segunda-feira, 22 de março de 2010

No Dia Mundial da Água, ONU defende urgência de preservação

22 de março de 2010

AE - Agencia Estado
Hoje, data em que se comemora do Dia Mundial da Água, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um comunicado sobre a qualidade do recurso, vital para a vida na Terra. No documento, a entidade lembra que a qualidade da água em todo o mundo é ameaçada pelo crescimento populacional e pela expansão das atividades industrial e agrícola.

O texto afirma também que as mudanças climáticas ameaçam alterar o ciclo global hídrico e que há a necessidade urgente que os setores público e privado de todo o mundo se unam para assumir o desafio de proteger e melhorar a qualidade de rios, lagos e aquíferos. Para tanto, diz o documento, a população deve se comprometer a evitar a poluição futura da água, tratando as já contaminadas, e restaurar a qualidade e saúde de rios, lagos aquíferos e ecossistemas aquáticos.

"A qualidade da água se tornou uma questão global", diz o comunicado, lembrando os milhões de toneladas de esgoto e dejetos industriais e agrícolas que são despejados diariamente nos rios. Em consequência dessa prática, mais pessoas morrem por contato com água contaminada do que a soma de todas as formas de violência, sendo que os mais atingidos são crianças menores de cinco anos.

Além da questão humana, o relatório fala sobre as perdas econômicas decorrentes, lembrando que a falta de água e de instalações sanitárias, apenas na África, são estimadas em US$ 28,4 bilhões, o que significa cerca de 5% de seu Produto Interno Bruto (PIB).

A boa notícia, lembra a ONU, é que soluções são implementadas em vários lugares. Mas a entidade diz que atitudes corajosas precisam ser tomadas nos âmbitos internacional, nacional e local, já que o assunto precisa ser tratado como prioridade global, pois a vida humana depende de nossas ações tomadas hoje. O documento é encerrado com a frase "água é vida".

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,no-dia-mundial-da-agua-onu-defende-urgencia-de-preservacao,527671,0.htm
22/03/2010 -
Israel ataca túnel da faixa de Gaza em resposta a disparo de foguete


da Folha Online

A Força Aérea de Israel lançou ataque contra um túnel clandestino no sul da faixa de Gaza na madrugada desta segunda-feira (noite de domingo em Brasília), em resposta ao disparo de um foguete Qassam contra o sul do território israelense.

Aeronaves israelenses atacaram um túnel na área de Rafah, na fronteira com o Egito, sem deixar feridos. Os palestinos construíram centenas de túneis que ligam o território ao Egito como forma de burlar o duro bloqueio imposto por Israel desde 2007, quando o grupo islâmico Hamas tomou à força o controle de Gaza.

Um porta-voz militar disse que o túnel era utilizado para o contrabando de armas.

Neste domingo, um foguete Qassam atingiu um campo aberto em um kibbutz perto da cidade de Ashkelon. O foguete não deixou feridos ou danos e atingiu o país três dias após a morte de um imigrante tailandês em ataque semelhante, no norte de Negev.

Desde o fim da ofensiva militar de Israel em Gaza, no começo de 2008, mais de 400 foguetes foram lançados da faixa de Gaza contra o país, segundo o jornal "Haaretz".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u710131.shtml

sexta-feira, 19 de março de 2010

Brasil reduziu favelas em 16% na última década, aponta ONU

Cerca de 10,4 milhões de pessoas deixaram habitações precárias em dez anos; no mundo, porém, número de favelados cresceu

18 de março de 2010

Na última década, o Brasil reduziu em 16% a população de habitantes de favelas, o que representa cerca de 10,4 milhões de pessoas. A fatia de habitantes que moram em habitações precárias diminuiu de 31,5% para 26,4% em dez anos, graças à adoção de políticas econômicas e sociais, diminuição da taxa de natalidade e migração do campo para a cidade. As conclusões estão no relatório "State of the World’s Cities 2010/2011", produzido pelas Nações Unidas (ONU).

Em todo o mundo, 227 milhões de pessoas deixaram de viver em favelas nos últimos dez anos, informa o relatório. Entre os países que mais avançaram na questão, o Brasil está atrás apenas de China, Índia e Indonésia.

Apesar disso, a ONU aponta que crescimento populacional e o êxodo rural fizeram com que no total o número de favelados crescesse de 776,7 milhões para 827,6 milhões durante a década. Os autores do estudo calculam que, mantida a taxa atual, o número de habitantes de favelas chegará a 889 milhões em 2020.

