domingo, 27 de novembro de 2011

Poluição crônica avança sobre praias badaladas de SP

27/11/2011
DE SÃO PAULO

Praias badaladas do litoral entre Santos e Rio estão se tornando vítimas do esgoto levado pelos rios, informa reportagem de Eduardo Geraque publicada na edição deste domingo da Folha.

Famosas por serem "points" de surfistas e público descolado, praias como Itamambuca, em Ubatuba, Tabatinga, em Caraguatatuba, têm recebido classificação ruim da Cetesb (Companhia Ambiental de SP) em alguns trechos.

Praia de Itamambuca, no norte de Ubatuba; canto direito será avaliado pelo quarto ano como ruim pela Cetesb

Praia de Itamambuca, no norte de Ubatuba; canto direito será avaliado pelo quarto ano como ruim pela Cetesb


A principal fonte de contaminação é o esgoto jogado em rios, que podem levar banhistas a desenvolver de diarreia a hepatite.

As prefeituras das cidades litorâneas afirmam que a tendência em relação à qualidade da água é de melhora, mas que investem em saneamento e fiscalizam irregularidades.

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1012797-poluicao-cronica-avanca-sobre-praias-badaladas-de-sp.shtml

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Integrante do ETA é expulsa por pedir perdão a vítimas

23/11/2011
DA EFE, EM MADRI

Idoia López Riaño, conhecida como "La Tigresa", uma das integrantes mais violentas do ETA, foi expulsa da organização separatista basca por pedir perdão às vítimas, informou nesta quarta-feira a imprensa espanhola.

O ETA anunciou a expulsão de Idoia, envolvida em 23 assassinatos cometidos pelo grupo, e de seu namorado Joseba Arizmendi Oiartzabal ao eliminar seus nomes da lista do coletivo de presos "etarras" (integrantes da organização).

"La Tigresa" foi repudiada pelo ETA por assinar um documento no qual, entre outras coisas, pede perdão às vítimas e renega o grupo terrorista, de acordo com a emissora de rádio "Cadena Ser" e os jornais do grupo Vocento.

Idoia, extraditada pela França em 9 de maio de 2001 e presa na Espanha desde então, está detida desde junho de 2010 na cadeia de Nanclares de Oca, no País Basco, para onde foi transferida ao lado do namorado após assinar o documento.

O governo espanhol informou as transferências e explicou que "La Tigresa" e Arizmendi, apesar da aproximação, mantinham o primeiro grau do regime penitenciário -- o mais duro -- por seu longo e violento histórico criminoso.

A terrorista, envolvida em 23 assassinatos entre o início dos anos 1980 e sua detenção em 1994, recebeu várias sentenças condenatórias, entre elas uma de 1.572 anos de prisão pelo atentado perpetrado em 1986 pelo ETA em Madri, no qual morreram 12 guardas civis.

Já Joseba Arizmendi Oiartzabal participou do assassinato do guarda civil Francisco Robles Fuentes em Pasajes (Guipúzcoa) em maio de 1991 e no de Raúl Suárez, em Rentería, um mês depois.

A organização terrorista anunciou em 20 de outubro a "cessação definitiva de sua atividade armada", embora não sua dissolução nem a entrega das armas.

Em suas mais de quatro décadas de atividade, o ETA foi responsável pelo assassinato de mais de 800 pessoas.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1010837-integrante-do-eta-e-expulsa-por-pedir-perdao-a-vitimas.shtml

domingo, 20 de novembro de 2011

Cientistas explicam formação de 'cordilheira fantasma' na Antártida

Atualizado em 19 de novembro de 2011

Cientistas dizem que agora podem explicar a origem do que talvez sejam as mais extraordinárias montanhas da Terra.

As Gamburstsevs são do tamanho dos Alpes europeus e totalmente cobertas pelo gelo antártico.

Sua descoberta na década de 1950 foi uma grande surpresa. A maioria supunha que o continente fosse plano e sem grandes variações.

