quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Muro de Berlim em formato obra de arte


24.setembro.2012
Bruna Tiussu
No histórico Check Point Charlie, em Berlim, um novo muro. Agora, como obra de arte panorâmica, erguida em uma enorme estrutura circular de aço, com 60 metros de comprimento e 15 metros de altura. É da plataforma de observação, a quatro metros de altura, que o visitante vislumbra em 360 graus The Wall,  a imagem da capital alemã dividida, tal como fora durante 28 anos de sua trajetória.
The Wall’, retrato em 360 graus de um dia comum na época do muro de Berlim
Assinada pelo artista austro-iraniano Yadegar Asisi – o mesmo que construiu Pergamon – panorama de uma antiga metrópole, também em Berlim -, a obra retrata um dia de outono na cidade durante os anos 1980, contemplando o posto de fronteira e avançando pelo bairro de Kreuzberg. Há fachadas de casas em ruínas, crianças brincando e o corriqueiro patrulhamento de guardas na fronteira.
Obra panorâmica quando em processo de construção. Fotos: Tom Schulze/Divulgação
Muitas das cenas ali desenhadas – foram três anos e meio de trabalho – ganharam detalhes e elementos da própria experiência do autor, que lá viveu quando o muro era realidade. Sua intenção, conforme disse ontem, no lançamento da obra, era justamente mostrar como os habitantes simplesmente se adequavam às circunstâncias do momento, à vida na Berlim segregada.  A estrutura permanece montada no Check Ponit Charlie por pelo menos um ano.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A falsa crise diplomática entre Brasil e EUA

24/09/2012
 Raquel Landim

Os Estados Unidos estão acusando o Brasil de protecionismo. Em um furo de reportagem, o colega Jamil Chade, correspondente do Estadão em Genebra, revelou na semana passada que o representante comercial dos Estados Unidos, Ron Kirk, enviou uma dura carta ao ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota. Alguns trechos do documento: - “Escrevo para expressar em termos fortes e claros a preocupação dos Estados Unidos com os aumentos de tarifas de importação propostos e programados no Brasil e no Mercosul”. - “O aumento de tarifas no Brasil vai restringir significativamente o comércio em comparação aos níveis atuais e representa claramente uma medida protecionista.” - “As ações do Brasil prejudicam seus parceiros comerciais na região e no mundo. Historicamente, esse tipo de ação leva os parceiros a responder da mesma maneira, o que amplifica o impacto negativo” - “Peço ao Brasil para reconsiderar a implementação de novos aumentos de tarifa e para desistir daqueles que já foram aplicados”. Kirk se refere aos aumentos de tarifas de importação promovidos pelo governo Dilma Rousseff. No início do mês, o Brasil elevou as alíquotas cobradas de 100 produtos e anunciou que prepara uma lista de mais 100. São poucos itens em um universo de 10 mil posições tarifárias, mas representam produtos importantes, como aço e resinas plásticas, insumos para diferentes cadeias produtivas. Os termos da carta do alto funcionário dos EUA são considerados agressivos no meio diplomático e causaram indignação no Itamaraty, que respondeu à altura. Patriota apontou dois pontos que mostram que os americanos tem “telhado de vidro”. Primeiro, os EUA estão inudando os mercados com dinheiro barato para reanimar sua economia. Parte desses recursos migra para o Brasil e valoriza o câmbio. Segundo, os americanos subsidiam pesadamente sua agricultura. Os dois lados tem razão em reclamar, mas é preciso questionar porque decidiram “subir o tom” agora. Também há muitos motivos para acreditar que não vão passar disso – um exemplo típico de “cão que ladra não morde”. A avaliação dos especialistas é que essa troca de cartas não deve ter consequências práticas. “É uma falsa crise diplomática”, disse um experimentado lobista ao blog. Os Estados Unidos entraram na fase final da campanha presidencial. O democrata Barack Obama, que tenta a reeleição, é acusado pelo republicano Mitt Romney de ser tolerante com a concorrência externa. Para responder às críticas, o governo americano abriu processos contra China e Argentina na OMC e agora enviou essa carta agressiva ao Brasil. A medida brasileira é protecionista, mas não há base para questionamentos na OMC, porque o País elevou a maior parte das tarifas para 25%, abaixo do teto consolidado de 35%. O Itamaraty também não atravessa um bom momento junto ao Planalto. Nos bastidores, é frequentemente criticado por sua postura conciliadora. A presidente Dilma já deixou claro a interlocutores que não tem paciência para o jogo de cena dos itamaratecas e que prefere uma diplomacia de resultados. Se o Brasil realmente quisesse reagir às críticas, bastaria aplicar os mais de US$ 800 milhões de retaliação contra os EUA a que tem direito por ter vencido o painel do algodão. Como já mencionamos em post anterior, a Lei Agrícola (Farm Bill) americana expira no fim do mês. Seria a oportunidade perfeita para o Brasil rasgar o acordo que postergou a retaliação. Um experimentado negociador brasileiro disse ao blog que “dificilmente vai ser rompido um processo que já dura dois anos por causa de uma troca de cartas”. Para seguir em frente com a retaliação, o Brasil teria que desagradar sua indústria, que não quer ver subir os custos dos insumos que compra dos EUA. Brasil e Estados Unidos estão apenas jogando para a plateia. 