Na América Latina, Argentina, Colômbia, México e Brasil juntos representam 79% do desenvolvimento urbano que a região conquistou no período. Na Argentina, destaca a análise, houve melhora na vida de 5 milhões de favelados.

Em relação ao Brasil, o estudo valia que a diminuição do número de favelados também foi possível com a criação do Ministério das Cidades, adoção de uma emenda constitucional afirmando o direito do cidadão à moradia e os subsídios de materiais de construção, terrenos e serviços.

'PASSOS GIGANTES'

Segundo o relatório, China e Índia - países mais populosos do planeta - deram "passos gigantes" para melhorar as condições de moradia de suas populações.

Metade deste crescimento veio de pessoas que já viviam em favelas, um quarto de migrantes do campo para áreas urbanas e outro quarto de pessoas que viviam em áreas rurais nas bordas das cidades e que tiveram suas residências engolidas pelo crescimento urbano.

Na semana que vem, o Rio será sede do V Fórum Urbano Mundial, entre os dias 22 e 26. Com tema "O Direito à Cidade: Unindo o Urbano Dividido", O evento da ONU visa analisar os desafios da rápida urbanização e seus impactos na sociedade.

(Com informações da BBC Brasil)
Blair acusado de enriquecer com Iraque
Segundo jornal, ex-premiê tinha contrato secreto com petrolífera que atua no país
O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair manteve em segredo por dois anos um lucrativo acordo com a companhia petrolífera sul-coreana UI Energy Corporation, que tem grandes interesses no Iraque, segundo o jornal Daily Mail.

O ex-líder também procurou evitar vazamento de informações de outro contrato, de um milhão de libras (aproximadamente US$ 1,5 milhões) para assessorar a família real kuaitiana, acrescenta o jornal.

Blair, que ganhou pelo menos 22 milhões de euros desde que deixou o poder, em junho de 2007, convenceu o comitê que examina os novos empregos dos ex-membros do governo a ocultar esses dados durante vinte meses com o argumento de que era informação "comercialmente muito delicada".

Os acordos finalmente foram conhecidos nesta quinta-feira, 18, depois que o chamado Comitê Assessor sobre Nomeações em Empresas decidiu adotar uma postura diferente e publicá-los.

Segundo o Daily Mail, essas revelações são importantes para pessoas e organizações que acusam Blair de lucrar com a Guerra do Iraque e de utilizar seu papel de enviado especial do Quarteto para o Oriente Médio (formado pelos EUA, a UE, Rússia e a ONU) para se beneficiar pessoalmente.

Seus críticos assinalam que boa parte de sua renda milionária (e impossível de calcular, já que Blair construiu uma grande rede de companhias), procedem de pessoas e assinaturas americanas e do Oriente Médio.

Blair aceitou assessorar um consórcio de investidores liderados pela empresa sul-coreana UI Energy em agosto de 2008.

A empresa, que é uma dos maiores investidoras no Curdistão iraquiano, região rica em petróleo, tem também como assessores o ex-primeiro-ministro australiano Bob Hawke, assim como importantes políticos americanos.

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,tony-blair-escondeu-acordo-milionario-com-petrolifera-coreana-diz-jornal,526454,0.htm

Assentamento em Jerusalém Oriental

Quarteto quer que Israel 'congele' construção de novos assentamentos
Mediadores das negociações pedem para que 'nenhuma decisão unilateral seja tomada'
19 de março de 2010

MOSCOU - O quarteto de mediadores para o Oriente Médio pediu nesta sexta-feira, 19, ao governo de Israel que "congele" a construção de todos os seus assentamentos e solicitou aos palestinos para que não cometam atos que possam atrapalhar o início das negociações indiretas entre as partes.

"O Quarteto convoca o governo de Israel a congelar todas as suas atividades para a construção de assentamentos (...), desmantelar todos os assentamentos levantados desde março de 2001 e parar de demolir edifícios e despejar gente em Jerusalém Oriental", diz a declaração assinada pelo Quarteto, formado por Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia, em Moscou.

O documento foi lido em entrevista coletiva ao término da reunião dos mediadores pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. O quarteto condenou a decisão do governo de Israel de construir novos imóveis na parte árabe de Jerusalém e pediu para que as duas partes mantenham a calma, abstenham-se de "ações provocadoras" e deixem de lado a "retórica incendiária".

"As ações unilaterais adotadas por qualquer uma das partes não devem se antecipar ao resultado das negociações e não serão reconhecidas pela comunidade internacional", ressalta a declaração. Os mediadores destacaram que o status de Jerusalém deve ser determinado por negociações entre ambas as partes.

