quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Lei restabelece fusos horários do Acre e de parte do Amazonas

A partir do dia 10, área passará a ter duas horas - e não uma - a menos em relação a Brasília e o Brasil voltará a contar com quatro fusos

31 de outubro de 2013 
LUCI RIBEIRO - Agência Estado
Diário Oficial da União desta quinta-feira, 31, traz publicada a Lei 12.876, sancionada pela presidente Dilma Rousseff e que restabelece o fuso horário do Estado do Acre e de parte do Estado do Amazonas para duas horas a menos em relação ao horário de Brasília. Os fusos dessas duas regiões haviam sido alterados em 2008, pela Lei 11.662, que reduziu de duas para uma hora a diferença em relação a Brasília.
A partir do dia 10 de novembro, quando a nova lei entrará em vigor, o País volta a contar com quatro fusos horários. O primeiro fuso, caracterizado pela hora de Greenwich ''menos duas horas'', compreende o arquipélago Fernando de Noronha e a ilha de Trindade.
O segundo, caracterizado pela hora de Greenwich ''menos três horas'', compreende o Distrito Federal e os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Tocantins, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e Amapá.
Já o terceiro, que consiste na hora de Greenwich ''menos quatro horas'', abrange os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima, e a parte do Estado do Amazonas que fica a leste da linha que, partindo do município de Tabatinga, ainda no Amazonas, segue até o município de Porto Acre, no Estado do Acre.
O quarto fuso, restituído pela nova lei, é caracterizado pela hora de Greenwich ''menos cinco horas'' e se aplica ao Estado do Acre e à parte ocidental do Estado do Amazonas. 

sábado, 26 de outubro de 2013

Produtividade cresce nas fronteiras agrícolas

26/10/2013
O ano passado trouxe novidades para a agricultura. A produção de milho ultrapassou a de soja e a da safrinha (a segunda safra de milho) ficou acima da de verão.
É o que mostra o PAM (Produção Agrícola Municipal) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Boa parte da produção desses produtos foi influenciada pela adversidade climática em várias regiões. Mas os dados do instituto apontam um bom avanço na produção de grãos e de leguminosas fora das antigas áreas tradicionais, como Sul e Sudeste.
O importante é que o avanço vem não só em volume, mas também em produtividade. Esta acima, inclusive, das do Sul e do Sudeste.
Volume e produtividade já colocam há vários anos as cidades das novas fronteiras agrícolas como líderes nacionais em renda.
Em 2012, São Desidério recolocou o oeste baiano na liderança. O município teve renda de R$ 2,3 bilhões, se consolidando na produção de algodão, que atingiu 12% do volume nacional.
O município obteve R$ 1,4 bilhão só com o algodão no ano passado, valor que representou 17% de todo o nacional, que foi de R$ 8,1 bilhões, segundo informação do IBGE.
A agricultura brasileira utilizou 69,2 milhões de hectares nas 64 culturas acompanhadas pelo IBGE. O valor total dessas culturas subiu para R$ 204 bilhões, 4,3% mais do que em 2011.
O avanço da produtividade do Centro-Oeste em relação às do Sul e do Sudeste fica evidente não só em soja e milho, mas passa também por outros produtos como alho, tomate e batata.
A produtividade do algodão foi de 3.880 quilos por hectare no Centro-Oeste, mas ficou em 3.171 no Sul e Sudeste. No caso do milho, o Centro-Oeste colheu uma média de 5.852 quilos por hectare, 17% mais do que no Sul.
Essas produtividades podem ter variações de uma região para outra devido ao clima e problemas regionais, mas o avanço tecnológico nas novas fronteiras está colocando a agricultura brasileira em um novo patamar.
Outras culturas também apontam bom ganho de produtividade no Centro-Oeste. A média de produção do tomate é de 81 toneladas nessa região 26% mais do que no Sudeste. No caso da batata-inglesa, o ganho e de 10%.
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Concentração gera perigo em várias regiões do país
Os dados da produção agrícola por município do IBGE apontam um perigo para determinadas regiões do país. Alguns Estados estão concentrados em poucos produtos e um eventual desastre nessas culturas afetaria fortemente a economia da região.
Um problema na produção de soja, por exemplo, colocaria pelo menos nove Estados brasileiros em alerta, uma vez que a oleaginosa é a principal fonte de receitas do campo nessas regiões.
Alagoas também tem uma situação bastante delicada, pois 86% dos valores obtidos com a agricultura vêm da cana-de-açúcar, um produto que não tem gerado muita renda no campo.
Além de Alagoas, cinco outros Estados têm a cana como líder de receitas, enquanto outros quatro dependem da produção de mandioca para melhorar a renda dos produtores.
O café também traz uma situação de muita concentração. Espírito Santo tem 70% do valor da produção agrícola dependente do produto, que no momento é um dos que têm os mais baixos preços no campo. Minas Gerais lidera a produção nacional do café.

Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma mais de 35 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Mais de 2,6 milhões fogem de conflitos no leste do Congo

Campos de deslocados estão lotados; 4 em cada 5 assentamentos são informais e não recebem ajuda oficial da ONU

23 de outubro de 2013
Adriana Carranca - Enviada especial - O Estado de S.Paulo

Campo de Refugiados no Congo
Crianças enfrentam condições precárias no campo de BulengoAdriana Carranca/Estadão

GOMA, REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO - "Vita! Na vita", repete Muzima Rachel, de 35 anos. A palavra soa como vida, mas, em swahili, idioma falado na República Democrática do Congo, quer dizer guerra. Ela tentava explicar como a última determinou a primeira. "Guerra! Foi a guerra. Há dez anos eu fujo dos conflitos, mas eles me perseguem." O último matou o marido dela e, antes disso, o irmão.
O marido tinha 38 anos e era professor. Um dia, rebeldes do grupo Congresso Nacional para a Defesa do Povo (CNDP) atacaram Muesso, onde viviam já refugiados de outro conflito em Kivye. Os milicianos do CNDP trancaram as portas e janelas da única escola do vilarejo e queimaram todos vivos. Muzima estava grávida, por isso calcula que a tragédia ocorreu há três anos, idade do caçula.
Muzima escondeu-se na floresta com os filhos e, quando sentiu-se mais segura, eles caminharam numa mesma direção por três dias e três noites até Kitchanga. Lá, porém, "não havia ajuda humanitária". Partiram para Sake. Os confrontos, então, estouraram entre o governo congolês e o grupo rebelde M23, que atua na fronteira com Ruanda. Muzima voltava do campo, onde tinha ido buscar lenha, quando um bando cruzou. Foi estuprada não sabe dizer por quantos. Lembra-se apenas que "só o comandante usou camisinha".
Muzima fugiu de novo. Dessa vez, abrigou-se com as crianças em uma escola do campo de deslocados de Mugunga - lotado. Lá recebeu a notícia de que o irmão morrera com uma bala perdida em outro confronto. Ela arrumou as trouxas novamente e partiu, dessa vez levando os quatro filhos e os três sobrinhos, de entre 3 e 14 anos, que agora cria sozinha (a cunhada está em outro campo e não tem como cuidar dos filhos). Eles vivem no campo informal de Bulengo, na periferia miserável de Goma, no leste do Congo.
4 em cada 5 assentamentos são informais e não recebem ajuda oficial da ONUAdriana Carranca/Estadão
Nos últimos 12 meses, os conflitos deixaram mais de 100 mil deslocados na região, segundo a ONU. E o número deve aumentar com a volta dos combates entre o M23 e o governo congolês após o fracasso das negociações de paz que se desenrolavam desde agosto em Uganda.
A crise exacerbou um velho problema. No total, mais de 2,6 milhões de congoleses vivem em campos de deslocados - planícies vastas de palhoças erguidas sobre a lama. Com uma agravante: a ONU só pode operar nos campos "oficializados" pelo governo, o que leva tempo.
Na Província de Kivu do Norte, onde ocorre a maior parte dos conflitos, quatro em cada cinco campos são informais como Bulengo. Nele, vivem 60 mil pessoas, a maioria fugida dos embates deflagrados em dezembro entre governo e M23 - criado em 2012 por dissidentes do CNDP, responsável pela morte do marido de Muzima e de milhares de outros civis, mas integrado ao Exército do Congo em um frágil acordo, em 1999.
"A 'legalização' dos campos de deslocados tem componentes políticos e econômicos. Depende de quem é dono da terra e se ela está em território 'inimigo' (por exemplo, em uma região de maioria tutsi, etnia do governo de Ruanda, acusado de financiar a insurgência do M23)", disse ao Estado a funcionária de uma ONG que trabalha com deslocados.
Viver em um campo informal significa não saber quando se comerá ou alimentará os filhos, porque a ajuda não é regular. "Quando há distribuição, comemos. Quando não...", diz Muzima. "É nesses campos que a desnutrição se alastra e mata. No Congo, a maioria dos moradores sobrevive da agricultura familiar. Quando têm de fugir, deixam para trás a casa e essa forma de subsistência", diz a chefe de enfermagem Geneviève Dereerper, da Médicos Sem Fronteiras.
Mesmo nos campos reconhecidos pelo governo, a ajuda é escassa. Na semana passada, o Programa Mundial de Alimentos da ONU admitiu não ter os recursos necessários para dar assistência a um número cada vez maior de deslocados. Segundo a organização, pelo menos 6,4 milhões de congoleses precisam de comida e de ajuda emergencial - e não conseguem.
Muzima consegue alimentar as crianças embrenhando-se no mato para buscar lenha para vender ou fazendo bicos em lavouras alheias. Não ganha nada, apenas troca por comida, como se faz nos vilarejos, onde os aldeões trocam alimentos em mercados de escambo. Num início de tarde, ela voltava com a lenha quando foi surpreendida por um estranho e estuprada pela segunda vez. "Eu fujo da guerra, mas ela me persegue."



sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Cultura tem melhores salários e mais trabalhadores com curso superior

Paraná e Minas Gerais são os únicos Estados em que as mulheres trabalhando em cultura superam os homens

18 de outubro de 2013
Luciana Nunes Leal - O Estado de S.Paulo
Na comparação da cultura com todas as atividades econômicas, os trabalhadores são mais jovens, mais escolarizados, há mais presença de brancos e os salários em são maiores, principalmente entre no setor formal da economia. Em 2012, o salário médio dos empregados em atividades culturais era de R$ 1.553 mensais, 6% maior do que o salário médio de todos os trabalhadores do País, de R$ 1.460 mensais.
Se for levado em conta apenas os empregados do setor formal, com carteira assinada, a diferença era ainda maior, na comparação de dados referentes a 2010. Os empregados em atividades culturais ganharam R$ 2.144, 30% a mais que os R$ 1.650 mensais do total de trabalhadores formais.
Ao contrário do total das atividades econômicas, há mais brancos que negros e pardos empregados no setor cultural. Os homens são maioria no setor cultural (53% dos trabalhadores em cultura são do sexo masculino), mas não tanto quanto na economia total (57,6% dos trabalhadores em todos os setores são homens). A presença de pessoas de nível superior entre os trabalhadores da cultura é bem maior que no total das atividades econômicas. Na cultura, 20,8% dos empregados tem curso superior completo, proporção que cai para 14% entre o total de trabalhadores.
O Sudeste tem 4,5% do total de trabalhadores atuando no setor cultural - a maior proporção entre as regiões, seguido do Sul (3,9%).
A menor proporção é no Norte, com 2,7%. Entre sete Estados comparados no estudo, São Paulo tem o maior peso de pessoas trabalhando em cultura (5,1% do total de trabalhadores). Bahia tem o menor (2,6%).
Paraná e Minas Gerais são os únicos Estados em que as mulheres trabalhando em cultura superam os homens. No Paraná, 50,8% dos trabalhadores em cultura são do sexo feminino. Em Minas Gerais, 50,1%. Na Bahia, está a menor proporção: 40,4%.