Na ONU, Dilma defende medidas cambiais e critica governo sírio


25 de setembro de 2012 

Dilma abriu os discursos dos governantes na assembleia da ONU. Foto: AFP
Dilma abriu os discursos dos governantes na assembleia da ONU
Foto: AFP
Em seu segundo discurso na abertura do debate geral das Nações Unidas, a presidente Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira as medidas adotadas recentemente pelo Brasil para proteger a economia nacional dos importados e da crise europeia, ao mesmo tempo em que criticou a política econômica dos países desenvolvidos e comentou outros temas importantes da problemática mundial, como a antiga luta brasileira pela reforma do Conselho de Segurança da ONU, o embargo a Cuba e a crise no Oriente Médio. Sobre este último tema, Dilma posicionou o Brasil contra o governo da Síria mas rejeitou a possibilidade de intervenção militar, apresentando uma defesa de multilateralismo e de uma solução negociada que estimulou palmas dos delegados reunidos na sede da ONU, em Nova York.
O discurso da presidente manteve o histórico brasileiro de buscar soluções negociadas para conflitos militares e de defesa do multilateralismo nos órgãos mundiais, descrita por observadores mais críticos como uma política "em cima do muro". Desde 1947 que o Brasil faz o discurso de abertura dos debates gerais da ONU, numa tradição informal devido ao seu papel preponderante na fundação do órgão global. Dilma, que tem demonstrado uma energia tecnocrática com medidas inovadoras, como a redução histórica da fórmula de rendimento da poupança para liberar mais recursos para investimentos produtivos, proferiu seu discurso com a oratória morna conhecida pelos habituais ouvintes de seus pronunciamentos.
A ocasião também não contou com a carga histórica do ano passado, quando a então recém-empossada presidente do Brasil foi a primeira mulher a realizar o discurso de abertura dos debates gerais da ONU. Um delegado da África que pediu anonimato, devido à natureza delicada do seu trabalho diplomático, disse que houve menos palmas ao discurso de Dilma este ano do que em 2011, mas a presidente seguiu definindo bem o espírito multilateral usualmente esperado do Brasil. Na imprensa americana, a fala de Dilma foi virtualmente ignorada, com o noticiário se concentrando no sóbrio discurso do secretário-geral, Ban Ki-moon, que falou antes de Dilma, e na fala do presidente Barack Obama na Assembleia Geral e na conferência Clinton Global Initiative, organizada pelo ex-presidente Bill Clinton.
A situação econômica este ano - em que o Brasil já lançou várias medidas para combater a crise de confiança iniciada com o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, no meio do ano passado, e que, por sua vez, alimentou o aprofundamento da atual crise europeia -, foi um tema importante na fala da presidente. Dilma voltou a defender as medidas adotadas pelo Brasil para conter a entrada de produtos importados, como intervenções cambiais para reduzir a cotação do real perante o dólar. "Não podemos aceitar que iniciativas legítimas de defesa comercial por parte dos países em desenvolvimento sejam injustamente classificadas como protecionismo", disse Dilma, urgindo uma coordenação maior de organismos internacionais como o G20, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial para "reconfigurar a relação entre política fiscal e monetária", argumentando que o Brasil, segundo ela, sabe por experiência própria a impossibilidade de diminuir o endividamento soberano durante uma recessão.
"Meu País tem feito a sua parte", afirmou a presidente, alegando que o Brasil encontrou o equilíbrio entre austeridade fiscal e medidas de estímulo ao crescimento econômico, como os cortes recentes nas tarifas de energia para reduzir os custos de produção. "A história revela que a austeridade, quando exagerada e isolada do crescimento, derrota a si mesma", disse ela, numa possível referência ao problema enfrentado por países da periferia da Europa como a Grécia.
Oriente Médio 
Fazendo referência a "ressentimentos históricos" criados pelo período colonial e pelas intervenções pós-coloniais, Dilma apontou também a falta de oportunidades econômicas e democráticas de alguns países do Oriente Médio como um dos fatores por trás de levantes sangrentos como o da Síria. "Recai sobre o governo de Damasco a maior parte da responsabilidade pelo ciclo de violência ... mas sabemos também da responsabilidade das oposições armadas, especialmente daquelas que contam com apoio militar e logístico estrangeiro", afirmou a presidente, sem explicar quem são esses estrangeiros. Ela então lançou um apelo para as partes beligerantes abandonarem as armas e participarem das tentativas de negociação patrocinada pelo Representante Especial da ONU e a Liga Árabe.