Ao mesmo tempo, o quarteto demonstrou satisfação com a possibilidade de negociações indiretas entre israelenses e palestinos e ressaltou que estas serão "um passo importante rumo ao reatamento sem condições prévias das negociações bilaterais diretas".

O grupo de mediadores expressou seu convencimento de que estas negociações devem chegar, em até 24 meses, a um acordo que ponha fim ao conflito e leve à criação de um Estado palestino democrático que viva em paz com Israel e outros países vizinhos. "Faremos tudo o que está em nossas mãos para fazer com que as partes comecem conversas indiretas e, depois, diretas", disse o ministro de Assuntos Exteriores da Rússia e anfitrião da reunião do quarteto, Serguei Lavrov.

O chefe da diplomacia russa manifestou sua esperança de que "Israel entenda a posição do quarteto". "A declaração é muito clara. Defendemos o começo de conversas indiretas", disse a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, ao ressaltar que isso serve aos interesses de Israel e dos palestinos.

Também participaram da reunião em Moscou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, e o representante especial dos mediadores, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair.

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,quarteto-quer-que-israel-congele-construcao-de-novos-assentamentos,526472,0.htm

domingo, 14 de março de 2010

Lula vai a Israel com intenção de mediar negociações com palestinos

14 de março de 2010

Denise Chrispim Marin - O Estadao de S.Paulo

Com uma oferta de mediação brasileira apresentada em 2003 e ressuscitada agora no fim do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia amanhã uma visita oficial a Israel e aos territórios palestinos em um momento especialmente delicado para as negociações de paz, que os Estados Unidos desejam mediar.

Ao desembarcar hoje em Tel-Aviv, Lula chegará com uma bagagem potencialmente explosiva: sua insistência em levar mais interlocutores para esse difícil diálogo, entre os quais o Brasil, e em interferir nas discussões internas entre a Autoridade Palestina (AP) e os radicais do Hamas.

No auge das pretensões, o Brasil quer até mediar diretamente o diálogo entre o Fatah e o Hamas, que tomou o controle da Faixa de Gaza em junho de 2007, após derrotar as forças de segurança do movimento laico.

Ontem, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, partiu de Israel, encerrando seu esforço para fazer avançar as negociações indiretas entre palestinos e israelenses. Sua visita foi prejudicada pelo anúncio de Israel de que pretende construir 1.600 casas em Jerusalém Oriental.

O argumento básico de Lula em favor de novos interlocutores é embalado pelo fracasso da mediação dos EUA. Um ministro próximo a Lula esmiuçou assim, na semana passada, a crítica à atuação de Washington: os EUA são parte interessada, estão atrelados ao ponto de vista de Israel. A mesma fonte lembrou que, apesar dos avanços iniciais nas negociações que mediou, a Casa Branca não conseguiu fechar um acordo capaz de permitir a convivência pacífica e segura entre os dois lados.

"O Brasil está interessado em integrar esse processo, quer jogar em favor da paz. Mas não vai se apresentar como um salvador da pátria", disse o ministro. "Se a negociação ficar pendurada nos EUA, não sei se funcionará."

País insuspeito. A primeira vez em que Lula se ofereceu para contribuir para a paz entre israelenses e palestinos foi em dezembro de 2003, quando se encontrou no Cairo com Nabil Shaath, então chanceler da AP. Segundo um diplomata, o mundo árabe recebeu bem a oferta pelo fato de o Brasil ser considerado um "país insuspeito", sem interesses políticos ou econômicos na região.

Em novembro, Lula insistiu na oferta de mediação brasileira ao receber os presidentes de Israel, Shimon Peres, e da AP, Mahmoud Abbas. Apesar das negativas à interferência mais incisiva do Brasil, a Presidência e o Itamaraty insistem na possibilidade.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100314/not_imp524037,0.php

quarta-feira, 10 de março de 2010

BIOMASSA

10 de março de 2010

Resíduos viram lucrativa biomassa

Sobretudo o bagaço de cana, além das palhas de arroz e de amendoim e da casca de coco, são combustíveis ambientais

(Leandro Costa - O Estado de S.Paulo)


'MONTANHA' DE BAGAÇO DE CANA - Usinas aproveitam quase todo o resíduo

Antes vistos como sobras inconvenientes das lavouras e causadores de problemas ambientais, os resíduos de culturas como a cana-de-acúcar e arroz têm ganhado importância e mercado. À medida que mais empresas investem na mudança de matriz energética, deixando de lado a queima de combustível fóssil para aquecer caldeiras, a procura por biomassa como o bagaço da cana e as cascas de arroz e de amendoim, só tem crescido.

