segunda-feira, 28 de março de 2011

Coalizão ataca oeste da Líbia; rebeldes exportarão petróleo ao Qatar

28/03/2011 DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Na véspera de uma reunião de 40 países em Londres para discutir a situação na Líbia, forças da coalizão intensificaram os bombardeios sobre o oeste do país, tendo com alvo redutos do ditador Muammar Gaddafi.

Enquanto isso, os rebeldes anunciaram que exportarão petróleo ao Qatar em "menos de uma semana". A agência estatal líbia e testemunhas independentes informaram que os jatos de guerra da coalizão internacional passaram a bombardear as regiões de Mezda, no centro da Líbia, além de Gharyan, consideradas redutos da retaguarda do ditador. A capital, Trípoli, que já foi alvo de intensos bombardeios durante o fim de semana, também voltou a ser atacada.

"Áreas militares e civis nas regiões de Gharyan e Mezda foram nesta noite alvos de ataques do agressor ocidental, cruzado e colonialista", informou a agência Jana. As cidades de Gharyan e Mezda representam, de acordo com a rebelião, as bases de retaguarda das forças de Gaddafi em suas ofensivas contra as cidades da região de Al Jabal Al Gharbi (oeste), entre elas Zenten e Yefren, controladas pelos insurgentes. TRIBOS SE UNEM Um morador de Zenten indicou que as tribos amazighes de Jado, Zenten e Yefren "se uniram a tribos árabes para formar uma única frente contra ofensiva de Gaddafi.

Mas as forças são desproporcionais". Ao mesmo tempo, em Tajura, no subúrbio leste de Trípoli, nove violentas explosões foram ouvidas à noite, indicaram testemunhas, afirmando que os ataques foram feitos pela coalizão. "As explosões são muito fortes. Elas foram causadas pelo bombardeio da coalizão", afirmaram essas testemunhas, que não conseguiram especificar os alvos atingidos.

EXPORTAÇÃO DE PETRÓLEO Também na tarde desta segunda-feira os rebeldes indicaram que o Qatar deve ser o primeiro país a receber o petróleo produzido nos campos de Ras Lanuf e Ben Jawad, retomados no fim de semana.

O Qatar foi o primeiro país árabe a reconhecer o órgão de direção da rebelião contra o regime líbio, e foi escolhido pelo Conselho Nacional de Transição (CNT), dos rebeldes, para a comercialização do petróleo produzido no país nas zonas controladas pelos insurgentes. As exportações deverão recomeçar em "menos de uma semana", anunciou um porta-voz da insurreição, Ali Tarhoni. "Nós produzimos cerca de 100 mil a 130 mil barris por dia e podemos facilmente aumentar este ritmo até 300 mil barris por dia", declarou Tarhoni à imprensa em Benghazi, no leste da Líbia. "Entramos em contato com a companhia de petróleo do Qatar e eles aceitaram comercializar a commodity para nós", prosseguiu Tarhoni, em referência à Qatar Petroleum (QP), empresa pública deste pequeno país do Golfo.

O CNT é integrado por 31 representantes das principais cidades líbias e constitui de fato o governo da oposição, que nos últimos dias tomou o controle de todo o leste da Líbia. QATAR "O Estado do Qatar decidiu reconhecer o CNT como único representante legítimo do povo líbio", declarou uma fonte do ministério das Relações Exteriores do Qatar.

O Qatar também foi o primeiro país árabe a participar da operação militar internacional, da qual também fazem parte os Emirados Árabes Unidos, um país produtor do Golfo. Assim, dois Mirage 2000 do Qatar, acompanhados de dois caças franceses, realizaram na sexta-feira a primeira missão aérea no céu líbio, como anunciara o Estado-Maior francês. Outras aeronaves do Qatar devem se somar em breve à base aeronaval de La Sude, em Creta.


http://www1.folha.uol.com.br/mundo/895085-coalizao-ataca-oeste-da-libia-rebeldes-exportarao-petroleo-ao-qatar.shtml

quarta-feira, 16 de março de 2011

Grandes cidades nem sempre são as mais poluentes, diz estudo

26/01/2011
DA FRANCE PRESSE

Grandes cidades como Nova York, Londres e Xangai emitem menos poluição per capita na atmosfera do que lugares como Denver e Roterdã, informa estudo divulgado na terça-feira.

Pesquisadores examinaram dados de cem cidades em 33 países, em busca de pistas sobre quais metrópoles seriam as maiores poluidoras e por que, de acordo com estudo publicado na revista especializada "Environment and Urbanization".

Enquanto cidades do mundo todo foram apontadas como culpadas por cerca de 71% das emissões causadoras do efeito estufa, cidadãos urbanos que substituíram os carros por transporte público ajudaram a diminuir as emissões per capita em algumas cidades.


Emissões per capita da capital francesa são de 5,2 toneladas de carbono equivalente; menor que de Denver (EUA)

Por exemplo, as emissões per capita da cidade de Denver, no oeste dos Estados Unidos, somam aproximadamente o dobro das emissões de Nova York, onde vivem 8 milhões de pessoas e na qual há um sistema de metrô amplamente utilizado.

"Isso pode ser atribuído ao fato de a grande densidade demográfica de Nova York pedir um uso menor do automóvel para a locomoção", informa o estudo.

As emissões per capita de Denver (21,5 toneladas de carbono equivalente) foram até mesmo superiores às de Xangai (11,2 toneladas), Paris (5,2) e Atenas (10,4).

As cidades chinesas são consideradas separadamente, porque têm emissões médias bem superiores ao país como um todo. Pequim, por exemplo, emite 10,1 toneladas de carbono equivalente, enquanto a China emite 3,4 toneladas.

"Isso reflete a grande dependência de combustíveis fósseis para a produção de eletricidade, uma base industrial significante em muitas cidades e uma população rural relativamente grande e pobre", informa o estudo.

Com base nas emissões de gases causadores do efeito estufa pelo PIB, pesquisadores descobriram que "cidadãos de Tóquio são 5,6 vezes mais eficientes que os canadenses".

A cidade de Roterdã, na Holanda, teve uma nota ruim por conta de seu porto e por ter uma indústria forte.

"O fato de Roterdã ter um índice de emissão per capita de 29,8 toneladas de carbono equivalente versus 12,67 para a Holanda reflete o forte impacto do porto da cidade, que atrai indústrias, assim como no abastecimento de navios", afirma o estudo.

"Esse índice é similar para as cidades com aeroportos muito movimentados e enfatiza a necessidade de ver as emissões das cidades de forma cautelosa."

O estudo também aponta outras tendências, como as cidades de climas frios terem emissões maiores, e países pobres e de renda média terem emissões per capita inferiores aos países desenvolvidos.

Quando os pesquisadores olharam as cidades asiáticas, latino-americanas e africanas, descobriram emissões menores por pessoa.

"A maior parte das cidades na África, Ásia e América Latina tem emissões inferiores por pessoa. O desafio para elas é manter essas emissões baixas, apesar do crescimento de suas economias."

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/866228-grandes-cidades-nem-sempre-sao-as-mais-poluentes-diz-estudo.shtml

terça-feira, 15 de março de 2011

ONU diz que nível de radiação diminuiu em usina nuclear do Japão


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

15/03/2011
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que o nível de radiação em torno da usina nuclear de Fukushima Daiichi caiu em um período de seis horas na madrugada desta terça-feira, reduzindo temores de uma grande contaminação.

A agência nuclear da ONU disse em comunicado que, a 0h GMT (21h de segunda-feira em Brasília), o nível de radiação era de 11,9 millisieverts (mSv) por hora no portão principal da usina. Seis horas depois, o nível de radiação caiu para 0.6 millisieverts.

Esta unidade é utilizada para medir a radiação recebida pelas pessoas e escala a quantidade de radiação absorvida pelo tecido humano.
As pessoas são expostas naturalmente a uma exposição de entre dois e três mSv por ano. A exposição a mais de mSv no mesmo período pode causar câncer, segundo a Associação Nuclear Mundial.

"Estas observações indicam que o nível de radiação está caindo no local", disse a AIEA, em comunicado.

Mais cedo, o primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, alertou que a radiação já se espalhou por quatro dos seis reatores da usina Fukushima Daiichi, atingida pelo terremoto de magnitude 9 na sexta-feira.

Segundo a AIEA, a radiação entre os reatores 3 e 4 era de 400 mSv por hora --cerca de 20 vezes maior do que a exposição anual de funcionários do setor nuclear e de minas de urânio.

"Esta é uma alta dose, mas um valor localizado e em um determinado período", disse a agência nuclear. "Devemos ressaltar que, por causa deste valor detectado, toda equipe não essencial foi retirada da usina e a população dos arredores já foi retirada".

A agência afirmou ainda que cerca de 150 pessoas estão sendo monitoradas por exposição à radiação e que 23 delas passaram por medidas de descontaminação.

Os níveis perigosos de radiação vazando do complexo forçaram o Japão a ordenar, nesta terça-feira, que 140 mil pessoas se fechem dentro de casa e evitem contato com ar contaminado com material radioativo. Outras 200 mil pessoas foram retiradas até esta segunda-feira da região.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/888850-onu-diz-que-nivel-de-radiacao-diminuiu-em-usina-nuclear-do-japao.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/

domingo, 13 de março de 2011

China prende ativistas e promove o maior movimento de repressão de anos recentes por Cláudia Trevisan

10.março.2011
A onda de protestos contra regimes autoritários no mundo árabe e a tentativa anônima e fracassada de replicá-los na China levou o governo de Pequim a promover a maior onda de repressão a ativistas políticos e críticos do governo de anos recentes.
Desde o mês passado, pelo menos oito pessoas foram presas e acusadas de subversão ou incitamento à subversão, um dos mais graves crimes políticos do país, segundo levantamento realizado pelo Chinese Human Rights Defenders, entidade com sede em Hong Kong. Outras duas estão detidas à espera de apresentação de denúncia contra elas.

Além desse grupo, três advogados que atuam na área de direitos humanos estão desaparecidos, depois de terem sido levados de suas casas pela polícia pouco antes do dia 20 fevereiro, data escolhida pela convocação anônima para a primeira tentativa de protesto contra o governo.
Não se sabe qual a origem da mensagem em defesa da manifestação, que começou a circular em um site mantido por dissidentes nos Estados Unidos e propõe demonstrações todas as tardes de domingo em 35 cidades chinesas.

Nos últimos três domingos, a polícia ocupou os locais apontados nas convocações e nenhuma demonstração significativa ocorreu.

Esse é o mais sério movimento de repressão a ativistas políticos na China desde que começamos a fazer levantamentos dos casos de violação dos direitos humanos, há cinco anos”, disse ao Estado Wang Songlian, diretora do Chinese Human Rights Defenders.

Com militância de mais de uma década como advogado especializado em direitos humanos, Xu Zhiyong afirmou que nunca viu uma onda de repressão tão severa contra ativistas como a atual. A mesma opinião é compartilhada por Liang Xiaojun, defensor de um dos advogados que estão desaparecidos, Jiang Tianyong, que atuou em vários casos de perseguição religiosa. Os outros dois advogados são Tang Jitian e Teng Biao, que frequentemente lança mão da própria legislação chinesa para defender suas posições, quase sempre sem sucesso.

Na avaliação de Wang Songlian, a situação atual é bem mais grave que a da Olimpíada de 2008, quando a paranóia das autoridades chinesas em relação à segurança estava no auge. Também supera a perseguição que ocorreu em dezembro daquele ano, quando 303 intelectuais e ativistas chineses assinaram a Carta 08, documento em defesa de reformas democráticas e do fim do regime de partido único.
O idealizador do manifesto foi Liu Xiaobo, o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2010. Preso em 2008, ele foi condenado no ano seguinte a 11 anos de prisão sob acusação de subversão. A onda atual ultrapassa ainda a registrada entre outubro e dezembro do ano passado, período de anúncio da escolha do ativista chinês para o Nobel da Paz e da entrega do prêmio. Naquela época, houve detenções temporárias de ativistas, mas não se registrou nenhum caso de acusação de subversão, observou Wang Songlian.

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Philip Crowley, declarou na terça-feira que o governo de Washington manifestou às autoridades de Pequim “apreensão” em relação ao desaparecimento de ativistas e advogados de direitos humanos.
Segundo ele, a administração de Barack Obama está preocupada com a utilização de “punições extralegais” na China, eufemismo para prisões realizadas sem base na lei ou com origem em medidas judiciais.

O governo de Pequim também intensificou o controle sobre os correspondentes estrangeiros que atuam no país. Dezenas de jornalistas foram convocados para interrogatórios nas últimas duas semanas e receberam ameaças de cancelamento de seus vistos caso escrevessem sobre a tentativa de promover uma Revolução do Jasmim na China _entre eles, estava a correspondente do Estado em Pequim.

Regras mais liberais para atuação de correspondentes aprovadas na época da Olimpíada de 2008 foram suspensas. Entre as restrições restabelecidas está a exigência de autorização prévia das autoridades para a realização de entrevistas em locais públicos.
A polícia lançou mão de medidas mais concretas de intimidação, com o espancamento de um jornalista da Bloomberg no domingo retrasado e detenções provisórias de vários outros, muitas vezes com o uso de violência.

http://blogs.estadao.com.br/claudia-trevisan/china-prende-ativistas-e-promove-maior-onda-de-repressao-de-anos-recentes/

Chuvas já deixam nove mortos na região Sul

13 de março de 2011

Em Santa Catarina, mais de dez mil pessoas estão desabrigadas

As chuvas que atingem a região Sul do País já deixam nove mortos. Oito pessoas morreram na última semana em São Lourenço do Sul, no Rio Grande do Sul. No município de Antonina, no litoral do Paraná, duas pessoas morreram após as chuvas da última sexta-feira. Em Morretes, também no litoral do Paraná, uma mulher está desaparecida. Segundo a Defesa Civil do município, no local onde a vítima teria desaparecido houve muitos deslizamentos de terra, o que dificulta o acesso das equipes.

No Rio Grande do Sul, a Defesa Civil não divulgou o número de desabrigados e desalojados em todo o Estado, mas informou que cerca de 50 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas. Oito municípios foram atingidos e quatro decretaram situação de emergência: Turuçu, Araricá, Maquiné e Lajeado do Bugre. A cidade de São Lourenço do Sul decretou estado de calamidade pública na última quinta-feira.

Em Santa Catarina, mais de dez mil pessoas tiveram de deixar suas casas após as chuvas. De acordo com a Defesa Civil Estadual, aproximadamente 420 mil foram afetadas pelos alagamentos e enxurradas. Cerca de 1 mil residências foram danificadas nos temporais. E as cidades de Rio dos Cedros e Schroeder decretaram situação de emergência na última semana.

No Paraná, duas pessoas morreram e uma está desaparecida depois das chuvas que atingiram as cidades litorâneas de Antonina e Morretes na sexta-feira. Os municípios de Guaratuba, Paranaguá, Honório Serpa e São José dos Pinhais também foram atingidos. Em todo o Estado, 8.090 pessoas estão desalojadas, abrigadas na casa de parentes e amigos, e outras 706 estão desabrigadas e ocupam abrigos públicos. Aproximadamente 6.500 casas foram danificadas. Ao todo 21.268 pessoas foram afetadas pelas chuvas que causaram deslizamentos e alagamentos.

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,chuvas-ja-deixam-nove-mortos-na-regiao-sul,691330,0.htm

Líbia critica pedido da Liga Árabe de zona de exclusão aérea

13/03/2011
DA EFE, NO CAIRO

O governo líbio afirmou neste domingo em comunicado divulgado pela televisão que a decisão da Liga Árabe de pedir uma zona de exclusão aérea sobre o país está baseada em "alegações falsas e em uma distorção clara da realidade e do que ocorre no terreno".

"Pedimos várias vezes o envio de comitês de investigação e teria sido melhor se o conselho da Liga tivesse enviado um comitê de investigação primeiro, em vez de emitir uma resolução baseada em mentiras", afirma o comunicado divulgado pelo Comitê Popular Geral para a Comunicação Estrangeira e a Cooperação Internacional.

Para o governo da Líbia, tal decisão não faz parte das competências outorgadas na carta de fundação da organização.

A Líbia, que permanece suspensa como membro desde 22 de fevereiro, disse através da televisão que dá as boas-vindas a uma delegação da União Africana.

Em relação ao assassinato do cinegrafista do canal "Al Jazeera", Ali Hassan al Jaber, morto por desconhecidos no sábado perto de Benghazi, uma comentarista da televisão estatal líbia afirmou que "não é costume de Kadafi" este tipo de atitude.

A mesma comentarista acrescentou que o Governo líbio inclusive mobilizou veículos com motorista para os correspondentes estrangeiros.

Os jornalistas estrangeiros denunciaram reiteradamente restrições ao trabalho, incluindo detenções e, no caso de uma equipe da "BBC", torturas e ameaças de execução

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/888097-libia-critica-pedido-da-liga-arabe-de-zona-de-exclusao-aerea.shtml

Mais uma usina nuclear no Japão apresenta problemas

13/03/2011
DE SÃO PAULO
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Uma usina nuclear em Tokai, na província de Ibaraki (norte de Tóquio), anunciou neste domingo problemas em seu sistema de refrigeração, informou a agência japonesa "Kyodo".

Trata-se da terceira central japonesa, junto às de Fukushima e Onagawa, que registra problemas desde que na sexta-feira aconteceu um forte terremoto de 9 graus na escala Richter no litoral nordeste do Japão.

De acordo com um porta-voz da Companhia de Energia Atômica do Japão, uma bomba d'água do sistema de resfriamento da usina entrou em pane, mas as auxiliares funcionam.

"Nossa bomba principal, que funciona com um gerador a diesel, parou, mas recorremos, então, ao sistema sobressalente", disse Masao Nakano, para quem a temperatura do reator começa a baixar suavemente.

A ameaça nuclear que assusta o Japão após o forte terremoto de sexta-feira cresceu neste domingo. As autoridades japonesas decretaram estado de emergência em uma segunda usina nuclear, a de Onagawa (nordeste), anunciou a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).

"As autoridades japonesas informaram à AIEA que o primeiro estado de emergência (o nível mais baixo) na central de Onagawa foi registrado pela Tohoku Electric Power Company", explicou a agência da ONU, com sede em Viena.

Os três reatores da planta de Onagawa "estão sob controle", segundo as autoridades japonesas.

Além disso, o país se preparava para injetar água do mar no reator número 2 em sua usina de energia nuclear em Fukushima Daiichi, disse neste domingo a agência de notícias Jiji, citando a companhia de energia elétrica. A meta é esfriar os equipamentos na unidade, que fica no norte do Japão, afetada após o terremoto.

A Tepco, maior companhia de energia elétrica do Japão já está injetando água do mar nos reatores número 1 e 3 na planta para resfriar e reduzir a pressão dentro dos contêineres onde estão os reatores.

"O terremoto, o tsunami e o incidente nuclear têm sido a maior crise que o Japão enfrentou nos 65 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial", disse o primeiro-ministro Naoto Kan em conferência de imprensa.

Ontem, a instalação que abrigava um dos reatores da usina explodiu após uma falha no sistema de resfriamento. Agora, pelo menos outros dois reatores correm o mesmo risco.

O derretimento parcial de um dos reatores da usina de Fukushima já estava, inclusive, em provável andamento, segundo uma das autoridades, e os operadores da instalação trabalham freneticamente para tentar manter a temperatura de outros reatores sob controle e prevenir um desastre maior.

O chefe do Gabinete de Segurança do país, Yukio Edano, afirmou neste domingo que uma explosão de hidrogênio poderia ocorrer no reator 3 de Fukushima.

"Sob o risco de aumentar a preocupação pública, nós não podemos descartar o risco de uma explosão", disse Edano. "Se houver uma, contanto, não haverá impacto significativo para a saúde da população."

Mais de 170 mil pessoas foram retiradas da área como precaução, embora Edano afirme que a radiação liberada no ambiente até agora foi tão pequena que não colocou a saúde delas em risco.

O derretimento completo --o colapso dos sistemas de uma usina e sua habilidade de conter as temperaturas dos reatores sob controle-- poderia liberar urânio na atmosfera, contaminando de forma perigosa o ambiente e gerando sérios riscos para a saúde da população.

Cerca de 160 pessoas podem ter sido expostas à radiação até agora, afirmou Ryo Miyake, porta-voz da agência nuclear japonesa. A gravidade dessas exposições ainda não foi determinada. Elas foram levadas a hospitais.

RISCO

Especialistas americanos afirmaram neste domingo que utilizar água do mar para esfriar um reator nuclear é um "ato de desespero" que evoca a catástrofe de Tchernobil, na Ucrânia, em 1986.

Vários técnicos, falando à imprensa em audioconferência, preveem, também, que o acidente nuclear possa afetar a reativação deste setor energético em vários países.

"A situação tornou-se tão crítica que não têm mais, ao que parece, a capacidade de fazer ingressar água doce para resfriar o reator e estabilizá-lo, e agora, como recurso último e extremo, recorrem à agua do mar", disse Robert Alvarez, especialista em desarmamento nuclear do Instituto de Estudos Políticos de Washington.

O que acontece atualmente na central é uma perda total de alimentação dos sistemas de resfriamento, exterior e interior (asegurada neste caso por geradores a diesel).

Esta falha total "é considerada extremamente improvável, mas é um tema de grande preocupação há décadas", explicou Ken Bergeron, físico que trabalha com simulações de acidentes em reatores. "Estamos num terreno desconhecido."

"A estrutura de confinamento nesta central é certamente mais sólida que a de Tchernobil, mas muito menos que a de Three Mile Island, e só o futuro dirá" o que pode acontecer, disse Bergeron.

"No momento, estamos diante de situação semelhante à de Tchernobil, onde tentaram derramar areia e cimento" para cobrir o reator em fusão, explicou Peter Bradford, ex-diretor da Comissão de Vigilância Nuclear americana.

"Se isto continuar, se não for controlado, vamos passar de uma fusão parcial do centro (do reator) a uma fusão completa. Será um desastre total", disse por sua vez Joseph Cirincione, chefe da Ploughshares Fund, em entrevista ao canal CNN.

Cirincione reprovou as autoridades japonesas por oferecerem informações parciais e contraditórias sobre a situação na central de Fukushima.

A presença de césio na atmosfera depois de a central ter lançado o vapor excedente indica que uma fusão parcial está em curso, segundo o especialista.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/888098-mais-uma-usina-nuclear-no-japao-apresenta-problemas.shtml

sábado, 12 de março de 2011

Fotos da tragédia no Japão

















http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&biw=1276&bih=655&q=terremoto+no+jap%C3%A3o&wrapid=tlif129994355955911&um=1&ie=UTF-8&source=univ&sa=X&ei=hJB7TY-YMMWV0QHo05noAw&ved=0CHgQsAQ

Após o terremoto, Japão teme uma tragédia nuclear

12 Mar 2011 . Agência France Press . portal@d24am.com

Pobre em recursos naturais, o Japão supre suas necessidades energéticas com um vasto parque de usinas nucleares, que as autoridades sempre afirmaram estarem capacitadas para aguentar terremotos.

Tóquio - A preocupação era grande neste sábado no Japão, após uma explosão de madrugada, hora de Brasília, no reator Nº1 da usina nuclear de Fukushima Nº1, situada a 250 km ao norte de Tóquio.

O fato aconteceu no dia seguinte ao terremoto de magnitude 8,9, seguido por um tsunami, que devastou o nordeste do país, deixando pelo menos 1.700 mortos e desaparecidos.

Pobre em recursos naturais, o Japão supre suas necessidades energéticas com um vasto parque de usinas nucleares, que as autoridades sempre afirmaram estarem capacitadas para aguentar terremotos.

A explosão aconteceu às 15H36, hora local (03H36 de Brasília) na usina nuclear de Fukushima N°1 (nordeste).

Vários funcionários ficaram feridos, informou a televisão pública NHK.

Os problemas começaram após o forte sismo de sexta-feira. O reator superaqueceu e militares da força aérea americana chegaram a vir em ajuda, levando líquido de resfriamento para o local durante a madrugada deste sábado.

Antes disso, companhia elétrica que administra a instalação, a Tokyo Electric Power (Tepco), recebeu instruções de abrir as válvulas do reator para soltar o vapor radioativo e baixar a pressão interna, que estava particularmente elevada.

Um nível radioativo mil vezes superior ao normal foi detectado pela manhã na sala de controle do reator Nº1 da usina Fukushima 1 e o primeiro-ministro japonês Naoto Kan ordenou a evacuação da população num raio de 20 km da estação.

A Agência de Segurança Nuclear e Industrial informou que uma fusão poderia estar se produzindo no interior do reator.

Césio radioativo foi, de fato, detectado ao redor da central, o que pode comprovar a ocorrência de tal fenômeno, segundo um especialista.

A oposição contra a indústria nuclear é forte no Japão. A cada ano, milhares de pessoas se reúnem para relembrar as vítimas das duas bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945.

Mas, ante a pobreza de recursos naturais do arquipélago, a energia nuclear civil é considerada um mal necessário. São mais de 50 reatores espalhados pela costa do Japão, suprindo 30% das necessidades elétricas do país.

Esses reatores foram construídos para suportar os tremores sísmicos e parar automaticamente em caso de um abalo muito forte. Onze deles, situados nas zonas mais atingidas pelo terremoto de ontem, pararam automaticamente.

Uma outra usina nuclear da região, a Fukushima N°2, também registrou problemas no sistema de resfriamento de quatro reatores. A Tepco adotou também medidas de prevenção, com a população sendo retirada das proximidades.

Antes de tomarem conhecimento destes incidentes, os japoneses constataram, de madrugada, um espetáculo de desolação.

"Foi o mais importante tremor desde a era Meiji (1868 a 1912) e muita gente deve ter morrido", declarou o porta-voz do governo.

Segundo o Greenpeace, os danos causados vão mergulhar o Japão "em uma crise nuclear de consequências potencialmente devastadoras".

Se uma fusão ocorrer dentro do reator, "há possibilidade de uma maior dispersão de radioatividade no meio ambiente", informou James Acton, físico que examinou a usina de Kashiwazaki-Kariwa após o terremoto de 2007.

Se isso acontecer, "existe o risco de câncer em longo prazo e este é o principal perigo", declarou à CNN.

Em meio a este cenário, o exército japonês encontrou entre 300 a 400 corpos no porto de Rikuzentakata, que se somam aos entre 200 e 300 cadáveres descobertos numa praia de Sendai (nordeste, prefeitura de Miyagi) depois da passagem da imensa onda de mais de 10 metros.

Uma operação maciça de socorro está sendo realizada com o auxílio de 50.000 soldados e voluntários, apoiados por 190 aviões e dezenas de navios nas zonas sinistradas do litoral do Pacífico.

Segundo a polícia, 215.000 pessoas foram levadas a abrigos no Norte e no Leste do país. Segundo a agência de notícias Kyodo, mais de 3.400 casas foram destruídas.

Pelo menos 5,6 milhões de lares ainda estão sem eletricidade. Milhares de pessoas estão privadas de água potável.

As Forças de Autodefesa (FAD, nome oficial do exército nipônico) mobilizavam-se para organizar o socorro.

O exército americano ofereceu ajuda para o transporte de soldados e veículos, enquanto que navios da 7a Frota devem participar das operações de busca no mar, ao lado da marinha nipônica.

O terremoto, de magnitude 8,9, foi registrado na sexta-feira, às 14H46, hora local (02H46 de Brasília) a 24,4 quilômetros de profundidade e a uma centena de quilômetros ao longo da prefeitura (Estado) de Miyagi.

As primeiras equipes de socorro estão sendo esperadas para as próximas horas e são provenientes de Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Suíça, Reino Unido, Estados Unidos.

http://www.d24am.com/noticias/mundo/apos-o-terremoto-japao-teme-uma-tragedia-nuclear/19123

Forte terremoto atinge a costa nordeste do Japão e gera tsunami

11/03/2011
O tremor foi o 7º pior da história, segundo a agência americana, e também o pior já registrado na história do Japão.

Imagens mostram que o abalo provocou um tsunami, que alcançou áreas da cidade japonesa de Sendai. Carros e barcos foram arrastados, em imagens impressionantes. Um vídeo da TV local mostrou a onda gigante arrastando carros em sua chegada à costa.
Logo após o tremor, um alerta para ondas de até seis metros de altura foi emitido no país. O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico, agência americana, também emitiu um alerta para vários países, de onda de até dez metros. Vários governos emitiram alertas e alguns ordenaram a retirada de moradores de áreas costeiras.

Ondas "pequenas" atingiram as Filipinas horas depois do terremoto, informou o sismólogo chefe do país.

A Indonésia também informou que não houve danos na chegada das ondas, e o governo levantou o alerta. A ilha de Guam, território americano do Pacífico, já levantou o alerta.




O tremor teve epicentro no Oceano Pacífico a 130 km da península de Ojika, no Japão, a uma profundidade de 24 km, considerada baixa.

Ele ocorreu às 14h46 (hora local, 2h46 de Brasília) e foi seguido por pelo menos outros 52 fortes tremores de magnitude superior a 5, segundo o USGS, agência americana que monitora e estuda tremores pelo mundo. O governo japonês emitiu um alerta sobre o risco de fortes réplicas.

Premiê pede calma
O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, qualificou como "grandes" os danos causados pelo abalo. Kan pediu "calma" à população. Ele estava no Parlamento na hora do tremor.

Foram registrados incêndios em pelo menos 80 lugares, segundo a agência Kyodo.

O terremoto sacudiu com força os edifícios de Tóquio. Alarmes foram disparados nos prédios, houve correria, e as linhas telefônicas ficaram bloqueadas.

O Shinkansen, o trem-bala da capital japonesa, e os dois principais aeroportos ficaram temporariamente fechados.

As autoridades japonesas pediram aos moradores da capital que fiquem no centro da cidade e que não tentem chegar a suas casas se vivem nos arredores. O transporte coletivo entrou em colapso na capital.

A parede de água entrou quilômetros adentro pela costa da ilha de Honshu, arrastando casas e transformando os portos em cenários de desoladora devastação.

Nas áreas rurais próximas, a onda varreu as frágeis casas de madeira como se fossem de papel, e em questão de minutos devorou centenas de hectares de plantações.

Carros em estrada danificada pelo tremor na cidade de Yabuki nesta sexta-feira (11) (Foto: AFP)

Em Aomori, no extremo norte da ilha, pelo menos cinco embarcações grandes, algumas emborcadas de cabeça para baixo, foram levadas pelas águas.

Algumas foram paradas por árvores, outras, por conjuntos de lojas ou barreiras marítimas.

Em Ibaraki, era possível ver do alto grandes casas flutuando pela enchente, cercadas por dezenas de carros.

Um navio com 100 pessoas a bordo foi virado pelo tsunami na costa, segundo a agência Kyodo. Ainda não se sabia o destino dos passageiros

As autoriades japonesas disseram que um trem de passageiros desapareceu depois da passagem do tsunami, informou a Kyodo.

O trem da East Japan Railway Co. se encontrava perto da estação de Nobiru, no percurso que liga Sendai a Ishinomaki, quando ocorreu o violento terremoto.

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/03/forte-terremoto-atinge-o-japao-e-provoca-alerta-de-tsunami.html

quinta-feira, 3 de março de 2011

TPI investigará Gaddafi por possíveis crimes contra humanidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS - 03/03/2011


O promotor Luis Moreno Ocampo, do Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, afirmou nesta quinta-feira que irá investigar o ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, e seu círculo mais próximo --incluindo alguns de seus filhos-- por possíveis crimes contra a humanidade que teriam sido cometidos na violenta repressão contra manifestantes antigoverno, que pedem o fim de seu regime.

Ocampo disse que as forças de segurança de Gaddafi têm atacado manifestantes pacíficos em diversas cidades do país desde 15 de fevereiro, e que o mandatário e seus aliados têm comando formal ou de fato sobre essas forças.

O promotor prometeu que não haverá "impunidade" na Líbia.

"Quero ser claro: se as tropas deles cometem crimes, eles podem ser criminalmente responsáveis", afirmou Ocampo à emissora de TV americana CNN.

Trata-se da primeira vez que o TPI irá investigar denúncias ao mesmo tempo em que elas estão ocorrendo. As alegações que serão investigadas incluem morte de manifestantes desarmados, deslocamento forçado, detenção ilegal e ataques aéreos contra civis.

Ocampo havia feito na quarta o anúncio de que o regime de Gaddafi seria investigado por possíveis crimes cometidos contra manifestantes, e prometeu para esta quinta a divulgação dos nomes de pessoas consideradas suspeitas.

A investigação foi aberta em resposta à resolução aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU, na qual solicita ao TPI que examine se os supostos crimes cometidos na Líbia são suscetíveis de ser julgados por essa instância.

A resolução também incluiu sanções econômicas contra o regime líbio, além da proibição de vistos e do congelamento de bens no exterior de Gaddafi e alguns de seus próximos.

Gaddafi respondeu às revoltas em seu país com uma repressão indiscriminada --a mais violenta empreendida por governantes em países atingidos pela onda de protestos antigoverno que varre o mundo árabe-- e reiterados bombardeios que, segundo os últimos dados da ONU, podem ter causado, pelo menos, mil mortes.

O TPI começou a funcionar em 2002 com competência para julgar supostos crimes de guerra e contra a humanidade, incluindo genocídio, em escala internacional.

É a segunda vez que o TPI abre uma investigação a pedido do Conselho de Segurança da ONU, depois do caso de supostos crimes cometidos na região sudanesa de Darfur, remetido à Corte em 2005.

Em relação a esta investigação, Ocampo acusou, entre outros, o presidente sudanês Omar al Bashir de supostos crimes de guerra, o transformando no primeiro líder em exercício processado pelo TPI.

Além do caso de Darfur, o TPI investiga supostos crimes de guerra em Uganda, República Democrática do Congo, República Centro-Africana e Quênia.

CONSELHO

Na última terça-feira, a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) suspendeu por unanimidade a Líbia como país membro do Conselho de Direitos Humanos da entidade devido ao uso da violência pelo governo líbio na repressão aos protestos antigoverno.

A resolução foi adotada pelos 192 países-membros da Assembleia, seguindo a recomendação feita pelo próprio conselho, sediado em Genebra.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, comemorou a suspensão, a decisão do conselho de abrir um inquérito para investigar abusos de direitos humanos na Líbia, assim como o encaminhamento do país do norte da África ao Tribunal Penal Internacional pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Essas ações enviam uma forte e importante mensagem --uma mensagem de grande consequência na região e ao redor-- de que não há impunidade, de que aqueles que cometem crimes contra a humanidade serão punidos, que os princípios fundamentais de justiça e responsabilidade devem prevalecer", afirmou Ban.

A embaixadora americana nas Nações Unidas, Susan Rice, disse: "Pessoas que apontam suas armas contra seu próprio povo não têm lugar no Conselho de Direitos Humanos".

"Essa é uma repreensão severa, mas uma que os líderes da Líbia causaram para si mesmo", disse Rice. "Ela envia outro aviso claro a Gaddafi e aqueles que estão com ele: eles devem parar a matança".

Na prática, o voto não remove permanentemente a Líbia do conselho, mas evita que o país participe de suas reuniões até que a Assembleia Geral determine quando restaurar seu status.

A recomendação pela suspensão da Líbia do Conselho de Direitos Humanos foi adotada pelo órgão na segunda-feira, em reunião da qual participou a secretária de Estado americana, Hillary Clinton. Durante seu discurso, ela afirmou que todas as opções estão sendo consideradas para encerrar a violência na Líbia

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/883751-tpi-investigara-gaddafi-por-possiveis-crimes-contra-humanidade.shtml