Mostrando a posição ligeiramente antagônica do Brasil em relação aos EUA, Dilma falou primeiro contra o que descreveu como uma escalada de preconceito contra muçulmanos em países ocidentais, antes de citar o recente assassinato do embaixador americano na Líbia, afirmando que "com a mesma veemência repudiamos os atos de terrorismo" contra a representação americana. A onda de protestos e o filme de má qualidade que serviu de estopim para a fúria dos muçulmanos não foram citados, diferentemente do discurso de Obama, logo depois, que criticou diretamente o longa A Inocência dos Muçulmanos.
Após citar o que considera como conquistas da conferência de desenvolvimento da ONU realizada no meio do ano, a Rio+20, e também defender reformas no Conselho de Segurança (velha demanda brasileira) para incrementar o multilateralismo nos órgãos mundiais, Dilma pediu o fim do embargo econômico a Cuba, afirmando que o país "tem avançado na atualização de seu modelo econômico" mas que precisa da ajuda de parceiros "próximos e distantes" para progredir, bem como o fim do embargo. Para Dilma, "é chegada a hora de por um fim a esse anacronismo, condenado pela imensa maioria dos países das Nações Unidas".

sábado, 22 de setembro de 2012

Desigualdade cai com renda mais alta de pobres

22/09/2012
DO RIO
Com o crescimento mais acelerado da renda dos mais pobres, o Brasil experimentou queda da desigualdade entre 2009 e 2011 em quase todas as partes do país. A exceção é a região Norte.

No período, o rendimento dos 10% de trabalhadores com menores remunerações subiu 29,2%, ritmo bem mais intenso do que a média (8,3%), segundo o IBGE.
Tal diferença na evolução dos rendimentos de mais pobres e mais ricos fez o índice de Gini recuar --de 0,518 em 2009 para 0,501 em 2011. Quanto mais próximo de zero o indicador, mais igualitária é a distribuição da renda.
Somente no Norte os menores rendimentos não avançaram mais, o que explica o aumento do índice de Gini naquela região -de 0,488 em 2009 para 0,496 em 2011.
Um dos fatores que explicam a melhora da distribuição de renda no país é o aumento real do salário mínimo, que corrige mais os rendimentos mais baixos, segundo Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad. Pelos dados do IBGE, o rendimento médio do trabalhador brasileiro em 2011 foi estimado em R$ 1.345. Já a taxa de desemprego cedeu de 8,7% em 2009 para 6,7% em 2011.
A taxa recuou graças a uma combinação do crescimento da oferta de vagas (a ocupação cresceu 1,1%) com a menor procura por trabalho (a desocupação caiu 19,3%).
Entre as regiões, o Centro-Oeste apresentou a maior renda média dos trabalhadores em 2011 --R$ 1.645, alta de 10,5% frente a 2009.
A região tinha a segunda pior distribuição de renda, atrás apenas do Nordeste -onde o rendimento subiu 10,7%, o maior avanço de 2009 a 2011.
A renda dos trabalhadores do Sudeste foi a segunda maior: R$ 1.522, com expansão de 7,8% ante 2009. Depois do Sul, o Sudeste obteve a melhor distribuição de renda.
MULHERES
O dados mostram que a mulher continua ganhando menos que os homens no país. Em 2011, o rendimento delas foi 70,4% do deles.
A diferença aumentou em relação a 2009, quando a relação era de 67,1%. (PEDRO SOARES E LUCAS VETTORAZZO)
Editoria de Arte/Folhapress
Editoria de Arte/Folhapress
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1157706-desigualdade-cai-com-renda-mais-alta-de-pobres.shtml

Ministro paquistanês oferece US$ 100 mil pela morte de autor de filme anti-islã

22/09/2012
DA BBC BRASIL


Ministro de Ferrovias paquistanês, Ghulam Ahmed Bilour, ofereceu uma recompensa de US$ 100 mil (cerca de R$ 200 mil) neste sábado pela morte do cineasta responsável pelo filme americano "Inocência de Muçulmanos", que vem provocando uma onda de protestos em diversos países por ser considerado ofensivo ao profeta Maomé.
Bilour disse que vai pagar a recompensa de seu próprio bolso. "Eu vou pagar US$ 100 mil a quem matar o realizador desse vídeo", disse o ministro. "Se alguém fizer outro material blasfemo parecido no futuro, eu também vou pagar US$ 100 mil para seus assassinos."
Ele convidou membros do Talebã e da Al-Qaeda a participarem do que chamou de "obrigação sagrada".