Mas dados de estudos recentes sugerem que a cadeia de montanhas formou-se há mais de um bilhão de anos, segundo o trabalho divulgado na publicação científicaNature.

As Gamburtsevs são importantes por serem o local onde sabemos hoje que o gelo iniciou sua expansão pela Antártida.

Estudos climáticos

A descoberta da história das montanhas ajudará portanto em estudos climáticos, auxiliando cientistas a descobrir não apenas mudanças passadas da Terra, mas também possíveis cenários futuros.

"Pesquisar estas montanhas foi um enorme desafio, mas fomos bem-sucedidos e produzimos um trabalho fascinante", disse Fausto Farraccioli, da British Antartic Survey (BAS), à BBC.

Ele foi o pesquisador principal do projeto AGAP (sigla em inglês para Província Antártica de Gamburtsev).

A equipe de cientistas de várias nacionalidades viajou algumas vezes durante os anos de 2008 e 2009 ao leste do continente gelado, mapeando o formato da montanha escondida usando um radar capaz de penetrar o gelo.

Outros instrumentos registraram os campos gravitacionais e magnéticos, enquanto sismômetros estudavam as profundezas da Terra.

A equipe AGAP acredita que estes dados podem agora construir uma narrativa consistente para explicar a criação das Gamburtsevs e sua existência através do tempo geológico.

Supercontinente

É uma história que começou pouco antes de um bilhão de anos atrás, muito antes de formas de vida complexas se formarem no planeta, quando os continentes estavam se atraindo para formar um supercontinente conhecido como Rodínia.

A colisão que aconteceu gerou as enormes montanhas.

No decorrer de centenas de milhões de anos, os picos sofreram gradualmente um processo de erosão. Apenas as "raízes", ou bases, das montanhas teriam sido preservadas.

Mas entre 250 e 100 milhões de anos atrás, quando os dinossauros habitavam o planeta, os continentes começaram a se separar em uma série de fissuras próximas à base gelada das montanhas.

Este movimento aqueceu e rejuvenesceu as "raízes", criando as condições necessárias para que a terra se elevasse mais uma vez, fazendo com que as montanhas fossem restabelecidas.

Seus picos cresceram ainda mais na medida em que vales profundos foram sendo cortados por rios e geleiras a seu redor.

E teriam sido as geleiras que escreveram os capítulos finais, há cerca de 35 milhões de anos, quando elas se expandiram e se fundiram para formarem o Manto Antártico Oriental, encobrindo a cadeia de montanhas neste processo.

Mistério solucionado

"Esta pesquisa realmente soluciona o mistério de por que você pode ter montanhas aparentemente jovens em meio a um velho continente", diz a pesquisadora principal do estudo, Robin Bell, da universidade de Columbia.

"As montanhas originais provavelmente foram erodidas, para retornar como uma fênix. Elas tiveram duas vidas", disse ela.

A ideia é agora conseguir financiamento para escavar as montanhas em busca de amostras de solo, que poderiam confirmar o modelo divulgado na Nature.

Os pesquisadores também buscam determinar o local mais adequado para fazer a escavação no gelo.

Ao examinar bolhas de ar presas na neve compactada, os pesquisadores podem determinar detalhes do passado, como condições ambientais, incluindo a temperatura e a concentração de gases na atmosfera, como dióxido de carbono.

Acredita-se que em algum local da região de Gamburtsev seja possível a coleta de amostras de gelo com mais de um milhão de anos. A amostra seria ao menos 200 mil anos mais antiga do que o gelo antártico já analisado por cientistas.

sábado, 19 de novembro de 2011

PF investiga se Chevron tentou atingir pré-sal ao perfurar poço que vazou

Suspeita também é levantada por técnicos da ANP; vazamento no Campo de Frade já dura 11 dias

18 de novembro de 2011

A Polícia Federal está investigando a possibilidade de a petroleira norte-americana Chevron estar tentando indevidamente alcançar a camada pré-sal do Campo de Frade. Na tentativa, teria ocorrido a ruptura de alguma estrutura do poço perfurado, dando origem ao vazamento de petróleo na Bacia de Campos (RJ), que já dura 10 dias. Técnicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP) admitiram nesta sexta-feira, 18, que discutem internamente essa possibilidade.


