segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ação na fronteira flagra até tráfico de barbatanas


Partes de tubarões passam pelo Brasil no caminho para a China; armas de chumbinho e explosivos também são contrabandeados

26 de agosto de 2012

LISANDRA PARAGUASSU, BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Nos 16,8 mil quilômetros de fronteiras do Brasil passa de tudo. Desde o ano passado, quando foram iniciadas as operações Ágata, uma ação conjunta de 25 agências do governo brasileiro e das Forças Armadas, descobriu-se que os crimes nas terras limítrofes do País vão muito além do tráfico de drogas, armas e contrabando de carros. Passam também explosivos, remédios, armas de chumbinho e até barbatanas de tubarão.
Na edição mais recente da operação (Ágata 5), encerrada na última semana, foram apreendidas quase 12 toneladas de explosivos na fronteira entre o Mato Grosso do Sul e o Paraguai. A mercadoria vai parar nas mãos de criminosos para explodir caixas eletrônicos no Sul e Sudeste.
Do Uruguai vem uma quantidade considerável de armas de chumbinho. Usadas normalmente para caçar passarinhos e pequenos animais e aparentemente inofensivas, as armas intrigaram os agentes de inteligência. Até que se descobriu que, após serem adulteradas, eram usadas em assaltos.
No Sul, há muito tráfico de maconha e contrabando de eletrônicos, brinquedos, agrotóxicos, pneus e medicamentos. É comum a apreensão de Cialis e Viagra, medicamentos contra disfunção erétil. Também é frequente o contrabando de cigarros falsos do Paraguai.
Um pouco mais para cima, a partir da fronteira com a Bolívia, aumenta o tráfico de cocaína e o contrabando de carros roubados. O tráfico de armas e madeira ilegal é maior nas fronteiras com Venezuela e Colômbia. Durante as operações, dez pistas de pouso dentro de reservas e terras indígenas foram destruídas.
Nas fronteiras com as Guianas e o Suriname, o maior problema é o garimpo ilegal de ouro. "Esse é um crime complicado de combater. Quando tem operação desse lado eles fogem para a Guiana. Quando tem lá, eles fogem para cá", explicou o chefe de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, tenente-brigadeiro Ricardo Machado.
Foi nessa região que a Abin detectou outro crime em alta, o contrabando de barbatanas de tubarão para a China, que saem do Brasil pelo porto de Belém. Considerada uma iguaria no país asiático, as barbatanas são parte de um comércio não apenas ilegal, mas destrutivo. Para retirar as barbatanas, os pescadores jogam fora todo o animal.
Força-tarefa. Iniciadas no ano passado, as operações Ágata envolvem, em média, 9 mil homens das Forças Armadas, além de representantes de 12 ministérios e 25 agências - entre elas, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Polícia Federal. "Quando começamos eram apenas os Ministérios da Defesa e Justiça, mas foram percebendo a necessidade de agregar os outros setores", explicou o brigadeiro Machado.
As operações começam muito antes da chegada das Forças Armadas. Dois meses antes, Abin e Polícia Federal começam suas investigações. E, com a movimentação nas fronteiras, outra operação, a Sentinela, da Polícia Federal, é indiretamente beneficiada. Após a saída dos militares, os traficantes acham que estão seguros e voltam a agir às claras, prontos para os flagrantes da PF.
Professor, você pode trabalhar essa matéria, nas séries do Ensino Médio, enfocando o tamanho da nossa fronteira (associando o mapa do Brasil) e as dificuldades para a proteção, fiscalização e investigação. Promovendo um debate sobre o assunto em sala de aula.

sábado, 25 de agosto de 2012

ENEM 2011 - QUESTÕES RELACIONADAS À GEOGRAFIA




1. No mundo árabe, países governados há décadas por regimes políticos centralizadores contabilizam metade da população com menos de 30 anos; desses, 56% têm acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais — como o Facebook e o Twitter — ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico.

SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da Liberdade. IstoÉ Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado).

Considerando os movimentos políticos mencionados no texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes
A) reforçar a atuação dos regimes políticos existentes.
B) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver.
C) manter o distanciamento necessário à sua segurança.
D) disseminar vírus capazes de destruir programas dos computadores.
E) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a população.