Narinder Nanu - 19.mai.2011/France Presse

Ghulam Ahmed Bilour, ministro paquistanês que ofereceu US$ 100 mil pela morte do autor do filme anti-islâmico
Ghulam Ahmed Bilour, ministro paquistanês que ofereceu US$ 100 mil pela morte do autor do filme anti-islâmico


"Eu digo a esses países: Sim, a liberdade de expressão está lá, mas vocês deveriam criar leis para pessoas que insultam nosso profeta. E se vocês não o fizerem, então o futuro será extremamente perigoso", disse.
A direção do partido do ministro, o ANP, disse à BBC que suas declarações revelam uma opinião pessoal, não uma política do partido, mas que o partido não tomará nenhuma medida contra Bilour.
Apesar de toda a polêmica, ainda não se conhece a origem exata do filme "Inocência de Muçulmanos". O suposto produtor do filme, Nakoula Basseley Nakoula, permanece escondido.
Desde que um trailer dublado em árabe foi divulgado na internet, há quase duas semanas, uma onda de protestos contra os Estados Unidos se espalhou por diversos países muçulmanos.
IRA PAQUISTANESA
O Paquistão é um dos países onde as manifestações têm sido mais violentas. Na sexta (21), mais de 20 pessoas morreram e cerca de 200 ficaram feridas em protestos contra o filme em diversas cidades do país.
O governo americano tem recomendado a seus cidadãos que evitem viajar para o Paquistão.
A Embaixada americana no país pagou por anúncios na TV paquistanesa mostrando o presidente Barack Obama e a secretária de Estado, Hillary Clinton, condenando o filme.
Neste sábado, uma manifestação pacífica percorreu as ruas de Islamabad, capital do país. Os manifestantes se reuniram em frente ao Parlamento e entoaram slogans contra o filme, pedindo punição aos realizadores.
OUTROS PAÍSES
Diversos outros países também registraram protestos neste sábado. Na capital de Bangladesh, Daca, diversas pessoas ficaram feridas em confrontos entre centenas de manifestantes e a polícia.
Na Nigéria, dezenas de milhares de muçulmanos marcharam na cidade de Kano, no norte do país, em protesto. Os manifestantes gritavam "Morte à América, morte à Israel e morte aos inimigos do Islã" e arrastaram bandeiras dos EUA e de Israel na lama.
Os EUA são o alvo principal dos protestos, mas a França também está em alerta depois que uma revista satírica francesa publicou nesta semana caricaturas do profeta Maomé. Ontem, o país fechou embaixadas e missões diplomáticas em cerca de 20 países muçulmanos.

sábado, 15 de setembro de 2012

Um terço das famílias brasileiras vive em moradias em ruas não asfaltadas


Pela primeira vez a Pesquisa de Orçamentos Familiares, voltada para o estudo das despesas familiares, analisou domicílios: 31,1% estão em ruas sem asfalto e em 7,2% falta água encanada

14 de setembro de 2012

Daniela Amorim e Vinicius Neder, da Agência Estado

RIO - Quase um terço das famílias brasileiras vive em moradias localizadas em ruas não asfaltadas. Segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 31,1% das famílias estão nessa situação. Além disso, 31,8% das moradias estão perto de "estradas com grande circulação de veículos".


Foi a primeira vez que a POF, geralmente voltada para o estudo das despesas familiares, analisou informações sobre as características dos domicílios e seu entorno. A análise também revelou que 7,2% dos domicílios não têm água encanada, 8,9% estão perto de esgoto a céu aberto e 3,2%, nas proximidades de lixões ou depósitos de lixo. Além disso, 10,3% ficam em locais por onde passam fios de alta tensão e 4,7%, perto de ferrovias em uso.



Segundo técnicos do IBGE, a decisão de investigar as condições de moradia vem da demanda por informações sobre qualidade de vida das famílias. "Essas demandas surgem em função de mudanças no desenvolvimento econômico do País", disse Edilson Nascimento da Silva, gerente da POF, completando que o uso da energia é um tema cada vez mais discutido.



As informações sobre as condições de moradia apontam para os gastos com energia. No total de domicílios com água encanada, 75,3% têm alguma fonte de aquecimento, sendo que a energia elétrica aquece a água em 70,9% das moradias com água encanada. O aquecimento a gás responde está em apenas 4,2% desses domicílios. O aquecimento solar, menos poluente, é utilizado em 0,6% das moradias, atrás até da lenha, usada em 1,2% dos domicílios com água encanada.



O IBGE destacou ainda as diferenças entre as zonas urbana e rural. No campo, "37,3% dos domicílios com água encana não tinham aquecimento", diz o relatório da POF 2008-2009. Além disso, nas moradias localizadas nas zonas rurais, lenha a carvão são a segunda principal fonte de aquecimento, presente em 5,2% dos domicílios com água encanada.



A POF 2008-2009 também analisou a coleta de lixo, coletado diretamente em 80,7% das moradias - mas ainda queimado ou enterrado em 10,2% dos domicílios. Além disso, em 29,7% dos domicílios o lixo é separado em material biodegradável e reciclável, mas, nas moradias que separam os resíduos, apenas 40% o fazem para atender a coleta seletiva oficial. Ou seja, a maior parte do lixo separado pode não ter a reciclagem como destino.