Mancha de óleo no mar: estimativa de vazamento é de 200 a 330 barris por dia entre os dias 8 e 15 - DivulgaçãoDivulgação-Mancha de óleo no mar: estimativa de vazamento é de 200 a 330 barris por dia entre os dias 8 e 15

O delegado Fábio Scliar, titular da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da PF e responsável pelo inquérito, disse que “uma das hipóteses com as quais trabalhamos é a de que o acidente pode ter ocorrido pelo fato da empresa ter perfurado além dos limites permitidos”. Os especialistas da ANP suspeitam que o emprego pela Chevron de uma sonda com capacidade para perfurar a até 7,6 mil metros, quando o petróleo em Frade aparece a menos da metade dessa profundidade, é um indicativo de que a companhia poderia estar burlando seu plano de prospecção do campo.

Além de investigar a hipótese de que haveria em curso, antes do acidente, uma ação exploratória em direção ao pré-sal, a ANP pretende apurar falhas na construção do poço, o emprego de material inadequado e a falta de realização de testes de segurança antes do início da perfuração.

A Chevron tem quatro poços autorizados no Campo de Frade. O site da ANP informa que um deles está concluído e os outros três (6CHEV4ARJS, 9FR47DRJS e 9FR49DPRJS), em fase de perfuração, em lâminas d’água que variam entre 1.184 metros e 1.276 metros de profundidade.

Movimentação de terreno

Ex-presidente da Associação Brasileira dos Geólogos de Petróleo, Nilo Azambuja afirma que as conjecturas que surgem em relação às causas do vazamento na Bacia de Campos, até mesmo as que vêm sendo investigadas pela ANP, não podem ser consideradas definitivas.

Segundo ele, a Chevron poderia estar tentando alcançar o pré-sal, sem que isso represente uma irregularidade. “A área é dela, se quiser pode ir ao Japão”, afirmou ele, acrescentando que a empresa deve, com até 20 dias de antecedência, avisar a ANP sobre seus planos de perfuração, com detalhes da profundidade.

Para Azambuja, a hipótese mais provável é que durante o trabalho de injeção de água em um poço tenha havido movimentação de terreno e o petróleo represado no que os especialistas chamam de trapa (armadilha) acabou escapando. “Esse é um fenômeno que pode acontecer. Em reservatórios, o óleo pode ficar preso numa trapa. Quando a trapa rompe, há vazamento.”

Estrangeiros

A Polícia Federal também investiga a suspeita de que a Chevron empregue estrangeiros em situação irregular no País. Segundo o delegado Fábio Scliar, há indícios de que até pessoas que não deram entrada oficialmente no Brasil estejam trabalhando em plataformas localizadas no litoral brasileiro.

“Trata-se de um ilícito administrativo. Mas é algo sério. Se isso for comprovado e esses estrangeiros em situação irregular estiverem recebendo salários no exterior, por exemplo, já se configura crime de sonegação fiscal e de sonegação previdenciária”, explicou o delegado responsável. Um porta-voz da empresa negou essa possibilidade.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que a prioridade, no momento, é conter o vazamento. “Estamos agindo neste sentido. Depois, vamos passar para a fase de apuração de responsabilidades e penalidades. Teve dano ambiental, tem multa, a legislação é clara. A área técnica vai produzir relatórios e, depois, vamos dar satisfação à sociedade”, disse.

Já o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), reforçou sua posição de que os Estados produtores de petróleo têm de receber uma maior parte dos royalties pois são afetados pela operação. “Esse acidente é a demonstração clara do que significa um dano ambiental em um Estado produtor de petróleo. É uma prova de que eles devem receber uma parte maior dos royalties.”