2. A Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não vai estar aí para sempre. Foi preciso alcançar toda essa taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros quadrados ao ano, na última década do século XX, para que uma pequena parcela de brasileiros se desse conta de que o maior patrimônio natural do país está sendo torrado.

AB’SABER, A. Amazônia: do discurso à práxis. São Paulo: EdUSP, 1996. Um processo econômico que tem contribuído na atualidade para acelerar o problema ambiental descrito é:

A) Expansão do Projeto Grande Carajás, com incentivos à chegada de novas empresas mineradoras.
B) Difusão do cultivo da soja com a implantação de monoculturas mecanizadas.
C) Construção da rodovia Transamazônica, com o objetivo de interligar a região Norte ao restante do país.
D) Criação de áreas extrativistas do látex das seringueiras para os chamados povos da floresta.
E) Ampliação do polo industrial da Zona Franca de Manaus, visando atrair empresas nacionais e estrangeiras.

3. O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente receptivo aos novos fenômenos da urbanização, já que era praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de monta, nem outros investimentos fixos vindos do passado. Pôde, assim, receber uma infraestrutura nova, totalmente a serviço de uma economia moderna.

SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: EdUSP, 2005 (adaptado).

O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O processo econômico diretamente associa-
do a essa ocupação foi o avanço da

A) industrialização voltada para o setor de base.
B) economia da borracha no sul da Amazônia.
C) fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado.
D) exploração mineral na Chapada dos Guimarães.
E) extrativismo na região pantaneira.

4.


TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Nacional, 2009 (adaptado).

O gráfico relaciona diversas variáveis ao processo de formação de solos. A interpretação dos dados mostra que a água é um dos importantes fatores de pedogênese, pois nas áreas

A) de clima temperado ocorrem alta pluviosidade e grande profundidade de solos.
B) tropicais ocorre menor pluviosidade, o que se relaciona com a menor profundidade das rochas inalteradas.
C) de latitudes em torno de 30o ocorrem as maiores profundidades de solo, visto que há maior umidade.
D) tropicais a profundidade do solo é menor, o que evidencia menor intemperismo químico da água sobre as
rochas.
E) de menor latitude ocorrem as maiores precipitações, assim como a maior profundidade dos solos.

5. Uma empresa norte-americana de bioenergia está expandindo suas operações para o Brasil para explorar o mercado de pinhão manso. Com sede na Califórnia, a empresa desenvolveu sementes híbridas de pinhão manso, oleaginosa utilizada hoje na produção de biodiesel e de querosene de aviação.

MAGOSSI, E. O Estado de São Paulo. 19 maio 2011 (adaptado).

A partir do texto, a melhoria agronômica das sementes de pinhão manso abre para o Brasil a oportunidade econômica de

A) ampliar as regiões produtoras pela adaptação do cultivo a diferentes condições climáticas.
B) beneficiar os pequenos produtores camponeses de óleo pela venda direta ao varejo.
C) abandonar a energia automotiva derivada do petróleo em favor de fontes alternativas.
D) baratear cultivos alimentares substituídos pelas culturas energéticas de valor econômico superior.
E) reduzir o impacto ambiental pela não emissão de gases do efeito estufa para a atmosfera.

6. Um dos principais objetivos de se dar continuidade às pesquisas em erosão dos solos é o de procurar resolver os problemas oriundos desse processo, que, em última análise, geram uma série de impactos ambientais. Além disso, para a adoção de técnicas de conservação dos solos, é preciso conhecer como a água executa seu trabalho de remoção, transporte e deposição de sedimentos. A erosão causa, quase sempre, uma série de problemas ambientais, em nível local ou até mesmo em grandes áreas.

GUERRA, A. J. T. Processos erosivos nas encostas. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007 (adaptado).

A preservação do solo, principalmente em áreas de encostas, pode ser uma solução para evitar catástrofes em função da intensidade de fluxo hídrico. A prática humana que segue no caminho contrário a essa solução é

A) a aração.
B) o terraceamento.
C) o pousio.
D) a drenagem.
E) o desmatamento.