A coleta seletiva é mais difundida no Sul, onde 59,9% dos domicílios separam o lixo e 55,6% dos que o fazem seguem a coleta seletiva oficial. No Norte, apenas 6,6% das moradias separam o lixo, enquanto no Nordeste, o porcentual é de 11,9%. No Sudeste, a separação do lixo é feita em 36,2% das casas e, no Centro-Oeste, em 12,6%. Outros estudos do IBGE já haviam apontado que, está na região Sul a maioria dos municípios onde as companhias de lixo fazem coleta seletiva.
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia%20brasil,um-terco-das-familias-brasileiras-vive-em-moradias-em-ruas-nao-asfaltadas,126755,0.htm

'Estado’ e Geekie lançam simulado do Enem online com boletim personalizado


Inscrições gratuitas estão abertas até 5 de outubro e provas serão aplicadas nos dias 6 e 7; aluno saberá quais são seus pontos fracos

15 de setembro de 2012

Carlos Lordelo e Luís Lima, Especial para o Estadão.edu
Nos dias 6 e 7 de outubro, na reta final de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio, estudantes de todo o País terão um aliado inovador: o “Pré-Enem”, simulado gratuito online com questões inéditas que entregará boletins personalizados indicando temas que o candidato deve revisar para melhorar o desempenho. O serviço é resultado de uma parceria entre o Estado e a Geekie, startup de tecnologia aplicada à educação. As inscrições já podem ser feitas pelo site www.geekie-estadao.com.br, até 5 de outubro.
O exame, criado por professores de ensino médio e de cursinhos, seguirá a metodologia da Teoria da Resposta ao Item (TRI), a mesma do Enem, que dá pesos diferentes a questões segundo seu grau de dificuldade. Assim, o candidato poderá estimar seu nível de preparo no mesmo padrão do exame oficial (veja infográfico abaixo).
O aluno terá acesso ao Simulado 2012 Geekie+Estadão no mesmo site da inscrição nos dias 6 e 7, um fim de semana. O estudante pode escolher o horário em que vai iniciar a prova. O acesso estará liberado das 6 horas às 23h59, nos dois dias. O aluno terá quatro horas e meia para fazer o exame, sem interrupções.
No sábado serão 90 questões de Ciências Humanas e de Ciências da Natureza e, no domingo, mais 90 itens, de Linguagens e Códigos e de matemática. Não haverá prova de redação.
Equipe
“A ideia é oferecer ao maior número de pessoas a chance de ter a melhor preparação para o Enem a partir da análise de seus resultados”, diz o cofundador da Geekie Claudio Sassaki, de 38 anos. A startup, criada no fim de 2011, tem 25 funcionários, a maioria na casa dos 20 anos. Alguns deles vieram de companhias como Goldman Sachs – Sassaki foi vice-presidente para o Brasil de investment banking –, Facebook e O2, produtora do cineasta Fernando Meirelles.
Os nove engenheiros da equipe técnica se formaram no Instituto Tecnológico de Aeronáutica. O time tem 67 medalhas e 11 menções honrosas em olimpíadas de matemática, física, química e informática no Brasil e no exterior e 3 láureas no ITA.
Uma das ferramentas mais úteis do Simulado 2012 Geekie+Estadão é o relatório de desempenho. Quatro dias depois da prova, o participante vai conferir online o número de acertos e sua pontuação em cada área de conhecimento e disciplina. Ele saberá sua classificação em relação aos outros inscritos no simulado e o que precisa estudar para chegar afiado ao Enem, em 3 e 4 de novembro.
“Vamos mostrar que caminho cada um deve seguir para atingir o objetivo de entrar na faculdade”, diz Eduardo Bontempo, de 29, sócio-fundador da Geekie. Na inscrição, o candidato pode apontar a carreira que pretende seguir. O relatório vai indicar se a pontuação do candidato seria suficiente para garantir vaga nas universidades federais de sua preferência – a Geekie montou um banco de dados com notas de corte do Enem.
Para Heliton Tavares, pesquisador da TRI e ex-diretor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo Enem, as questões desenvolvidas pela Geekie “estão bem focadas” no exame real. “Eles trabalham para que os itens discriminem os candidatos e tenham nível de dificuldade cada vez mais próximo ao grau de proficiência do aluno.”
Diferenciais
Boletim personalizado
Cada participante receberá um relatório que destaca os pontos fortes e fracos nas quatro áreas do conhecimento da prova. O boletim também indicará os temas que devem ser revisados

Ranking
O aluno poderá comparar seu desempenho ao dos outros participantes do simulado

Correção pela TRI
A prova usará o modelo do Enem, com questões fáceis, médias e difíceis testadas previamente, seguindo os parâmetros da Teoria da Resposta ao Item

Questões inéditas
Elas foram criadas com exclusividade por professores especializados na preparação para o Enem

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Pesquisa cria índice global de saúde dos mares

