quinta-feira, 12 de junho de 2014

Aos 76 anos, Rei Juan Carlos da Espanha abdica do trono em favor do filho Felipe

Renúncia acontece em momento de desconfiança para a família real, envolvida em escândalos de corrupção; instituição já foi a mais prestigiada na Espanha

por Rafael Duque, do Opera Mundi publicado 02/06/2014 


Madri – O Rei Juan Carlos renunciou nesta segunda-feira (02) ao trono espanhol em favor de seu filho Felipe, o Príncipe de Astúrias. O rei, que tem 76 anos, informou sua decisão nesta manhã ao presidente do governo, Mariano Rajoy e, no começo da tarde, realizou um pronunciamento transmitido pelas rádios e televisões de todo o país.
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Rei Juan Carlos (esq.) abdicou do trono espanhol em favor de seu filho Felipe (dir.), príncipe de Astúrias
O rei revelou que pensava na ideia de renunciar ao trono desde janeiro deste ano, quando completou 76 anos. Para ele, “o Príncipe de Astúrias tem a maturidade e a determinação necessárias para assumir a chefia do Estado e abrir uma nova etapa” no país. Esta é a sétima abdicação ao trono na família real espanhola e a terceira renúncia em uma coroa europeia neste ano. Antes dele, a rainha Beatriz, da Holanda, e o rei Alberto 2º, da Bélgica, também passaram a coroa aos herdeiros.
O Príncipe de Astúrias - que esteve ontem em El Salvador para a posse do presidente Salvador Sánchez Cerén - assumirá o trono em um momento difícil para a família real espanhola. A instituição, que antes era a mais prestigiada entre os espanhóis, recebeu no último mês de maio uma nota de confiança de 3,72 (de 10 pontos possíveis). A nota é uma das menores já recebida pela coroa na história. A imagem da família real foi afetada pelo caso de corrupção que envolve Iñaki Urdangarin, genro do rei, acusado de tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
Em uma entrevista recente à emissora estatal TVE, Juan Carlos afirmou que não pretendia renunciar ao trono, mas que quando não fosse mais o rei, queria ser lembrado como “aquele que reuniu novamente a todos os espanhóis”, uma referência ao seu papel na redemocratização da Espanha após a ditadura de Francisco Franco.

Reações

Na manhã desta segunda, Rajoy surpreendeu a todos os espanhóis ao anunciar que “Sua Majestade, o rei Don Juan Carlos, acaba de comunicar-me sua decisão de abdicar. Espero que em um prazo muito breve, as Cortes espanholas possam proceder à nominação como rei do Príncipe de Astúrias”. O presidente do governo se refere assim ao processo de sucessão real que deve coroar o príncipe Felipe como rei Felipe VI da Espanha.
O líder da oposição, Alfredo Pérez de Rubalcaba, também divulgou um comunicado sobre a abdicação de Juan Carlos. Nele, o secretário-geral do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) afirmou que “a decisão do Rei de renunciar à chefia do Estado [...] é um dos acontecimentos políticos mais importantes que ocorreu em nosso país desde a recuperação da democracia”.

Já Pablo Iglesias, líder do partido Podemos, grande surpresa nas últimas eleições europeias, pediu a realização de um referendo. Segundo ele, “esta abdicação acelera a decomposição do regime político de 1978”.
http://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2014/06/aos-76-anos-rei-juan-carlos-da-espanha-abdica-do-trono-em-favor-do-filho-felipe-7472.html

quinta-feira, 5 de junho de 2014

A geografia de valores da UE

DOMINIQUE, MOISI, PROJECT SYNDICATE - O ESTADO DE S.PAULO
03 Junho 2014 | 02h 03

Europa deveria ter uma compreensão melhor do que representam os seus próprios ideais