Plano contra vazamento de petróleo não sai do papel

19/11/2011
DO RIO
DE BRASÍLIA

O governo mantém em banho-maria desde 2003 um plano nacional de contingência contra vazamentos de petróleo de grandes dimensões, informa reportagem de Cirilo Junior e Claudio Angelo publicada na edição deste sábado da Folha.

A minuta do decreto do plano começou a ser feita no início do primeiro governo Lula, conforme determinação da lei 9.966, de 28 de abril de 2000, que trata das ações de prevenção e combate à poluição causada por derramamento de óleo.

Após o acidente com a plataforma da BP nos EUA, em abril de 2010, o plano foi retomado por um grupo de trabalho formado pelo Ministério do Meio Ambiente.

Em maio de 2010, a ministra Izabella Teixeira havia prometido que o plano seria ajustado pelos outros ministérios envolvidos no trabalho e concluído até o fim do ano.

Não foi: durante a transição de governo, foram pedidos novos ajustes ao MMA, que devolveu o texto às outras pastas para que fizessem as alterações solicitadas. Segundo o ministério, as modificações estariam, neste momento, sendo feitas pela pasta de Minas e Energia.

"Como precisa ser assinado por vários ministros, o trâmite levou mais tempo. Há uma burocracia", disse o secretário de Petróleo e Gás do Ministério das Minas e Energia, Marco Antônio Almeida.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o acidente com o poço da Chevron não se enquadraria no plano nacional, por ser "pequeno".

Rogério Santana/Divulgação

Barcos trabalhar para conter o petróleo que vazou do poço operado pela Chevron

Barcos trabalhar para conter o petróleo que vazou do poço operado pela Chevron


http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1008878-plano-contra-vazamento-de-petroleo-nao-sai-do-papel.shtml

Venda de terra para estrangeiros ficará ainda mais difícil

19/11/2011
DE BRASÍLIA

O governo prepara projeto, que pode ser baixado na forma de medida provisória, para tornar mais rígidas as restrições para estrangeiros adquirirem terras no Brasil e fechar brechas da legislação, informa reportagem de Valdo Cruz e Lucio Vaz publicada na Folha deste sábado.

Encomendado pela presidente Dilma Rousseff, o projeto tem como alvo a China, que por meio de seu fundo soberano tem adquirido terras em outros países.

Sérgio Lima-31.mar.11/Folhapress
Comitiva chinesa visita campos de pesquisas de soja, milho e algodão em Goiás
Comitiva chinesa visita campos de pesquisas de soja, milho e algodão em Goiás

Segundo um assessor presidencial, Dilma avalia que o parecer atual da AGU (Advocacia-Geral da União) sobre o tema é "insuficiente" para controlar a entrada de estrangeiros no mercado de terras.

Em 2010, a AGU definiu que empresas brasileiras sob controle de capital estrangeiro têm de obedecer às mesmas restrições das estrangeiras --não podem adquirir mais do que 50 módulos fiscais, com limite máximo de 5.000 hectares (varia de acordo com a região do país).

O governo classifica o assunto como uma questão de "soberania nacional" e de proteção dos interesses do país na produção de commodities agrícolas e minerais.

O novo projeto definirá mecanismos para identificar o que é uma empresa brasileira de capital estrangeiro. Hoje, investidores estrangeiros criam várias companhias para burlar essa identificação.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1008880-venda-de-terra-para-estrangeiros-ficara-ainda-mais-dificil.shtml

Pressão em reservatório foi subestimada, diz Chevron

19/11/2011
PEDRO SOARES e DENISE LUNA - DO RIO

A Chevron reconheceu que um erro no cálculo da pressão do reservatório provocou o vazamento de óleo do campo de Frade. Com base na informação incorreta, a companhia usou um tipo de lama de perfuração que não tinha o peso necessário para conter o óleo, que subiu pelo poço e chegou à superfície.

"A pressão do reservatório foi subestimada", afirmou George Buck, presidente da Chevron Brasil.

A lama tem de ser mais pesada para evitar que o óleo retorne pela parte do poço perfurada. O problema ocorreu no dia 7 e foi informado à ANP no dia seguinte.