DO "NEW YORK TIMES"
16/08/2012


Um grupo de cientistas acaba de produzir o primeiro índice global de saúde dos oceanos, uma ferramenta que deve ajudar a avaliar o estado dos mares da Terra.
O índice leva em conta os principais fatores que influenciam a qualidade dos ecossistemas marinhos e das atividades econômicas que dependem deles: a viabilidade da pesca, a presença de biodiversidade, a capacidade dos mares de estocar gases do efeito estufa e o turismo, entre outros quesitos.
Cada um dos dez fatores recebe uma "nota" de 0 a 100, que depois é ponderada para chegar a uma nota da saúde geral do mar em cada região do planeta.
A pesquisa, publicada na revista científica britânica "Nature", deu uma pontuação de 60 à média da saúde dos mares do planeta. Entre as regiões, a nota mais baixa, 36, foi para Serra Leoa, no oeste da África. A mais alta foi 86, para a ilha Jarvis (desabitada), perto do Havaí. O Brasil, com uma nota geral de 62, se saiu ligeiramente melhor que a média dos países.
Editoria de Arte/folhapress
"Não dá para fazer o manejo sustentável da saúde do oceano sem ter uma ferramenta para medi-lo", explica Ben Halpern, diretor do Centro de Avaliação e Planejamento Marinho da Universidade da Califórnia em Santa Barbara e um dos líderes do projeto. Para ele, o índice dá às populações que exploram os oceanos uma ideia de como suas práticas afetam os recursos marinhos dos quais dependem para viver.
Segundo Halpern, a "nota" geral de 60 indica que, embora muita coisa precise ser melhorada, "há coisas boas acontecendo" em termos de conservação marinha.
A maioria das regiões marinhas estudadas pelo projeto ficam em águas a uma distância máxima de 350 km da costa de cada país, as chamadas zonas econômicas exclusivas nacionais, sobre as quais cada país tem direitos de exclusividade de exploração.
No geral, países em desenvolvimento tiraram notas mais baixas, enquanto as nações mais ricas tinham pontuação mais elevada. Há, porém, exceções: países pobres como Seychelles e Suriname tinham pontuação alta, contra notas baixas da Polônia e de Cingapura.

sábado, 8 de setembro de 2012

Cidade é repartida em pedaços para que parlamentares façam campanha


Em época de eleição, áreas são loteadas para que ‘dono do pedaço’ possa fazer propaganda política sem concorrência

08 de setembro de 2012 
Diego Zanchetta e Fernando Gallo, de O Estado de S.Paulo
Dominar um território específico da cidade é essencial para quem busca uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo. Com o apoio de associações de moradores, igrejas e escolas de samba, entre outros grupos organizados, parlamentares paulistanos construíram "feudos" onde nenhum adversário ousa fazer campanha. Não à toa, a disputa no município acaba ganhando ares de uma eleição distrital. É assim em bairros do extremo sul, onde dois parlamentares chegam a ter um pacto de respeito aos "limites" territoriais, apesar da notória inimizade.



Antonio Goulart (PSD) sabe que não pode fazer campanha na Avenida M’Boi Mirim, dominada por Milton Leite (DEM), que também não pede votos na área norte da Capela do Socorro. Mais abaixo, quem manda é Arselino Tatto (PT) e seus irmãos deputados. A área é apelidada, inclusive, de Tattolândia.
Milton Leite ainda mantém acordo de divisão territorial com o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR), ex-presidente da Câmara cuja área de influência é o Campo Limpo. "O Milton fica no Jardim São Luís, e eu pego essa área do Campo Limpo", diz Carlinhos, como é conhecido. Os dois são aliados há três legislaturas.
Carlinhos, por sua vez, procura não adentrar no território do Capão Redondo dominado pelo vereador Antonio Donato, presidente do PT municipal e com forte influência sobre líderes católicos da região. "Em São Paulo, quem esquece a comunidade e fica só no plenário dança nas urnas", resume.
Do outro lado da cidade, em Guaianases, na zona leste, poucos candidatos ousam fazer campanha nos bairros dominados pelo vereador Senival Moura (PT). Ligado a uma cooperativa com 1.500 perueiros, o petista conta com o apoio de líderes comunitários, diretores de creches e times de futebol de várzea. "Vou fazer uma campanha neutra. Me falaram para ter cuidado por aqui", diz Armandinho Ferreiro, candidato pelo PMDB e morador na região onde Senival mantém forte influência.
Na Vila Maria, zona norte, dificilmente alguém se arrisca a tentar pedir votos em entidades, igrejas ou nos Clubes Escolas da Prefeitura. Faz três décadas que o vereador "oficial" do bairro é Wadih Mutran (PP), dono de 16 ambulâncias que levam e buscam moradores em hospitais e prontos-socorros da região. Hoje, ele é o decano da Câmara.
Até os vereadores chamados "classe média", aqueles com apoio disperso por toda a cidade - que obtém os votos de opinião - acabam adotando o trabalho regional como prioridade do mandato.
José Police Neto (PSD), atual presidente do Legislativo municipal e com reconhecido trânsito em bairros como Vila Mariana e Moema, na zona sul, conquistou 20% de seus votos em 2008 em Perus, uma das regiões mais pobres da zona norte. No mandato, concentrou trabalho para levar iluminação e asfalto a uma das partes mais carentes do bairro, quase no limite com o município de Caieiras, na região metropolitana.
"Ninguém nunca se preocupou com a gente, muita gente votava em Caieiras e por isso nenhum vereador nos ajudava. O único que conseguiu trazer asfalto pra cá foi o Police", diz Amanda Castanho de Oliveira, 44 anos, moradora de Perus.
Nem bandeiras politicamente corretas, como o esporte ou a defesa dos animais, são garantias de consagração nas urnas se o vereador não tiver uma base sólida em algum bairro. Com trabalho voltado para evitar o abandono de cães e gatos, o vereador Roberto Tripoli (PV) mantém forte reduto em Pinheiros, zona oeste, onde mantém uma rede de contatos com comerciantes e associações de moradores. O judoca campeão olímpico Aurélio Miguel (PR) montou base regional na Vila Sônia, bairro de classe média na zona sul. O parlamentar encampou a defesa de moradores que são contrários ao projeto do monotrilho e hoje conta com uma rede de apoios na região que inclui paróquias católicas e centenas de lojistas.
http://www.estadao.com.br/noticias/politica,cidade-e-repartida-em-pedacos-para-que-parlamentares-facam-campanha,927730,0.htm