7. O fenômeno de ilha de calor é o exemplo mais marcante da modificação das condições iniciais do clima pelo processo de urbanização, caracterizado pela modificação do solo e pelo calor antropogênico, o qual inclui todas as atividades humanas inerentes à sua vida na cidade.

BARBOSA, R. V. R. Áreas verdes e qualidade térmica em ambientes urbanos: estudo em microclimas em Maceió. São Paulo: EdUSP, 2005.


O texto exemplifica uma importante alteração socioambiental, comum aos centros urbanos. A maximização
desse fenômeno ocorre

A) pela reconstrução dos leitos originais dos cursos d’água antes canalizados.
B) pela recomposição de áreas verdes nas áreas centrais dos centros urbanos.
C) pelo uso de materiais com alta capacidade de reflexão no topo dos edifícios.
D) pelo processo de impermeabilização do solo nas áreas centrais das cidades.
E) pela construção de vias expressas e gerenciamento de tráfego terrestre.

8. O professor Paulo Saldiva pedala 6 km em 22 minutos de casa para o trabalho, todos os dias. Nunca foi atingido por um carro. Mesmo assim, é vítima diária do trânsito de São Paulo: a cada minuto sobre a bicicleta, seus pulmões são envenenados com 3,3 microgramas de poluição particulada — poeira, fumaça, fuligem, partículas de metal em suspensão, sulfatos, nitratos, carbono, compostos orgânicos e outras substâncias nocivas.

ESCOBAR, H. Sem Ar. O Estado de São Paulo. Ago. 2008.

A população de uma metrópole brasileira que vive nas mesmas condições socioambientais das do professor
citado no texto apresentará uma tendência de

A) ampliação da taxa de fecundidade.
B) diminuição da expectativa de vida.
C) elevação do crescimento vegetativo.
D) aumento na participação relativa de idosos.
E) redução na proporção de jovens na sociedade.

9.

A imagem retrata a araucária, árvore que faz parte de um importante bioma brasileiro que, no entanto, já foi bastante degradado pela ocupação humana. Uma das formas de intervenção humana relacionada à degradação desse bioma foi

A) o avanço do extrativismo de minerais metálicos voltados para a exportação na região Sudeste.
B) a contínua ocupação agrícola intensiva de grãos na região Centro-Oeste do Brasil.
C) o processo de desmatamento motivado pela expansão da atividade canavieira no Nordeste brasileiro.
D) o avanço da indústria de papel e celulose a partir da exploração da madeira, extraída principalmente no Sul
do Brasil.
E) o adensamento do processo de favelização sobre áreas da Serra do Mar na região Sudeste.

10.

SOBRADINHO

O homem chega, já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que dizia que o Sertão ia alagar.

SÁ E GUARABYRA. Disco Pirão de peixe com pimenta. Som Livre, 1977 (adaptado).

O trecho da música faz referência a uma importante obra na região do rio São Francisco. Uma consequência socioespacial dessa construção foi

A) a migração forçada da população ribeirinha.
B) o rebaixamento do nível do lençol freático local.
C) a preservação da memória histórica da região.
D) a ampliação das áreas de clima árido.
E) a redução das áreas de agricultura irrigada.

11. Como os combustíveis energéticos, as tecnologias da informação são, hoje em dia, indispensáveis em todos os setores econômicos. Através delas, um maior número de produtores é capaz de inovar e a obsolescência de bens e serviços se acelera. Longe de estender a vida útil dos equipamentos e a sua capacidade de reparação, o ciclo de vida desses produtos diminui, resultando em maior necessidade de matéria-prima para a fabricação de novos.

GROSSARD, C. Le Monde Diplomatique Brasil. Ano 3, n36, 2010 (adaptado).