Confrontada com a reafirmação da Rússia de sua tradição imperial e dos métodos e reflexos enganosos do passado soviético, como a Europa deveria reagir? Deveria dar prioridade ao "valor da geografia" ou à "geografia de valores"? Os que optam pela primeira o fazem em nome do "realismo energético" de curto prazo, argumentando que ele é vital para chegar a um acordo com a Rússia porque a Europa não dispõe do gás e de petróleo dos EUA. Segundo esse raciocínio, os americanos poderiam viver sem a Rússia, mas a Europa não.
Além disso, para os realistas, o comportamento desafiador dos EUA diante de seus antigos e mais fiéis aliados - refletido nos recentes escândalos de vigilância que implicam a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) - desacreditou a própria ideia de uma "comunidade de valores". Se os EUA não respeitam mais os valores que professam, por que a União Europeia deveria perder a boa vontade do Kremlin em nome de defendê-los?
Esses realistas alegam também que, ao alinhar as posições da UE com as da Otan, a Europa escolheu precipitadamente humilhar a Rússia - um curso de ação inútil e perigoso. Chegou o momento, segundo eles, de uma política que concilie senso comum histórico e geográfico com necessidade de energia. O futuro da Europa está inexoravelmente ligado ao da Rússia, enquanto os EUA viraram as costas para a Europa por desinteresse, se não por desilusão.
A comemoração de um passado glorioso - o 70.º aniversário do Dia D - não pode ocultar o presente diminuído: embora a Europa possa tentar diversificar seus recursos energéticos, ela não pode prescindir da Rússia no futuro previsível.
Por que, questionam os realistas, deveríamos morrer por ucranianos que são ainda mais corruptos e muito menos civilizados do que os próprios russos? A Ucrânia teve sua chance como Estado independente e fracassou, vítima da venalidade de suas elites políticas. É hora de fechar esse parêntese infeliz.
Essa visão não é teórica. Ela pode ser encontrada, sob vários disfarces, em toda a UE, na direita e na esquerda, e em todas as profissões. A percepção de relativo declínio americano e da crescente perda de confiança da Europa em seus valores e modelo parecem legitimar uma posição que é construída, em muitos casos, sobre os restos do velho antiamericanismo.
Valores. O outro caminho, que enfatiza a geografia de valores, foi o escolhido pelos fundadores do projeto europeu e da Otan. Segundo essa visão, o não reconhecimento das pretensões imperiais de Vladimir Putin aumentaria o risco de a Europa ficar presa em uma forma não benevolente de dependência.
Para a Europa, ouvir o canto de sereia do Leste - uma melodia de complementaridade entre o poder estratégico da Rússia e o poder econômico da UE - seria o equivalente a pagar proteção à máfia. Como poderia um clube de democracias ser inteiramente dependente, para sua segurança, de uma potência autoritária que abertamente despreza seus sistemas políticos "fracos"?
Não é mera coincidência que esse discurso russo contra democracia, imigrantes e a homossexualidade encontre respaldo entre os partidos mais conservadores, extremistas e nacionalistas da UE. Por contraste, a força e a atratividade do modelo da UE dependem de sua natureza democrática. Os europeus que pararam de sonhar com a Europa, que consideram que a paz, a reconciliação e, sobretudo, a liberdade, estão garantidas, não percebem o que está em jogo.
Adotar uma "raison d'état de energia" que deixa a Europa dependente da Rússia por cerca de um terço de seus recursos energéticos seria suicídio. Existem alternativas. A Europa pode dizer não ao Kremlin e à Gazprom. Basta que tenha vontade para isso.
A única política possível que pode ser ao mesmo tempo realista e digna consiste numa combinação de firmeza e determinação de estabelecer limites para a Rússia de Putin. É precisamente porque os EUA não são mais o que eram (tendo feito demais com George W. Bush e de menos com Barack Obama) que a aliança com base em valores da Europa é mais indispensável do que nunca.
Prioridade. São esses valores que levaram à queda do Muro de Berlim e motivaram os manifestantes em Kiev a enfrentar o brutal inverno ucraniano na Praça Maidan. Da Ásia à África, as pessoas parecem ter uma compreensão muito melhor que os europeus do significado dos valores europeus. Basta ouvi-las exaltando a paz, a reconciliação e mesmo a relativa igualdade do continente (em comparação com os EUA). Para a UE, a escolha nunca foi mais clara. Se quiser sobreviver e prosperar, ela terá de colocar a geografia de valores em primeiro lugar. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK
É CONSULTOR DO INSTITUTO FRANCÊS DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS (IFRI) E
PROFESSOR DO INSTITUTO DE ESTUDOS POLÍTICOS DE PARIS (SCIENCES PO)
http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,a-geografia-de-valores-da-ue-imp-,1504561