O óleo vazou do fundo do poço (2.279 metros desde o subsolo marinho) e escapou por meio de uma ruptura do revestimento da parte superior do poço, a uma profundidade de 560 metros.

Escorreu então para as formações rochosas ao lado (que são como uma esponja e absorvem a substância) e chegou ao fundo do mar por meio de fissuras no subsolo. Como é mais leve que a água, subiu à superfície.

O executivo afirmou que ainda está sendo investigado o que provocou a ruptura, assim como o que levou à estimativa errada da pressão do óleo.

Buck disse, porém, que não houve nenhum problema no sistema de perfuração da sonda, operada pela Transocean -a mesma companhia responsável pelo equipamento que explodiu e provocou o vazamento da BP no golfo do México.

Segundo o executivo, o vazamento foi totalmente contido no dia 13. Porém o petróleo "residual" que já tinha vazado para a rocha continuou a escapar pelas fissuras. A Chevron diz que não tem ainda uma estimativa final de volume do vazamento.

A companhia, diz, calcula "no pior dia" -14 deste mês- que a mancha de óleo na superfície tinha 882 barris. Ontem, tinha 18 barris.

SOBREVOO

Depois de sobrevoar ontem pela manhã a área afetada pelo vazamento de petróleo nas operações da Chevron no campo de Frade, na bacia de Campos, o secretário de Meio Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse que ainda era possível ver borbulhas de óleo na superfície, indicando que ainda havia vazamento.

Minc sobrevoou a área ao lado de equipes do Ibama e da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

O secretário disse ter visto três baleias durante o voo e que uma estava a apenas 300 metros da mancha de óleo. "A mancha ainda é grande e com certeza foi subestimada pela empresa [Chevron]", disse o secretário, que prevê uma punição forte para a petroleira norte-americana.

Em nota oficial, técnicos do Ibama informaram que a inspeção visual mostrou que a mancha de óleo está diminuindo.

Ontem era de cerca de 18 quilômetros de extensão e de 11,8 quilômetros quadrados, ante os 68 quilômetros de extensão e de cerca de 160 quilômetros quadrados de área contabilizados em imagens via satélite nos dias 12 e 14.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1009020-pressao-em-reservatorio-foi-subestimada-diz-chevron.shtml

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Carlos Looping em queda livre

Em mais uma reviravolta, o ministro do trabalho foi pego de surpresa com o looping que o jatinho da ONG deu no ar e agora está em queda livre. O problema é que ele está sem paraquedas e o PDT disse que não providenciará nada para amortecer a queda. Pelo menos o ministro agora poderá cumprir a promessa de não sair nem abatido a bala

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Em cúpula, moeda chinesa causa troca de farpas entre EUA e China

13/11/2011
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente americano, Barack Obama, manifestou "impaciência e frustração" e trocou farpas neste domingo com seu colega chinês, Hu Jintao, em uma tensa conversa sobre política econômica durante a cúpula Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), no Havaí.

Os EUA vêm cobrando da China uma revisão de sua política monetária, argumentando que Pequim mantém o yuan artificialmente desvalorizado para impulsionar suas exportações.

"Ele deixou claro que as pessoas e a comunidade empresarial americanas estão cada vez mais impacientes e frustrados com o estado das mudanças na política econômica na China e a evolução da relação econômica entre Estados Unidos e China", afirmou Michael Froman, assessor adjunto de Segurança Nacional, depois de uma reunião dos dois dirigentes no Havaí.

Pouco antes de sua reunião com Hu, Obama advertiu à China que deve "respeitar as regras" de concorrência em termos de comércio internacional e proteção da propriedade intelectual.

A China também elevou o tom das críticas e disse que prefere manter as relações comerciais com os EUA dentro da arquitetura atual do comércio internacional, e que não será subjugada aos esforços americanos de aumentar sua penetração nos mercados da Ásia e do Pacífico.

Hu insistiu ainda que o status chinês de potência global emergente indica que o país precisa de mais poder nas estruturas internacionais.