A postura consumista de nossa sociedade indica a crescente produção de lixo, principalmente nas áreas urbanas, o que, associado a modos incorretos de deposição,

A) provoca a contaminação do solo e do lençol freático, ocasionando assim graves problemas socioambientais, que se adensarão com a continuidade da cultura do consumo desenfreado.
B) produz efeitos perversos nos ecossistemas, que são sanados por cadeias de organismos decompositores que assumem o papel de eliminadores dos resíduos depositados em lixões.
C) multiplica o número de lixões a céu aberto, considerados atualmente a ferramenta capaz de resolver de forma simplificada e barata o problema de deposição de resíduos nas grandes cidades.
D) estimula o empreendedorismo social, visto que um grande número de pessoas, os catadores, têm livre acesso aos lixões, sendo assim incluídos na cadeia produtiva dos resíduos tecnológicos.
E) possibilita a ampliação da quantidade de rejeitos que podem ser destinados a associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, financiados por instituições da sociedade civil ou pelo poder público.

12. Em 1872, Robert Angus Smith criou o termo “chuva ácida”, descrevendo precipitações ácidas em Manchester após a Revolução Industrial. Trata-se do acúmulo demasiado de dióxido de carbono e enxofre na atmosfera que, ao reagirem com compostos dessa camada, formam gotículas de chuva ácida e partículas de aerossóis. A chuva ácida não necessariamente ocorre no local poluidor, pois tais poluentes, ao serem lançados na atmosfera, são levados pelos ventos, podendo provocar a reação em regiões distantes. A água de forma pura apresenta pH 7, e, ao contatar agentes poluidores, reage modificando seu pH para 5,6 e até menos que isso, o que provoca reações, deixando consequências.

Disponível em: http://www.brasilescola.com. Acesso em: 18 maio 2010 (adaptado).

O texto aponta para um fenômeno atmosférico causador de graves problemas ao meio ambiente: a chuva ácida (pluviosidade com pH baixo). Esse fenômeno tem como consequência

A) a corrosão de metais, pinturas, monumentos históricos, destruição da cobertura vegetal e acidificação dos lagos.
B) a diminuição do aquecimento global, já que esse tipo de chuva retira poluentes da atmosfera.
C) a destruição da fauna e da flora, e redução dos recursos hídricos, com o assoreamento dos rios.
D) as enchentes, que atrapalham a vida do cidadão urbano, corroendo, em curto prazo, automóveis e fios de
cobre da rede elétrica.
E) a degradação da terra nas regiões semiáridas, localizadas, em sua maioria, no Nordeste do nosso país.

13.

A nova des-ordem geográfica mundial:
uma proposta de regionalização


Fonte: LÉVY et al. (1992), atualizado.

O espaço mundial sob a “nova des-ordem” é um emaranhado de zonas, redes e “aglomerados”, espaços hegemônicos e contra-hegemônicos que se cruzam de forma complexa na face da Terra. Fica clara, de saída, a polêmica que envolve uma nova regionalização mundial. Como regionalizar um espaço tão heterogêneo e, em parte, fluido, como é o espaço mundial contemporâneo?

HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES. C.W. A nova des-ordem mundial. São Paulo: UNESP, 2006.

O mapa procura representar a lógica espacial do mundo-contemporâneo pós-União Soviética, no contexto de avanço da globalização e do neoliberalismo, quando a divisão entre países socialistas e capitalistas se desfez e as categorias de “primeiro” e “terceiro” mundo perderam sua validade explicativa. Considerando esse objetivo interpretativo, tal distribuição espacial aponta para

A) a estagnação dos Estados com forte identidade cultural.
B) o alcance da racionalidade anticapitalista.
C) a influência das grandes potências econômicas.
D) a dissolução de blocos políticos regionais.
E) o alargamento da força econômica dos países islâmicos.

14. Estamos testemunhando o reverso da tendência histórica da assalariação do trabalho e socialização da produção, que foi característica predominante na era industrial. A nova organização social e econômica baseada nas tecnologias da informação visa à administração descentralizadora, ao trabalho individualizante e aos mercados personalizados. As novas tecnologias da informação possibilitam, ao mesmo tempo, a descentralização das tarefas e sua coordenação em uma rede interativa de comunicação em tempo real, seja entre continentes, seja entre os andares de um mesmo edifício.

CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006 (adaptado).