Político indiano diz que estupro 'às vezes é certo'


O ESTADO DE S. PAULO
05 Junho 2014 | 15h 36

Babulal Gaur, do partido do primeiro-ministro Narendra Modi, afirma que para ser crime, o estupro precisa ser denunciado na polícia

NOVA DÉLHI - Um político do partido do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, classificou o estupro como um crime social e afirmou que "às vezes isso (o crime) é correto, às vezes é errado". Babulal Gaur, ministro do Interior pelo Bharatiya Janata Party (BJP), acrescentou que o estupro só pode ser tratado como crime quando é informado à polícia.
"Esse é um crime social que depende do homem e da mulher. Às vezes é certo, às vezes é errado. Até que haja uma queixa, nada pode ser feito", disse o político. Na semana passada, duas primas, de 12 e 14 anos, foram estupradas e mortas enforcadas em Uttar Pradesh.
O BJP divulgou comunicado dizendo que as afirmações de Gaur não refletem a posição do partido, mas a opinião de um político. Modi, eleito como premiê em maio, não comentou o assunto ou a morte das duas meninas.

Líderes políticos de Uttar Pradesh foram criticados por não visitar a cena do crime e afirmarem que a imprensa estava exagerando ao reportar o caso.

O pai e o tio de uma das meninas disseram que tentaram denunciar o crime para a polícia local mas os policiais se negaram a registrar a ocorrência. Três policiais foram presos pelo crime e dois estão detidos acusados de serem cúmplices.
Um estupro é registrado a cada 21 minutos na Índia, mas políticos não conseguem aprovar uma lei que torne mais dura a pena para o crime - um sintoma da opressão de indianos em razão da divisão por castas.
As meninas estupradas e mortas em Uttar Pradesh eram da casta dalits. Os acusados pelo crime são da casta yadav - que está acima da dalits. / REUTERS

http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral

Um prefeito, dois prefeitos, nenhum prefeito

Humberto Dantas 

Cientista social, doutor em ciência política, professor do Insper e da FESP-SP, e colunista da Rádio Estadão.

  A política brasileira produz resultados divertidos. Em menos de dez dias, tivemos dois municípios paulistas que ficaram sem Prefeito nenhum… ou com Prefeitos demais. Primeiro foi Diadema. O Prefeito Lauro Michels (PV) viajou em férias com a esposa para a Europa. Até aí, tudo bem. Silvana Guarnieri, a vice-prefeita está em licença médica. Pela [...]