Para Obama, a melhor vantagem dos Estados Unidos no mercado global é a inovação e a proteção dos direitos de propriedade intelectual, segundo declarou em um evento à margem da cúpula Apec no Havaí, aludindo às falsificações de produtos no gigante asiático e ao não respeito às patentes neste mercado.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos, principal incentivador do Acordo de Livre Comércio Transpacífico (TPP), não rejeitou explicitamente a participação da China neste acordo, mas advertiu que a mesma deve ser acompanhada de altos níveis de transparência e liberdade, áreas nas quais Pequim é criticado com frequência.

Obama disse neste sábado que o TPP deve ser concluído em 2012, pouco depois de anunciar que seus nove países negociadores alcançaram um acordo "em linhas gerais".

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Entenda o plebiscito que pode dividir o Pará

11/11/2011
DE SÃO PAULO

Os eleitores do Pará vão às urnas no dia 11 de dezembro para decidir, por meio de um plebiscito, se querem a divisão do Estado em dois ou três territórios diferentes.

Na votação, cerca de 4,6 milhões de eleitores paraenses vão decidir se o Pará vai se desmembrar e dar origem aos Estados de Tapajós (oeste do atual Estado) e Carajás (sul). O Pará remanescente da divisão ficaria com 17% de sua atual extensão territorial.

Mas, dependendo do resultado da votação, pode ser criado apenas mais um Estado, e o restante fica como área do Pará.

Na urna eletrônica eles terão de responder as seguintes perguntas: 1) Você á favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado do Carajás?; e 2) Você á favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado do Carajás?

Dependendo do resultado, o Estado pode ser dividido em mais dois territórios ou apenas um, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Os números 55 e 77 corresponderão à manifestação positiva ou negativa às perguntas apresentadas na urna eletrônica. Desde setembro, a população têm acesso às campanhas informativas (do TSE) e publicitárias (das frentes pró e contra).

No entanto, a criação ou não dos futuros Estados depende do Congresso Nacional, que terá a palavra final. A criação de Tapajós e Carajás depende da edição de lei complementar, conforme a Constituição Federal de 1988.

QUEM VOTA

O STF (Supremo Tribunal Federal) definiu no dia 24 de agosto que toda a população do Pará deve ser ouvida no plebiscito sobre a divisão de sua área para a criação de Tapajós e Carajás, e não só a parcela dos cidadãos que poderá integrar os novos Estados.

O supremo entendeu que todos que hoje vivem no Pará serão diretamente afetados com a possível criação dos novos Estados e, portanto, devem se pronunciar.

No dia da consulta popular, os votantes deverão comparecer às suas respectivas seções eleitorais das 8h às 17h. Quem não comparecer terá de justificar a ausência nos 60 dias seguintes ao da votação.

ENTENDA O PROCESSO DE DIVISÃO

Quase dois séculos depois, o Pará reedita a Cabanagem, revolta do século 19 em que índios, negros e mestiços tomaram o poder na então província. Os novos rebeldes querem separar as regiões oeste e sul e fundar os Estados de Carajás e Tapajós.

A insurgência nasceu com o sentimento de abandono político e isolamento territorial e a desigualdade econômica entre a capital, Belém, e regiões remotas do interior.

Mas há diferenças históricas entre os dois projetos de Carajás e Tapajós.

O primeiro é capitaneado por uma elite econômica nova e poderosa, que quer gerir os recursos minerais e a forte agropecuária da região.

O segundo tem maior legitimidade, pois nasceu há 150 anos, mas carece do tônus econômico do vizinho.

Contra ambos estão empresários e políticos da região metropolitana de Belém, que não aceitam perder 86% da área e 44% do PIB.

O governador do Estado, Simão Jatene (PSDB), apontado como contrário à divisão, tem procurado se manter neutro, mas recomenda cautela no debate acalorado.