No contexto descrito, as sociedades vivenciam mudanças constantes nas ferramentas de comunicação que afetam os processos produtivos nas empresas. Na esfera do trabalho, tais mudanças têm provocado

A) o aprofundamento dos vínculos dos operários com as linhas de montagem sob influência dos modelos orientais de gestão.
B) o aumento das formas de teletrabalho como solução de larga escala para o problema do desemprego crônico.
C) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como respostas às demandas por inovação e com vistas à mobilidade dos investimentos.
D) a autonomização crescente das máquinas e computadores em substituição ao trabalho dos especialistas técnicos e gestores.
E) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes, executivos e clientes com a garantia de harmonização das relações de trabalho.

15. Na década de 1990, os movimentos sociais camponeses e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos. Na sociedade brasileira, a ação dos movimentos sociais vem construindo lentamente um conjunto de práticas democráticas no interior das escolas, das comunidades, dos grupos organizados e na interface da sociedade civil com o Estado. O diálogo, o confronto e o conflito tem sido os motores no processo de construção democrática.

SOUZA, M. A. Movimentos sociais no Brasil contemporâneo: participação e possibilidades das práticas democráticas. Disponível em: http//www.ces.uc.pt. Acesso em: 30 abr. 2010 (adaptado).

Segundo o texto, os movimentos sociais contribuem para o processo de construção democrática, porque

A) determinam o papel do Estado não transformações socioeconômicas.
B) aumentam o clima de tensão social na sociedade civil.
C) pressionam o Estado para o atendimento das demandas da sociedade.
D) privilegiam determinadas parcelas da sociedade em detrimento das demais.
E) propiciam a adoção de valores éticos pelos órgãos do Estado.

16. O acidente nuclear de Chernobyl revela brutalmente os limites dos poderes técnico-científicos da humanidade e as ”marchas-à-ré“ que a ”natureza“ nos pode reservar. É evidente que uma gestão mais coletiva se impõe para orientar as ciências e as técnicas em direção a finalidades mais humanas.

GUATTARI, F. As três ecologias. São Paulo: Papirus, 1995 (adaptado).

O texto trata do aparato técnico-científico e suas consequências para a humanidade, propondo que esse desenvolvimento

A) defina seus projetos a partir dos interesses coletivos.
B) guie-se por interesses econômicos, prescritos pela lógica do mercado.
C) priorize a evolução da tecnologia, se apropriando da natureza.
D) promova a separação entre natureza e sociedade tecnológica.
E) tenha gestão própria, com o objetivo de melhor apropriação da natureza.

17. A introdução de novas tecnologias desencadeou uma série de efeitos sociais que afetaram os trabalhadores e sua organização. O uso de novas tecnologias trouxe a diminuição do trabalho necessário que se traduz na economia líquida do tempo de trabalho, uma vez que, com a presença da automação microeletrônica, começou a ocorrer a diminuição dos coletivos operários e uma mudança na organização dos processos de trabalho.

Revista Eletrônica de Geografia Y Ciências Sociales. Universidad de Barcelona. N170(9). 1 ago. 2004.

A utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras alterações no mundo do trabalho. Essas mudanças são observadas em um modelo de produção caracterizado

A) pelo uso intensivo do trabalho manual para desenvolver produtos autênticos e personalizados.
B) pelo ingresso tardio das mulheres no mercado de trabalho no setor industrial.
C) pela participação ativa das empresas e dos próprios trabalhadores no processo de qualificação laboral.
D) pelo aumento na oferta de vagas para trabalhadores especializados em funções repetitivas.
E) pela manutenção de estoques de larga escala em função da alta produtividade.

18. Subindo morros, margeando córregos ou penduradas em palafitas, as favelas fazem parte da paisagem de um terço dos municípios do país, abrigando mais de 10 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

MARTINS, A. R. A favela como um espaço da cidade. Disponível em: http://www.revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 31 jul. 2010.