No setor sucroalcooleiro, o aproveitamento do bagaço de cana é feito há pelo menos duas décadas. Até os anos 1990, o resíduo da moagem da cana era um problema. Até que as usinas passaram a substituir as caldeiras que usavam diesel como combustível por caldeiras movidas a biomassa. Hoje, o bagaço da cana é o principal insumo para garantir a autossuficiência energética da usinas, que vendem, inclusive, o excedente de energia produzido, por meio da cogeração.

OUTRAS INDÚSTRIAS

Mas o uso bagaço de cana não fica restrito às usinas sucroalcooleiras. Ele também é consumido por indústrias como a de suco de laranja. "Boa parte do bagaço que não queimamos na nossa unidade de Pradópolis é vendida para a Citrosuco, de Matão, e para a Cutrale, de Araraquara (SP)", diz o diretor financeiro da Usina São Martinho, João Carvalho do Val. A empresa vende o bagaço há cerca de dez anos e comercializa, em média, 450 mil toneladas da biomassa por safra.

Outra empresa que vende o excedente de bagaço é a Cosan, o maior grupo sucroalcooleiro do País. Segundo explica o presidente da unidade de Acúcar e Álcool da empresa, Pedro Mizutani, o volume não é tão expressivo já que, quando as usinas da Cosan foram projetadas, já era previsto o uso de boa parte do bagaço nas caldeiras. Os setor de citros também é o principal comprador do excedente da Cosan.

O preço por tonelada da biomassa varia, segundo o assessor de Bioeletricidade da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Zilmar de Zouza, porque o frete influencia muito. Descontado o fator logístico, ele estima valores entre R$ 5 e R$ 30 por tonelada para o bagaço de cana.

Na Região Sul, outro resíduo que tem dado lucro é a casca de arroz. "Nas décadas de 1980 e 90 era um resíduo problemático. Como os engenhos ficavam próximos das cidades, a casca do arroz, pela sua baixa densidade, era levada pelo vento e, quando chovia, entupia os bueiros. Além disso, se jogada em aterros, gerava o gás metano quando se decompunha e passou a ser mal vista do ponto de vista ambiental", diz o consultor técnico do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), Gilberto Amato.

APROVEITAMENTO TOTAL

Hoje, esse cenário mudou. Segundo Amato, a casca de arroz é quase totalmente aproveitada. Segundo estimativas do Irga, são quase 2 milhões de toneladas da biomassa produzidas por safra. "Boa parte das indústrias cerâmicas ao longo da BR-101 compra a casca de arroz para abastecer caldeiras."

Amato diz ainda que um grupo europeu pretende montar uma indústria de geração de energia abastecida só com casca de arroz. "Eles querem firmar contratos longos com os produtores da região para adquirir a casca do arroz."

A AmBev de Viamão (RS) usa, desde 2006, a casca de arroz como combustível. Segundo o diretor de Sustentabilidade, Sandro Bassili, foram investidos R$ 4,7 milhões para mudar a matriz energética. "Contando com as outras unidades que já estão operando com biomassa, já investimos R$ 18 milhões. Também usamos casca de coco, no Nordeste", diz. Hoje, 32% do calor gerado pelas caldeiras da empresa em todo o País vem da biomassa. Por isso, desde 2007 a empresa já obteve autorização para negociar os créditos de carbono gerados pela mudança na matriz energética.

http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,residuos-viram-lucrativa-biomassa,522107,0.htm

Fundo Monetário Europeu - FME

Os dentes deste fundo
10 de março de 2010 | 19h14

Celso Ming

Quando foi para elaborar um projeto de regulamentação para o sistema financeiro global, foram os europeus que se bateram pelo fortalecimento do Fundo Monetário Internacional (FMI), que, assim, passaria a cumprir uma função nova, a de fiscal internacional das instituições financeiras. No entanto, na opinião dos mesmos dirigentes europeus, o FMI não serve para socorrer um membro fragilizado da União Monetária Europeia, a área do euro.

Tão logo apareceram as primeiras sugestões para que a Grécia e outros sócios do clube dos Pigs recorressem ao FMI para consertar suas finanças, os maiorais da Europa foram veementemente contra. Avisaram que as mazelas da área do euro era problema deles, que tem de ser consertado a partir de soluções internas e não por organismos controlados por outras forças políticas.

Assim, os dirigentes europeus, cujos Estados estão entre os maiores acionistas do FMI (detêm 23,7% das cotas), de repente comportam-se como sindicalistas de países emergentes que não gostam de imposições e promovem manifestações com o slogan “Fora FMI”.