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Menina acusada de blasfêmia é solta sob fiança no Paquistão

07/09/2012

Rimsha é acusada de queimar textos sagrados do Corão.
Advogado afirma que garota ainda pode ser atacada por radicais.


Do G1, com agências internacionais


Um tribunal de Islamabad decidiu libertar sob fiança nesta sexta-feira (7) a menina cristã paquistanesa Rimsha Masih, de cerca de 14 anos, presa há três semanas após ser acusada de queimar textos do Corão.
O advogado da menina declarou aos jornalistas que tanto ela como sua família seguem sob séria ameaça de serem atacados por fundamentalistas radicais após a libertação, que será concedida após o pagamento de 500 mil rúpias (quase R$ 11 mil).
O presidente da Liga Ecumênica do Paquistão, Sajid Ishaq, disse que, uma vez que se dite formalmente a saída da prisão da menina, a prioridade é sua segurança.
Ishaq se mostrou confiante de que as autoridades, que ontem constituíram um comitê de alto nível para acompanhar o caso, proporcionarão "a máxima segurança" a Rimsha e a seus familiares.
Sobre o pagamento da fiança, cuja quantia não pode ser arcada pela família, Ishaq declarou que "há várias organizações que já se mostraram dispostas a colaborar, portanto não será um problema".
Casa da garota Rimsha é vista em 22 de agosto em Islamabad, capital do Paquistão (Foto: AFP)
Casa da garota Rimsha é vista em 22 de agosto em Islamabad, capital do Paquistão (Foto: AFP)

Rimsha Masih foi detida no último dia 16 de agosto em sua casa do subúrbio de Mehrabadi, em Islamabad, após ser acusada por um vizinho de ter queimado, sem saber segundo seu próprio depoimento, páginas do Qaida Nurani, um livro de instruções para aprender a ler o Corão.
O caso de Rimsha, que atraiu os olhares de organizações de direitos humanos e de vários Governos ocidentais, sofreu uma reviravolta no final de semana passado após a detenção do imame de uma mesquita de Mehrabadi por ter falsificado provas contra a menor.
Khalid Yadun foi preso no domingo após ser acusado por um de seus assistentes de alterar as evidências e pôr folhas arrancadas do Corão na bolsa que continha as cinzas do que foi queimado pela menina.

Menina é presa acusada de queimar páginas do Alcorão no Paquistão


20/08/2012 

Criança sofreria de Síndrome de Down e pode pegar pena de morte.
Segundo policiais, ela estava com páginas religiosas queimadas.


Uma menina de 11 anos que sofreria de Síndrome de Down pode ser condenada à pena de morte no Paquistão por supostamente ter queimado páginas do Alcorão. Ela foi presa depois que sua casa foi cercada por vizinhos furiosos que diziam que ela estava com páginas queimadas do livro sagrado do Islã, segundo o jornal britânico “Daily Mail”.
A menina está presa há 14 dias sob a acusação de blasfêmia. Se for condenada, ela poderá ser executada, segundo a lei local.
Um policial paquistanês disse nesta segunda-feira (20) que a menina foi presa depois que centenas de vizinhos cercaram sua casa em Islamabad. “Elas estavam muito alteradas, nervosas, e poderiam ter machucado a menina se não tivéssemos agido rapidamente”, disse o policial Zabi Ullah.
Outro policial, Qasim Niazi, contou que a menina estava com uma sacola que continha diversos papéis religiosos parcialmente queimados, mas não páginas do Alcorão.
As informações sobre a menina ainda são confusas. Há relatos de que ela sofre de Síndrome de Down. Sua idade também não foi precisada – alguns dizem que ela tem 16 anos, e outros policiais afirmam que ela tem 11 ou 12 anos.
O policial Niazi disse que quando a menina chegou à delegacia estava assustada e não conseguia falar normalmente, mas ele não soube informar se isso é decorrente de algum problema.
O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, disse ter sido informado sobre o ocorrido e pediu que o ministro do interior faça um relatório sobre o caso.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Mortalidade infantil cai 31% em São Paulo em 11 anos