A situação das favelas no país reporta a graves problemas de desordenamento territorial. Nesse sentido, uma característica comum a esses espaços tem sido

A) o planejamento para a implantação de infraestruturas urbanas necessárias para atender as necessidades básicas dos moradores.
B) a organização de associações de moradores interessadas na melhoria do espaço urbano e financiadas pelo poder público.
C) a presença de ações referentes à educação ambiental com consequente preservação dos espaços naturais circundantes.
D) a ocupação de áreas de risco suscetíveis a enchentes ou desmoronamentos com consequentes perdas mate- riais e humanas.
E) o isolamento socioeconômico dos moradores ocupantes desses espaços com a resultante multiplicação de políticas que tentam reverter esse quadro.

19.

O açúcar e suas técnicas de produção foram levados à Europa pelos árabes no século VIII, durante a Idade Média, mas foi principalmente a partir das Cruzadas (séculos XI e XIII) que a sua procura foi aumentando.Nessa época passou a ser importado do Oriente Médio e produzido em pequena escala no sul da Itália, mas continuou a ser um produto de luxo, extremamente caro, chegando a figurar nos dotes de princesas casadoiras.

CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716). São Paulo: Atual, 1996.

Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar foi o produto escolhido por Portugal para dar início à colonização brasileira, em virtude de

No Estado de São Paulo, a mecanização da colheita da cana-de-açúcar tem sido induzida também pela legislação ambiental, que proíbe a realização de queimadas em áreas próximas aos centros urbanos. Na região de Ribeirão Preto, principal polo sucroalcooleiro do país, a mecanização da colheita já é realizada em 516 mil dos 1,3 milhão de hectares cultivados com cana-de-açúcar.

BALSADI, O. et al. Transformações Tecnológicas e a força de trabalho na agricultura brasileira no período de 1990-2000. Revista de economia agrícola. V. 49 (1), 2002.

O texto aborda duas questões, uma ambiental e outra socioeconômica, que integram o processo de modernização da produção canavieira. Em torno da associação entre elas, uma mudança decorrente desse processo é a

A) perda de nutrientes do solo devido à utilização constante de máquinas.
B) eficiência e racionalidade no plantio com maior produtividade na colheita.
C) ampliação da oferta de empregos nesse tipo de ambiente produtivo.
D) menor compactação do solo pelo uso de maquinário agrícola de porte.
E) poluição do ar pelo consumo de combustíveis fósseis pelas máquinas.) o lucro obtido com o seu comércio ser muito vantajoso.

20. Os chineses não atrelam nenhuma condição para efetuar investimentos nos países africanos. Outro ponto interessante é a venda e compra de grandes somas de áreas, posteriormente cercadas. Por se tratar de países instáveis e com governos ainda não consolidados, teme-se que algumas nações da África tornem-se literalmente protetorados.

BRANCOLI, F. China e os novos investimentos na África: neocolonialismo ou mudanças na arquitetura global? Disponível em: http://opiniaoenoticia.com.br. Acesso em: 29 abr. 2010 (adaptado).

A presença econômica da China em vastas áreas do globo é uma realidade do século XXI. A partir do texto, como é possível caracterizar a relação econômica da China com o continente africano?

A) Pela presença de órgãos econômicos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, que restringem os investimentos chineses, uma vez que estes não se preocupam com a preservação do meio ambiente.
B) Pela ação de ONGs (Organizações Não Governamentais) que limitam os investimentos estatais chineses, uma vez que estes se mostram desinteressados em relação aos problemas sociais africanos.
C) Pela aliança com os capitais e investimentos diretos realizados pelos países ocidentais, promovendo o crescimento econômico de algumas regiões desse continente.
D) Pela presença cada vez maior de investimentos diretos, o que pode representar uma ameaça à soberania dos países africanos ou manipulação das ações destes governos em favor dos grandes projetos.
E) Pela presença de um número cada vez maior de diplomatas, o que pode levar à formação de um Mercado Comum Sino-Africano, ameaçando os interesses ocidentais.

21. A consolidação do regime democrático no Brasil contra os extremismos da esquerda e da direita exige ação enérgica e permanente no sentido do aprimoramento das instituições políticas e da realização de reformas corajosas no terreno econômico, financeiro e social.

Mensagem programática da União Democrática Nacional (UDN) — 1957.