Será a primeira vez que, no Brasil, um plebiscito vai decidir sobre a criação de novos Estados, e só agora as regras estão ficando claras. Uma delas foi um revés para partidários do "sim": a consulta será no Estado todo, não só nas regiões que querem se separar.

Editoria de Arte/Folhapress

http://www1.folha.uol.com.br/poder/1004674-entenda-o-plebiscito-que-pode-dividir-o-para.shtml

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Teerã acusa AIEA de inventar mentiras sobre o programa nuclear iraniano

06/11/2011
DA EFE, EM TEERÃ

O Irã acusou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de inventar mentiras contra o país em um relatório sobre o programa nuclear da República Islâmica que deve ser divulgado nos próximos dias, informa neste domingo o jornal "Tehran Times".

Conforme disse no sábado em Teerã o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, o relatório "carece de autenticidade e credibilidade técnica".

O chefe da diplomacia iraniana afirmou que o documento indica que o Irã realiza estudos sobre mísseis com capacidade para transportar armas nucleares, mas destacou que esses dados "não são válidos".

Salehi lembrou que a AIEA já divulgou anteriormente informações similares e que o Irã respondeu amplamente a essas acusações e negou que seu programa nuclear tenha fins militares.

O chanceler comparou as acusações da AIEA com o pretexto alegado pelos Estados Unidos para invadir o Iraque em 2003, quando Warashington acusou o regime de Saddam Hussein de manter armas de destruição em massa. "[A invasão] levou ao massacre de milhares de inocentes, mas depois foi provado que todas as informações eram falsas".

Em referência aos EUA, que acusam o Irã de pretender fabricar armas nucleares, o ministro ressaltou que "a AIEA não deve trabalhar sob a influência das grandes potências, mas se manter independente".

AMEAÇAS

Na semana passada, vieram à tona ameaças das autoridades de Israel de realizar um ataque militar contra instalações nucleares do Irã. Até o presidente israelense, Shimon Peres, deu seu recado à República Islâmica.

Para Salehi, tanto as últimas acusações quanto as ameaças de ataques militares contra o Irã são infundadas e pretendem aumentar a pressão contra o regime islâmico, além de ter motivações políticas.

O Irã anunciou o desenvolvimento de 50 mísseis de fabricação nacional, alguns deles de médio alcance --com até 2.000 quilômetros. Além disso, o país também desenvolve um programa espacial que usa foguetes cuja tecnologia, segundo especialistas, pode ser empregada em mísseis balísticos com capacidade para transportar armas nucleares.

A ONU submeteu o Irã a quatro pacotes de sanções devido ao programa nuclear, que parte da comunidade internacional acusa ter objetivos militares. Teerã o nega e garante que tudo se destina exclusivamente a fins civis, além de estar submetido à supervisão da AIEA.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

China pede que Irã seja flexível na questão nuclear

04 de novembro de 2011
REUTERS

A China fez um chamado ao Irã para que mostre flexibilidade sobre o seu controverso programa nuclear e alertou que o uso da força para resolver a questão é a última coisa de que o Oriente Médio precisa no momento.

Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França vêm aumentando a pressão sobre o Irã à medida que se aproxima a divulgação, na semana que vem, de um aguardado relatório da ONU que poderá trazer novos detalhes sobre o lado militar do programa nuclear iraniano.

Os EUA e seus aliados europeus suspeitam que o Irã esteja desenvolvendo a capacidade de produzir armas atômicas sob a fachada de um programa de energia nuclear para uso civil.

O Irã nega ter como objetivo fabricar bombas atômicas e diz que sua meta é a produção de energia elétrica.

A Rússia e a China pediram que a Agência Internacional de Energia Nuclear, órgão da ONU, dê ao Irã tempo para estudar e responder as alegações de possíveis atividades atômicas ligadas ao setor militar antes da publicação do relatório.

A expectativa é que o relatório da AIEA traga informações detalhadas de inteligência indicando as dimensões militares do programa nuclear iraniano, mas sem afirmar explicitamente que o país está tentando fabricar armas atômicas.

