acordo com a Pnad, os adolescentes de 14 a 17 anos de idade eram maioria (2,6 milhões) dos empregados menores. Cerca de 486 mil crianças de 5 a 13 anos estavam em situação de trabalho infantil, 15,5% dos ocupados de 5 a 17 anos de idade. Deste total, 58 mil tinham de 5 a 9 anos de idade, e 428 mil de 10 a 13 anos de idade.
Trabalhadores com carteira assinada
Em 2013, o número de empregados com Carteira de Trabalho assinada no setor privado cresceu 3,6% em relação a 2012. Eram 36,8 milhões de trabalhadores, 1,3 milhão a mais na comparação com o ano anterior. No levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 76,1% dos empregados do setor privado tinham emprego formal.
O aumento do emprego com carteira assinada no setor privado ocorreu em todas as regiões, sendo os maiores acréscimos registrados nas regiões Nordeste (6,8%) e Sul (5,3%).
Mais conectados
Entre os bens duráveis, a pesquisa mostra que o total de domicílios com computadores subiu de 46,4% para 49,5%, de 2012 para 2013. No Nordeste, as casas com esse equipamento cresceram 14%. Dos 32,2 milhões de domicílios brasileiros com computadores em 2013, 28% tinham acesso à internet.
A proporção de internautas cresceu de 49,2%, em 2012, para 50,1%, no ano seguinte. A pesquisa do IBGE indica que, em 2001, 12,6% das unidades residenciais tinham esses aparelhos e, em 2013, esse percentual evoluiu para quase metade dos domicílios. Já as moradias com computador ligado à internet aumentaram de 8,5% para 43,7%, na mesma comparação.
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/09/taxa-de-banalfabetismob-caiu-no-brasil-em-2013-diz-ibge.html

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Grã-Bretanha tem plano de contingência para separação da Escócia

"Fizemos um planejamento básico de contingência", declarou Griffith-Jones à Comissão de Finanças do Parlamento
09/09/2014 | 08:31 | 
O órgão regulador do mercado financeiro da Grã-Bretanha (FCA) disse nesta terça-feira (9) que elaborou um "planejamento básico de contingência", para o caso de os escoceses votarem este mês pela independência da Escócia.

Mas no caso de a Escócia se separar do Reino Unido, os parlamentares em Edimburgo terão de decidir como seu mercado financeiro será regulado, disse o presidente da Autoridade da Conduta Financeira, John Griffith-Jones.
"Fizemos um planejamento básico de contingência", declarou Griffith-Jones à Comissão de Finanças do Parlamento.
Faltando nove dias para o referendo sobre a independência da Escócia, as campanhas pró e contra estão disputando palmo a palmo o apoio dos eleitores, mas uma pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo instituto TNS mostrou um aumento no apoio à separação. Uma outra pesquisa publicada no domingo pelo Sunday Times posicionava pela primeira vez o campo pró-independência na frente.
Os planos da FCA incluem "certificar-se de que as linhas telefônicas estejam devidamente operadas para quando as pessoas ligarem ... certificar-nos de que temos uma posição quanto a que conselho seria apropriado dar no dia, quando os consumidores perguntam o que deveriam fazer", afirmou Griffith-Jones.
Entrar nos detalhes provavelmente "vai ser complicado", acrescentou.
http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?id=1497414

Elizabeth II pede que escoceses pensem 'cuidadosamente' sobre voto de independência

Monarca tem evitado fazer comentários públicos sobre o referendo, embora seja favorável à união do país ao Reino Unido

Rainha Elizabeth II visita ao set de filmagens da série de televisão 'Game of Thrones' em Belfast, na Irlanda do Norte
Rainha Elizabeth II visita ao set de filmagens da série de televisão 'Game of Thrones' em Belfast, na Irlanda do Norte(Phil Noble/Reuters/Reuters)

A rainha Elizabeth II quebrou seu silêncio em relação ao referendo da Escócia sobre a independência do Reino Unido, dizendo neste domingo que ela espera que escoceses pensem muito cuidadosamente sobre o futuro.
A monarca, que saiu de um culto pela manhã em uma igreja em Crathie, perto de sua propriedade na Escócia, respondeu a um comentário de um simpatizante.
"Eu espero que as pessoas pensem muito cuidadosamente sobre o futuro", afirmou o jornal The Times, relatando a fala da rainha.
Um voto pela independência na próxima quinta-feira poderia dividir o reino e, embora Elizabeth seja favorável à união, ela tem sido extremamente cuidadosa para evitar fazer comentários públicos sobre o referendo.
"Isso é totalmente imparcial e reforça o ponto de que este é um assunto para o povo da Escócia", disse uma fonte do Palácio de Buckingham.
"A rainha é constitucionalmente imparcial, acima da política e sempre disse que esta é uma questão para o povo da Escócia", disse a fonte.
Seja qual for o resultado da votação de quinta-feira, Elizabeth ainda poderia ser rainha da Escócia, uma vez que a maioria dos escoceses faz questão de mantê-la como chefe de Estado, mesmo que votem pela independência.
A mãe de Elizabeth era escocesa e ela passou a maior parte de sua infância lá. Sua irmã Margaret nasceu lá. O país também é o destino de verão favorito da rainha e de seu marido Philip.
(Com agência Reuters)
http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/rainha-pede-que-escoceses-pensem-cuidadosamente-sobre-voto-de-independencia