Os trabalhadores deverão exigir a constituição de um governo nacionalista e democrático, com participação dos trabalhadores para a realização das seguintes medidas: a) Reforma bancária progressista; b)Reforma agrária que extinga o latifúndio; c) Regulamentação da Lei de Remessas de Lucros.

Manifesto do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) — 1962. BONAVIDES, P; AMARAL, R. Textos políticos da história do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2002.

Nos anos 1960 eram comuns as disputas pelo significado de termos usados no debate político, como democracia e reforma. Se, para os setores aglutinados em torno da UDN, as reformas deveriam assegurar o livre mercado, para aqueles organizados no CGT, elas deveriam resultar em

A) fim da intervenção estatal na economia.
B) crescimento do setor de bens de consumo.
C) controle do desenvolvimento industrial.
D) atração de investimentos estrangeiros.
E) limitação da propriedade privada.

22.

Cadeia agroindustrial integrada ao supermercado


SILVA, E. S. O. Circuito espacial de produção e comercialização da produção familiar de tomate no município de São José de Ubá (RJ). In: RIBEIRO, M. A.; MARAFON, G. J. (orgs.). A metrópole e o interior fluminense: simetrias e assimetrias geográficas. Rio de Janeiro: Gramma, 2009 (adaptado).


O organograma apresenta os diversos atores que integram uma cadeia agroindustrial e a intensa relação entre os setores primário, secundário e terciário. Nesse sentido, a disposição dos atores na cadeia agroindustrial demonstra

A) a autonomia do setor primário.
B) a importância do setor financeiro.
C) o distanciamento entre campo e cidade.
D) a subordinação da indústria à agricultura.
E) a horizontalidade das relações produtivas.

23. As migrações transnacionais, intensificadas e generalizadas nas últimas décadas do século XX, expressam aspectos particularmente importantes da problemática racial, visto como dilema também mundial. Deslocam-se indivídu- os, famílias e coletividades para lugares próximos e distantes, envolvendo mudanças mais ou menos drásticas nas condições de vida e trabalho, em padrões e valores socioculturais. Deslocam-se para sociedades semelhantes ou radicalmente distintas, algumas vezes compreendendo culturas ou mesmo civilizações totalmente diversas.

IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.

A mobilidade populacional da segunda metade do século XX teve um papel importante na formação social e econômica de diversos estados nacionais. Uma razão para os movimentos migratórios nas últimas décadas e uma política migratória atual dos países desenvolvidos são

A) a busca de oportunidades de trabalho e o aumento de barreiras contra a imigração.
B) a necessidade de qualificação profissional e a abertura das fronteiras para os imigrantes.
C) o desenvolvimento de projetos de pesquisa e o acautelamento dos bens dos imigrantes.
D) a expansão da fronteira agrícola e a expulsão dos imigrantes qualificados.
E) a fuga decorrente de conflitos políticos e o fortalecimento de políticas sociais.

24. Os biocombustíveis de primeira geração são derivados da soja, milho e cana-de-açúcar e sua produção ocorre através da fermentação. Biocombustíveis derivados de material celulósico ou bicombustíveis de segunda geração — coloquialmente chamados de “gasolina de capim” — são aqueles produzidos a partir de resíduos de madeira (serragem, por exemplo), talos de milho, palha de trigo ou capim de crescimento rápido e se apresentam como uma alternativa para os problemas enfrentados pelos de primeira geração, já que as matérias-primas são baratas e abundantes.

DALE, B. E.; HUBER, G. W. Gasolina de capim e outros vegetais. Scientific American Brasil. Ago. 2009, n87 (adaptado).