Os EUA e Israel têm indicado repetidamente a possibilidade do uso da força contra instalações nucleares iranianas, o que provoca duras ameaças de retaliação por parte do Irã.

(Por Ben Blanchard)

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,china-pede-que-ira-seja-flexivel-na-questao-nuclear,794459,0.htm

Netanyahu intensifica campanha em favor de ataque ao Irã

Governo desconfia que ex-chefes da inteligência esteja por trás de vazamento de informações

03 de novembro de 2011
Reuters e Associated Press

TEL AVIV - Decidido a destruir as instalações nucleares do Irã, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, está em campanha para persuadir os setores mais céticos de seu governo e a cúpula militar israelense a lançar uma ofensiva - de preferência com o apoio de aliados ocidentais, como os EUA.

Aliados do primeiro-ministro consideram ataque ao Irã como 'iminente' - Ronen Zvulun/ReutersRonen Zvulun/Reuters

O ataque, uma obsessão de Netanyahu, é considerado "iminente" por assessores e aliados do premiê, que já teria convencido o chanceler Avigdor Lieberman. Segundo o jornal Haaretz, de Israel, a discussão segue "intensa" e "séria" no gabinete de Netanyahu, que estaria usando termos apocalípticos, como a possibilidade de "um novo Holocausto", para derrotar as últimas resistências ao plano de guerra.

Os principais líderes militares do país, que são o maior obstáculo aos planos de Netanyahu, duvidam da eficácia de um ataque aéreo ao Irã, já que as instalações nucleares do país são subterrâneas e estariam bem protegidas.

O ministro do Interior, Eli Yishai, do partido ortodoxo Shas, também é contrário a uma ação militar. Segundo ele, o bombardeio poderia causar uma violenta reação contra Israel por parte do Hamas, na Faixa de Gaza, e do Hezbollah, no Líbano - ambos os grupos são apoiados por Teerã.

Ainda na terça, Netanyahu pediu a abertura de uma investigação para apurar o vazamento das informações sobre a preparação do plano. Segundo o jornal Al-Jarida, do Kuwait, ele desconfia que as informações foram passadas para a imprensa por Meir Dagan, ex-chefe do Mossad, serviço secreto de Israel, e por Yuval Diskin, ex-diretor do Shin Bet, serviço de inteligência interna do país.

Segundo fontes do governo israelense, citadas pelo jornal kuwaitiano, Diskin e Dagan querem vingança por não terem continuado no governo. "A intenção era prejudicar Netanyahu e o ministro da Defesa, Ehud Barak", diz a reportagem. O objetivo é promover uma campanha midiática para derrubar o premiê.

Sinais

O primeiro sinal importante de que o premiê estava decidido a atacar o Irã veio na semana passada, quando o jornal israelense Yediot Ahronot revelou a pressão de Netanyahu e Barak sobre ministros e militares. A reportagem era claramente sustentada por informações privilegiadas de alguém do governo.

O segundo sinal veio nesta semana, quando o Exército israelense concluiu, em bases da Otan na Itália, a simulação de um bombardeio de longo alcance e testou um novo míssil que tem capacidade para levar ogivas nucleares a 6 mil quilômetros de distância. Na terça, o comando militar israelense realizou novos exercícios de ataque com foguetes a centros urbanos.

O jornal britânico The Guardian informou ontem que as Forças Armadas da Grã-Bretanha têm um plano de contingência para o caso de os EUA optarem por uma ação militar contra o Irã e pedirem ajuda a Londres.

Reação

Teerã lançou um alerta aos EUA e a Israel. Segundo o chefe do Estado-Maior do Irã, general Hassan Firuzabadi, um eventual ataque contra instalações nucleares iranianas teria graves consequências. "Os EUA e o regime sionista sabem que sofrerão perdas enormes, pois as forças iranianas estão preparadas para causar grandes danos", disse. Para o também general Mohamed Hejazi, um ataque contra o país é "improvável". "A República Islâmica pode defender seus interesses nacionais. Por isso, as ameaças não são críveis nem têm valor para nós."