Índice chegou ao menor nível da história; melhoria é resultado de investimentos em unidades de terapia intensiva, assistência ao parto  e vacinação em massa

03 de setembro de 2012

A cada mil bebês nascidos vivos nas 645 cidades paulistas em 2011, foram registradas 11,5 mortes de menores de 1 ano de idade - taxa inferior à de 2000 (16,9) e a menor já registrada no estado de São Paulo. Nos últimos 11 anos, houve queda de 31%, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 3, pelo governo paulista.

De acordo com o levantamento da Secretaria Estadual de Saúde e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), das 17 regiões avaliadas, 12 apresentaram reduções em 2011 e dez alcançaram as taxas mais baixas de sua história. Entre os destaques, está a cidade de Barretos, com o maior avanço no combate à mortalidade infantil. No município, foram registrados 8,1 óbitos a cada mil nascidos vivos, o equivalente ao menor índice do estado em 2011 e queda de 52% em relação ao ano 2000.

O município de São José do Rio Preto aparece em seguida com 9,1 mortes por mil nascidos vivos em 2011 e Presidente Prudente, com 9,9 mortes. Na região da Grande São Paulo, o índice ficou em 11,4 no ano passado.

Em comparação a 2010, as regiões de Presidente Prudente e Registro tiveram as maiores reduções da taxa - 19,8% e 15% respectivamente. Em relação ao ano 2000, todas as regiões tiveram quedas.

Na avaliação do governo estadual, a melhoria é resultado dos investimentos na ampliação das unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Neonatal, no aprimoramento da assistência ao parto e à gestante, no aumento do atendimento para o pré-natal e vacinação em massa de crianças pelo SUS (Sistema Único de Saúde) .

A taxa de mortalidade infantil é o principal indicador de saúde pública, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Bulgária adia, por tempo indeterminado, sua entrada no euro


País mais pobre da União Europeia decidiu arquivar o projeto de entrar para o bloco em razão da deterioração de suas condições econômicas e do receio da população diante do euro
03 de setembro de 2012

Priscila Arone, da Agência Estado
SÓFIA, Bulgária - A Bulgária, o mais pobre integrante da União Europeia (UE) adiou, por prazo indeterminado, seus antigos planos de adotar o euro. Durante entrevistas em Sófia, capital do país, o primeiro-ministro Boyko Borisov e o ministro de Finanças Simeon Djankov disseram que a decisão de arquivar o projeto de entrar para a zona do euro, objetivo de longa data de antigos governos, ocorreu em razão da deterioração das condições econômicas e da crescente incerteza sobre as perspectivas para o bloco, além de uma mudança da opinião dos cidadãos da Bulgária, país que entra no terceiro ano de um programa de austeridade.
'A população quer saber quem teríamos de resgatar quando nos unirmos à moeda comum', diz ministro de Finanças - Solomon Frances/AE
Solomon Frances/AE
'A população quer saber quem teríamos de resgatar quando nos unirmos à moeda comum', diz ministro de Finanças
"O ímpeto de aderir ao euro mudou dentro do governo e entre o público...No momento, não vejo qualquer benefício em entrar na zona do euro, apenas custos", declarou Djankov. "A população quer saber quem teríamos de resgatar quando nos unirmos à moeda comum. É muito arriscado para nós e também não há certeza sobre quais serão as regras e como elas devem ser em um ou dois anos", disse o ministro.
A Bulgária foi aplaudida por ter reduzido seu déficit orçamentário para 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, com o corte de salários e aposentadorias. A economia foi estabilizada por um conselho monetário que fixa o valor da moeda local, o lev, em relação ao euro, e obriga o governo a adotar uma rígida política fiscal.
As decisão da Bulgária de adiar seus planos de ascensão ocorre no momento em que a crise da dívida na UE já fez com que outros países europeus, fiscalmente cautelosos, desistissem que adotar a moeda única. O primeiro-ministro da Lituânia, Andrius Kubilius, disse na semana passada que seu país só vai adotar o euro quando "a Europa estiver pronta", sinalizando que seu governo perdeu o entusiasmo anterior. Isso aconteceu após um comunicado do primeiro-ministro da Letônia, Valdis Dombrovskis, de que seu governo vai decidir sobre a adesão em 2013, em contraste com a promessa anterior, que era de entrar para a zona do euro em 2014. As informações são da Dow Jones.