A única objeção contra um pedido de socorro ao FMI por um membro da área do euro é a de que as contrapartidas pedidas pelo Fundo por um empréstimo salvador correspondem a imposições de regras rigorosas na administração dos recursos públicos e, obviamente, do monitoramento de praxe nessas circunstâncias.

Quando a Inglaterra recorreu ao FMI, em 1976, ou a Suécia, em 1992, ninguém entendeu que seria humilhação a submissão de países tão seletos ao chicote dos fiscais do FMI.

E, no entanto, por sugestão tornada pública nesse final de semana pelo ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, os dirigentes europeus parecem ter chegado à conclusão de que podem ter uma espécie de fundão caseiro, para uso exclusivo dos europeus, que levaria o nome de Fundo Monetário Europeu (FME).

Não é uma solução prática porque um organismo assim exige prolongada negociação de um tratado especial e a Grécia está sangrando e precisa de atendimento imediato.

Além disso, na medida em que a União Europeia admitisse que transgressões a suas próprias leis fiscais (déficit orçamentário não superior a 3% do PIB e dívida pública não maior que 60% do PIB) pudessem ter cobertura de capital do seu FME, a juros bem mais camaradas do que os vigentes no mercado financeiro, desapareceriam algumas razões pelas quais um membro da União Monetária Europeia precisa manter rígida disciplina fiscal.

Talvez por isso, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, reconheceu ontem que, se for criado, o FME terá de “ter dentes para aplicar sanções”. Seriam dentes que não produziriam efeito substancialmente diferente do que produzem os chicotes do FMI.

E fica aí a pergunta: Se esse FME levaria tanto tempo para começar a funcionar; se exigiria enormes capitais (só a Grécia precisa hoje de US$ 30 bilhões); e se teria de ser dotado de uma mandíbula poderosa, por que não usar para isso o FMI velho de guerra, que já está montado, tem capitais disponíveis e chicotes eficazes?

Confira

O tamanho da marolinha – Amanhã sai o PIB do Brasil no quarto trimestre de 2009, que perfaz o “PIB da marolinha”, a reação do Brasil à crise, na leitura do presidente Lula.

As projeções do crescimento do PIB do ano começaram nos 5%, mas foram caindo à medida que a crise atingiu a produção industrial. Ao final do ano, a percepção era a de que a evolução do PIB seria negativa, alguma coisa em torno de -1%.

Mas a avaliação do comportamento da economia brasileira não pode ficar aí. Este ano, 2010, já mostra uma forte recuperação que aponta um crescimento entre 5% e 6%.

http://blogs.estadao.com.br/celso-ming/
10 de março de 2010 13:15

Petrobrás faz nova descoberta no pré-sal das áreas de Carioca e Guará
Há uma forte expectativa para a área de Carioca, que pode ser a maior acumulação de óleo da área de Tupi, na Bacia de Santos

Kelly Lima, da Agência Estado

- A Petrobrás informou à Agência Nacional de Petróleo (ANP) ter encontrado mais indícios de petróleo no pré-sal do bloco BM-S-9, na Bacia de Santos, onde estão localizadas as áreas de Carioca e Guará. A descoberta foi comunicada ontem à reguladora e publicada hoje no seu site. A Petrobrás ainda não divulgou informações sobre o assunto.

O bloco BM-S-9 é operado pela Petrobrás (45%), em parceria com a britânica BG (30%) e a espanhola Repsol (25%). No local, por enquanto a Petrobrás só identificou o volume de reservas estimado para Guará, entre 1 bilhão e 2 bilhões de barris.

Há uma forte expectativa para a área de Carioca, que pode ser, segundo analistas, a maior acumulação de óleo da área do polo de Tupi, na Bacia de Santos. Além de Carioca e Guará, já foram identificadas potenciais reservas num terceiro prospecto na área, de Abaré Oeste. Além dos já citados, o bloco BM-S-9 possui ainda os prospectos de Iguaçu, Complex, Tupã e Abaré.

A Petrobrás não informou em qual destes prospectos foi identificada a nova reserva.

http://economia.estadao.com.br/noticias/petrobras-faz-nova-descoberta-no-pre-sal-das-areas-de-carioca-e-guara,not_8431.htm

terça-feira, 9 de março de 2010

Consequências do terremoto no Chile

Terremoto redesenha mapa do Chile e desloca cidades até 4 metros

SANTIAGO (Reuters) - O terremoto que sacudiu o Chile em fevereiro redesenhou os mapas da região, causando um deslocamento de até 4 metros nas zonas próximas ao epicentro, disseram cientistas chilenos nesta terça-feira.