A política brasileira produz resultados divertidos. Em menos de dez dias, tivemos dois municípios paulistas que ficaram sem Prefeito nenhum… ou com Prefeitos demais.
Primeiro foi Diadema. O Prefeito Lauro Michels (PV) viajou em férias com a esposa para a Europa. Até aí, tudo bem. Silvana Guarnieri, a vice-prefeita está em licença médica. Pela Lei Orgânica do Município, quem deveria sentar na cadeira durante o afastamento do Prefeito era Manoel Eduardo Marinho (PT), o Maninho, presidente da Câmara Municipal. O problema é que Maninho não foi comunicado. O Prefeito publicou uma portaria designando o Secretário de Negócios Jurídicos para responder pelo expediente da Prefeitura durante sua ausência. Simples assim.
O caso foi rapidamente solucionado com a volta de Michels, que adiantou seu retorno e cancelou o restante das férias. No final de semana já estava curtindo a Virada Cultural no centro da cidade e acusando a oposição de tentar “tomar a cidade no tapetão”. Isso depois da tentativa de Maninho, na Justiça, para tentar assumir a Prefeitura. O Prefeito diz que se baseou em um artigo da Lei Orgânica de Diadema que permite sua ausência por até 15 dias. A oposição diz que o artigo 44 da mesma Lei obrigava o comunicado e indicação do Presidente da Câmara, na ausência da vice. Aliás, há um detalhe importante. Silvana Guarnieri, a vice, é pré-candidata a Deputada Federal. Assumir a cidade, tornaria-a inelegível. Pese ainda na avaliação do caso, o fato de que o PT governou Diadema em 6 das últimas 7 gestões da cidade e que a chegada de Michels e do PV ao poder representam um momento de ruptura na lógica do poder na região.
Depois foi a vez de Americana, também em São Paulo. O ex-Prefeito Diego Nadai (PSDB) e seu vice foram cassados por gastos irregulares na Campanha de 2012. Neste caso, a lógica prevaleceu num primeiro momento: o Presidente da Câmara, Vereador Paulo Chocolate (PSC) assumiu a cidade, até que uma nova eleição seja convocada. Até aí, tudo bem. O problema é o que ocorreu na sequência. O novo prefeito nomeou o ex-Prefeito como Secretário de Administração Municipal e o ex-Vice Prefeito como Secretário de Planejamento. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, Chocolate, aliado de Nadai, ainda celebrou dizendo que agora Americana “tem dois prefeitos”. Juntos, os três acusam a oposição de tentar “parar a cidade”.
Tanto o caso de Diadema quanto o de Americana já são notícias amplamente divulgadas e debatidas pela imprensa nacional. Já há muitas certezas em relação aos dois processos. A maior delas é de que a lógica político-partidária mais uma vez colocou-se acima de qualquer outra lógica mais benéfica para a gestão pública. O que queremos acrescentar agora são as dúvidas não respondidas: o agente político considera a influência desse tipo de ato na motivação do servidor público municipal? Quanta energia política e técnica se gasta neste tipo de processo, deixando para trás outros processos mais essenciais para a gestão da cidade? É fácil concluir que tudo isso se transforma em qualidade baixa na oferta de serviços públicos, pelo simples motivo de que não há tempo hábil para que os verdadeiros tomadores de decisão se preocupem e se ocupem simultaneamente com as discussões técnicas e políticas?
Não sejamos presunçosos como são os Prefeitos (ou ex-Prefeitos). Não tentemos responder imediatamente.
http://blogs.estadao.com.br/humberto-dantas/um-prefeito-dois-prefeitos-nenhum-prefeito/

domingo, 1 de junho de 2014

Ex-comandante guerrilheiro Salvador Cerén assume presidência de El Salvador

Sánchez Cerén, de 69 anos, recebeu a faixa presidencial deixada pelo presidente Mauricio Funes


Publicação: 01/06/2014 14:42 Atualização:
Sánchez Cerén é o quarto ex-guerrilheiro a chegar ao poder na América Latina ( AFP PHOTO/ Jose CABEZAS )
Sánchez Cerén é o quarto ex-guerrilheiro a chegar ao poder na América Latina

San Salvador - O ex-comandante guerrilheiro Salvador Sánchez Cerén assumiu neste domingo (1º/6) a presidência de El Salvador para um mandato de cinco anos, com o desafio de frear a criminalidade, conseguir crescimento da economia e combater a pobreza de 40% da população.
Sánchez Cerén, de 69 anos, recebeu a faixa presidencial deixada pelo presidente Mauricio Funes.
A cerimônia foi transmitida por rádio e televisão para os 6,2 milhões de habitantes.
Sánchez Cerén é o quarto ex-guerrilheiros a chegar ao poder na América Latina, depois do nicaragüense Daniel Ortega, do uruguaio José Mujica e da brasileira Dilma Rousseff.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2014/06/01/interna_mundo,430383/ex-comandante-guerrilheiro-salvador-ceren-assume-presidencia-de-el-salvador.shtml

Essa matéria pode ser trabalhada na 9º ano e também 3ª série do EM, com enfoques diferentes. Utilizando recursos cartográficos. Também pode ser trabalhada interdisciplinarmente com História e Filosofia.

EUA defendem sua decisão de trocar soldado por cinco talibãs afegãos

O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,acordo-com-taleban-liberta-unico-americano-preso-no-afeganistao,1503298Legisladores da oposição republicana criticaram violentamente a medida adotada para facilitar a libertação d sargento Bowe Bergdahl, capturado há quase cinco anos, afirmando que isso abre um precedente ruim e coloca em perigo os soldados americanos no Afeganistão
Publicação: 01/06/2014 13:44 Atualização: 01/06/2014 14:33

Washington - O governo de Barack Obama defendeu neste domingo (1º/6) sua decisão de permitir que cinco talibãs afegãos detidos na base de Guantánamo fossem transferidos para o Qatar em troca da libertação de um soldado americano no Afeganistão, alegando que a saúde do militar estava em risco.