O texto mostra um dos pontos de vista a respeito do uso dos biocombustíveis na atualidade, os quais

A) são matrizes energéticas com menor carga de poluição para o ambiente e podem propiciar a geração de novos empregos, entretanto, para serem oferecidos com baixo custo, a tecnologia da degradação da celulose nos biocombustíveis de segunda geração deve ser extremamente eficiente.
B) oferecem múltiplas dificuldades, pois a produção é de alto custo, sua implantação não gera empregos, e deve-se ter cuidado com o risco ambiental, pois eles oferecem os mesmos riscos que o uso de combustíveis fósseis.
C) sendo de segunda geração, são produzidos por uma tecnologia que acarreta problemas sociais, sobretudo decorrente do fato de a matéria-prima ser abundante e facilmente encontrada, o que impede a geração de novos empregos.
D) sendo de primeira e segunda geração, são produzidos por tecnologias que devem passar por uma avaliação criteriosa quanto ao uso, pois uma enfrenta o problema da falta de espaço para plantio da matéria-prima e a outra impede a geração de novas fontes de emprego.
E) podem acarretar sérios problemas econômicos e sociais, pois a substituição do uso de petróleo afeta negativamente toda uma cadeia produtiva na medida em que exclui diversas fontes de emprego nas refinarias, postos de gasolina e no transporte de petróleo e gasolina.

25. Segundo dados do Balanço Energético Nacional de 2008, do Ministério das Minas e Energia, a matriz energética brasileira é composta por hidrelétrica (80%), termelétrica (19,9%) e eólica (0,1%). Nas termelétricas, esse percentual é dividido conforme o combustível usado, sendo: gás natural (6,6%), biomassa (5,3%), derivados de petróleo (3,3%), energia nuclear (3,1%) e carvão mineral (1,6%). Com a geração de eletricidade da biomassa, pode-se considerar que ocorre uma compensação do carbono liberado na queima do material vegetal pela absorção desse elemento no crescimento das plantas. Entretanto, estudos indicam que as emissões de metano (CH4) das hidrelétricas podem ser comparáveis às emissões de CO2 das termelétricas.

MORET, A. S.; FERREIRA, I. A. As hidrelétricas do Rio Madeira e os impactos socioambientais da eletrificação no Brasil. Revista Ciência Hoje. V. 45, n265, 2009 (adaptado).

No Brasil, em termos do impacto das fontes de energia no crescimento do efeito estufa, quanto à emissão de gases, as hidrelétricas seriam consideradas como uma fonte.

A) limpa de energia, contribuindo para minimizar os efeitos deste fenômeno.
B) eficaz de energia, tomando-se o percentual de oferta e os benefícios verificados.
C) limpa de energia, não afetando ou alterando os níveis dos gases do efeito estufa.
D) poluidora, colaborando com níveis altos de gases de efeito estufa em função de seu potencial de oferta.
E) alternativa, tomando-se por referência a grande emissão de gases de efeito estufa das demais fontes geradoras.

26. Um dos processos usados no tratamento do lixo é a incineração, que apresenta vantagens e desvantagens. Em São Paulo, por exemplo, o lixo é queimado a altas temperaturas e parte da energia liberada é transformada em energia elétrica. No entanto, a incineração provoca a emissão de poluentes na atmosfera. Uma forma de minimizar a desvantagem da incineração, destacada no texto, é

A) aumentar o volume do lixo incinerado para aumentar a produção de energia elétrica.
B) fomentar o uso de filtros nas chaminés dos incineradores para diminuir a poluição do ar.
C) aumentar o volume do lixo para baratear os custos operacionais relacionados ao processo.
D) fomentar a coleta seletiva de lixo nas cidades para aumentar o volume de lixo incinerado.
E) diminuir a temperatura de incineração do lixo para produzir maior quantidade de energia elétrica.

27.


De acordo com o relatório “A grande sombra da pecuária” (Livestock‘s Long Shadow), feito pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, o gado é responsável por cerca de 18% do aquecimento global, uma contribuição maior que a do setor de transportes.

Disponível em: www.conpet.gov.br. Acesso em: 22 jun. 2010.

A criação de gado em larga escala contribui para o aquecimento global por meio da emissão de

A) metano durante o processo de digestão.
B) óxido nitroso durante o processo de ruminação.
C) clorofluorcarbono durante o transporte de carne.
D) óxido nitroso durante o processo respiratório.
E) dióxido de enxofre durante o consumo de pastagens.

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20 de agosto - Tel Aviv, Israel - Mulheres muçulmanas se refrescam no mar em Tel Aviv durante o Eid al-Fitr, que marca o fim do mês sagrado do Ramadã.
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