O diretor científico do Serviço Sismológico da Universidade do Chile, Sergio Barrientos, disse à Reuters que a correção do movimento causado pela superposição das placas tectônicas pode levar mais de um século.

"Este foi um grande terremoto, que tem muito deslocamento e envolve muita extensão. Há deslocamentos de até 4 metros perto de Constitución", acrescentou ele, referindo-se à cidade que fica 360 quilômetros ao sul de Santiago e foi uma das mais devastadas pelo terremoto e pelos tsunamis subsequentes.

O tremor de magnitude 8,8 na madrugada de 27 de fevereiro foi o quinto mais violento da história moderna, deixando pelo menos 497 mortos e um rastro de destruição ainda não avaliado por completo.

Os resultados dos estudos com base em medições de GPS feitas em conjunto com especialistas da Universidade Estadual de Ohio (EUA) estarão prontos dentro de um mês. Mas dados preliminares indicam que a cidade de Concepción, segunda maior do país, e também bastante afetada, se deslocou três metros para sudeste. Santiago, a capital, "andou" meio metro.

"Deslocamentos significativos são evidentes em lugares tão a leste como Buenos Aires (de 2 a 4 centímetros) e tão ao norte como a fronteira (do Chile) com o Peru", disse nota da Universidade Estadual de Ohio.

Buenos Aires fica mais de 1.100 quilômetros a leste de Santiago, do outro lado da cordilheira dos Andes.

A energia liberada pelo sismo foi tão grande que, segundo a Nasa, deslocou em cerca de 7,6 centímetros o eixo de rotação da Terra.

O Chile, um dos países mais sísmicos do mundo, está situado diante da linha de contato entre as placas tectônicas de Nazca, no Pacífico, e da América do Sul.

Quando ocorre um terremoto como o de fevereiro, a placa de Nazca escorrega para debaixo da placa continental. Esse fenômeno, que os cientistas chamam de "subducção", provoca o deslocamento para o leste. "O processo inverso demoraria cem anos ou até mais", disse o sismólogo Barrientos.

(Reportagem de Esteban Israel)
http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/100309/manchetes/manchetes_chile_terremoto_desloca

BRASIL X EUA

09/03/2010 - 15h19
Secretário dos EUA diz que país não quer guerra comercial com Brasil, afirma ministro

LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Gary Locke, disse nesta terça-feira que não interessa ao seu país entrar em uma guerra de comércio com o Brasil, segundo informou o ministro brasileiro Miguel Jorge (Desenvolvimento).

Jorge se reuniu com Locke na manhã de hoje e, mais tarde, os dois participaram de almoço com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e com empresários dos dois países.

De acordo com o ministro, Locke não trouxe nenhuma proposta de negociação em relação à retaliação que deverá ser aplicada pelo Brasil aos EUA por conta dos subsídios norte-americanos ao algodão. Segundo o ministro brasileiro, a visita do secretário já estava marcada e ele não é o responsável por esse tipo de negociação.

Apesar da falta de propostas, Jorge respondeu ao colega norte-americano que o Brasil também não quer uma guerra comercial.

"Também não interessa ao Brasil, não interessa aos dois países. Realmente o caminho é a negociação. O que fazemos é negociar e estamos prontos para negociar na hora em que formos chamados", completou.

O ministro disse ainda que o Brasil não vai voltar atrás na decisão de retaliar sem uma proposta efetiva dos EUA. Ontem, o governo publicou uma lista com produtos cuja importação será sobretaxada a partir de 7 de abril caso os dois países não cheguem a acordo.

"Você compensa prejuízos pagando prejuízos, e não com apelo. Nós não podemos abrir mão de uma taxação porque os EUA foram condenados pela OMC [Organização Mundial do Comércio]. Nós estamos aplicando um direito, absolutamente correto", afirmou.

Preços

Jorge afastou a possibilidade de aumento de preços por conta da taxação. Segundo ele, não haverá reflexo no preço do pãozinho a elevação do imposto sobre o trigo porque os EUA são pequenos fornecedores do produto para o Brasil.

"É pura e exclusivamente uma especulação em cima de uma medida que deveria ser absolutamente inócua em relação ao preço. Como também o algodão, há outros mercados que podem fornecer algodão para o Brasil, como China e Índia. Não há impacto de preços", completou.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u704427.shtml

Análise de texto:
Leitura e debate da matéria, abordando os prós e contras dessa guerra comercial entre Brasil e EUA.
09/03/2010 - 12h54
Após Índia, China anuncia adesão ao acordo sobre clima de Copenhague

da Folha Online
da Reuters, em Oslo

A China anunciou formalmente nesta terça-feira que vai assinar o acordo sobre clima de Copenhague, tornando-se o último país do grupo de grandes emergentes a endossar um plano fortemente apoiado pelos Estados Unidos.

Uma carta oficial do secretariado da ONU sobre mudança climática informou que "vai incluir a China na lista" dos países que apoiam o acordo fechado na reunião na Dinamarca em dezembro. A China é o maior emissor mundial de gases do efeito estufa.

Também nesta terça, a Índia divulgou que aceitou se associar ao acordo climático definido em dezembro. O anúncio foi feito pelo ministro do Meio Ambiente do país em nota ao Parlamento.

"Após cuidadosa consideração, a Índia aceitou tal listagem", afirmou Jairam Ramesh ao Parlamento, referindo-se à participação formal no documento, que não tem cumprimento obrigatório, mas já recebeu a adesão de mais de cem países, alguns deles grandes emissores de gases do efeito estufa.

"Acreditamos que nossa decisão de sermos listados (como um país associado ao documento) reflete o papel que a Índia desempenhou em dar forma ao Acordo de Copenhague. Isso irá fortalecer nossa posição de negociação a respeito da mudança climática."

Na segunda-feira, porém, a comissária do Ambiente da UE (União Europeia), Connie Hedegaard, disse em entrevista ao jornal "Financial Times" que o mundo quase certamente falhará em fechar o acordo contra o aquecimento global neste ano. Hedegaard foi a anfitriã da fracassada cúpula do clima de Copenhague.

Copenhague

O tratado deveria ter sido adotado formalmente na conferência da ONU em Copenhague por todos os países, mas objeções de última hora por parte de um pequeno grupo de países fez com que oficialmente o acordo fosse apenas citado na declaração final. Decidiu-se então que os países que desejassem se comprometer com o documento poderiam fazê-lo posteriormente.

Mas os países do bloco Basic, especialmente China, Índia e Brasil, temiam que uma adesão muito decidida ao acordo esvaziasse o Protocolo de Kyoto, hoje em vigor, que determina que cabe aos países ricos a liderança no combate ao aquecimento global.

Esses emergentes deixaram claro também que o acordo não deve servir de base para um novo tratado climático de cumprimento obrigatório, que continua sendo negociado e pode ser definido numa conferência no final do ano no México.

Os países mais pobres desejam negociações em "dois caminhos" --um deles preparando um tratado que substitua o Protocolo de Kyoto a partir de 2013, e outro buscando ações de mais longo prazo para que todas as nações combatam o aquecimento, inclusive os EUA, que nunca ratificaram o Protocolo de Kyoto.

Em mensagem à ONU no final de fevereiro, Washington manifestou apoio ao acordo, mas disse que os textos de negociação criados nas discussões sobre a ação de longo prazo não são a base para qualquer futuro acordo, opinião que contradiz a dos países em desenvolvimento.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u704364.shtml

Acordo de Copenhague - Índia aceita associar-se

Índia aceita associar-se ao Acordo de Copenhague (09/03/2010)

MATTHIAS WILLIAMS
da Reuters, em Nova Déli

A Índia aceitou se associar formalmente ao acordo climático definido em dezembro em Copenhague, disse o ministro do Meio Ambiente do país em nota ao Parlamento nesta terça-feira (9).

"Após cuidadosa consideração, a Índia aceitou tal listagem", afirmou Jairam Ramesh ao Parlamento, referindo-se à participação formal no documento, que não tem cumprimento obrigatório, mas já recebeu a adesão de mais de cem países, alguns deles grandes emissores de gases do efeito estufa.

"Acreditamos que nossa decisão de sermos listados (como um país associado ao documento) reflete o papel que a Índia desempenhou em dar forma ao Acordo de Copenhague. Isso irá fortalecer nossa posição de negociação a respeito da mudança climática."

A decisão da Índia deixa a China, maior emissor mundial de gases do efeito estufa, como o único do bloco de grandes nações emergentes chamado de Basic (formado também por Brasil e África do Sul) que não se associou ao acordo.

Copenhague

O tratado deveria ter sido adotado formalmente na conferência da ONU em Copenhague por todos os países, mas objeções de última hora por parte de um pequeno grupo de países fez com que oficialmente o acordo fosse apenas citado na declaração final. Decidiu-se então que os países que desejassem se comprometer com o documento poderiam fazê-lo posteriormente.

Mas os países do bloco Basic, especialmente China, Índia e Brasil, temiam que uma adesão muito decidida ao acordo esvaziasse o Protocolo de Kyoto, hoje em vigor, que determina que cabe aos países ricos a liderança no combate ao aquecimento global.

Esses emergentes deixaram claro também que o acordo não deve servir de base para um novo tratado climático de cumprimento obrigatório, que continua sendo negociado e pode ser definido numa conferência no final do ano no México.

Os países mais pobres desejam negociações em "dois caminhos" --um deles preparando um tratado que substitua o Protocolo de Kyoto a partir de 2013, e outro buscando ações de mais longo prazo para que todas as nações combatam o aquecimento, inclusive os EUA, que nunca ratificaram o Protocolo de Kyoto.

Em mensagem à ONU no final de fevereiro, Washington manifestou apoio ao acordo, mas disse que os textos de negociação criados nas discussões sobre a ação de longo prazo não são a base para qualquer futuro acordo, opinião que contradiz a dos países em desenvolvimento.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u704316.shtml

sexta-feira, 5 de março de 2010

Aquecimento Global

Mar da Sibéria borbulha com metano, diz estudo

05/03/2010

A imagem de um mar inteiro borbulhando como um colossal copo de sal de frutas pode parecer engraçada. Mas cientistas da Rússia e dos EUA que observaram algo parecido com isso no Ártico garantem que não há motivo para rir: as bolhas são de metano, um gás-estufa poderoso, e seu vazamento em águas siberianas pode significar que um dos efeitos mais temidos do aquecimento global está em pleno curso.

O grupo liderado pelos russos Natalia Shakhova e Igor Semiletov, da Universidade do Alasca em Fairbanks e da Academia Russa de Ciências, afirma que metade das águas do mar do leste da Sibéria está supersaturada de metano em sua superfície. Em alguns pontos, a concentração do gás é cem vezes maior que a esperada. Em outros, até mil vezes.

No verão, quando o mar descongela, o gás escapa para a atmosfera em bolhas, tão numerosas que podem ser detectadas por microfones na água.

O fenômeno foi mapeado por Shakhova e colegas entre 2003 e 2008, durante várias expedições ao mar do leste siberiano, uma região de 2 milhões de km2. "A quantidade de metano saindo da Plataforma Ártica Leste-Siberiana é comparável ao total que sai de todos os oceanos da Terra", afirmou a cientista em um comunicado.

O gás vem de vários depósitos de permafrost, ou solo congelado, abaixo do leito marinho. Esses solos, resquícios da Era do Gelo ricos em matéria orgânica, se decompõem liberando metano, gás com 21 vezes mais potencial de esquentar o planeta do que o CO2.

Segundo os cientistas, a liberação de uma parte que seja do metano estocado no fundo do mar do Ártico poderia provocar um aquecimento global descontrolado, com consequências catastróficas. No entanto, o próprio permafrost age como uma "tampa" para o gás, que fica aprisionado na forma de compostos estáveis.

Mas "essa tampa de permafrost está claramente perfurada", afirmou Shakhova. Segundo ela, o aquecimento das águas árticas nas últimas décadas está acelerando o processo de degradação do permafrost.

"Feedback"
O derretimento desses solos submarinos lança ao ano 8 milhões de toneladas de metano no ar. Ainda é uma fração mínima do total desse gás emitido no mundo. Porém, à medida que o aquecimento se intensifica, o vasto estoque de metano siberiano pode parar na atmosfera, provocando um "feedback" positivo: aquecimento causando mais aquecimento.

"Esses depósitos submarinos são uma fonte de metano diferente, que nunca havia sido considerada antes e que precisa ser monitorada", disse Shakhova em teleconferência.

Segundo ela, o fato de que as águas da região são rasas -50 m, em média- torna o vazamento mais preocupante. "Não dá tempo de o metano ser oxidado ou degradado no mar. Ele vaza direto para a atmosfera."

O geoquímico alemão Martin Heimann, do Instituto Max Planck em Jena, elogia o trabalho do grupo, que chamou de "evidência convincente" em comentário na "Science". No entanto, ele diz que ainda não está claro o que causa as emissões. "Como ninguém tinha observado esse vazamento antes, não sabemos se ele resulta da lenta erosão do permafrost, ou se de fato foi disparado pelo aquecimento global", disse Heimann à Folha.

O cientista diz que não está "nem um pouco alarmado" com o fenômeno. "Não vejo isso como uma catástrofe, certamente não como um ponto de virada climático", afirma. No entanto, continua, "precisamos monitorar esse metano, porque ele pode de fato indicar um "feedback" positivo."

Autor: Claudio Angelo
Fonte: Folha de São Paulo
http://www.puc-campinas.edu.br/servicos/detalhe.asp?id=51741