Legisladores da oposição republicana criticaram violentamente a medida adotada para facilitar a libertação d sargento Bowe Bergdahl, capturado há quase cinco anos, afirmando que isso abre um precedente ruim e coloca em perigo os soldados americanos no Afeganistão.

Alguns assinalaram, inclusive, que o governo pode ter infringido a lei ao não notificar o Congresso 30 dias antes de que os detidos de Guantánamo seriam libertados e transferidos.

A assessora de segurança nacional de Obama, Susan Rice, justificou a decisão do Executivo ao afirmar que a saúde de Bergdahl estava se deteriorando e não restava outra opção senão libertar os afegãos para conseguir a volta do soldado de 28 anos para casa.

"Quando estamos em guerra com terroristas e os terroristas mantêm preso um americano, esse prisioneiro ou prisioneira continua sendo um militar americano e temos a obrigação de conseguir seu regresso", afirmou Rice à CNN.

"O fato de que foram talibãs que tornaram Bergdahl cativo não diminuía esta obrigação de trazê-lo de volta", acrescentou.

"Não negociamos com terroristas", afirmou, por sua vez, o secretário de Defesa Chuck Hagel, falando na base aérea de Bagram, no Afeganistão. "Bergdahl provavelmente viveu um inferno durante cinco anos", declarou à NBC.

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"O militar perdeu muito peso e estávamos muito preocupados. (...) Devíamos agir assim que se apresentasse a oportunidade", assinalou ainda Rice.

Quanto à notificação ao Congresso, a assessora comentou que extrema urgência em agir em função do estado de saúde do jovem soldado fez com que não se considerasse necessário ater-se a este requisito.

Esperar 30 dias pela resposta do Congresso "teria significado a possibilidade de perder a oportunidade de trazê-lo de volta são e salvo", enfatizou.

Rice negou-se a fornecer detalhes sobre as medidas de segurança acertadas com o Qatar, que mediou a troca, a respeito dos cinco talibãs afegãos, limitando-se a assinalar que seus movimentos e atividades serão restritos.

Após deixarem Guantánamo, os ex-líderes deverão permanecer por pelo menos um ano no Qatar.

O secretário de Defesa também disse esperar que a libertação do sargento Bergdahl permita uma "nova abertura" para negociações com o Talibã.

Hagel lembrou que os Estados Unidos iniciaram no passado negociações com os talibãs, que terminaram em 2012.

"Eles romperam as negociações, e desde então não temos nenhuma relação formal", disse ele.

"Então, talvez essa seja a oportunidade para uma nova abertura que possa levar a um acordo", acrescentou.

Os cinco ex-dirigentes do Talibã, considerados ainda influentes dentro da rebelião, foram libertados depois de uma troca com o sargento Bergdahl, capturado pelos rebeldes em 30 de junho de 2009 na província de Paktika (sudeste).

O soldado, que foi levado primeiramente para a base de Bagram, ao norte de Cabul, está em "bom estado de saúde" e já foi transferido para um hospital militar americano em Landstuhl, na Alemanha, segundo as autoridades americanas.

Imprescindível nesta negociação, o Qatar está comprometido há anos nos esforços de reconciliação entre rebeldes islâmicos e o governo em Cabul.

O líder supremo do Talibã afegão, o mulá Omar, saudou neste domingo a libertação dos cinco ex-líderes do regime talibã e agradeceu à colaboração do Qatar.

"Transmito os meus sinceros parabéns à nação muçulmana afegã, a todos os combatentes de Deus e às famílias e amigos dos prisioneiros por esta grande vitória", declarou o mulá Omar em um comunicado.

"Agradeço ao governo do Qatar, e particularmente ao xeque Tamim Bin Hamad Al Thani (emir do Qatar), por seus esforços para obter a libertação desses líderes (do Talibã), por meio de mediação e pela acolhida reservada aos cinco ex-prisioneiros de Guantánamo", acrescentou o chefe do Talibã.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2014/06/01/interna_mundo,430376/eua-defendem-sua-decisao-de-trocar-soldado-por-cinco-talibas-afegaos.shtml