domingo, 13 de outubro de 2013

Seca do semiárido nordestino é a pior dos últimos 30 anos

13/10/2013 - 18h29
A seca que afeta o Semiárido nordestino desde 2011 deixou metade dos 504 reservatórios monitorados pela Agência Nacional de Águas (ANA) com menos de 30% da capacidade de armazenamento de água. "Esta é a pior seca nos últimos 30 anos. Se não tivermos um período de chuvas de janeiro a maio em 2014, para recuperar os reservatórios, a situação ficará gravíssima", disse o superintendente de Regulação da ANA, Rodrigo Flecha Ferreira Alves.
Para garantir o abastecimento para as pessoas, a ANA restringe o uso da água para atividades produtivas como a irrigação e a piscicultura. A agência acompanha a situação 45 açudes e seis rios de domínio federal no Semiárido. Do total, em 16 açudes e três rios são obedecidas as regras da ANA, abrangendo 91 municípios e cerca de 1,9 milhão de pessoas.
A restrição de uso mais recente foi determinada na segunda-feira (7) para o Rio Piranhas-Açu, que corta a Paraíba e o Rio Grande do Norte, e para os açudes de Coremas e Mãe D'Água, ambos na Paraíba, que estão com 34% e 33% da capacidade de armazenamento de água, respectivamente.
Desde a semana passada, nas cidades de Coremas, Pombal, Cajazeirinhas, Paulista e São Bento, na Paraíba, e Jardim Piranhas e Jucurutu, no Rio Grande do Norte, a água só pode ser retirada do rio e dos açudes para qualquer atividade produtiva três vezes por semana das 2h às 11h. A recomendação da ANA é que não seja feita irrigação entre as 11h e as 17h, pois, nesse período, muita água é perdida por evaporação. A agência também alerta para que nenhum novo tipo de cultura seja iniciado neste momento devido à possibilidade de não haver água suficiente.
"A prioridade de uso dos açudes é para abastecimento humano e consumo animal. É muito importante que os agricultores implementem tecnologias de uso eficiente da água. Não se pode ter no semiárido irrigação por inundação", disse o superintendente. Segundo ele, a ANA monitora constantemente o nível da água para acompanhar o cumprimento das medidas.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil reconhece que 1.484 municípios nordestinos e do norte de Minas Gerais estão em situação de emergência por causa da estiagem, afetando 10,67 milhões de pessoas. De acordo com o Ministério da Integração Nacional, o governo federal investe mais de R$ 16 bilhões para reduzir os efeitos da seca e amenizar as perdas econômicas, por meio de ações emergenciais, obras estruturantes e linhas especiais de crédito.
Segundo o ministério, desde janeiro de 2012, o governo destinou R$ 916 milhões para a Operação Carro-Pipa. Sob a coordenação do Exército, foram contratados 5.809 carros-pipa para levar água a mais de 3,8 milhões de pessoas em 815 municípios. Ainda de acordo com a pasta, o Programa Água para Todos entregou 370 mil cisternas e a meta é construir mais 750 mil até 2014. Além disso, o programa prevê a implantação de sistemas simplificados de abastecimento de água para comunidades rurais de baixa renda.
O ministério informou que o Bolsa Estiagem é pago a mais de 1,1 mil pessoas em 1.378 municípios, com a transferência de mais de R$ 1 bilhão. O pagamento de R$ 80 é destinado a agricultores de baixa renda que vivem em cidades atingidas pela seca.

O meteorologista Mozar de Araújo Salvador, do Instituto Nacional de Meteorologia, explicou que a seca iniciada em 2011 ocorre por causa do Dipolo Positivo do Atlântico, fenômeno oceânico que interfere no clima do semiárido ao deslocar a formação de nuvens para o norte da Linha do Equador, aumentando a precipitação no Oceano Atlântico. Assim, as chuvas têm sido bem abaixo da média no Nordeste há três anos. Segundo ele, ainda é cedo para dizer se a região nordestina terá mais chuvas em 2014.


CICLONE

     



Os ciclones são fenômenos naturais que provocam ventos com velocidade superior a 200 quilômetros por hora, além de fortes chuvas, causando grandes transtornos por onde passa. São redemoinhos atmosféricos que giram em torno de um centro de baixa pressão, atingindo as regiões equatoriais e, principalmente, as tropicais.
A formação dos ciclones ocorre sobre as águas quentes dos oceanos. O aquecimento de uma determinada superfície origina um centro de baixa pressão atmosférica, proporcionando condições favoráveis para o desenvolvimento dos ciclones.
Dependendo da localização e de sua intensidade, o ciclone pode receber outras nomenclaturas, como furacão, tufão, tempestade tropical, tempestade ciclônica, depressão tropical ou simplesmente ciclone. Quando esse fenômeno ocorre no oceano Atlântico, por exemplo, ele é chamado de furacão; já no oceano Pacífico, o ciclone recebe o nome de tufão.

A movimentação da massa de nuvens e dos ventos de um ciclone varia conforme o Hemisfério onde o fenômeno se desenvolve: sentido horário no Hemisfério Sul e sentido anti-horário no Hemisfério Norte. Essa característica é determinada pela aceleração da força de Coriolis.

Conforme a velocidade que os ventos atingem, os ciclones se enquadram em diferentes categorias:
Categoria 1 (intensidade mínima): ventos entre 118 Km/h e 152 Km/h.
Categoria 2 (intensidade moderada): ventos entre 153 Km/h e 176 Km/h.
Categoria 3 (intensidade forte): ventos entre 177 Km/h e 208 Km/h.
Categoria 4 (intensidade extrema): ventos entre 209 Km/h e 248 Km/h.
Categoria 5 (intensidade catastrófica): ventos com velocidade superior a 249 Km/h.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola