sexta-feira, 30 de abril de 2010

Vazamento de petróleo no golfo do Méxixo

30/04/2010
EUA ampliam reação a vazamento de petróleo no golfo do México
O governo dos EUA ampliou os esforços para evitar que o petróleo que vazou de um poço no golfo do México provoque um desastre ambiental ao se aproximar da foz do rio Mississippi.

O presidente Barack Obama prometeu "usar todo e qualquer recurso disponível", e os militares estão mobilizados para combater o vazamento, que ameaça atingir o litoral de quatro Estados do sul dos EUA --Texas, Louisiana, Alabama e Flórida, com potencial para afetar a pesca, a preservação ambiental e o turismo.
O poço, que ficava sob uma plataforma que explodiu e pegou fogo na semana passada, está soltando até 5.000 barris (quase 800 mil litros) de petróleo bruto por dia, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica. Isso é cinco vezes a quantidade estimada anteriormente.

O governador da Louisiana, Bobby Jindal, declarou estado de emergência e pediu verbas ao Departamento de Defesa para mobilizar até 6.000 soldados da Guarda Nacional, que ajudarão no eventual trabalho de limpeza.

Na noite de quinta-feira, a mancha de petróleo estava a apenas cinco quilômetros de uma área de preservação ambiental em um manguezal no delta do Mississippi, região de particular preocupação para os ambientalistas, devido à riqueza do seu ecossistema e à dificuldade de recuperar a área.

A secretária federal de Segurança Doméstica, Janet Napolitano, disse que se trata de "um vazamento de significado nacional", o que significa que recursos federais de outras regiões podem ser usados.

Obama disse que a empresa britânica BP, dona do poço, terá de arcar com os custos da limpeza. As ações da BP e de outras empresas envolvidas na exploração de petróleo no poço despencaram.

O acidente pode também influir em propostas do governo, algumas já submetidas ao Congresso, para que sejam concedidas novas autorizações para a prospecção de petróleo nas águas norte-americanas do golfo do México.

A Marinha disse estar fornecendo à Guarda Costeira botes infláveis e sete sistemas de "escumadeira" para tentar conter a mancha de óleo.

Em Mobile, Alabama, um oficial da Guarda Costeira disse que a população está se preparando para um "impacto costeiro", embora não seja possível prever exatamente quando.

Esse oficial disse que 500 mil varas estão preparadas para serem instaladas na superfície marítima, a fim de segurar a película de óleo.

A BP e a Guarda Costeira montaram aquilo que a empresa diz ser a maior operação de contenção de vazamentos petrolíferos na história, envolvendo dezenas de embarcações e aeronaves.

A empresa britânica admitiu, no entanto, que enfrenta dificuldades para conter a origem do vazamento, já que a boca do poço está mais de 1.500 metros abaixo da superfície do mar. A BP pediu ao Pentágono para usar imagens militares e veículos teleguiados para tentar tapar o poço.

A explosão da plataforma, ocorrida há 11 dias, deixou 11 trabalhadores desaparecidos.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u728293.shtml

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Brasília

50 anos de contrastes

Não é miragem. A capital federal no seu aniversário consolida a proposta de levar o desenvolvimento ao interior, mas se converteu em centro de antagonismos sociais

Octávio Costa e Claudio Dantas Sequeira


CIDADE À VISTA
O nascimento da Esplanada dos Ministérios, em 1959,
foi um marco na construção da nova capital



Numa das viagens que fez ao Planalto Central, ao explicar a um grupo de jornalistas estrangeiros que iria construir naquele descampado a nova capital do País, o presidente Juscelino Kubitschek deparou-se com a reação espantada de uma francesa. “Mas o senhor vai erguer a capital num deserto? Isso é um absurdo.” Juscelino rebateu: “Não, minha filha, absurdo é o deserto.” Em agosto de 1961, com a cidade já de pé, o astronauta soviético Yuri Gagarin, ao conhecer Brasília, não escondeu sua perplexidade: “A impressão que tenho é a de estar chegando a um planeta diferente.” Reações como essas são comuns até hoje diante da ousadia de JK. Brasília nasceu debaixo de polêmica. Na opinião do ex-governador do extinto Estado da Guanabara Carlos Lacerda, a construção da cidade deu origem à inflação que corroeu a economia nas décadas que se seguiram. Mas 50 anos correram e Brasília ficou maior que a polêmica. Com 2,6 milhões de habitantes, a cidade ostenta o melhor índice de desenvolvimento humano. O padrão de educação também é excepcional, com a maior taxa de escolaridade na faixa etária dos 18 aos 24 anos. O sonho de Juscelino está consolidado e o cinquentenário da capital do País será festejado na quarta-feira 21. “Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil para os portugueses e JK descobriu o Brasil para os brasileiros”, diz Maria Elisa Costa, filha do urbanista Lucio Costa que desenhou a capital juntamente com o arquiteto Oscar Niemeyer e o calculista e poeta Joaquim Cardozo.

ESQUELETO DO PALÁCIO DA ALVORADA

Em 1960, correria para que ficasse pronto dentro do prazo

Nem tudo, porém, saiu como o planejado. Brasília é uma cidade de fortes contrastes, a começar por seu conturbado enredo político. Com pouco mais de um ano de vida, testemunhou em 1961 a patética renúncia do presidente Jânio Quadros. Três anos depois, João Goulart foi apeado do poder pelos militares que governaram autoritariamente o País com mão de ferro por 21 anos. Após a redemocratização, em 1985 Brasília sofreu, assim como todo o Brasil, com a doença e morte do presidente eleito pelo colégio eleitoral Tancredo Neves, que não chegou a ser empossado – ele faleceu no dia 21 de abril. A capital foi palco também do primeiro impeachment de um presidente em toda a história da República: criado na cidade, Fernando Collor de Mello caiu abatido por denúncias de corrupção em 1992. Faça-se uma viagem no tempo, e recentemente a autoestima dos brasilienses foi ao chão com o Mensalão do DEM que levou à prisão o governador José Roberto Arruda. Há quem sustente que tudo isso não passa de coincidência. “Assim como o Rio de Janeiro não é responsável pelo suicídio de Getúlio Vargas, Brasília não é responsável pela roubalheira de hoje em dia. Não há culpa nas cidades, a culpa é dos homens”, diz o deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ), que, em seu nono mandato consecutivo, frequenta a cidade desde os anos 1970.


A sequência de eventos desabonadores arranha a imagem da criação de Juscelino. Brasília, hoje, é vista no País como sinônimo do patrimonialismo e desrespeito ao dinheiro público, um lugar onde se trabalha pouco e se rouba muito. Trata-se de uma verdade parcial, injusta com a grande maioria da população brasiliense, honesta e trabalhadora. Os desmandos e os desvios de recursos públicos são praticados pelos políticos, a maioria deles de outros Estados. “Não é verdade que os corruptos, aqui, são mais corruptos que os outros dos demais lugares. O que existe é uma oportunidade maior”, diz o sociólogo Benício Schmidt, professor da UnB. Outro motivo para os descalabros éticos dos parlamentares está na falta de vínculos com a cidade. Quando a capital era no Rio de Janeiro, os políticos se envolviam com a vida local, compravam imóveis em Copacabana e na praia do Flamengo, e mudavam-se com suas famílias. Em Brasília, nada disso acontece. Eles moram em apartamentos funcionais e só passam três dias da semana na cidade, cumprindo o trajeto aeroporto/Asa Sul/ Congresso. “Há uma deturpação pelo fato de os deputados não morarem. Isso cria isolamento e transforma a cidade num grande hotel”, diz o senador Cristovam Buarque, governador do DF de 1995 a 1999. O fato de o poder estar geograficamente distante das pressões e da fiscalização popular também contribui para a prática de atos ilícitos e até para o fortalecimento de pendores autoritários. Se a capital não estivesse tão longe dos grandes centros urbanos, é provável que a ditadura militar não resistisse por 21 anos.

Pelo fato de os parlamentares não criarem raízes na cidade,
ela se transforma num grande hotel


EMBAIXADORA
A Catedral em obras, em 1959, observada por freiras e nos dias de hoje: cartão-postal que já correu o mundo e encantou o vaticano

Apesar de sua trajetória política acidentada, Brasília representa, no entanto, um avanço em termos administrativos. “A representação física do Estado deu certo”, diz Ricardo Penna, ex-secretário de Planejamento do DF e neto de Israel Pinheiro, o engenheiro mestre das obras de Brasília. “Quando se tem uma cidade administrativa, os gestores conversam, os temas fluem mais rápido e isso gera um ciclo virtuoso. Ao aglutinar as instituições num único espaço geográfico, Brasília ajudou no desenvolvimento da administração pública”, diz José Matias-Pereira, professor e ex-coordenador do programa de pós-graduação em administração da UnB. Sem dúvida, a concentração do Poder Executivo deu mais agilidade às decisões que mexem com o destino do País. No início, os funcionários públicos federais resistiram à ideia de viver no Planalto Central, mas ganharam incentivos salariais que perduram até hoje. E, quando presidente, o general Ernesto Geisel exigiu que todos fizessem a opção definitiva entre Rio e Brasília. Como resultado, foi criada uma elite de servidores com cargos e salários de primeira linha e formação cada vez mais especializada.

O Congresso em 1959: local de resistência democrática, mas, infelizmente, também de corrupção.

Brasília também funcionou como força motriz da corrida para o Oeste. Sem a construção da nova capital, o Brasil teria permanecido com sua população concentrada ao longo do litoral. Imaginem-se os problemas urbanos que existiriam com o inchaço ainda maior das grandes cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo. A partir de Brasília, foi possível expandir as fronteiras agrícolas para Rondônia, Acre e Pará. A marcha para o Oeste atraiu empreendedores e produtores do Rio Grande do Sul e do Paraná e de Estados do Nordeste. “Sem Brasília não se teria essa soja toda, não se teria o Centro- Oeste desenvolvido. Foi muita coisa boa para o País que aconteceu a partir da transferência da capital para o coração do Planalto Central”, diz a filha de Lucio Costa. Na história do País houve outras marchas, como a Coluna Prestes e as missões do marechal Cândido Rondon, mas pouco resultaram em termos de fixação do homem nessa região. Para haver a fixação do homem é necessária a construção de estradas e cidades. Brasília tornou-se o ponto central de apoio e favoreceu o desenvolvimento de municípios como Anápolis e Goiânia, além de outros da região noroeste. A capital do Brasil chama a atenção do mundo inteiro por seus projetos urbano e arquitetônico, que lhe conferem características sem paralelo em qualquer outra cidade. Ganhou da Unesco o título de Patrimônio Histórico da Humanidade. Alguns prédios de Oscar Niemeyer são belíssimos, como a Catedral, o Congresso e o Itamaraty. O Plano Piloto é marcadamente funcional, com setorialização das atividades sociais. Há muito verde com áreas assinadas pelo paisagista Burle Marx e o lago Paranoá ajuda a amenizar os efeitos da seca. “O projeto de Brasília é tão forte e tão bom que resiste até hoje às interferências que tentaram fazer nele, e vai resistir muito antes de acabar”, diz o arquiteto Carlos Magalhães, que representa o escritório Niemeyer na capital. Para a maioria dos brasilienses, Brasília deu certo. Uma pesquisa do Instituto Soma Opinião e Mercado mostra que 75% da população local está totalmente satisfeita com a cidade e, parcialmente, 21%. Para somente 3% dos entrevistados Brasília não deu certo e 1% não sabe.

Brasília é um retrato do Brasil. As suas mazelas são as mesmas
da maioria das cidades do País

Projetada para no máximo 500 mil habitantes, a cidade tem em seu entorno mais de dois milhões. Grande parte desse contingente trabalha no Plano Piloto. Com as grandes distâncias e o transporte coletivo precário, o uso do automóvel torna-se compulsório. A frota particular supera 1,2 milhão de veículos, quase um carro para cada adulto. O resultado são longos congestionamentos na hora do rush. Acidentes e atropelamentos tornam-se cada vez mais freqüentes. Devido ao contraste de renda entre a periferia pobre e o Plano Piloto, a violência cresce. Os roubos diversos e furtos a residências somam mais de 60% dos índices de criminalidade, que dobraram nos últimos anos. Tornam-se comuns também os assaltos no comércio e os sequestros relâmpagos. Além dos programas de luxo, agenciados por cafetinas conhecidas, a prostituição é visível no setor comercial e nas entrequadras. Nas palavras do senador Cristovam Buarque, “apesar de seu projeto revolucionário, Brasília é um retrato do Brasil e sofre as mazelas das grandes cidades”. Com seus contrastes e maravilhas arquitetônicas, ela continua, porém, a deixar os visitantes perplexos. Ao caminhar pela Esplanada dos Ministérios, na semana passada, a ex-candidata presidencial da França e dirigente do Partido Socialista, Ségolène Royal, exclamou: “C’est folle!” Ou seja, passaram-se 50 anos, mas Brasília continua uma loucura.

http://www.istoe.com.br/reportagens/65991_50+ANOS+DE+CONTRASTES

São Paulo

O estado que abriga 645 municípios foge do óbvio e movimenta muito além da economia


São Paulo tem muitas faces e fases. Não pode ser definida como terra disto ou daquilo, visto que abriga produções agrícolas e industriais, arte moderna e artesanato tribal, arranha-céus e cachoeiras, praias e montanhas, selva de pedra e floresta... E tantas outras supostas contradições. É o estado do complemento. Quem vive o corre-corre da área metropolitana encontra paz no interior tradicional ou no litoral moderno, ainda preservado.
Os dotes culinários são ponto forte da terra dos bandeirantes, seja nas cozinhas internacionais da metrópole, seja nos fornos a lenha das fazendas. São Paulo tem história, memória guardada em museus, nos causos de quem vê o estado se expandir para além das próprias fronteiras. As festas do campo, como a do peão de Barretos, invadem a Grande São Paulo, e as raves de Sampa buscam espaço em cidades do interior. É o diálogo que enriquece e aproxima os municípios.
Riquezas naturais comprovam a fertilidade do solo, seja para as flores de Holambra, seja para os frutos de Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jundiaí... As águas aqui também são mágicas e movimentam o turismo em Lindóia, Serra Negra e Socorro.
Quem busca aventura pode se divertir por entre as cachoeiras, montanhas e rios de Brotas ou Piracicaba, ou então aproveitar as trilhas de Ubatuba, São Sebastião e Ilhabela. Na praia ou no campo, o que não falta são alternativas para entrar em contato com a natureza.
Interagir é a palavra de ordem na metrópole. Tudo é rápido, sim, menos o trânsito. Nem mesmo o congestionamento para a maior economia do país. Entre os tons cinza, diversas etnias se misturam e revelam a principal característica da cidade grande: diversidade.
Atualizado em 10/2009
http://viajeaqui.abril.com.br/america-do-sul/brasil/sao-paulo-504196.shtml

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Rio Grande do Sul


É como aquele filho que sai muito diferente do resto da família, mas a gente gosta mesmo assim

O Rio Grande do Sul entrou tarde no mapa do Brasil. Até o começo do século 19, espanhóis e portugueses ainda brigavam para saber quem seria o dono da terra gaúcha no extremo Sul do país. Talvez por ter chegado depois, ele ficou com um jeito diferente de ser. Começa que diverge no clima: um Brasil onde faz frio e venta, com pinheiros em vez de coqueiros, é tão fora do padrão quanto um Canadá que fosse à praia. Ainda tem a mania de tomar mate em vez de café.
Mas o mais original de tudo é a personalidade forte do gaúcho. A gente rigorosa do Sul não sabe nada do riso fácil e da fala mansa dos brasileiros do litoral, como cariocas e baianos. Em lugar do calorzinho da praia, gaúcho tem o vazio e o silêncio do pampa, que precisou ser conquistado à unha dos espanhóis.
Todo gaúcho ama sua terra acima de tudo e está sempre a postos para defendê-la. Mesmo que tenha de pagar o preço em sangue e luta. O estado se envolveu em pelo menos uma guerra, e bem sangrenta, a cada 50 anos, tendo até movimentos separatistas, que pretendiam separá-lo do Brasil. Foi palco da maior guerra civil que o país teve, a dos Farrapos. Os gaúchos preservam bastante suas tradições, como cantar, dançar para honrar a garrucha, tomar mate e chimarrão. Esse regionalismo exacerbado costuma criar problemas de imagem para os gaúchos, sempre acusados de se sentir superiores ao resto do país.
O Rio Grande é o quarto estado mais rico do Brasil, atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, e o quinto mais populoso, constituindo 6% da população nacional. Mas possui o melhor Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil, de acordo com a ONU, e o menor índice de analfabetismo do país, segundo o IBGE. E ainda tem as mulheres mais bonitas do país, segundo a agência Ford Models.
Atualizado em 10/2009
http://viajeaqui.abril.com.br/america-do-sul/brasil/rio-grande-do-sul-504074.shtml

O fardo da sede

Se milhões de mulheres que carregam água por longas distâncias tivessem uma torneira na porta de casa, sociedades inteiras poderiam se transformar.

Por Tina Rosenberg
Foto de Lynn Johnson


Mulheres gabras do norte do Quênia gastam até cinco horas diárias carregando pesados galões cheios de água barrenta. Uma seca duradoura levou essa já árida região a uma crise de abastecimento.

Mesmo às 4 da madrugada, à luz das estrelas, ela consegue correr sozinha pelas pedras, morro abaixo, até o rio e enfrentar a íngreme subida de volta para sua aldeia com 23 quilos de água nas costas. Ela tem feito esse percurso três vezes ao dia em quase todos os seus 25 anos de vida, a exemplo de qualquer outra mulher de Foro, a aldeia em que mora no distrito do Konso, no sudoeste da Etiópia. Aylito largou a escola aos 8 anos de idade, em parte porque tinha de ajudar a mãe a pegar água no rio Toiro.
A água é suja, imprópria para beber. A cada ano da atual seca o outrora poderoso rio se exaure mais. Mas é a água de que Foro jamais dispôs.

Aylito também precisa ajudar seu marido a plantar mandioca e leguminosas na roça, catar grama para as cabras, secar o cereal e levá-lo à moenda para fabricar farinha, preparar as refeições, manter limpo o terreno da comunidade e tomar conta de seus três filhos. Nenhuma dessas tarefas é tão importante ou tão exaustiva quanto as oito horas gastas todo dia pegando água.

Nas partes desenvolvidas do mundo, as pessoas abrem uma torneira e dela jorra água limpa. No entanto, 900 milhões de pessoas no mundo não têm acesso à água limpa, e 2,5 bilhões carecem de um meio seguro de descartar os dejetos humanos - muitos defecam em terrenos abertos ou perto dos mesmos rios dos quais bebem água. Água contaminada e falta de banheiro matam em média 3,3 milhões de pessoas por ano no mundo todo, na maioria crianças abaixo dos 5 anos. No sul da Etiópia, e no norte do Quênia, a escassez de chuva nos últimos anos fez minguar até mesmo a água suja.

No Konso, o homem carrega água apenas nas duas ou três semanas subsequentes ao nascimento de seu bebê. Garotos pequenos pegam água também, mas apenas até os 7 ou 8 anos. Essa regra é seguida à risca - por homens e mulheres. "Se garotos mais velhos carregam água, as pessoas começam a fofocar que a mãe deles é preguiçosa", diz Aylito. A reputação de uma mulher do Konso, diz ela, assenta-se no trabalho duro. "Se eu ficar sentada em casa e não fizer nada, ninguém vai gostar de mim. Mas, se eu correr para cima e para baixo pegando água, eles dirão que sou uma mulher sábia que trabalha duro."

Na maior parte do mundo em desenvolvimento, a falta d'água se acha no centro de um círculo vicioso de desigualdade. Algumas mulheres em Foro descem para o rio cinco vezes ao dia, sendo que em uma ou duas dessas viagens elas pegam água para fazer uma bebida fermentada, parecida com cerveja, para seus maridos. Quando pisei em Foro pela primeira vez, uns 60 homens estavam sentados à sombra de uma construção com teto metálico, bebendo. A manhã ia pela metade. As mulheres, afirma Aylito, "nunca têm cinco segundos para se sentar e descansar."

Num fim de tarde quente vou com Aylito ao rio carregando um galão vazio. A trilha é inclinada e, em alguns lugares, escorregadia. Descemos aos trancos e barrancos por grandes rochas ladeadas por cactos e arbustos espinhentos. Depois de 50 minutos chegamos ao rio - ou o que vira rio em algumas épocas do ano. Agora ele é uma série de poços barrentos, sendo que alguns não passam de charcos. As barrancas e as pedras estão cobertas com excremento de burros e vacas. Há cerca de 40 pessoas no rio, o suficiente para que Aylito decida se encaminhar a um ponto rio acima onde a concorrência poderá ser menor. A espera por um lugar para pegar água é especialmente demorada de manhã, razão pela qual ela costuma fazer sua primeira viagem antes de clarear o dia, deixando seus filhos mais novos a cargo de um mais velho, Kumacho, de 4 anos.

Caminhamos por mais dez minutos rio acima, e Aylito reivindica um lugarzinho para se agachar à beira de um bom poço. A criançada pula das barrancas. "Por favor, não pulem", pede Aylito. "A água fica mais suja." Um burro chega para beber do charco que alimenta o poço de Aylito. Quando o animal se vai, as mulheres tentam limpar o lugar usando suas conchas para descartar a água suja fluxo abaixo, onde está Aylito - que as repreende.

Depois de meia-hora é a vez dela. Aylito pega seu primeiro galão e a concha amarela de plástico. Assim que põe a concha na água, outro burro mete as patas no poço que alimenta seu ponto de captação. Ela faz uma careta, inconformada. Mas não pode esperar mais.
O tempo é um luxo do qual Aylito não dispõe. Uma hora depois de nossa chegada ao rio, Aylito encheu dois galões - um para si, outro que eu deverei carregar para ela. Ela ata uma tira de couro ao meu recipiente e o coloca às minhas costas. Fico grata pelo couro macio da tira - a própria Aylito usa uma corda áspera. Mesmo assim, as tiras lanham meus ombros. Com dificuldade, chego à metade do caminho. Mas, quando a trilha se torna mais íngreme, não consigo ir em frente. Envergonhada, troco de galão com uma garota de uns 8 anos; o dela tem a metade do tamanho do meu. A menina enfrenta como pode o peso do galão maior, mas a cerca de dez minutos do topo o fardo torna-se demais para ela. Aylito pega o pesado galão da garota e o instala em suas próprias costas, em cima do que já carregava. Ela nos fuzila com seu olhar de desaprovação e segue montanha acima, agora com perto de 45 litros d'água às costas.
"Ao nascer, sabemos que vamos ter uma vida dura", diz depois, sentada à porta de uma cabana, diante da mandioca que seca sobre uma pele de cabra, segurando seu filho Kumacho. "Essa é a cultura do Konso desde muito tempo antes de nós." Ela jamais questionou essa vida, nunca esperou nada diferente. Logo mais, porém, pela primeira vez, as coisas vão mudar.

Quando você gasta horas carregando água por longas distâncias, você regula cada gota. O consumo diário per capita nos Estados Unidos é de 375 litros d'água, contra 132 litros por habitante no Brasil. Já Aylito se vira com apenas 9 litros. Persuadir as pessoas a usar a água para se lavar é bem mais difícil quando ela precisa ser carregada no braço montanha acima. E, no entanto, higiene e saneamento contam muito. Somente o ato de lavar as mãos já pode reduzir as doenças diarreicas em cerca de 45%. Aylito lava as mãos com água "talvez uma vez por dia", como afirma ela. Ela se banha apenas ocasionalmente. Uma pesquisa de 2007 levantou que nem um lar sequer do Konso dispunha de água e sabão (ou cinzas, um agente de limpeza razoável) para lavar as mãos perto de suas latrinas. A família de Aylito cavou recentemente uma latrina, mas não tem recursos para comprar sabão.

A repostagem na íntegra você pode encontrar acessando o site abaixo.
Publicado em 04/2010
http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/edicao-121/busca-agua-propria-542206.shtml

terça-feira, 13 de abril de 2010

São Paulo

17 mil vivem sobre lixões na Grande SP


Condições em duas favelas do ABC lembram o Morro do Bumba, que desmoronou na semana passada em Niterói e matou 36 pessoas
Eduardo Reina - O Estado de S.Paulo
Pelo menos 17 mil pessoas moram hoje em casas construídas sobre lixões desativados na região metropolitana de São Paulo. Aproximadamente 5 mil delas vivem no Sítio Joaninha, um morro na divisa de São Bernardo do Campo com Diadema. Outras 5.600 ocupam a comunidade do Espírito Santo, em Santo André.


Com condições pra lá de precárias, os dois locais no ABC lembram outro morro que ficou conhecido na semana passada depois de deslizar sobre casas e matar dezenas de pessoas ? o Bumba, em Niterói, Rio de Janeiro.

Na Favela do Espírito Santo, são 1.400 famílias morando há 14 anos em casas sobre um antigo lixão. O núcleo, numa área de 151,9 mil metros quadrados, foi dividido em dois segmentos pelo Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT) . No primeiro, a permanência das famílias ainda é aceitável. No outro, com cerca de 620 famílias, as condições do solo não são seguras e há necessidade de remoção da população.

Em 2003, a prefeitura da cidade recebeu dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a reurbanização na parte sã do núcleo. As obras ainda não foram concluídas.

Já em Mauá, também no ABC paulista, outras 6.800 pessoas não correm risco de ver seus imóveis desmoronar devido a deslizamentos de terra, mas enfrentam o perigo de viver sobre um antigo lixão industrial que emana gases explosivos. São os moradores do condomínio de classe média Barão de Mauá. Há dez anos, uma forte explosão provocada por gás matou um homem e feriu outro gravemente.

Hoje há monitoramento constante da emissão dos gases tóxicos no subsolo ? ali existem 55 prédios. Laudo técnico constatou a presença de bário, cádmio, cobre, cromo, mercúrio, níquel e zinco acima dos valores considerados de alerta. Os moradores pedem na Justiça indenizações junto aos incorporadores e antigo dono do terreno: Cofap, Construtora Soma, SQG Empreendimentos e Construções e Paulicoop Planejamento e Assessoria a Cooperativas.

Capital. Nem a cidade de São Paulo escapa do problema. Existem pelo menos duas favelas sobre antigos depósitos de lixo: a Quadra de Futebol, na Freguesia do Ó, zona norte, e a Willin, no Ipiranga, zona sul. Nelas vivem 520 moradores. Outras 12 favelas da capital são vizinhas de áreas onde funcionaram lixões. Há riscos para os moradores, mas a Prefeitura garante que não são graves, pois seus técnicos fazem monitoramente periódico das áreas. / COLABOROU RODRIGO BRANCATELLI

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100413/not_imp537554,0.php

Noruega

Eterna conquista


Descubra a personalidade marcante de um país retalhado por incríveis fiordes e com passado retratado nos mapas dos aventureiros e nas obras de grandes mestres
13 de abril de 2010

Roberto Almeida, O Estado de S.Paulo

Além. A geografia desse país foi entalhada pouco a pouco pelo norueguês que se orgulha de ter vendio o passado sombrio. Foto: Roberto Almeida/AE

OSLO - Pode até parecer irônico que aventureiros de primeira ordem, desde os vikings até exploradores do mundo moderno, tenham surgido de uma terra tão vasta em pequenas descobertas. Mas, pensando bem, dá para entender. A Noruega inspira o viajante a ir cada vez mais longe, porque cada quilômetro rodado ou milha navegada é, acima de tudo, uma conquista.

A geografia complicada desse país retalhado por fiordes, achacado por invernos rigorosos, foi entalhada pouco a pouco pelo norueguês que se orgulha de ter vencido o passado sombrio. E de ter ido além. O explorador Roald Amundsen que o diga.

Lá no início do século 20, o maior ídolo norueguês embarcou na expedição mais ambiciosa da história. Entre 1911 e 1912, seu trenó puxado por cães foi o primeiro a chegar ao Polo Sul. Incansável, Amundsen também liderou a conquista do Polo Norte, em 1926, desta vez pilotando o dirigível Norge - homenagem ao país que tanto o inspirou.

Como conta em seu diário de bordo, porém, o melhor dia de sua vida não foi quando chegou lá. E sim ao voltar a Oslo, capital norueguesa. Se fosse hoje, além de feliz com o retorno, Amundsen provavelmente ficaria embasbacado com a transformação da cidade.


Ex-prima pobre da Suécia, a Noruega construiu, à base de uma das economias mais prósperas do planeta, sua personalidade própria. Oslo aproveitou a deixa e lançou ao mar, onde antes havia um cais degradado, em frente à Christian Friedriks Plass, uma das mais belas casas de ópera do mundo. Seus 1.800 metros quadrados em blocos de mármore branco, que moldam a construção, contrastam com o brilho apagado do fim de tarde e explodem na paisagem do casario nórdico, do mar calmo.


A cidade também incumbiu ao premiado escultor Gustav Vigeland a tarefa de embelezar seu principal parque, o Vigelandsparken, com 212 peças moldadas em rocha que retratam, entre tantas interpretações, as facetas da existência humana. Os gramados, longos e bem cuidados, são cenário de casais passeando com seus filhos, que sem querer imitam as obras de arte.


A ópera e o parque compartilham com o Parlamento Norueguês, o Palácio Real, o Grand Hotel e o Centro do Nobel da Paz uma palavra-chave: imponência. E ela segue ditando a aventura pelo interior do país.
De trem e catamarã. Os trens noruegueses, também obras de arte, só que desta vez da engenharia, levam o viajante por trechos sinuosos, com dezenas de túneis e cachoeiras esplendorosas no caminho. São passeios essenciais porque apresentam a paisagem quase lunar da antes pobre Noruega e, logo depois, a prosperidade de quem investiu em pequenas fazendas e vive em pleno contato com natureza. As casas coloridas e os pomares dão cor ao verde escuro da mata.

O trem, no entanto, é apenas aperitivo. É preciso respirar fundo, embarcar nos confortáveis catamarãs e tentar entender por que os fiordes noruegueses angariaram tanta fama. A ponto de terem sido escolhidos recentemente pelos leitores da National Geografic Traveler como o cenário mais belo do planeta.

Pode ser apenas por romantismo ou pela simples sensação de navegar onde antes havia uma enorme geleira, que deixou aqueles vales intocados por tanto tempo. Mas o que importa é que naquela monotonia das águas calmas e do vento frio, constante, o ânimo renasce quando entre tantas nuvens o sol aparece. Invariavelmente, ao longe, surge um arco-íris perfeito coroando vilarejos e fazendas.

Ao fim, já no oeste da Noruega, pertinho do círculo Ártico, a chegada a Bergen, histórica e pacata, traz ao viajante a sensação de ser, pelo menos um pouco, tão explorador quanto Amundsen. A vista da cidade, a animada feira de peixes e o casario de mercadores, com mais de 400 anos e Patrimônio Mundial da Unesco, são indispensáveis.

Ao fim da viagem, saboreando uma truta fresquíssima, preparada de forma rústica, ou o verdadeiro bacalhau norueguês em versões sofisticadas - mas por que não de um filé de rena ao ponto? -, vale a pena reler o que dizia o explorador. "A vitória espera aquele que está com tudo em ordem - sorte, dizem as pessoas. A derrota é certa para aquele que negou tomar as precauções necessárias; e isso é chamada má sorte", dizia Amundsen.
* O repórter viajou a convite do Visit Norway e da KLM
http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,eterna-conquista,537590,0.htm

Professor, um texto bem interessante sobre a Noruega que você pode trabalhar focalizando os aspectos geográficos (relevo, clima, localização, fuso horário, econômicos etc)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

PAISAGENS NATURAIS DO BRASIL

No estudo das paisagens naturais do Brasil, é preciso levar em consideração que esta vegetação encontra-se bastante alterada em função do processo de ocupação após a chegada dos europeus em nosso território, sendo que alguns ambientes chegam a apresentar 98% de degradação em relação a formação original, como é o caso das pradarias, no sul do Rio Grande do Sul.

Floresta Equatorial Amazônica: A maior formação florestal do Brasil, ocupa quase a metade do país ao norte. É uma formação higrófila (de áreas úmidas), latifoliadas (grandes folhas), perene (sempre verde), fechada e heterogênea (grande número de espécies vegetais). Conhecida como "Hiléia", tem na exploração da madeira ou nas queimadas para a abertura de áreas agropastoris as principais ameaças à sua existência.

Floresta Ombrófila (palavra de origem grega que significa " que gosta de chuva") Densa ou Mata Tropical Atlântica: Hoje esta reduzida a meras reservas, preservando a memória do que já foi no passado. Essa vegetação espalhava-se ao longo da costa litorânea brasileira, estendendo-se do Rio Grande do Norte ao Rio grande do Sul, com maior alargamento nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Associada à umidade litorânea, possuía as mesmas características da floresta equatorial, sendo higrófila, latifoliada, perene, densa e heterogênea. A boa noticia é que dados obtidos a partir de imagens de satélites demonstram que a Mata Atlântica em São Paulo volta a crescer, vegetação natural paulista recupera 3,8% do espaço.

Mata dos Pinhais ou de Araucária:  Ocupando regiões do Paraná , Santa Catarina e Rio Grande do Sul, passou pelo mesmo processo de degradação, restando apenas 4% de sua área original. Diferente das matas tropicais, é uma mata aberta, aciculifoliada (folhas pontiagudas) , adaptadas a ambientes frios e mais restritas em termos de espécies vegetais, sendo as mais conhecidas, a Erva mate, o Pinheiro do Paraná, e a Araucária angustifólia, uma árvore de excelente madeira que foi intensamente explorada para utilização na construção civil. Com o avanço do cultivo da soja, a partir da década de 1970, as poucas áreas de pinheirais existentes no sul do Brasil praticamente desapareceram.

Mata dos Cocais: Essa formação, também chamada de mata de transição, passa por um processo de degradação, ameaçada pelo avanço do cultivo da soja e criação de gado. Essa formação abrange áreas do Maranhão Piauí, Ceará e Rio grande do Norte, é constituída de coqueirais com espécies como o babaçu, e a carnaúba, muito empregada no nordeste para os mais diversos fins.

Savana (Cerrado): Estende-se por mais de dez estados brasileiros, esta região esta associada a climas tropicais semi-úmidos e solos pobres e ácidos. Característica: caules retorcidos, chegam no máximo a 5m de altura, folhas ásperas. Com o barateamento dos custos de fertilização do solo, o cerrado passou a atrair o interesse de grandes empresas agrícolas, pois é um tipo de terreno plano, o que favorece a implantação de lavoura mecanizada. A partir dos anos de 1980 grande áreas do Cerrado foram substituídas por lavouras de café, trigo e principalmente soja.

Caatinga: Ocupa as áreas semi-áridas do Sertão Nordestino,consiste principalmente de vegetais denominados xerófitas, como as cactáceas, como o xique-xique, o mandacaru e o faxeiro. Vegetação adaptada a escassez de água, possui espinhos, cera no caule e grandes raízes. Esta formação também se encontra bastante alterada, o motivo desta alteração está na criação do gado, cujo pastoreio acaba desfigurando o meio ambiente.

Campos ou Pradarias: localizado no sul do Rio Grande do Sul, é considerado uma continuação dos Pampas argentinos e uruguaios , é uma formação constituída de gramíneas, vem sofrendo ao longo de décadas intensa destruição da cobertura vegetal, devido a criação do gado, cuja conseqüência é o risco de desertificação.

AS FORMAÇÕES COMPLEXAS Em algumas regiões do território brasileiro, o excesso de umidade acaba propiciando o desenvolvimento de uma vegetação diferenciada. Destacam-se:
Complexo do Pantanal: é uma das formações mais ricas do Brasil, estende-se por uma área de aproximadamente 220 mil km2, localizado a oeste do Mato Grosso do Sul e sudoeste do Mato grosso do Sul junto à fronteira da Bolívia e Paraguai. As condições pantanosas da região são conseqüências das invasões provocadas regularmente pelas águas da Bacia hidrográfica do rio Paraguai, daí surgem a misturas de espécies vegetais, como, árvores, arbustos, gramíneas, e até cactáceas. A grande ameaça sobre este ecossistema é a caça e a pesca predatória, e a expansão da atividade agrícola.

Mangue: consiste numa formação que acompanha o litoral do Brasil desde o Amapá até Santa Catarina. É uma Vegetação muito especial, com plantas com raízes aéreas e capazes de suportar a salinidade do solo. O Mangue pela suas características retêm grande quantidade de nutrientes, o que provoca a atração de várias espécies de animais terrestres e marinhos usando-o como ambiente de reprodução, conhecido também como "berçário" para várias espécies. O crescimento das cidades e conseqüente aterramento das áreas de manguezal, o despejo de poluentes industrias, tem como resultado a gradativa eliminação deste importante ambiente de reprodução.

Rio de Janeiro

Eduardo Paes anuncia remoção de oito favelas no Rio de Janeiro

Demolições começaram no Morro do Urubu, em Pilares, na zona norte da cidade
11 de abril de 2010

RIO - Moradores de oito comunidades em áreas de risco serão removidos imediatamente, anunciou neste domingo, 11, o prefeito Eduardo Paes (PMDB). As demolições das casas começaram pelo Morro do Urubu, em Pilares, na zona norte, onde segundo o prefeito em seu microblog (Twitter) a "sorte" impediu que os estragos da chuva atingissem a comunidade.

Pedro Dantas e Gabriela Moreira - Agência Estado
No total, cerca de 3.600 famílias serão retiradas de suas casas no Rio

No Morro do Bumba, em Niterói, na região metropolitana, onde cerca de 50 casas foram soterradas, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) anunciou a utilização de R$ 1 bilhão para a remoção de casas situadas em áreas de "altíssimo risco". A Defesa Civil computava no domingo 229 mortes no Estado, sendo 146 em Niterói, sendo 36 no morro do Bumba, e 63 na capital.

No total, cerca de 3.600 famílias serão retiradas de suas casas. Além do Urubu, serão removidas construções na favela São João Batista, em Botafogo; Cantinho do Céu e Pantanal, no Morro do Turano, na Tijuca; Laboriaux, na Rocinha; Parque Colúmbia, em Acari e Morro dos Prazeres - onde pelo menos 30 pessoas morreram em decorrência de deslizamentos - e Fogueteiro, ambos em Santa Teresa, no Centro.

Para reassentar as famílias, a prefeitura destinará o terreno do antigo Complexo Penitenciário da Frei Caneca, no Centro, que foi implodido no último mês e um terreno comprado da Light, em Triagem, na zona norte. As casas serão construídas pelo programa do governo federal Minha Casa Minha Vida. "Na medida do possível, estamos oferecendo alternativas para que as pessoas continuem morando em áreas próximas às suas comunidades", disse o prefeito.

Os moradores das favelas Cantinho do Céu e Pantanal, na Tijuca, serão indenizados para comprar outros imóveis, em áreas autorizadas pela prefeitura, no programa chamado Aquisição Assistida. Já os moradores da São João Batista, receberão indenização em dinheiro, pelo valor do imóvel, acrescido de 40%.

Enquanto isso, os moradores removidos serão incluídos no programa Aluguel Social e receberão R$ 400 para locação de imóvel em área que não seja de risco. O valor do aluguel foi aumentado em R$ 150.

As oito comunidades que terão casas removidas não fazem parte da lista de 130 favelas consideradas em áreas de risco, em relatório divulgado pela prefeitura no início do ano. De acordo com o documento, 13 mil domicílios estavam comprometidos.

Segundo Eduardo Paes, a Geo-Rio começa neste domingo a fazer um mapeamento de risco geológico em toda a cidade, para elaboração de um programa de remanejamento das famílias em áreas de risco. A conclusão do levantamento está prevista para daqui seis meses.

De acordo com o governador Sérgio Cabral, no próximo dia 15, o ministro da Fazenda Guido Mantega assinará a liberação de R$ 5,3 bilhões de recursos do Plano de Ajuste Fiscal. Desta verba sairá o R$ 1 bilhão destinada às remoções em todo o Estado.

http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,eduardo-paes-anuncia-remocao-de-oito-favelas-no-rio-de-janeiro,536954,0.htm

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Venezuela critica postura de Colômbia sobre suspeitas de espionagem
Para Hugo Chávez, o atual governo de Uribe 'quer se fazer de vítima'
09 de abril de 2010


CARACAS - O governo venezuelano acusou hoje o Executivo da Colômbia de querer "se fazer de vítima" sobre os casos de suspeitas de espionagem de colombianos detidos na Venezuela e afirmou que se trata de uma "posição inaceitável".

"O governo de Álvaro Uribe tornou pública uma posição inaceitável frente às legítimas e substanciadas denúncias do Governo da República Bolivariana da Venezuela sobre a descoberta de uma operação de espionagem", anunciou o Executivo de Hugo Chávez, em um comunicado público.

"Mais uma vez o atual governo da Colômbia quer se fazer de vítima, em um caso que envolve um grupo de pessoas capturadas em flagrante com provas de espionagem, que atentam contra nossa pátria. Trata-se de uma manobra de distração, diante da gravidade de fatos que demonstram a ação constante de grupos conspiratórios contra a paz e a segurança" da Venezuela, acrescenta.

Chávez antecipou ontem à noite que responderia com uma nota "lacônica, mas firme" a Uribe, que, na quarta-feira, pediu que fossem respeitados os direitos dos vários milhões de cidadãos da Colômbia que vivem na Venezuela, além de ter reivindicado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos medidas para garantir a segurança dos supostos espiões.

Após ressaltar que "99% dos colombianos são dignos e nobres", que "foram respeitados todos os direitos humanos" e que durante seu governo foram legalizados "milhões de imigrantes ilegais colombianos que agora estão trabalhando conosco", Chávez negou os maus-tratos alegados por Uribe com seu pedido.

Sobre os detidos, Chávez esclareceu que ainda não foram condenados pela justiça venezuelana, que ainda deve revisar "fortes indícios de espionagem", em "computadores, muitas fotografias, códigos segredos ou semissecretos, atividades estranhas e contradições entre eles".

O comunicado oficial acrescenta que as declarações de Uribe "constituem uma tentativa para minar de forma duradoura o possível caminho ao restabelecimento de relações normais com a Venezuela".

Os detidos, cujo número exato ainda não foi divulgado, embora a princípio tenha sido anunciado oito, pertencem a uma mesma família que vive na Venezuela há anos, onde possuem uma fábrica de sorvete, segundo o governo colombiano.

O Executivo de Chávez afirma, pelo contrário, que essas pessoas colhiam informações para atentar contra o sistema elétrico venezuelano e tinham fotos de centrais e outras instalações.

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,venezuela-critica-postura-de-colombia-sobre-suspeitas-de-espionagem,536070,0.htm

Dava para evitar a tragédia?

por Eduardo Reina

Seção: Carta geotécnica 07.abril.2010


O não monitoramento de áreas de risco, a não remoção de casas construídas em terrenos instáveis e a inexistência de cartas geotécnicas são erros acumulados na gestão do crescimento urbano. Aliado a isso, o descaso em relação às características geológicas e geotécnicas dos terrenos ocupados estão na origem das enchentes e deslizamentos no Rio de Janeiro, São Paulo e em outras regiões do País. Estas são as principais conclusões contidas em um documento elaborado pelos principais especialistas brasileiros em estabilidade de encostas. Para “interromper o avassalador fluxo de produção de novas situações de riscos geotécnicos”, municípios e Estados precisam adotar um conjunto de cinco medidas urgentes. Essas medidas são apresentadas no documento “Carta às Autoridades”, assinado pelo engenheiro geotécnico Jarbas Milititsky, presidente da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS), e pelo geólogo Fernando Kertzman, presidente da Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental (ABGE). Os especialistas apontam a necessidade de elaboração de cartas geotécnicas e cartas de riscos, a começar das áreas mais críticas; fazer o monitoramento das áreas de riscos; realizar a remoção de moradias localizadas em pontos instáveis; efetuar a capacitação de técnicos nos municípios e Estados juntamente com o treinamento das comunidades situadas em áreas de risco.
“A elaboração desses documentos cartográficos e de monitoramento demanda alguns meses de trabalho de equipes multidisciplinares, mas seria possível que no início do próximo semestre os municípios mais críticos já tenham esses instrumentos de gestão disponíveis, de modo que as medidas de antecipação ao próximo período chuvoso possam ser implementadas eficientemente. A ausência destes instrumentos faz com que hoje grande parte do esforço e dos recursos despendidos concentre-se nas ações imediatas e emergenciais de atendimento pós-desastre, sobrecarregando os órgãos da Defesa Civil. A prevenção é possível, eficiente e mais barata que a remediação”, diz a carta que será aprsentada ao público no dia 16, no Instituto de Engenharia, em São Paulo.
http://blogs.estadao.com.br/eduardo-reina/2010/04/07/dava-para-evitar-a-tragedia/

Industrialização Brasileira

Exercícios e Análise de texto.

1- (UNESP) O grande desenvolvimento industrial que afetou o Brasil, a partir de 1960, foi responsável por uma série de conseqüências. Entre as cinco alternativas, uma é incorreta. Qual é?
a) Melhor distribuição de renda à população
b) Grande êxodo rural
c) Aumento da taxa de urbanização
d) Mecanização da agricultura
e) Crescimento das favelas nos grandes centros urbanos
2- (PUC-RS) Assinale a alternativa correta com base nas afirmações a seguir referentes à dívida externa brasileira.
I -Um dos fatores da dívida externa brasileira é o alto custo das importações de bens de capital aliado à instabilidade de preços dos produtos agrícolas ex- portados:
II -As importações de equipamentos vinculados a empréstimos obtidos no exterior contribuem para a dívida externa do Brasil.
III -As exportações de produtos agrícolas e de minérios não têm nenhuma relação com a dívida externa brasileira.
IV -A exportação de produtos industrializados contribui para o aumento da dívida externa do Brasil.
São corretas as afirmativas:
a) I e II d) II, III e IV
b) I e IV e) todas
c) I, II e III
3- (Mack) (Mack) A respeito do “milagre econômico” do governo Médici (1969-1974), são feitas as afirmações seguintes.
I. O “milagre” representou um período de altas taxas de crescimento do PIB (de até 14%), com avanços extraordinários na indústria, na agricultura e no comércio.
II. A política econômica baseou-se, simultaneamente, na concessão de subsídios e incentivos fiscais às indústrias e na imposição do arrocho salarial aos trabalhadores.
III. Os avanços econômicos conduziram o Brasil à situação de oitava economia mundial, condição amplamente utilizada como propaganda pelo regime militar.
Assinale:
a) se apenas I é correta.
b) se apenas II é correta.
c) se apenas III é correta.
d) se apenas I e II são corretas.
e) se I, II e III são corretas.

4- (Ufpr) Refletindo sobre a dinâmica que marcou as etapas da industrialização brasileira, leia as afirmativas abaixo, assinalando V para verdadeiro e F para falso:
(  ) Ainda sob o governo de Getúlio Vargas, o estado brasileiro assumiu um importante papel na industrialização brasileira, ao criar as companhias estatais de infra-estrutura e as indústrias pesadas necessárias ao nosso desenvolvimento.
(  ) Juscelino Kubistcheck redirecionou o modelo industrial brasileiro durante seu governo ao abrir o país para a entrada das indústrias leves multinacionais, como por exemplo no setor automobilístico.
(  ) Durante o regime militar, o projeto de desenvolvimento econômico brasileiro voltou a apoiar-se majoritariamente na iniciativa privada e nacional. A prioridade dos militares era evitar o endividamento externo e direcionar investimentos à educação e à saúde.
(  ) A partir dos anos 90, o Brasil passou a seguir fielmente os fundamentos do neoliberalismo, e assim promoveu a diminuição da participação do Estado nas atividades econômicas e industriais brasileiras, através de um amplo programa de privatizações no setor infra-estrutural e de indústrias de base.
(  ) Atualmente, as multinacionais controlam a maioria do mercado no setor das indústrias leves; já no
setor dos bens de produção ainda é vetada qualquer participação da iniciativa privada. A seqüência correta é:
a) F - F - V - F - V
b) F - F - V - V - V
c) V - V - F - F - V
d) F - V - V - V - F
e) V - V - F - V - F

Responda:
5- Explique a afirmativa:
“As indústrias absorvem cada vez menos mão-de-obra e as atividades terciárias apresentam um lado moderno e outro marginal.”

6- Como podemos caracterizar a industrialização do nosso país? Qual setor industrial foi priorizado no governo de Vargas?

7- Faça uma crítica ao desenvolvimento industrial ocorrido no Brasil durante o governo de Juscelino Kubitscheck.

8- Quais as razões da oposição à tentativa de Goulart de implantar as reformas na sociedade brasileira?

9- O que foi o Plano Salte? Quem instituiu este plano?


Leia o texto abaixo e responda as questões 3 e 4.
O conceito de Megalópole

O termo "megalópole" foi amplamente utilizado desde o aparecimento do livro a que demos esse título, e que foi publicado em Nova York, em 1961. Além de designar a região que vai de Boston a Washington, estudada como protótipo da urbanização moderna, megalópole veio a significar certos aspectos específicos do atual processo de crescimento urbano. Três pontos pelo menos merecem ser cuidadosamente considerados no conceito de megalópole. Primeiro, oferece a demonstração em escala gigante do poder avassalador das grandes cidades modernas que se estendem (...) em torno dos núcleos densamente construídos. Segundo, tão vastas regiões urbanas concentram uma população muito grande. (...) Terceiro, a concentração também se desenvolveu no seio da megalópole, já que esta contém cinco grandes cidades: Nova York, Filadélfia, Boston, Baltimore e Washington. São áreas metropolitanas, com milhões de habitantes cada uma. (...)
O ambiente da megalópole pode ser chamado completamente de artificial, feito pelo homem, mesmo em suas partes rurais (...) Em 1900, metade de toda a produção industrial dos Estados Unidos se localizava nos atuais limites da megalópole. Mas agora esta região tem apenas um quarto da capacidade manufatureira do país e a proporção tende a declinar. (...) As concentrações de trabalhadores nos centros das grandes cidades megalopolitanas não consistem principalmente de trabalhadores manuais, mas sim cada vez mais e já predominantemente de trabalhadores categorizados, empregados de escritório, laboratórios. (...)
(Gottmann,Jean. “A urbanização e a paisagem americana: o conceito de megalópole.” In:Geografia humana nos Estados Unidos. Rio de Janeiro, Fórum Editora.).

1. A noção de megalópole remete:
a. ao crescimento de várias cidades vizinhas, que passam com o tempo a formar um único aglomerado urbano, uma conurbação.
b. a uma área superurbanizada, onde num reduzido espaço (em relação às proporções do país) existem várias cidades com mais de I milhão de habitantes com uma enorme concentração demográfica e de recursos econômicos.
c. a cidades como Nova York, Londres, Paris ou Moscou, conhecidas internacionalmente.
d. a um ambiente qualquer artificial, feito pela ação humana.
e. a uma política de planejamento urbano integrado.

2. Apesar de o conceito de megalópole ter sido elaborado para se referir a essa área que vai de Boston a Washington, na porção nordeste dos EUA, vários autores passaram a aplicá-lo a outras regiões superurbanizadas, onde há igualmente enormes concentrações econômicas e demográficas. Cite um exemplo de megalópole.

Trabalhando com música

Eu sou roceiro (canção de Jorge Pereira Lima)

Eu sou roceiro, vivo de cavar o chão.
Tenho as mãos calejadas, meu senhor.
Me falta terra, falta casa e falta pão
Não sei onde é o Brasil do lavrador.
Só tenho a enxada e o título de eleitor
Para votar em seus fulanos educados
Que não fazem nada pelo pobre agricultor,
Que não tem terra para fazer o seu roçado.

Este país é do tamanho de um continente,
mas não tem terra para o homem da mão grossa.
De norte a sul, de nascente a poente,
vivo à procura dum lugar pra fazer roça.

Escuto o rádio, fico cheio de alegria,
Quando se fala que a reforma vai chegar:
Espero um ano, espero e só se cria
Falsos projetos pra poder me tapear

Sou um soldado retirante sem medalha,
Sou estrangeiro quando pego a reclamar.
Sou camponês que usa tanga e sandália,
Sou brasileiro só na hora de votar.

1. Utilizando a linguagem popular, dê outro
título para a letra da música, indicando a
temática central da composição de Jorge
Pereira Lima.
2. Apresente os motivos que podem justificar
a descrença do autor, expressa na letra da música.
3. Aponte o trecho onde, indiretamente, o
autor mostra que é injustificável ter que lutar
pela reforma agrária num país como o Brasil.
4. Aponte o trecho onde o autor questiona a
questão da cidadania.
Análise de texto:
"Não quero que a minha casa seja cercada de muros por todos os lados, nem que as minhas janelas sejam tapadas. Quero que as culturas de todas as terras sejam sopradas para dentro da minha casa, o mais livremente possível. Mas recuso-me a ser desapossado da minha por qualquer outra." Mahatma Gandhi
Mahatma Gandhi (1869-1948), líder pacifista indiano, difundia a resistência pacífica ao domínio britânico na Índia e a não-violência como forma de luta.

Analise o texto e responda: Como as palavras de Gandhi reforçam a idéia de que diferenças culturais não significam, necessariamente, conflito?
1- A partir do texto, faça uma redação sobre a importância da tolerância religiosa e de uma sociedade culturalmente diversificada.
2- O que são minorias nacionais e que fatores podem desenvolver conflitos entre nacionalidades?
3- Qual a relação entre colonialismo e conflitos étnicos no mundo atual?
4- Leia as afirmativas abaixo e relacione-as, no seu caderno, aos seguintes conflitos: Oriente Médio,
Afeganistão, Ossétia do SuI, Chechênia e Daguestão, Iraque.
a) Passou de aliado dos EUA a inimigo, tendo provocado a Guerra do Golfo ao invadir o Kuwait.
b) 0 regime do Talibã foi deposto por uma ação militar dos EUA.
c) Repúblicas russas do Cáucaso, onde separatistas querem a formação de um Estado islâmico independente.
d) Teve seu território e população divididos entre Rússia e Geórgia.
e) Conflito que se prolonga desde 1948,(quando a ONU dividiu a Palestina) envolvendo países da Ásia e da África.

ROCHAS

Os três grandes grupos de rochas que compõem a crosta do planeta Terra, quanto à sua natureza, são: o das rochas magmáticas ou ígneas, o das metamórficas e o das sedimentares. O termo "cristalinas", utilizado inadequadamente no texto anterior, refere-se, comumente, ao conjunto das ígneas e metamórficas, que formam os escudos cristalinos.

As magmáticas ou ígneas formam-se da consolidação do magma. Quando formadas em profundidade, são chamadas de intrusivas ou de plutônicas. Os granitos são exemplos desse tipo de rocha. Quando formadas na superfície, são denominadas vulcânicas ou eruptivas, e o basalto, que ficou "famoso" devido à sua correlação com a terra roxa, muito fértil.

As metamórficas resultam da transformação de outras preexistentes, tanto das magmáticas, quanto das sedimentares. Como exemplo, temos alguns gnaisses, formados a partir do metamorfismo dos granitos, e o mármore, formado a partir do calcário, que é uma rocha sedimentar.

As sedimentares, que podem ser formadas por deposição de detritos, originados da ação erosiva, de qualquer outra rocha. A areia de praia é um exemplo de terreno sedimentar que pode vir a formar uma rocha sedimentar desse tipo, um arenito, se sofrer um processo de consolidação. Existem também as rochas formadas por precipitação química e por acúmulo de restos orgânicos. Os combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, foram formados durante processos específicos de sedimentação de material orgânico. São chamados de "fósseis", no sentido amplo do termo, pois possuem restos ou vestígios de seres que existiram em épocas muito anteriores à atual.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Aviões de Israel bombardeiam nove alvos na Faixa de Gaza

Segundo testemunhas, explosões foram ouvidas após as aeronaves sobrevoarem a região

(02 de abril de 2010)

GAZA - Aviões militares israelenses bombardearam no começo desta sexta-feira, 2, pelo menos nove alvos diferentes na Faixa de Gaza. Os ataques deixaram três civis menores de idade levemente feridos, segundo fontes da saúde da faixa palestina.

Hamas pede ajuda internacional para frear violência em Gaza

De acordo com o relato de testemunhas, várias explosões sucessivas puderam ser escutadas pouco depois que os aparelhos israelenses sobrevoaram o território controlado pelo movimento islamita Hamas.

Os bombardeios aéreos sobre a faixa aconteceram em resposta ao lançamento na quinta-feira de um foguete disparado por milícias palestinas desde o território contra solo israelense, informou o Exército do país em comunicado.

A rádio israelense informou que o projétil caiu em uma comunidade agrícola do sul de Israel denominada Hof Shkol, onde não causou danos pessoais. Por enquanto, o ataque não foi reivindicado por nenhuma facção armada palestina.

O Exército israelense informou em comunicado que sua Aviação "atingiu com sucesso uma manufatura no norte da Faixa de Gaza, outro ponto onde eram fabricadas armas no centro e dois armazéns no sul" do território palestino.

As fontes de segurança em Gaza disseram que os aviões israelenses bombardearam vários lugares pertencentes a grupos armados palestinos nas localidades de Rafah, Khan Yunes, no sul da faixa, e a Cidade de Gaza, que não causaram feridos.

As testemunhas relataram que quatro ataques aéreos sucessivos tiveram como alvo bases de treinamento pertencentes ao Hamas e a outro grupo armado a oeste da cidade de Khan Yunes, ao sul de Gaza, sem causar feridos.

Forças de segurança do Governo do Hamas acrescentaram que os aparelhos israelenses atingiram outro alvo em Rafah, no sul da faixa e fronteiriça com o Egito, no qual não houve feridos.

As fontes disseram que helicópteros Apache dispararam um foguete contra uma oficina metalúrgica no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da faixa, que foi destruído, embora sem infligir ferimentos a ninguém.

Acrescentaram que caças-bombardeiros F-16 bombardearam o sul da Cidade de Gaza contra uma base de treinamento do braço armado do Hamas, a milícia Ezedin al-Qassam, que estava vazia no momento do ataque.

Os aviões israelenses atingiram outros dois alvos diferentes na Cidade de Gaza - segundo as fontes de segurança -, no primeiro dos quais foi bombardeado um armazém de ferro-velho de veículos, enquanto o segundo foi uma região descampada do bairro de Sabra.

Médicos do hospital Shifa da capital da faixa disseram que três crianças ficaram levemente feridos pela ação dos bombardeios neste último subúrbio, e que receberam o atendimento médico adequado.

O Exército israelense informou que cerca de 20 de foguetes e bombas foram disparados a partir da faixa contra Israel em março, um dos quais matou uma pessoa que trabalhava em um kibutz.
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,avioes-de-israel-bombardeiam-nove-alvos-na-faixa-de-gaza,532764,0.htm

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Aprovada ajuda de R$ 25 milhões para reconstrução de Gaza
Agência Senado - 2 dias atrás (30 de março de 2010 às 16:02 hs.)


Projeto que autoriza o Brasil a doar R$ 25 milhões à Autoridade Nacional Palestina em apoio à reconstrução de Gaza foi aprovado nesta terça-feira (30) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e segue, agora, para o exame do Plenário do Senado.

A proposta, que integra a pauta da comissão desde o dia 16 de março, provocou grande polêmica e teve sua votação adiada por um pedido de vista. O relator foi o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

Na reunião de ontem, o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) afirmou que o Brasil tem bolsões de pobreza que não recebem nenhuma assistência oficial, fato que desaconselha o país a fazer doações a outras nações, por mais justas que sejam as razões para a ajuda humanitária.

O senador Gerson Camata (PMDB-ES) afirmou que, em outra ocasião, votaria contra a proposta pela suposição de que o dinheiro se destinaria a atividades palestinas contra Israel. Mas hoje, em protesto contra a política do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de ampliação de assentamentos judeus em Jerusalém, ele disse que votaria pela aprovação do projeto de ajuda a Gaza.

Oposição

Na reunião do dia 16 de março, vários senadores se manifestaram contra a proposta. Cícero Lucena (PSDB-PB) lembrou que o governo alega falta de dinheiro para adotar as mudanças no Bolsa-Família previstas em projeto de Tasso Jereissati (PSDB-CE), mas destina grandes quantidades de recursos a doações internacionais.

João Tenório (PSDB-AL) considerou a posição do governo "surreal": enquanto é generoso nas doações a outros países, recusa-se a rolar as dívidas que sufocam os produtores do agreste nordestino. Efraim Morais (DEM-PB) observou que essas dívidas dos produtores, que causam grandes problemas para a economia nordestina, são de pequenos valores, em muitos casos inferiores a R$ 15 mil.

http://www.infojus.com.br/noticias/aprovada-ajuda-de-r-25-milhoes-para-reconstrucao-de-gaza/